Você Tem Algo Para Me Dizer? escrita por Mrs Dattebayo


Capítulo 30
Sam - Conversa com a sogra.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura,leitores. u-u
Sério.Boa leitura :)



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Eu estava sentada no sofá da casa de Freddie. Sua mãe estava ao telefone falando com alguém que não me interessa, sobre um assunto que eu não me importo.

Freddie estava tagarelando sobre coisas que sua mãe iria fazer. Como se eu não soubesse como ela era louca. Eu estava fingindo prestar atenção, eu entendo que ele estava preocupado por nós, mas poxa... a mãe dele não me dá nem um pouco de medo. Eu já estava parando de ouvir totalmente o que ele dizia, até que:

-Ela vai fazer de tudo para nós terminarmos. -Freddie falou. Ele estava sussurrando durante todo o tempo.

-Como é?-perguntei já prestando atenção.

Isso realmente me atingiu em cheio.Tudo que eu não queria era um problema desses agora.

-É sério,Sam.Ela vai tentar nos obrigar a terminar.-Freddie tinha uma expressão triste.

-Eu acho que você está sendo muito fatalista... -revirei os olhos.

-Sam, acredite! Minha mãe é maluca! Eu sei como é...quando o assunto é...namoro. -ele ficou corado. Aquilo me deixou intrigada.

-Vem cá... quantas namoradas você já trouxe para conhecer sua mãe?-perguntei com a expressão séria. Até onde eu sei Freddie nunca teve uma namorada “oficial”.Ou melhor, ele nunca nem teve uma namorada. O lance da Val-sei-lá-o-que e da Carly foram erros, não namoros.

Freddie revirou os olhos.

-Sam...por favor! Tem coisas que nós aprendemos apenas com a teoria!

Eu ri irônica. Freddie é tão bobo as vezes.

-Olha aqui, amorzinho. -puxei o queixo dele para que ele mantivesse a cabeça erguida. Seus olhos expressavam toda a preocupação que ele sentia.-Eu arrisquei muito com esse relacionamento. Eu não queria acreditar que eu era apaixonada por você, eu sofri, eu lutei contra mim mesma (e isso não foi bom).Eu joguei os anos que gastei construindo a imagem de “eu te odeio”...-eu ri ao lembrar disso-...no lixo! Eu tirei uma máscara. E você sabe bem como eu sou! Odeio dar o braço a torcer, e muito menos entrar em contradição comigo mesma.  E eu fiz tudo isso...por você!-Freddie sorriu, e eu sorri também.- Então, pode ter certeza, nem sua mãe, nem ninguém, vai te tirar de mim. Estamos entendidos?

Soltei um olhar de “é melhor você concordar”.

Freddie assentiu sorrindo, mas não disse nada.

Ouvi Marissa se despedir de quem quer que fosse ao telefone e depois veio em nossa direção.

Eu estava preparada para tudo. Mas ainda assim estava nervosa.

Minha doce sogra se sentou na poltrona e começou a nos encarar. Freddie estava sentado ao meu lado, mas não estávamos como namorados, quer dizer...estávamos normais.

Ela não disse nada, e eu olhei para Freddie, que também me olhava.

-Então...?-falei.

Marissa suspirou e começou a falar:

-Samantha, você sabe que eu nunca gostei muito de você, certo?-ela deu ênfase no “nunca”. Eu assenti. -Então é óbvio que eu não acho que você seja boa o suficiente para o meu filho.

Aquilo doeu. ”Boa o suficiente”? Qual é? Sou tão terrível assim? Eu tirei um A+ em uma prova!

-Você chamou a gente aqui para falar sobre o que já sabemos?-falei em tom de desprezo.

Olhei para o lado e vi Freddie me fuzilando com os olhos. Dei de ombros para ele.

Marissa balançou a cabeça negativamente.

-Samantha, eu já te conheço há um bom tempo. E, Freddie...bom, eu não preciso dizer que conheço meu filho, não é?-ela fez uma pausa, mas não dissemos nada. Eu estava com a cabeça baixa. -Enfim...eu conheço muito os dois, mas desconheço totalmente o sentimento...a relação que vocês dois criaram. Desconheço tanto que, para mim, era impossível tal coisa acontecer!-ela riu para si mesma.

Eu estava perplexa com a “calma” de Marissa. Ela sempre foi tão louca e...louca! Mas o negócio de me chamar de “Samantha” estava irritando.

-Eu não aprovo esse relacionamento, mas como sou contra julgar algo sem conhecer...vou dar uma (e só uma) chance de vocês me convencerem do contrário.

Eu olhei para Marissa. Ela estava com as mãos nos joelhos e nos fitando...esperando que fizéssemos algo. Eu estava perdida, e pelo visto Freddie também.

-Hum...o que...a gente –apontei para Freddie e eu- tem que fazer, exatamente?-ergui uma sobrancelha.

-Vou facilitar para vocês. Farei perguntas e vocês apenas respondem, ok?-Freddie eu assentimos.-Samantha, quando você...

Sam!-interrompi, eu já não aguentava mais aquilo.-Me chame só de Sam! Por favor. -tentei não ser grosseira.

-Tudo bem...Sam!-assenti satisfeita. -Quando foi que você começou a gostar do meu filho?

Freddie ficou interessado na pergunta.

-É complicado dizer...-comecei.-Eu sempre tive um sentimento forte pelo Freddie, um sentimento que eu acreditava ser ódio. Só que foi ficando diferente com o tempo...eu não sei se o meu ódio virou amor, ou se (por conta do meu jeito) eu acabava expressando meu sentimento com...-parei um pouco, eu não sabia se era a palavra certa, mas falei mesmo assim.- violência.

Marissa assentiu, sua expressão estava ilegível, o que me assustou.

-Eu poderia fazer as palavras da Sam as minhas,mas eu vou falar diferente.- Freddie falou. Agora eu me interessei.-Eu nunca odiei a Sam, eu só sentia raiva por todas as ofensas e etc. Sam sempre praticou bullying comigo, mas ela não era a única...muita gente me zoava. Mas a Sam...-ele parou um pouco.- era diferente quando era ela. Até que a gente se beijou...bem, eu mudei um pouco meu conceito para com ela, mas eu ainda acreditava ser apaixonado pela Carly. Sam sempre me deixava nervoso e eu achava que era por medo. Até algumas semanas atrás, quando eu finalmente percebi que o eu realmente sentia.

Eu fiquei muito feliz em ouvir aquilo. Marissa não tinha perguntado a Freddie, mas ainda assim ele quis falar.

-Interessante...-Marissa falou olhando para os lados. -E quando você teve certeza de que amava o Freddie, Sam?

Eu notei que a conversa era comigo, e não comigo e com Freddie. Mas deixei isso passar...

-Bom...eu acho que a partir do momento que eu comecei a sentir ciúmes...quer dizer,eu sempre senti um pouco, mas não sabia. Mas ai eu comecei a pensar nele com muita frequência, perceber como ele era fofo e inteligente.-eu pude ver Freddie ficar corado. -Até que eu notei que eu precisava dele, bater era um tipo de forma de entrar em contato com Freddie -eu sorri lembrando de todas as nossas brigas-, e o fato de ele nunca revidar, ser sempre um cavalheiro me deixava boba. -isso foi algo que eu percebi enquanto falava.-, mas eu tive certeza absoluta mesmo no momento em que fiquei com raiva da minha melhor amiga por ciúme. -olhei para baixo um tanto sem graça. Freddie não sabia desse fato.

-Espera...quando?-Freddie perguntou. Pelo canto do olho pude vê-lo me encarando.

-Você realmente vai me perguntar isso agora?-olhei brava para ele.

Ele ficou um pouco acanhado e voltou a encarar sua mãe.

Marissa respirou fundo e cruzou os braços.

-Eu sou totalmente contra o meu bebê estar namorando...

Isso me irritou profundamente. Ela me fez fazer toda uma declaração de amor, fez com que eu me abrisse, para no final falar o que ela já disse desde o começo!

-...para mim, Freddie ainda não é homem suficiente para isso...

-Mãe!- Freddie a interrompeu. Confesso que não consegui segurar a risada.

Marissa deu de ombros e Freddie me olhou bravo. Sussurrei um “desculpe” inaudível e ele revirou os olhos: sinal de que está tudo bem.

-Enfim...Eu também devo entender que meu filho cresceu, e está na hora de eu amadurecer como mãe.

Quase caí quando ela disse isso,eu já estava planejando como seria meu namoro escondido com Freddie,ou a confusão que eu iria armar para poder continuar com ele.

-Eu devo entender que ele já tem dezessete anos, e isso vai começar a acontecer. E acho que o fato de vocês dois sempre terem se “odiado” –ela fez as aspas com as mãos – torna o relacionamento mais...verdadeiro. Então...Bem vinda a família, Sam!

Marissa se levantou e abriu os braços. Um gesto para eu abraça-la. Mas eu não me movi, minha boca estava aberta num “o” perfeito, Freddie estava da mesma forma.

-Espera aí! Quer dizer que eu...nós –apontei para Freddie e depois para mim- vamos poder namorar? Sem problemas? Tipo, nos beijar, abraçar e tudo o mais?

-Sim.- ela disse com um suspirou pesado. Marissa manteve a posição e Freddie me empurrou para que eu fosse abraça-la.

Levantei-me e a abracei. Foi algo desajeitado, mas pelo menos foi um abraço.

-Então...sogrinha? –eu sabia que ela iria se irritar.

-Prefiro que você me chame apenas de Marissa. –ela disse, saindo do abraço.

-Também acho melhor. –assenti.

Freddie se levantou e abraçou sua mãe.

-Meu bebê está virando um homem. –ela disse em meio a lagrimas.

-Obrigado, mamãe.

Eles desmancharam o abraço e Marissa apenas segurou o rosto de Freddie entre as mãos.

-Juízo, mocinho! –Freddie arregalou os olhos e eu me segurei para não rir.

Sei bem no que ele pensou, e se sua mãe pensou nisso também...

-Eu tenho que fazer uma ligação. Vocês podem ficar a vontade.

Depois disso ela se virou e foi até seu quarto com o telefone em mãos.

Freddie se virou para mim apontando na direção do quarto de sua mãe. Ele tinha uma expressão de confusão no rosto.

-Ela realmente...?-ele me perguntou.

Eu assenti.

-Eu não disse que você tinha exagerado?- fui até ele e lhe abracei.

Freddie abriu a boca para dizer alguma coisa, mas desistiu. Ele me abraçou de volta e beijou o topo da minha cabeça.

-Então agora você vai poder passar mais tempo aqui.

Isso era verdade, mas com certeza sua mãe nos vigiaria todo o tempo... Porém eu não vou dizer isso a Freddie, não agora.

- E essa coisa de tempo me lembra que eu tenho que pegar minhas coisas que estão no seu quarto. –falei me afastando um pouco dele.

-O quê? Por quê? –ele me fitou confuso.

-Porque eu não vou mais dormir aqui. –sussurrei.

-Por quê? –ele tirou seus braços da minha cintura e ergueu no ar.

-Porque Carly voltou, e vou ficar com ela agora. –falei como se fosse algo óbvio. Soltei Freddie e me sentei de volta no sofá.

-Ainda não achei a lógica. –ele cruzou os braços e começou a me fitar.

-A lógica é que Carly é minha melhor amiga, que estou morrendo de saudades, e minha mãe pensa que eu fiquei na casa dos Shay. –cruzei minhas pernas e me recostei no sofá.- E eu também já estou cansada dessa coisa de esconde-esconde. A gente precisa de um descanso.

Freddie se sentou ao meu lado.

-Mas vou sentir sua falta. –ele disse me abraçando.

-Ah, vamos lá! Eu estou aqui do lado! –apontei a porta.

Freddie começou a beijar meu rosto e eu comecei a rir. Senti seus lábios roçarem a pele do meu pescoço e aquilo me deixou arrepiada. Puxei seu rosto para mim e o beijei.

-Eu ainda vou sentir sua falta. –ele falou entre diversos selinhos. Aproveitei a deixa e aprofundei o beijo, assim ele para de falar besteira.

Deu certo.

Era um beijo...divertido. Apesar de nossas línguas estarem envolvidas nós estávamos sorrindo.

-Freddie! –ouvimos Marissa sair do quarto toda agitada e nos separamos na hora.

Eu ajeitei minha roupa e cabelo, apesar de não ter ficado nada tão bagunçado. Eu só queria fazer alguma coisa.

-Freddie, preciso da sua ajuda.- Marissa disse, segurando uma caixa que eu nem me atrevo a saber o que é.

-Bom, essa é minha deixa! –me coloquei de pé. – Vou na Carly.

Freddie ficou de frente para mim.

-Mas já? –ele ignorou totalmente a mãe.

-Você tem coisas a resolver com sua mãe, e eu tenho coisas a resolver com a Carls. –sorri para ele e peguei suas mãos. –Até mais tarde!

Dei um selinho em Freddie, um aceno para Marissa e me coloquei a caminho da casa dos Shay.

As coisas com a mãe do Freddie até que foram calmas. Fiquei feliz de ela ter “aceitado” tudo isso. Mas acho que as coisas vão se complicar um pouco daqui para frente.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer pela 4ª recomendação...Nossa,véy(falando gírias no Nyah!como isso?)...Vocês são demais!Obrigadaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa ♥
Comentem o que acharam da Marissa. :)
BjBj