Skinny Love escrita por Jess_1995, Leticya Scaardinne


Capítulo 2
Capítulo Único




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Capítulo Único


2 meses depois...

Certo, isso já virou palhaçada, o que eu ainda faço aqui porra? Que horas eu irei para o céu ou para inferno, ou qualquer outro lugar em que eu não ouça as lamentações ou o choro irritante de Edward?

Eu ainda me pergunto se Edward realmente me amava, eu via agora a falta que faço a ele, e realmente estou ficando preocupada, quando ele seguiria a sua vida e arrumaria alguém para completar o seu tão sonhado final feliz? E querendo ou não ele merece casar-se novamente, ter filhos, netos, enfim... Uma família.

Confesso que no começo foi difícil passar por tudo aquilo, a morte do meu filho, nossas brigas, e logo após a minha morte, mas eu estava aqui agora, e Edward deveria estar sofrendo tanto quanto eu, se não mais. Afinal, ele apenas não perdeu um filho, ele me perdeu, perdeu a mulher que agora eu acreditava que amava, e ainda ama.

Ouvi o barulho da porta se abrindo, e logo após as chaves foram jogadas em cima da mesa, Edward estava visivelmente furioso, todo por causa dos malditos tablóides que o julgavam como o culpado da minha morte, algo que eu mesmo fiz no começo.

— Eu não a matei. — ele gritou furioso, lagrimas caindo de seus olhos. Eu precisava fazer algo, só não sabia o que, ele não poderia culpar-se mais, eu temia pela sua própria vida — NÃO A MATEI! — gritou novamente, ele se jogou no sofá, chorando compulsivamente — Eu a matei?

 Não! — tentei inutilmente dizer.

— Eu a matei... — ele sussurrou, olhando para um de tantas fotos minhas espalhadas pelo quarto.        

Por um momento me permiti apenas sofrer junto, sem saber ao certo o que fazer, eu só sabia que ainda o amava, eu nunca quis vê-lo assim. Eu queria poder lhe dizer que não foi a sua culpa, que nunca seria, eu me matei, eu estava irritada e bati minha cabeça na maldita torneira, eu me exaltei e perdi o nosso filho, ele sempre teve razão, eu nunca lhe dei a devida atenção, minha carreira sempre esteve em primeiro lugar, eu sempre gostei da fama, do dinheiro, e foi isso que destruiu nosso casamento, que matou o nosso filho, e me matou, eu queria voltar ao tempo e fazer tudo diferente, eu queria poder fazer acontecer o nosso final feliz.

— Droga! — ele gritou, puxando nervosamente os cabelos, algo tão dele — Eu a matei. — ele gritou novamente, o olhei atentamente quando caminhou até o banheiro, jogando suas roupas pelos caminho, e se colocando embaixo da água gelada, algo surreal pois estava muito frio, era inverno em Las Vegas, e isso com certeza lhe faria mal, percebendo o que fez ele girou a torneira de água quente, regulando a temperatura, e a deixando praticamente fervendo, podia se ver a densa fumaça saindo do jato d’água e deixando o azulejo e o espelho embaçados, sentei em cima da pia do banheiro, observando-o enquanto ele praticamente arrancava os cabelos e dizia palavras desconexas sobre o seu suposto homicídio, eu queria fazê-lo entender que ele não era culpado, mas isso era impossível, eu estou morta. Isso me soa tão ruim, deve ser porque é ruim, e estranho, era como se eu estivesse em um sonho, como aqueles em que estamos caindo de algum prédio, ou alguém esta nos perseguindo e sempre caímos e não conseguimos correr.

Suspirei derrotada, nada iria mudar. Encostei-me no espelho do banheiro, vendo ele terminar seu banho e sair enrolando-se na toalha, ele passou por mim sem nem ao menos me ver, claro que ele não me veria, eu estou morta, é tão difícil entender? Sim, muito. Vi quando ele jogou as roupas do armário e foi em direção das gavetas de cuecas, desencostei-me do espelho para observá-lo melhor, parecia que a qualquer momento eu iria sumir e nunca mais vê-lo.

Olhei sobre o meu ombro, não conseguindo ver minha imagem refletida no espelho, pois o mesmo estava embaçado, vi a marca que meu ombro deixou quando eu o encostei ali, lembro bem de quando era criança e ficava escrevendo o meu nome e de algum garotinho da escola, e coraçãozinhos em volta, era tão fofo. Suspirei.

Meu ombro ficou marcado ali? Olhei novamente, eu estava vendo coisas. Afinal isso não era possível, ou era?Coloquei meu dedo do espelho e retirei no mesmo momento, vendo uma marca antes inexistente aparecer ali. Era possível, e eu estava vendo. 

— Eu a matei, meu Deus, eu a matei. — ele gritou novamente. Eu precisava fazer algo, ele estava indo longe de mais. Olhei novamente para o espelho, e foi como fogos de artifícios explodindo em minha mente, e então uma brilhante idéia surgiu. No mesmo instante a coloquei em prática, escrevendo rapidamente no espelho e esperando que Edward pudesse ver as palavras ali escritas. Vi quando ele se dirigiu ao banheiro, tentando inutilmente arrumar os cabelos. No momento em que ultrapassou a porta do banheiro e olhou para o espelho, seus olhos se arregalaram e lágrimas brotaram de seus olhos, os deixando vermelhos e dilatados, e então leu em voz alta os versos ali citados, abrindo um lindo sorriso após...

— Compartilhamos alguns lindos momentos juntos e você fez minha vida. Não tenho arrependimentos. Mas sou somente um capítulo em sua vida, haverá muitos mais. Guarde nossas maravilhosas lembranças, mas, por favor, não tenha medo de construir mais algumas

Então eu senti que era a minha hora de partir, seja lá para onde for, apenas partir.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da estória, ela é continuação de Everytime.



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