Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 7
Beijos demais, não acha?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se demorei, mas agora eu não tenho mais cap. reservas e vou ter que começar a digitar.
A fic vai continuar o mais rápido possível, e caso um cap. se atrase, vocês podem ler:
http://www.fanfiction.com.br/historia/161040/Amigos
Boa Leitura povo!!



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Um vento sombrio se apoderava de todo ar. As casas de telhado de duas águas seguiam todas idênticas: pequenas, velhas e decrépitas. Pontos de luz fulguravam fazendo sobras bruxulearem nos cantos. Um arrepio agourento percorreu a espinha de Hermione.

— Por onde começar... – Meditou consigo mesma.

— Por qualquer casa. Uma delas deve ter a vela. – Draco falou fazendo Hermione sair de seus pensamentos. — Vamos logo.

Draco caminhou em direção à casa da sua direita, e a corrente deu um puxão no braço de Hermione, que, irritada, puxou Draco de volta.

— Não. Não pode ser assim! Acha mesmo que não tem nada aí dentro? Nada que possa nos impedir de sair e achar a vela? Não seja estúpido! Devemos pensar!

— Ah, certo, srtª. Inteligência, mas só temos uma hora. Além do mais, não ligo pro que você pensa!

Draco fez menção de andar, mas Hermione o puxou de novo.

— Volta aqui... – Falou entre dentes. — Garoto estúpido!

— Veja bem como fala, sangue-ruim!

— AH, você é impossível! – Urrou Hermione. — Estou começando a achar que seu tio me colocou nessa pra eu não poder conseguir nada, para me distrair!

— Você? Acha que ele perderia o tempo se preocupando com você? Como se você oferecesse algum risco! – Draco debochou e riu, fazendo o sangue de Hermione ferver.

— Arte das Trevas não é o único risco que alguém pode oferecer... – Ela rebateu.

— Como ousa insinuar...?

— Convenhamos, Draco, que você não vai à biblioteca escondido à noite para ficar aprendendo sobre História da Magia!

Draco parou e se voltou para cima de Hermione, apontando a varinha próxima ao rosto dela, que não tardou e fez o mesmo, apontando a sua varinha também, no pescoço de Draco. Estavam sem espaço para conjurar qualquer feitiço forte, e por algum motivo, ambos estavam sem ideia de como atacar.

— Você se acha a sabe-tudo, mas não passa de uma menina estúpida! – Rixou Draco, enfrentando os olhos de Hermione.

— Por quê? Só por que não tenho medo de você?

— Pois deveria ter.

— Cão que ladra não morde!

— Não mesmo?

Hermione se viu sendo agarrada pela cintura e beijada de forma sufocante e avassaladora. O puxão que Draco lhe deu fora tão forte que sua varinha escorregou pela mão, caindo em lugar indefinido, e ela se viu erguida do chão. Hermione ainda podia sentir a varinha de Draco em sua nuca, a impedindo de se movimentar direito, enquanto o sonserino ainda a afogava num beijo desesperado, chegando a ser impetuoso. Os gritos de Hermione eram abafados e, já sem ar, teve de parar de gritar.

Draco não raciocinava direito, ainda no reflexo do impulso da raiva. “Traga-a para seu lado. Faça-a se unir a você”. Eram ordens simples, mas aquela situação fugia de seus planos predefinidos. Por que fizera aquilo naquele momento?

(Noite passada, uma hora da manhã).

Draco ainda estava deitado na mesma posição em que deitara no início da noite. Olhos fechados, respiração tranquila. Ele podia ouvir qualquer som estranho dentro da floresta ao seu redor. Sabia que todos seus “colegas” estavam dormindo de verdade naquele momento. Exceto uma, que volta e meia se mexia ao lado: bendita Granger! Isso o impedia de resolver o que tinha a fazer. Todos precisavam estar dormindo completamente.

Foi quando os ruídos da sua vizinha de sono começaram a se intensificar, e Draco imaginou que ela estivesse saindo do saco de dormir. O que era verdade. Abrindo os olhos ao mínimo, Draco espiou por entre os cílios quase juntos, Hermione andando sorrateira pela clareira e entrando no banheiro montado à margem do espaço. E ele esperou. Dez minutos se passaram e ela continuava lá. Ele sabia que não estava simplesmente usando o banheiro. Mas os planos estúpidos que ela poderia estar tramando não eram importantes perto da importância dos dele.

Soturno, Draco saiu de seu saco de dormir e foi ao banheiro masculino. Apoiou-se no batente da pia e se concentrou. Mentalmente invocou uma serpente: Neferet. O animal escorreu pela tubulação do banheiro, emergindo do ralo da pia. As palavras que Draco dizia não fariam sentido para qualquer um que ouvisse, mas parecia que a serpente o compreendia perfeitamente.

“Qual o plano?” – Ele disse em outras palavras, como um assobio chiado.

A serpente silvou algo que significava: “Traga-a para seu lado. Faça-a se unir a você”.

“Está de brincadeira...”.

“Tome como brincadeira e sofrerá as consequências. Precisamos de mais um aliado”.

Alguns minutos depois, Draco saiu do banheiro e, quando estava preste a deitar novamente, desta vez para dormir de verdade, viu Granger saindo do banheiro. Sentiu-se muito perturbado, teve de falar alguma coisa antes que ela começasse. E fez certo, conseguindo colocar a garota numa posição não favorável a ela. Mas as ordens que recebera... Sua missão... Achava que Granger daria trabalho, coisa que qualquer outra não daria.

(Momento atual).

Draco diminuiu o ritmo conforme Hermione desistia de se debater, e logo nem se deu conta, estava beijando-a com certa paixão, mas de maneira mais sutil. Quando deu por si, percebeu também que eles estavam há tempo demais ali. Draco abriu os olhos e viu os de Hermione fechados. Um pensamento intruso, desses que vem sem dar prévia, passou pela mente do sonserino: era agradável beijá-la, trouxe conforto no frio que fazia aquele lugar. Novamente a sensação perturbadora que vem sentido o assolou, o que o fez Draco se dar conta de sua impulsividade e então parou de beijá-la.

Hermione, estupefata, permaneceu de pé, boquiaberta e cansada, ofegando, à beira de um infarto. Teve o impulso de pegar sua varinha e estuporar Draco, mas lembrou que ela havia caído.

— Minha varinha. Cadê minha varinha? – Pediu desesperada. — Droga! Cadê a minha VARINHA?

Draco, aturdido, acionou o Accio e a varinha da bruxa pulou de algum lugar do chão até sua mão. Hermione a arrancou dele e, já se preparando para estuporá-lo, algo aconteceu.

Os dois foram surpreendidos por uma ventania voraz e densa, que trazia muita poeira e neblina. O frio parecia se condensar, congelando as articulações dos dois bruxos.

— O que é isso? – Draco perguntou.

Porém, a resposta vinha no ar. Espectros negros rompiam à brancura da neblina, fantasmagóricos e agourentos... De repente Hermione sentiu vontade de abraçar Draco, pois estava tão infeliz que sentia que nada mais valia a pena. Draco sentiu o mesmo.

— Dementadores. – Hermione sussurrou.

Os dois começaram a se afastar e correr rua adentro. Tropeçavam por causa da corrente em seus pulsos que provocava puxões ora e outra. Tentando escapar da vista dos dementadores, Hermione e Draco entraram numa das casas. Logo, a grifinória começou a conjurar feitiços de proteção, e Draco começou a fazer o mesmo em outra direção. Contudo, um dos dementadores passou pelo furo na proteção e os bruxos puderam sentir como se a morte estivesse atrás deles. No segundo seguinte, Hermione via Draco se pôr na frente dela e começar a ser sugado pelo monstro. Ele perdeu o brilho e o foco dos olhos, empalideceu mais que de costume, e ganhou uma expressão tão fria e vazia que o fazia parecer morto.

Atrás dele, ela sentia praticamente a mesma dor espremer seu peito, como se uma cratera fosse aberta sob seus pés e a infelicidade a sugasse pra lá. Ela pôde sentir mais dementadores se aproximando...

Buscando força no canto mais remoto de seu coração, a grifinória lembrou-se de quando viu Harry e Rony depois que o professor Quirrell e Voldemort foram desmascarados, no primeiro ano. Sentiu-se tão feliz e aliviada por vê-los vivos e inteiros que não podia pedir nada melhor. E por instinto, naquele momento assombroso, Hermione só pôde tentar fazer o que era certo.

— Expecto Patrono! – Exclamou a bruxa.

O feitiço livrou Draco do dementador que o sugava. E hermione pôde sentir o espírito funesto daquelas criaturas aliviarem e logo sumirem de perto deles. Quando a presença das criaturas desapareceu por completo, Draco caiu mole no chão, e a corrente levando Hermione para baixo, parando de joelhos ao lado dele.

— Draco! Draco acorda! – Pedia ela, desesperada. — DRACO!

Uma lágrima fria transbordou dos olhos abertos e cristalizados do rapaz. Hermione não teve outro impulso que acionar uma ampola da sua bolsinha que nunca saía de perto dela, e apanhou umas duas gotas de lágrimas de Draco. Não tinha certeza do que fez, mas ficou intrigada sem saber exatamente por que o Dementador preferiu Draco a ela.

Enquanto ele não recobrava a consciência, Hermione chorava apavorada, sem saber como diria que Draco estava morto, ali, do seu lado, de olhos vidrados no vazio. Até que, de repente, uma arfada súbita trouxe Draco de volta à consciência, fazendo Hermione gritar de susto.

— DRACO!

O garoto ainda parecia atônito. Tentando achar o rumo de por onde começar, Hermione ditou o que houve, e só então Draco restabeleceu.

— Então estamos perdendo tempo. – Disse ele, rabugento por entender que havia sido salvo por ela. Era tão bizarro e inaceitável quanto à ideia de Harry de repente dá um presente de aniversário para ele.

— Perdendo tempo? Você acabou de ser beijado por um dementador! – Hermione surtou.

— É. Beijos demais, não acha?

Draco ironizou tentando se pôr de pé, fazendo Hermione ser obrigada a se levantar, brava pela insinuação.

— Eu devia ter te deixado morrer! – Queixou-se.

— É. Deveria. A final, por que não fez isso? – Rebateu grosseiramente.

— Foi impulso! A final, eu ia ser a próxima depois de você!

— Ah. Então foi por você mesma. Sempre egoísta...

— Egoísta? EU EGOÍSTA? Você me deve no mínimo um “obrigado”!

— Por quê? Eu não te pedi favor nenhum!

Draco começou a andar pela casa revirando os cantos, forçando Hermione a segui-lo por causa da corrente. Hermione se calou por um momento, pensando que agora poderia estar livre dele, mas não... Ela teve que salvá-lo!

— É. Eu sou uma idiota! – Suspirou.

— A primeira coisa que concordo com você no dia! Ou melhor... Na vida. – Draco comentou vasculhando uma estante.

— Não é verdade. Você concorda que essa parceiragem e esse torneio todo são uma porcaria.

— Ah é mesmo! – Draco a ignorou.

Hermione farta daquilo, deu um puxão na corrente fazendo Draco tropeçar para trás.

— DROGA HERMIONE, O QUE DEU EM VOCÊ?

— Você fica andando como um... Hermione? Você me chamou de Hermione?

Draco sentiu uma leve tontura.

— Não. Eu falei Granger. Você sonhou que eu ia te dar esse gostinho, não é? Lava os ouvidos, Granger!

Hermione não ligou para o insulto e riu. Sabia o que tinha ouvido, e achou muito engraçado ver Draco nervoso tentando desmentir.

— Certo. Não vamos encontrar nada assim, seu estúpido! – Disse ela mudando de assunto.

— Ah é? Faça melhor! – Draco desafiou.

— Accio vela! – Hermione falou, e logo todas as velas da casa voaram para ela. E como estava amarrada a Draco, ambos foram atacados por dezenas de velas.

— Depois eu sou o estúpido! – Draco urrou e também conjurou Accio, mas especificando a “Babilônia”.

Nada aconteceu.

— HAH! – Hermione mostrou a língua.

— Ah... Poupe-me!

Draco rolou os olhos e ia seguindo em direção à saída da casa, para procurar a vela em outro lugar, quando de repente tudo começou a tremer, como um terremoto, e então todo o cenário da casa começou a ruir, assim como a própria rua e tudo mais. Atrás da fumaça que levantava, outras imagens surgiam, e momentos e tremores depois, a floresta proibida irrompeu do solo, e então todo o cenário de antes desapareceu.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!
Como eu comentei, escrever requer tempo, e escrever duas histórias simultaneamente pode parecer loucura, mas estamos aqui!!!
No caso de um cap. de Amor. Um Sentimento Terrível se atrasar, vocês podem recorer a:
http://www.fanfiction.com.br/historia/161040/Amigos
aposto que não haverá arrependimento!
Obrigada pessoal!
Mila.