Lá estava ela,devorando seu sanduíche de presunto,assistindo TV (ela conseguira desbloquear todos os canais,e eu não faço nem idéia de como).

Me ignorava por completo,se eu tentasse falar com ela...

-Cala boca Freddiota!-gritou,me fuzilando com os olhos.-Não vê que eu estou assistindo?-ela apontou à TV,depois me deu um soco,um pouco mais leve que de costume.

-Você não vai para sua casa não,Sam?-falei como se estivesse incomodado,sabia que isso seria um estímulo para ela não ir embora.Era isso que eu queria.-Já são quase dez horas.

Ela me olhou como se eu tivesse algum tipo de problema.

-Você está vendo alguma nadadeira ou barbatana em mim?-ela agitou os braços.-Pois é...então você pode me explicar qual sua grande idéia para eu ir para minha casa?Porque se você não percebeu,Seattle está debaixo d'água!-ela colocou no canal de notícias local,e estava passando a notícia de ruas alagadas.

A chuva realmente estava assustadora lá fora.

Então...Sam passaria a noite comigo.Tive de me segurar para não demonstrar felicidade.

Mas,apesar de tudo,eu estava morrendo de sono,não dormira bem noite passada e este fora um dia cansativo.

-Bom...-disse enquanto me levantava.-Vou dormir.

-Tenha pesadelos!-ela disse,sem desviar a atenção da TV.

Ela estava assistindo a um filme completamente violento,de políciais.

-Então...vamos?-perguntei gesticulando para a escada.Ela me deu um olhar de surpresa misturado com fúria.

Foi então que percebi o quão idiota eu fui,ela com certeza interpretara tudo errado!

-Você está me chamando para dormir com...você?!-disse,se pondo em pé e cerrando os punhos.

Me apressei em falar,sabia o que ela estava prestes a fazer.

-Não Sam!Não é...-e o murro veio certeiro,me calando.

O.k. eu formei minha frase de uma forma descuidada,mas eu não tinha más intenções com ela.

Eu estava sem ar por causa do soco na barriga.

-É só que...-tentei pegar fôlego.-minha mãe vai chegar...e ela não pode...saber que você está aqui!-consegui concluir.

Ela pareceu entender.

-Ah...é,eu me esqueci disso...-olhou para o lado.-Onde eu vou ficar?

-Olha,nós não temos quarto de hóspedes...-falei sem jeito.

Ela me olhou confusa.

-Onde eu fico então?

Senti meu rosto ficando quente.

-No meu...hum...no meu quarto.-esperei o soco,mas tudo que ela fez foi respirar fundo e dar um grunhido.

Ela me empurrou,caí sentado no sofá,passou por mim e disse:

-Cama...-apontou os polegares para si mesma.-Chão...-apontou os indicadores para mim.

Então a loira foi em direção as escadas,rumo ao meu quarto,que,hoje,seria "nosso quarto".

Essa será uma longe noite...