Ich Liebe Dich - One Song For You escrita por dastysama


Capítulo 8
Capítulo 8 - O Anjo de Neve


Notas iniciais do capítulo

Um dos capítulos mais lindos do livro na minha opinião, mas é claro que ainda terá vários, espero que gostem *--*



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Eu segui Bill, fui junto com ele para os fundos de sua casa, vi Scotty me espreitar ao longe e soltar um ganido de raiva, pelo visto o cãozinho não fora com minha cara. Atrás dos fundos tinha uma cerca de madeira branca, bem juntas, e eu não notei, mas havia um portãozinho ali, Bill abriu e atravessamos. Havia um terreno tomado pela neve branca e ao fundo podia-se ver um lindo lago congelado e do lado do lago um barracão um pouco mal cuidado.

- Que lindo! – eu disse.

- Sim, ótimo para patinar, apesar de eu não ser muito bom nisso. Mas acho que isso vale a pena, você quer patinar?

- Eu? Não sou muito boa, na verdade sou um desastre.

- Tudo bem, eu também não sei patinar, mas acho que podemos aprender um pouco.

Caminhamos até o pequeno depósito e Bill tirou dois encaixes de patins de gelo para tênis, depois de algum esforço com uma chave de fenda e com as mãos congelando, conseguimos colocar aqueles ferros em nossos tênis. A sensação de patinar não é tão boa como o esperado, você tem a sensação que vai cair a qualquer momento e o mundo parece girar sobre as barras de ferro fininhas que te sustentam. Bill falou sério quando não sabia patinar, ele também tentava ficar parado em cima dos patins, sem muito sucesso.

- Bill, eu não consigo fazer isso! – eu disse tentando ficar quieta, mas me desequilibrei e caí no chão, ou melhor, no gelo frio e congelante daquele lago. Ele veio até a mim, também tentando não cair.

- Espere, vou te ajudar...

Eu peguei suas duas mãos, que estavam descobertas, sem luvas, estavam tão congeladas, mas tocar a pele dele me fez ficar quente. Eu e Bill fizemos força para me levantar, foi muita força para alguém tão magra como eu, o resultado fui eu me levantar rapidamente, mas no mesmo momento caí em cima dele. Eu bati meu rosto na bochecha esquerda dele e senti como ele era frio, mas eu sempre amei frio e aquilo era tão perfeito, chegava a ser quente para mim.

- Me... Me desculpe... – eu disse tentando me levantar, mas eu não devia, pois no mesmo momento encarei aqueles olhos acastanhados que me prendiam de tal forma inexplicável e incoerente.

Foi naquele momento, vendo meu anjo de neve estirado no gelo frio que eu percebi algo que eu não devia perceber, que eu lutei por vários anos contra. Eu estava me apaixonando por ele, não pelo cantor mais famoso da Alemanha, mas sim por um humano de verdade, de carne e osso, não feito de papel texturizado colado na parede de uma garota fanática. Bill Kaulitz tinha deixado de ser meu ídolo para se tornar algo maior, eu não o via mais como uma pessoa que eu correria pela rua pedindo um autografo ou uma foto, eu o via como uma pessoa que eu queria sempre perto de mim, ele parecia tão real naquele momento, como se aquele sonho irreal agora parecia tão possível.

A comparação com o meu Anjo de Neve era que antes eu tentava sempre conseguir tudo sobre ele, eram revistas, pôsteres, CDs, DVDs, mas por mais que eu conseguisse tudo isso eu não chegava nada perto de vê-lo, meu anjo sempre saía imperfeito, com marcas de mãos incapazes de fazer algo. Mas depois, eu percebi que o destino prega armadilhas para as pessoas, e de repente meu anjo de neve saiu perfeito e quem me ajudou foi justo aquela pessoa que antes eu tentava alcançar, mas sempre caía.

- Está tudo bem com você? – perguntou ele ao me ver parada a fitá-lo, sentada no gelo ao seu lado, a mão dele estava perto da minha, ela estava muito fria, ele estava frio.

Eu não consegui me controlar, quando eu já tinha visto eu estava abraçada a ele, eu queria aquecê-lo, era como se o mundo fosse frio o tempo todo e agora eu encontrara um motivo para apreciar o Sol. Eu percebia por que Bill parecia tão inquieto às vezes, com medo de mostrar o que realmente pensava ou sentia, ele vivia em um mundo em que todos se aproximavam por causa do dinheiro e fama, era difícil achar alguém que ele pudesse dizer tudo, por isso não me contou de primeira quem era.

- Dasty? – ele perguntou tremulo.

- Ah me desculpe Bill! – eu disse largando-o, fiquei vermelha, roxa, todas as cores – É que você está muito gelado, não está com frio?

- Agora não estou mais – disse ele sem-graça.

Tentamos se levantar, eu não conseguia encará-lo, o que eu tinha na cabeça? Por que raios eu decidi abraçá-lo? Só por que de repente eu percebi que gosto dele de verdade? Não, não é verdade isso. Não pode ser.

- Eu odeio frio – disse Bill ainda tentando patinar, eu já estava entendo um pouco como se fazia isso.

- É eu sei, você gosta de lugares quentes.

- Sim, você sabe. É estranho conviver com uma pessoa que sabe tudo sobre você, mas você não sabe muito sobre ela.

- Então faça algumas perguntas, talvez assim você possa me conhecer.

- Tudo bem, então... Qual é a sua música favorita do Tokio Hotel?

- Gosto de várias, Don’t Jump, Heilig, Break Away, mas... A que eu mais ouço e gosto é Nach dir kommit nichts.

- E por que gosta mais dela?

- Por que a acho bonita e romântica.

- Romântica? Ela não é muito romântica, na música fala: Eu te odeio, onde você vê romance nisso?

- Por que esse eu te odeio soa mais como: Eu te amo muito, tento te esquecer, te odiar, mas é impossível. E então, achou o romance?

- Então essa música é cheia de romance.

- Sim, e é isso que mais gosto nessa musica, por mais que ela tente passar uma coisa, ela passa outra.

- Eu só queria saber por que eu não te encontrei antes – disse ele começando a patinar melhor e a me olhar.

- Por que talvez nunca daria tão certo como está dando agora.

- Então fico feliz em ter te encontrado agora.

Eu não sabia o que ele sentia por mim, será que ele também estava começando a gostar de mim da mesma maneira que eu dele? Ou talvez ele ainda não se apaixonou por mim, ou quem sabe apenas me vê como uma amiga ou um porto-seguro onde ele pode se sentir bem. Eu não sei, mas não importa, mesmo que eu só possa amá-lo platonicamente, eu quero poder estar perto dele.

Nenhum de nós disse mais nada depois daquilo, pois não éramos muito bons em relacionamentos, eu sabia que ambos tínhamos más lembranças do amor. Para nós o amor era um veneno tomado com gosto, que no final nos encanta, nos ilude, mas depois só fica o gosto amargo da derrota e da perda, e eu não queria sentir isso de novo, nem ele.

Então começou a cair neve, flocos brancos e puros caiam dos ares em todos os lugares, será que eles simbolizavam algo? Como um novo amor a nascer, puro e branco? Eu tentei tirar isso da cabeça, eu não podia pensar nisso, porque hoje eu poderia estar com Bill Kaulitz, amanhã ele podia estar em Turnê pelo mundo e nunca mais nos falaríamos.

Eu estava tão confusa que não percebi que Bill havia patinado até a mim, então ele ficou me olhando, eu não conseguia encará-lo nos olhos, mas mantive meu rosto erguido. Então entre nós caiu um floco de neve, girando levemente, Bill estendeu a mão e o floco caiu bem em sua palma.

- Esse é o nosso floco – disse ele – Promete nunca me esquecer se eu prometer nunca te esquecer?

- O que? – eu disse sem entender nada.

- Dasty, minhas férias um pouco longe da música estão acabando, logo começará turnês, shows, entrevistas e eu não sei como será depois. Por favor, promete nunca me esquecer?

- Eu nunca vou te esquecer, nem que eu tente – eu disse.

- Nem eu.                  

Ele pegou minha mão, e a apertou delicadamente, senti o floco de neve entre nossas mãos se derretendo, aquela era a nossa promessa, manter cada um de nós na mente, mesmo que o cotidiano e a distancia nos impeça de coexistir juntos, nossa mente e memória nos levará um para perto do outro.

Bill cada vez mais se aproximava de mim, meu coração palpitava cada vez mais, mas tentei ficar calma, pois esse seria o nosso primeiro beijo e talvez último, o nosso adeus. Eu fechei meus olhos e deixei minha alma me guiar, deixei meu instinto fazer o que sabia.

- Mas o que é isso? – alguém gritou, Bill e eu viramos assustados para ver quem era, ali se encontrava Cathy – Bill, o que você está fazendo com ela?

- Que? – perguntou ele sem entender.

- Não se faça de sínico! – disse ela vermelha de raiva e vindo em nossa direção, mas ao pisar no rio congelado levou um escorregão e caiu – Droga! Viu o que aconteceu? Tudo sua culpa! Como você pode me iludir desse jeito?

- Mas... Como? Eu não estou entendendo nada – disse ele.

- Está tudo acabado entre nós, não serei mais a Senhora Catherine Richards Dawson Kaulitz! Adeus, Bill e me esqueça! – ela se levantou chorando e saiu correndo de volta para a casa dos Kaulitz.

- Mas o que foi isso? – perguntou Bill.

- Ela gostava de você, na verdade era mais obsessão.

- Eu estou enganado ou as crianças de hoje parecem mais loucas que eu quando tinha a idade delas?

- Talvez o problema dela é que ela é mimada demais. Mas ela vai superar, a não ser que ela pedisse ao pai seu boneco de cera de natal.

- É, ela vai superar – disse ele – Bem está nevando demais, melhor entrarmos.

Saímos do lago congelado e fomos até o depósito e tiramos os nossos patins para ir até a casa de Bill. Por um momento ele iria me beijar de verdade e no outro uma garota mimada sai gritando e nos atrapalha, eu nem o senti se aproximar nem nada, não houve nada. Não tivemos o nosso beijo de adeus.

A casa estava bem mais quente que lá fora e eu percebi que a lenha crepitava na lareira, me aproximei mais do fogo para me aquecer. Ouvi barulhos na escada e vi Tom descendo por elas rindo.

- Bill - disse ele rindo – Sua noiva está lá em cima chorando, mamãe está a consolando, o que você fez a ela?

- Nada demais – disse Bill.

- Ela falou que você a traiu – ele disse rindo mais ainda – O que você estava fazendo com a Dasty?

- Tom, cala a boca um pouco! – disse Bill irritado.

- Tudo bem, então. E ai, Dasty o que aconteceu? – ele perguntou para mim.

- Nada demais também – eu disse, ainda bem que eu estava de costa para ele, se não ele iria ver como eu estava vermelha – Acho que Cathy exagerou um pouco.

- Ah claro! Ela disse que viu vocês se beijando – disse ele – Finalmente o Bill decidiu acabar com a seca!

- Tom, a gente não se beijou, OK? – disse Bill.

- Dasty? – ele perguntou para mim, para ter certeza.

- É sério, Tom, não aconteceu nada – eu disse ficando mais vermelha pensando no que poderia ter acontecido se Cathy não houvesse interrompido.

- Ah Bill como você é mole! – disse Tom – Deixava aquela garotinha de lado e pegava ela de jeito!

Bill levantou-se do sofá e deu um tapa na cabeça de Tom que fez o boné dele voar, depois saiu enfurecido e subiu as escadas, Tom continuou a rir e pegou o seu boné e foi em direção a cozinha ainda rindo alto. Continuei a fitar a lareira enquanto eu ouvia passos atrás de mim, me virei e encarei a Senhora Kaulitz.

- Dasty, venha até a cozinha comigo? – perguntou ela, eu a acompanhei, na cozinha Tom pegara um bolinho e estava comendo – Tom! Eu ainda nem coloquei a cobertura! Pode chispar daqui, ainda estou terminando!

- Ah, mas está bom assim!

- Bem que você poderia conversar com seu irmão, não é?

- Ah, claro – disse ele emburrado saindo da cozinha, mas não antes de pegar outro bolinho.

Eu me sentei-me à mesa, enquanto ela pegava cobertura de chocolate e passava em cima dos bolinhos, mas alguns ela não passava, talvez fossem para o Bill já que ele não era muito fã de chocolate.

- O Bill fala muito de você – disse ela – Você é a primeira pessoa que ele vira amigo tão rápido, na maioria das vezes ele prefere ficar perto dos conhecidos a fazer novos amigos.

- É, ele me falou algo sobre isso. Fico feliz de poder ser amiga dele.

- É só amizade que você tem por ele? – ela perguntou com um sorriso.

- Ah... É...

O que eu ia falar? Eu estava tão vermelha quanto antes na frente da lareira. Quem estava perguntando isso era mãe do garoto que eu gostava, como eu poderia dizer tudo para ela? O que ela pensaria?

- Pode contar para mim, não vou crucificá-la por causa disso – disse ela dando um sorriso amigável.

- A gente se conhece faz pouco tempo... – eu disse – Não aconteceu ainda nada de mais e ele é um grande amigo, mas...

- Mas?

- É que eu acho... Que talvez... Eu goste dele um pouco mais do que apenas amigo, é que quando você convive com uma pessoa igual ao Bill... É meio que impossível não acabar gostando dele...

- É eu percebi isso, apesar de ele não ter dito ainda que ele gosta de verdade de você, ele não para de falar de você, fica olhando o celular toda hora para ver se tem alguma mensagem sua e fica cantando toda hora, além de estar comendo melhor. Ele está se recuperando daquele estresse que ele adquiriu quando viajava a todo o momento, fazia show em vários lugares, ele tinha pouco tempo para se dedicar a si mesmo.

- Fico feliz em saber disso, eu quero que ele fique melhor logo e que possa fazer a coisas que mais gosta: cantar.

- É logo vai voltar a mesma correria de antes – disse ela suspirando – Eu queria que você tivesse o conhecido só um pouco antes. Queria que vocês dois pudessem ter se amado um pouco antes, nem começou direito, só um beijo.

- Não houve beijo, Senhora Kaulitz – eu disse me sentindo mal – Cathy exagerou um pouco em seus detalhes, não houve nada, não começamos.

- O que? Mas ela disse tinha os pegados bem em cena.

- Na verdade quase, Cathy chegou bem no momento, então não aconteceu.

- Estavam falando de mim? – disse Cathy aparecendo na escada – Quero ir embora Dasty, já está tarde.

- Sim, já temos que ir mesmo – eu disse me levantando – Muito obrigada Senhora Kaulitz por tudo.

- Não foi nada – disse ela – Aqui está um bolinho para você, gosta de chocolate não é?

- Sim, muito obrigada! Temos que ir.

Disse adeus para ela, eu pensei em subir as escadas e dizer adeus a Bill, mas ele parecia estar bravo e eu não queria incomodá-lo, então fui direto para a porta junto com Cathy.

- Senhora Kaulitz, você diz adeus para o Bill por mim?

- Claro, Dasty.

- E que vou sentir muita a falta dele, que ele foi uma das pessoas mais importante na minha vida.

Ela falou que sim, ela me segurou antes dizendo que eu devia ir falar com ele pessoalmente, mas eu disse que ele não estava bem e que era melhor deixá-lo a sós, conversando com o irmão. Enquanto Cathy e eu entravamos no táxi, eu me encostei-me ao vidro e deixei cair uma lágrima de saudade pelo o que poderia ter acontecido e não aconteceu, aquele dia tinha acabado e nunca mais voltaria, e eu estava sozinha.


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Notas finais do capítulo

Talvez demore para eu postar mais capitulos, não sei, mas vou postar sim! É que tenho que escrever mais tambem e fazer as imagens de cada capitulo. Obrigado pelos reviews e por estarem gostando!!!



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