Heróis escrita por Oceansoul


Capítulo 1
Capítulo um


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu dei uma olhada antes de postar, e essa é a primeira fic de Olimpo em Guerra. Então, se há algum fã como eu, espero que goste e aproveite :]
Primeiro Capitulo. Enjoy!



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Emily estava levando uma vida muito boa. Ela, que deveria ter morrido para salvar o Olimpo, de alguma maneira pode renascer e restaurar tudo que havia se perdido e salvar os olímpicos.

Passou um tempo no Olimpo, com Pegasus e seu amigo Joel para ajudar na reconstrução de palácios, templos e moradias, mas ainda tinha seus 13 anos, e teve que voltar a Nova York para estudar.

Convidou Joel para morar com ela no apartamento, e depois de muito insistir fez com que ele aceitasse. Diana e Paelen iam constantemente com Pegasus os visitar, mas tomando muito cuidado para não serem vistos por ai voando.

Estava tudo muito bom. Joel e Emily não tinham as mesmas aulas todos os dias, mas pelo menos nas aulas de Matemática, Geografia, Ciências e no intervalo, estavam sempre juntos. Isso, até uma garota indesejada – na opinião de Emily. – chegar à escola.

Era uma tarde comum na aula de Geografia, quando a diretora do colégio entrou na sala com uma garota ao seu lado.

Ela chamou um pouco a atenção de algumas pessoas. Tinha cabelo liso, preto e todo repicado. Olhos azuis elétricos e a pele bem pálida. Usava roupa toda preta.

Jaqueta de couro, uma camiseta com uma caveira prateada por baixo, jeans surrados e coturnos.

Enquanto a diretora explicava algo para a professora, a garota passou os olhos pela sala, e parou em Emily. Não. Parou em Joel, na última mesa, logo atrás dela, na fileira da janela. A garota o fitou por um tempo, ate que ele percebeu e ela desviou o olhar.

A diretora anunciou a nova aluna sorrindo.

- Vamos querida – ela disse -, apresente-se.

A garota revirou os olhos, irritada, como se fizesse aquilo pela milionésima vez.

 - Meu nome é Barbara McCalister – ela anunciou –, tenho 13 anos e venho de San Francisco.

Poucos prestaram atenção, então diretora pediu que ela se sentasse.

Barbara caminhou até a mesa ao lado de Emily. Sentou-se e jogou uma mochila preta surrada no chão aos seus pés.

- Ahn... Seja bem vinda. – Emily conseguiu dizer depois de um tempo.

- Obrigada. – Ela respondeu fria.

- Bom, vamos começar um trabalho que mencionei na ultima aula com vocês turma. – A professora anunciou depois que a diretora saiu da sala.

 Joel havia faltado na ultima aula de geografia, o que complicou a vida de Emily, e ela teve de combinar o trabalho com Elizabeth, a garota mais próxima de si na turma.

Emily e Joel estavam sempre tentando fazer trabalhos um com o outro, por não terem muitos amigos.

- Joel – Emily se virou para Joel encostando-se na parede. -, você faltou aquele dia então eu...

- Não se preocupe. - Joel disse sorrindo. – Eu arranjo um nerd para me ajudar.

Ela retribuiu o sorriso até que Elizabeth apareceu chamando Emily.

Quando todos já estavam em duplas, apenas Joel e Barbara estavam sozinhos.

- Joel. – A professora disse se aproximando deles. – Por que não faz o trabalho com Barbara?

Joel e Barbara se entre olharam. Ela estava séria, sem emoção alguma, e ele deu um sorriso forçado, que desapareceu ao ver a expressão dela.

A professora sorriu.

- Vocês faram o trabalho juntos. – Então ela saiu andando.

Sem entusiasmo algum, Barbara começou a copiar em uma folha aquilo que a professora passava no quadro branco a caneta.

- Então... – Joel quebrou o silêncio constrangedor. – Você é de São Francisco?

No outro par de mesas mais ou menos ao lado de Joel e Barbara, Emily estava sentada com Elizabeth que copiava tudo, com canetas coloridas e chamativas. Rosa, verde, roxo e vermelho.

-... E aí ele disse que não queria mais ficar comigo! – Elizabeth terminou uma história que começara há pouco. – Acredita nisso? Tudo por causa da vadia da Annie!

Emily não estava prestando atenção, então olhou para ela meio confusa e piscou várias vezes.

- Ah, claro. – Ela disse tentando se parecer interessada. – Isso é... Incrível.

- INCÍVEL? – Elizabeth exclamou irritada. – Você nem estava prestando atenção no que eu disse né?

Emily parou para observar a garota ao seu lado.

Elizabeth era, certamente, bonita. Tinha cabelos castanhos claros cacheados, que emolduravam um belo rosto anguloso, a pele meio bronzeada de todos os fins de semana que passava na Califórnia, olhos verdes musgo sob um par de óculos com hastes vermelhas.

Quando Emily não conhecia Joel direito, e tinha uma vida, relativamente normal, era com ela que estava sempre. Elizabeth alegava que os óculos a deixavam mais bonita, e por isso não usava lentes de contato.

- Desculpe Liza. – Emily se desculpou. – Estava pensando em outra coisa...

- Em Joel? – Elizabeth perguntou.

- O que? Joel? Por que eu estaria... – Emily fez uma pausa percebendo que suas bochechas estavam queimando. – Por que eu estaria pensando em Joel?

- Ahn... Talvez por que der repente vocês começaram a andar por ai juntos, não se largam por um minuto, e bem... Conversam sobre assuntos estranhos como eu já percebi. Vocês têm tudo a ver um com o outro e... Eu sei que você o ama está com ciúmes de Barbara.

- Ah! Cale... A boca! – Emily falou mais rude do que deveria.

Elizabeth pareceu magoada, mas depois de um instante balançou a cabeça negativamente e suspirou.

- É o amor faz isso com as pessoas.

Emily a ignorou, e quando ela voltou a prestar atenção na cópia, voltou a observar Joel e Barbara do outro lado da sala.

Sem perceber, se encheu de ciúmes quando viu que, inesperadamente, os dois conversavam animados.

Joel mostrava a ela os desenhos que tinha de Pegasus em seu caderno, de início, os estranhos que ele fez, e depois, aqueles perfeitos com lindos detalhes, que ele passou a fazer depois de conhecer Emily. Ou melhor, depois de conhecer o próprio Pegasus.

Ela nunca parara para pensar, mas Joel era um incrível artista, e se sentiu estúpida ouvindo os elogios que Barbara fez a ele, e os comentários sobre mitologia que ela conhecia.

Finalmente, sentiu-se aliviada quando o sinal para o intervalo soou. Todos na turma, inclusive Elizabeth, levantaram-se feito loucos e correram para a porta, ficando entalados lá por um bom tempo.

Emily se encontrou com Joel, e para sua infelicidade, Barbara ainda estava com ele.

- O que? É claro que Plutão é mais assustador, ele é o deus do submundo, esqueceu? – Barbara falou jogando a mochila nas costas.

- Posso dizer – Joel disse sem perceber a besteira que iria fazer. -, por experiência própria, que Diana é mais assustadora que Plutão.

- Experiência própria? Que diabos você...

- Olá! – Emily interrompeu antes que Barbara começasse a chamar Joel de louco.

- Oi Emily. – Joel disse sorrindo. – Ahn... Barbara, essa é a Emily.

- É claro, você é a Emily. – Barbara falou com um tom meio acusador, o que foi completamente estranho, considerando que as duas nem se conheciam.

- Já nos falamos uma vez. – Emily lembrou sorrindo meio torto – Eu acho...

- É não posso dizer que aquilo foi uma... Conversa.

Barbara acenou para Joel e saiu da sala sem ao menos se despedir.

Emily ergueu as sobrancelhas olhando para Joel, que deu de ombros e também saiu da sala rindo.

Aquele foi o intervalo mais chato e tedioso da história, na opinião de Emily. Joel e ela comeram um saquinho de salgadinhos de queijo que compraram na cantina, sentaram-se em um banco do ginásio, e ficaram assistindo enquanto uns bandos de garotos suados, fedidos e nojentos corriam atrás de uma bola. Juntos, zombaram da maneira desengonçada de Chris, o garoto nerd que tentava jogar para impressionar as garotas, mas acabava sempre com os óculos quebrados.

Um pouco antes do sinal para voltarem às aulas soar, Emily resolveu tocar no assunto que tanto a incomodava.

- Contou alguma coisa a ela? – Ela perguntou ainda observando o jogo.

- A quem? – Joel falou em meio a mastigadas de salgadinhos de queijo.

- A garota nova, Barbara, não contou nada a ela né? – Emily perguntou novamente.

- É claro que não... – Joel virou o pacote de salgadinho para comer o farelo. – É um segredo nosso. Lembra-se? Naquela noite no Olimpo?

- É claro que sim, como me esquecer daquele dia? – Emily então se virou e olhou para o próprio pulso sorrindo.

- Noite, Emily. – Joel corrigiu, desta vez jogando o pacote do salgadinho no lixo. – Estava de noite.

Emily olhou para ele, pronta para lhe dar um tabefe, quando viu o seu rosto todo sujo por um pó alaranjado.

- Tomou um banho de salgadinho foi? – Ela disse caindo na gargalhada.

Joel bagunçou o próprio cabelo e se levantou indo em direção ao banheiro masculino.

Quando o sinal para voltar às aulas soou, Emily passou por ele correndo.

- Te vejo na saída! – Ela gritou subindo para a sua aula de História.

Emily entrou na sala de aula, e a professora de história já estava em sua mesa arrumando um maço de papéis. Droga – ela pensou. – a prova de história!

Como sempre fazia, sentou-se desconfortavelmente em uma das ultimas mesas ao lado da janela.

Pegou sua bolsa, com o caderno, quando procurava a caneta que por o caso estava jogada ali, ela se deparou com algo brilhante enroscado no zíper.

Era uma corrente. Irritada, Emily a puxou, arrebentando tanto o zíper como a corrente, e quando seu pingente caiu no chão, Emily se arrependeu completamente do que fez.

Era um medalhão, prateado e em formato de coração. Ela o pegou do chão, e abriu revelando uma pequena foto de sua mãe, e outra de seu pai.

Emily havia esquecido completamente daquilo.

Ganhara de sua mãe mais ou menos aos 7 anos, e o usara todos os dias até completar seus 11 anos, quando declarou que, de acordo com as meninas da escola, o pingente era muito grande e cafona, então parou de usá-lo, deixou em uma bolsa, e o esqueceu completamente.

Cafona... – Emily pensou. – Tão ridículo. Quem se importa com a aparência? Eu me esqueci do medalhão e agora é uma das poucas lembranças que tenho, já que perdi minha mãe, e meu pai também.

Quando guardou o medalhão e se voltou para a aula, as provas já haviam sido entregues e explicadas.

Emily suspirou, virou-se para folha, pegou uma caneta e tentou se concentrar, o que é muito difícil quando se está em meio às lágrimas.

- Professora, posso ir tomar água? – Emily pediu levantando a mão.

- Acabamos de voltar do intervalo Emily, da próxima vez você... – A professora se interrompeu. Olhou para Emily e viu seus olhos ficarem avermelhados. – É claro; Volte logo. – Ela disse afinal.

Emily se levantou, e ao sair da sala correu em direção ao lugar que mais gostava da escola. Era uma casinha, que ficava abandonada no final do pátio, aonde quase ninguém ia. Ali já havia sido depósito de gás, a sala dos materiais, a sede do time de futebol do colégio e até sala de aula, mas sempre de maneira provisória, e no momento, se encontrava vazia.

A porta estava com a maçaneta quebrada, obra de Joel, que o fizera quando tentaram entrar e estava trancada.

Ela entrou, fechou a porta, e logo se encostando a ela, escorregou até chão e abraçou os joelhos já soluçando em meio às lágrimas.

Pensou em seu pai. Na UCP, e como foi difícil sair de lá, ainda mais sabendo que não poderia voltar tão cedo para procurá-lo. O assunto era delicado, impossível de se tratar com a polícia, por isso os Olímpicos estavam em busca de notícias dele como um favor a Emily. Mas desde de seu desaparecimento, não tinham nada. Nenhuma pista, nenhum sinal. Nada que dissesse que ele estava vivo. E no fundo, Emily tinha certeza, e se preparava para o pior. Para receber a notícia de sua morte a qualquer momento. Ou nem receber. Esperar por ele por muito tempo, mesmo sabendo que não retornaria.

Emily chorou até suas lágrimas secarem completamente, o que demorou bastante, pois a dias ela segurava sua dor, impedia as lágrimas de escorrerem por seu rosto. E ali, sozinha, sem ninguém para ver sua fraqueza, ela chorou, soluçou, e até gritou. Depois de se acalmar, ficou lá. Sentada em um canto, pensando.

Saiu quando o sinal para ir embora soou. Correu até a sala de sua ultima aula. A professora havia guardado sua mochila lá, já que ela foi “tomar água”, e não voltou.

Correndo muito, se encontrou com Joel no portão da saída.

- Oi, Joel. – Emily o alcançou, e o puxou pela camisa.

Ele se virou, e sorriu.

- Ah, estava preocupado, o que houve com... – Joel se interrompeu. Ele suspirou e afagou o rosto de Emily com a mão. – Emily... – Ele sussurrou parecendo preocupado.

Emily se lembrou de não ter lavado o rosto, provavelmente ainda tinha a aparência de que havia chorado muito.

- Eu estou bem. – Ela afastou a mão de Joel e a segurou o puxando para fora da escola.

Quando chegaram ao apartamento, Joel foi tomar um banho e Emily foi esquentar a macarronada congelada que comprara no mercado para o almoço.

As vezes, ela se sentia meio constrangida por morar sozinha com ele. Dois adolescentes, de 13 anos morando sozinhos em um apartamento de Nova York.

Muito estranho.

Por isso, Vesta, Diana e os outros olímpicos meio que tomavam conta deles como agradecimento. Trocavam as moedas de ouro do Olimpo por dinheiro para eles; quando era necessário, compareciam em reuniões de escola e fingiam ser responsáveis. E para eles, até que estava tudo muito bom.

Joel saiu do chuveiro, vestiu uma calça jeans preta, e uma camiseta comum de uma banda de rock. Ele se encontrou com Emily na cozinha, que ainda estava de uniforme, e seu cabelo estava em um coque mal feito, arrumando metade da mesa para os dois.

- Ah, aí esta você. – Ela falou colocando uma travessa na mesa. – Acabou de ficar pronto.

- Não seja estranha Emily. – Joel se sentou-se à mesa. – Vá se trocar, ainda está com a roupa da escola.

- Eu estou com fome. – Emily reclamou se sentando em frente a Joel. – E amanhã não teremos aula.

- Você quem sabe. – Joel já havia se servido e estava comendo. – Andou chorando essa tarde?

- O que? Eu?

Os dois se encararam por um tempo. Joel com fios de macarrão pendendo da boca fechada, e Emily com o garfo cheio no ar.

- Eu já estou bem, ok? – Emily falou afinal.

- Isso eu sei. Só queria saber o motivo.

- Até parece que você não sabe.

Novamente os dois se encararam.

- Emily – Joel falou. –, sabe que estão procurando por ele.

- Acho que não há mais o porquê procurar Joel.

- Não seja pessimista!

- Não é questão de pessimismo! Eu sei, eu sinto que meu pai se foi.

- A chama... Você sabe que não pode...

Emily, para a surpresa de Joel deixou escapar um palavrão.

- Eu perdi a fome.

Ela se levantou indo para seu quarto, mas Joel segurou-a pelo pulso a impedindo.

 - Me desculpe. – Ele sussurrou, e antes que ela pudesse protestar a abraçou.

Emily acabou retribuindo ao abraço, mas ainda estava confusa.

- Joel eu... Eu estou bem, ok? – Ela falou encabulada.

- Talvez eu não esteja Emily. – Joel se afastou um pouco dela e a segurou levemente pelos ombros. – Você sabe. Meus pais e meu irmão morreram em um acidente. Estão enterrados e é come se eu praticamente os tivesse visto morrer. Você perdeu sua mãe também, provavelmente foi ao velório e presenciou quando foi enterrada, e nada disso pode ser revertido.

Um nó se formou na garganta de Emily.

- Ok, agora eu não estou bem. – Ela disse, e tentou se desvencilhar dos braços de Joel, mas ele a segurou.

- Não. Escute. Eles morreram, e nós sabemos disso. Mas o seu pai não. Você não viu, não presenciou. Simplesmente não sabe o que aconteceu, ele sumiu, e não pode tentar se enganar dizendo a si mesma que ele está morto. Acredite nele Emily. Acredite que ele está vivo e que vão se encontrar de novo, e eu sei que isso vai acontecer. Eu prometo para você que vou te ajudar a encontrá-lo. Então, por hora... Relaxe ok? Por que quando vejo você triste... – Joel hesitou um pouco, mas enfim concluiu a frase: - Bem... Isso faz com que eu me sinta assim também.

- Joel... – Emily estava com sua voz embargada, mas não era por tristeza. Era por felicidade. Felicidade de saber que tinha alguém como Joel ao seu lado. Ela que antes tinha medo até de sentar perto dele na escola, agora tinha certeza de que ele era importante para si. Gostava dele e faria qualquer coisa para ajudá-lo. Qualquer coisa. – Obrigada. – Ela sussurrou o abraçando fortemente.

Ficaram abraçados. Desfrutando do calor um do outro, até que um som de pigarro os interrompeu.

Os dois se separaram um pouco assustados, e olharam em direção ao som.

Era Vesta. De pé, no meio da cozinha, usando um belo vestido marrom com a barra roçando no chão. Uma echarpe da mesma cor nos ombros, entrelaçada uma vez em seu braço. O cabelo castanho escuro trançado com fitas de ouro e o rosto fino com leves toques de maquiagem.

- Olá, minha, criança. – Ela disse sorrindo. 


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Mandem reviews. Críticas que sejam construtivas são bem vindas. Elogios também, é claro!
Obrigada por lerem, e talvez eu mude o Título da história, por isso não tenho uma capa. Mas logo isso será providenciado ok?
Beijos, e se gostarem e enviarem os reviews, em breve eu volto com mais :]