A Caçada escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 11
Capítulo 11 - Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que o final ficou MUITO rápido, me desculpem! Narrado pela Lana.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/162123/chapter/11

Em um momento eu era eu mesma, Lana, e no outro eu tinha virado uma “Barbie pronta para a balada”.

Eu usava um vestido. Um vestido!!! Até uma saia seria mais aceitável, mas lá estava eu, Lana Simon, usando um vestido; Isso ia contra as regras de todo o universo.

Tudo bem que ele, pelo menos as cores dele, eram legais. Roxo e preto. Dava um estilo mais rock, que era mias minha cara do que o vestido de Kate.

Quando olhei para ela, pensei em uma princesa. O que me chamou muita atenção foi o sinal em cima da cabeça dela: uma pomba. O sinal sumiu logo após eu ter destinguido sua forma.

Depois disso reparei no que ela vestia. Estava com um vestido igual o meu, mas era preto e rosa. Por sorte eu ficara com o roxo. Eu nunca, na minha vida ia vestir rosa.

Usava uma sapatilha rosa, delicadinha, assim como ela, que me fez olhar para o meus próprios pés, para conferir se eu não estava usando aquilo. Mas não: eu estava com um All Star roxo “estilo velho” que eu amei.

O cabelo de Kate, então! Nem parecia que tinha sido cortado por mim. Estava igualzinho o da Bela de “A Bela e a Fera”. Conferi o meu, preso e liso, como sempre.

Kate estava cheia de acessórios. Pude ver algo brilhando discretamente atrás de seu cabelo: par de brincos. Na minha orelha não tinha nada. Verifiquei meu colar. Tinha mudado, arco e flecha e uma pomba. Não deixava de ser bonito.

E, por fim, Kate estava maquiada. Comecei a passar a mão pelo meu rosto. Nada saia, mas eu mesmo assim senti que tinha algo diferente no meu rosto.

O pior era que toda vez eu olhava para Kate, eu me via. Éramos gêmeas afinal. Eu me via linda e principesca, maquiada e deslumbrante.

Para mim, mesmo sendo idênticas, não fazia sentido. Não era certo tudo aquilo. Mas para Kate ficava perfeito. Mais que perfeito.

Eu não sabia o que aquele símbolo e toda essa transformação significavam. Mas Kate sabia. Ela olhava para si mesma como se estivesse em um sonho, boquiaberta. Tocava o vestido, sentia-o e mesmo assim, parecia não estar convencida de que era real. Sussurrava algo muito baixo, repetindo a mesma frase. Até que eu entendi o que ela dizia:

— Minha mãe... Afrodite...

Então eles disseram alguma coisa que eu não entendi.

Foi como se aquela revelação tivesse atordoado os meus sentidos. Meus olhos estavam embaçados, meus ouvidos não captavam nenhum som e meu nariz estava congestionado, pois eu não sentia nenhum cheiro, nem da fumaça. Só o meu paladar e tato funcionavam direito, pois eu sentia um gosto ruim na boca e sentia a maciez do vestido.

Afrodite era minha mãe. Deusa da beleza e do amor. Não tinha da a ver comigo. Eu não era bonita. Não como as filha de Afrodi... “Não como minhas meias-irmãs”, corrigi, contra minha vontade. E não era o tipo de garota que se apaixonava por garotos. Nem tinha certeza se iria me apaixonar um dia.

E é claro que eu nunca ia me dar bem com as minhas meias-irmãs e meios-irmãos. Elas nos olhavam como se fossemos uma tendência que elas já superaram.

Talvez alguns fossem legais, como por exemplo, Piper. Das poucas vezes que já conversamos com ela, pudemos perceber que ela era realmente legal.

Minha visão começou a voltar ao normal. Vi todos se abaixados, aos poucos se levantando e sentando. Minha audição devia ter voltado também, mas todos estavam tão quietos que nem havia muito bulho.

Aqueles que menos nos conheciam não tinham uma expressão definida. Tédio, talvez. As Caçadoras estavam realmente muito surpresas, igual a mim. As minhas meias-irmãs tinham expressão de aversão, a grande parte. Piper sorria como se sempre soubesse disso. James encarava Kate, é claro, sempre caído por ela.

A verdade é que eu nunca ia saber como Kate não percebia o quanto James gostava dela. Ou então ela se fazia de desentendida.

— Se quiserem se juntar já com suas irmãs e irmãos... — Quíron disse, me tirando dos meus pensamentos. Eu realmente não queria. Olhei para Kate e ela parecia compartilhar o mesmo pensamento que eu. Porém fomos se juntar com o chalé de Afrodite, para não parecermos mal-educadas.

— Bem vindas ao chalé, garotas! — Piper sorriu para nós.

Nos sentamos atrás de todos do chalé, evitando os olhares das pessoas. A cantoria recomeçou, Phoebe retomou sua discussão com Quíron, como se nada tivesse acontecido.

— Isso é incrível — eu disse.

— É perfeito! — Kate disse.

— Kate! Não é incrível de um modo bom! — chamei-a para a vida real — Olhe só para elas. Nos odeiam. Não temos nada a ver com isso. Não nos encaixamos aqui.

— Piper é legal — Kate disse, parecendo uma criancinha que não entendia o quanto algo era errado.

— É. Mas nem todos são.

— Lana! É perfeito! Olhe isso que estamos usando. Nem papai tinha condição de comprar tudo isso. — Ergueu o rosto para o céu. — Ah, mãe, nunca tire esse cabelo de mim!

Revirei os olhos. Kate não se preocupava com nada. Ela devia. Tínhamos um monte de irmãs chatas agora. Não seria mais só nós duas, que nos entendíamos.

— Lana, relaxe — Kate disse, reparando na minha expressão. — Não é como se fosse o fim do mundo. Temos nós duas ainda e não devemos nada para elas. Não precisamos provar nada para elas.

Olhei para aquele rosto tranquilo, tentando me acalmar. Era sempre o contrário. Eu sempre acalmava Kate sobre tudo. Estávamos trocando de lugar.

O mais engraçado é que algo no tom da voz dela me convencia que tudo ia ficar bem. Não era como quando ela falou com a professora ou com o cara do carro. Era como se estivesse falando comigo mesmo, sua irmã.

Percebi que Kate já não era minha “maninha”. Ela tinha crescido. Amadurecido. Sorri com esse pensamento.

— O que foi? — Kate perguntou, sorrindo.

— Nada, mana. Só é bom ter você aqui.

Ela me abraçou. Eu senti que ela era minha única família. Eu podia ter uma mãe e um monte de irmãs e irmãos, mas apenas Kate era minha verdadeira família.

Eu encarava as Caçadoras como uma família também. Elas eram legais, unidas. Eu gostava de ficar junto com elas.

Esse pensamento me fez voltar para onde Phoebe estava, junto com Quíron. Ele parecia mais convencido do que antes, quando uma garota foi chamada:

— Rachel! — Aquele chamado foi o suficiente para todos pararem com a cantoria. Quem quer que fosse Rachel, devia ser muito respeitada.

Rachel apareceu. Respeitada? Não. Parecia apenas uma garota normal, ruiva e legal.

Rachel andou até onde Quíron e Phoebe estavam. Ele explicou algo baixinho e ela concordou.

Ficou de frente para Phoebe. Todos se preparavam para o que ia vir. Um banquinho foi posto para Rachel.

Ela abriu a boca e foi como se todo mundo respirasse bem fundo em sintonia.

— Nada — Rachel disse. — Me desculpe.

— O Oráculo — Kate disse, me fazendo entender tudo. Sem pensar, me levantei e fui até Rachel. Kate me seguiu.

Cheguei onde eles estavam e me pus a frente de Phoebe, com Kate ao meu lado.

— Tem certeza? — perguntei.

E foi aqui que aconteceu. Os olhos de Rachel pareciam brilhar de verde e uma névoa saiu de algo lugar dela, envolvendo eu e Kate. Rachel abrir a boca de novo, mas dessa vez o que saiu foi bem diferente.


“A terra terão que evitar

Até que ela foi tudo o que lhes restar

Seis, campistas e Caçadoras, terão de se ajudar

Até que encontrem algo que possam os guiar

No caminho, três se perderão

E três não voltarão”


Ficamos todos quietos, pasmos. Como chamavam aquilo? Profecia. Aquilo tinha sido meio assustador.

O pior é que eu estava no meio daqueles “seis”. Não me agradava.

Quíron suspirou.

— Seis. — Isso com certeza significava que se seis saíssem do acampamento, não ia ser nada bom. — Muito bem. Acho que agora sabemos que temos que buscar as Caçadoras. Vão ter que escolher.

— Mas quem é o líder dessa... desse... — Eu não sabia qual era a palavra certa.

— Missão? — Phoebe completou.

— Lana e Kate — Rachel respondeu. — Precisam de mais quatro campistas e Caçadoras.

— Phoebe e Mary — eu disse, sem hesitar. Elas eram as duas únicas Caçadoras que ainda “restavam”, por assim dizer. As únicas que estava boas o suficiente para ir.

Faltavam dois...

— Oliver — Kate disse. — Ele era e continua sendo nosso protetor.

Ainda faltava um. Olhei para todos ali. Não tinha mais ninguém. Os campistas sentiram isso, mas não estava tão animados a se candidatar. Afinal, três não voltariam.

Uma mão se levantou. Com certeza um louco.

— Eu!

Reconheci aquela voz. Olhei do lado. Kate assentiu, hesitante. Pelo jeito não queria pô-lo em perigo. Olhe então para as duas Caçadoras ao meu lado.

Eu não queria tanto quanto as Caçadoras que ele fosse. Mas ele tinha se eleito para a morte. Não teríamos a sorte de encontrar outra pessoa que fizesse o mesmo.

— Preferimos uma menina — Mary disse.

— É a única pessoa que temos — Kate disse, suplicante. — Ora, ele não é tão ruim assim.

Phoebe deu de ombros.

— Vocês lideram isso. Vocês escolhem.

Eu e Kate assentimos ao mesmo tempo. Ele se levantou no meio de toda aquela multidão e, sorrindo, se pôs ao nosso lado.

— Então... Vamos caçar algumas Caçadoras! — James disse, tentando ser engraçado. Não funcionou. As Caçadoras reviraram os olhos.

Ah, seria uma ótima caçada.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? (Profecia fail kk)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Caçada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.