Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 23
Depois de Uns Treinamentos


Notas iniciais do capítulo

Meninas, desculpem a demora e se o cap. não está tão bom, mas eu estou doente, e foi bem difícil ficar na frente do computador digitando... Não é tudo que eu queria colocar, mas assim que eu melhorar, vem um capítulo bem melhor ok?
Beijos!



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Cap 23

— Posso saber como vou treinar sem uma varinha? – Questionou Hermione enquanto seguia Jacques até uma parte da praia.

— Você não precisa de varinha, Menina da Magia Real...

— Não vai ficar me chamado assim!

Jacques deu uma irônica risada.

O inverno chegou em questão de dias. Os treinamentos eram puxados, iam desde resistência física à psicológica e emocional. Suportar quase uma hora debaixo de uma camada grossa de gelo, dentro da água, sem explodir ou causar tragédias por impulso, usando os poderes para suportar e controlar a dor. Lembrar da pessoa que sente mais falta e conseguir, mesmo sob toda tristeza, formar pensamentos amenos para controlar a magia, etc.

Certo dia, Jacques avisou:

— Hermione, eu quero que confie em mim.

Ambos se encontravam no ponto mais alto do rochedo. As pedras lisas de geada, o vento cortante e frio, e um mar denso e destroçante lá em baixo.

— O que vai ser? – Perguntou Hermione.

— Quero que se concentre, e volte para a terra.

— Voltar?

— Sim. – Jacques ergueu uma sobrancelha.

Antes mesmo que Hermione pudesse supor o que ela deveria realmente fazer, Jacques a empurrou da ponta do penhasco. O salto de Hermione foi à vertical, afundando profundamente assim que seus pés atingiram a superfície da água. Lembrou-se do dia em que salvara Harry no precipício: a água era cortante, mas dessa vez, era mil vezes mais fria. Parecia que seus músculos iam sendo retalhados, e sua respiração sumia.

Hermione tentou se concentrar e deixar o cérebro reassumir o controle. Em algum lugar fora dali, ela sabia que Jacques estava controlando o treinamento, dificultando a simples tarefa de respirar, ao conduzir as águas contra Hermione. Ela tentou se lembrar de como identificar a fonte de seu poder, e aos poucos, sentindo-se menos aterrorizada, conseguiu uma força expansiva que afastou anéis de água, da superfície até a profundidade em que estava. Quando conseguiu se nivelar, Hermione nadou até a costa do paredão de pedra. Suas mãos tremendo incontidamente foram estendidas à frente, tentado conduzir sua força para escalar pedra por pedra. Foi quando Jacques, a certa distância, agitou a varinha e Hermione voltou a cair na água, dessa vez mais fundo.

Isso se repetiu inúmeras vezes. As pernas de Hermione quase não aguentavam mais, mais sua força de vontade parecia só aumentar. Na última vez que Jacques a derrubou, ela estava na décima quinta pedra escalada, faltavam três para alcançar a areia. Quando voltou para o mar, expulsou tanta água, e com tanta força, que deve ter causado uma vazão. No trajeto para a areia, foi destruindo as pedras em seu caminho e, antes que Jacques ousasse a arremessar de volta, com um aceno de mão, Hermione fez a varinha de Jacques pular da mão de seu dono e voar para se encaixar à dela.

Quando se aproximou do mestre, Hermione devolveu a varinha caindo de joelhos no chão. As suas roupas deviam pesar o triplo do normal, seus joelhos se encontravam incapazes de aguentar o próprio corpo e, para piorar, sua respiração estava tão acelerada que ela caiu no chão, tremendo dos dentes às pontas dos dedos.

Jacques se abaixou na areia misturada com floquinhos de gelo e passou a mão pelo rosto de Hermione, tirando o cabelo colado na pele dela.

— Vamos, Hermione, se erga.

— E-e-e-e-eu n-n-n... – Hermione não tinha como impedir seu maxilar de bater freneticamente.

— Ache seu eixo. Vamos lá Hermione! Não vou ficar aqui a noite toda.

— Jac-ques...

— Não? – Jacques a apressou tornando a ficar de pé. Suspirou e ajeitou o cachecol no pescoço. — Certo, Granger, eu te espero lá dentro.

E Jacques começou a se afastar. Hermione não tinha absoluta certeza de como conseguiu aquilo, mas fixou suas mãos no chão e começou a aquecê-lo. Como se tivesse tido um dia normal de sol em vez de muito frio, a areia amornou num bom pedaço. Jacques ouviu sons e, assim que olhou sobre o ombro, viu Hermione de pé. Segurou um sorriso de satisfação e voltou até ela.

— Amanhã vai ser três vezes mais forte. Acho que você consegue. – Disse oferecendo o braço para Hermione se apoiar.

Os dois voltaram para dentro da casa, Hermione pôde tomar um banho quente e jantar. Na sala de Jacques, ambos liam separadamente. Jacques na velha cadeira perto da janela e Hermione empoleirada no sofá. Até que achou uma informação interessante no livro Feitiços de Protetores: Úteis e Necessários. Falava como vedar invisivelmente uma extensa área de forma a impedir entradas e saídas. E logo em baixo, o feitiço que o anulava. Aquilo encheu Hermione de esperança, mas ao mesmo tempo de dúvida. Por um lado, não queria deixar Jacques bravo. Ainda não era amiga dele, e não considerava acabar gostando daquele chato de galocha, mas viviam com certa paz. Por outro lado, era sua chance de voltar, mas exatamente “para onde” ela não fazia ideia.

Antes que Jacques se recolhesse, Hermione tentou iniciar uma conversa.

— Como conheceu Dumbledore?

Jacques ergueu os olhos, surpreso. Não imaginou por que não contaria sobre isso a essa altura do campeonato.

— Foi ele quem chegou a mim. Igor Karkaroff, na época do Torneio Tribruxo foi sediado na Durmstrang, comentou sobre o desempenho de um Malfoy a Dumbledore. Você pode imaginar a surpresa do nome, não? Não havia outra família chamada Malfoy mesmo na Rússia. Então Dumbledore me averiguou. – Jacques deitou o livro que tinha nas mãos sobre a mesa, e cruzou as pernas parecendo tranquilo em partilhar aquilo. — Na verdade, minha mãe era uma trouxa, mas uma bela trouxa sabe? E Abraxas, na época, se interessou por ela. Ele nunca nos desamparou de verdade, mas quando minha mãe morreu, passei a viver na Durmstrang, perdi muito contato com ele.

— Então realmente Abraxas teve um caso extraconjugal! – Hermione parecia surpresa.

— Um caso? – Jacques enfatizou num tom travesso até então desconhecido por Hermione. — Pode se chamar assim, eu acho.

— Desculpe, não quis ofender.

— Não me importo com títulos, Hermione. Mas, então... Dumbledore fez uma visita certa vez à escola e conheceu alguns alunos, dentre eles, eu, claro. E demonstrou muito interesse em minha “conduta escolar”, - Jacques rolou os olhos, — mas na verdade eu já tinha ouvido falar que havia uma família muito conhecida na Inglaterra chamada Malfoy, e Dumbledore os conhecia. Nunca fui um jovem muito ingênuo, e desconfiei de Dumbledore, mas não fiz disso motivo para criar uma inimizade. Até fiz perguntas, e ouvi o nome de Lúcio, que era um estudante, solteiro na época. – Jacques se reacomodou na cadeira. — Fiz pesquisas e, toda chance que eu tinha de estar fora da escola, averiguei mais sobre os Malfoy. Eu pensava que, se antes Abraxas não nos ignorou, não me ignoraria mesmo depois de alguns anos.

— Por que não o chama de pai? – Perguntou audaciosamente Hermione.

— Não acho que ele tenha sido realmente um “pai”, no sentido total da palavra. – Jacques fez uma pausa maior. — Mas, enfim, uma vez até consegui vê-lo e conversar com ele num bar em Londres, quando fui passar férias. Mas ele não me reconheceu. Só que ele disse uma coisa... Uma coisa que eu não me esqueço... – Hermione se endireitou para prestar mais atenção. — “Tem alguém que procuro na Rússia. Você por acaso é russo?”. E eu ri nessa hora.

— Você contou pra ele que era você?

— Não! – Jacques disse apoiando o cotovelo na janela, vendo o rosto de Hermione murchar. — Eu disse que nunca o vi exatamente como um pai. Mas enfim... No decorrer da conversa, ele já estava ficando bêbado, começou a ler um testamento que trazia enrolado dentro da capa. Perguntou-me se eu achava um bom testamento. Fiquei surpreso com aquilo, ainda mais com a parte que dizia que ele deixava tantos em ouro para o bastardo russo. Foi a segunda vez que eu ri. Só aí então um homem, que eu supus ser Lúcio, apareceu no bar, arrancando Abraxas de lá como se fossem pai e filho invertidos. E depois daquela vez, eu só ouvi falar, mas nunca mais vi nenhum deles.

“Mais tarde, soube da morte de Abraxas num jornal. Fui ao enterro, e achei a coisa mais esquisita do mundo. Lúcio estava lá, e eu acho que era a mulher dele, ou futura mulher na época, ao lado dele. Na leitura do testamento, a parte que deveria fazer referência a mim fora descartada”.

— Então você decidiu aparecer por vingança a isto? – Questionou Hermione.

— Você já ouviu dizer que ele morreu por Varíola de Dragão, o Abraxas? – Perguntou Jacques, vendo Hermione balançar a cabeça. — Pois saiba que é uma mentira! Abraxas foi envenenado. Ficou muito doente e morreu de vagar, no alto da velhice. Estava caduco, e Lúcio o fez reescrever o testamento.

— Como você pode acusar isso? – Hermione parecia horrorizada.

— Lúcio conversou com Narcisa sobre isso na saída do cemitério. Ela ficou como você, se você quer saber: apavorada. Mas submissa como sempre, fica calada até hoje!

— Eu não consigo acreditar!

— Não precisa. É a minha história apenas. Então, quando Dumbledore soube de que Lúcio estava usando sua influência no ministério para me caçar por aí, (e acho que Dumbledore soube disso por amigos do ministério também), ele se interessou em saber por que Lúcio estava agindo daquele jeito. Claro que Dumbledore tinha suas suspeitas, e me encontrou na Durmstrang há alguns anos pela segunda vez. Eu dava aulas lá. Ele me contou sobre o interesse de Lúcio e eu tive que mudar de cidade.

— Mas, então você decidiu mudar só para fugir do Lúcio? Não, não foi? Havia uma ameaça, não havia?

Jacques baixou o rosto e fitou Hermione erguendo uma sobrancelha. Claro que ele sabia que ela não era nenhuma idiota, e já devia ter feito uso da memória que colhera de Draco na tarefa da vila.

— Ora, ora Hermione, é claro que havia uma ameaça! Dumbledore só precisou ouvir as fofocas sobre Lúcio, averiguar sua conduta escolar e somar A mais B! O poder que você tem é uma das formas mais raras de se reconstituir uma alma partida. Aí, de repente, Lúcio corre atrás de um dos bruxos que mais entende de poderes e magias históricas, que sou eu. E, para completar o grupo de pistas, Draco dá sinais de que queria ser seu colega. E todo mundo sabe a quem Draco serve...

— Está enganado! – Interrompeu Hermione.

— Draco é um comensal, por mais que me doa crer...

— Mas ele não serve a Voldemort! Ele é obrigado!

— Você pode dizer o que quiser Hermione, e eu não vou poder tirar sua razão. Mas apensar do que quer que possamos sentir por esse rapaz, a verdade é esta, e não pode ser ignorada!

Hermione bufou e se calou. Convencer Jacques era uma tarefa impossível, não importa sobre o que seja. Então, para não irem dormir de mau humor, Hermione tentou retomar um assunto.

— Mas, e sobre esse meu poder? De que maneira eu poderia reconstituir a alma de Voldemort?

— Você não faz ideia?

— Sacrifício?

— Sim, Hermione... Sacrifício... – Admitiu Jacques, se levantando e tornando a apanhar o livrinho da mesa. — Já vai dormir?

— Daqui a pouco mais. – Respondeu ela.

Jacques seguiu até a porta que levava para o quarto dele, mas parou antes de entrar.

— Sabe Granger, eu tive meus motivos para incentivar a proximidade entre você e Draco. Mas me parece que houve mais motivos que os meus...

Hermione olhou por cima do ombro, e viu em Jacques uma dúvida que já não tinha mais nada a ver com tramas e passados.

— Acho que todo mundo tem direito de guardar segredos, Malfoy. – Respondeu sentindo uma espécie de orgulho por quem disse essa frase antes.

Jacques teve que se dar por vencido e foi para o quarto. Hermione tornou a ler o contra-feitiço para a barreira em volta da casa e de um pedaço da praia, mas não adiantava em nada não ter mais barreira e ao mesmo tempo não ter para onde ir. Já deveria ser quase natal, onde estariam seus colegas agora? N’A Toca?

Um estalo fez o coração de Hermione retumbar. Sentindo dores no corpo, se levantou rápido e correu para as gavetas na parte de baixo do armário de livros. Já havia procurado o quarto de Jarcques inteiro e não estava lá! Como não tinha pensado nisso antes?

Remexendo as gavetas e tentando fazer o menor barulho possível, Hermione revirou uns livros e ban! Lá estava! O medalhão do Espelho de Dois Sentidos, escondido dentro de um envelope, dentro de um livro de feitiços infantis! Hermione o apanhou e correu para a praia. Sentiu seu coração pulsar na garganta. Mas agora... Quem chamaria primeiro?

Deveria ser quase natal... A Toca deveria estar cheia!

— Quero ver Ronald Weasley! – Disse Hermione. As mãos tremendo.

O espelho ascendeu um leve brilho, mas não mostrava nada nítido. Deveria estar guardado. Então, Hermione pulou esse.

— Quero ver Harry Potter!

O espelho mostrou o que devia ser o “teto” de uma barraca. Seja lá onde Harry estivesse, o espelho estava exposto. Ela não se lembrava como era se sentir tão entusiasmada.

— Harry! – Chamou. — Droga Harry, não é hora para não me ouvir! Harry Potter!

Mas Hermione não tinha como saber que Harry não estava ali. Ela não tinha como supor onde ele e Rony estavam metidos naquela hora. Era melhor para ela nem imaginar...

— Droga! – Resmungou, lembrando da sua última e arriscada chance. — Mostre-me Draco Malfoy...

Instantaneamente o espelho vibrou no bolso do casaco de Draco, que apreciava a noite da janela do quarto. Ele tomou um susto e quase deixou o objeto cair enquanto tentava pegá-lo. Mal acreditou que finalmente estava funcionando!

— Draco? – Perguntou Hermione quando o espelho fez refletir um par de olhos cinza.

— Eu não acredito que seja você!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Desculpa mesmo, eu nem queria postar esse capítulo, mas não postar nada achei que fosse ser pior!
Desculpem meninas!
Mas obrigada por lerem!
Mila.