Não vai tirar ele de mim.

         “Você deveria ter ficado em casa.” disse meu pai pela milionésima vez enquanto caminhávamos pelo claro e bem iluminado corredor.

         “Edward, deixa a menina.” minha mãe me protegeu. “Ela precisa vê-lo.”

         “Tio Edward não adianta você brigar como ela, não dá mais para voltar atrás.” disse Melissa.

         “É pelo visto eu perdi mesmo. Não era para você está lá fora vigiando?” ela fez cara de desentendida.

         Meu pai abriu a porta de um quarto. E lá estava ele deitado dormindo calmamente. Nenhum sinal de Catherine ou Pietro. Apenas nós. Corri até seu lado eu peguei a sua mão.

         “Oi.” ouvi a voz de uma mulher do canto da sala. Olhei para lá e tinha uma mulher esguia, com cabelos cacheados e pele mais pálida que o branco da  parede. Não pude dizer que ela não era bonita. Resumi que ela era Catherine. Olhei para a porta fechada.

         “Onde está a minha família?” eu disse me afastando dela.

         “Resolvendo uns probleminhas lá fora.” ela deu um passo e eu recuei. “Não é tão valente quando está sozinha não é?” ela me colocou contra a parede.

         “O que você quer?” eu disse seca e dispensando as suas provocações.

         “Eu tenho uma proposta para você.” ela riu maleficamente. “Pietro meu amor.” ele saiu de um canto escuro que até agora eu não tinha reparado. Ele segurava Daniel pelos braços. “Você o reconhece?”

         “Dan.” eu dei um passo em sua direção. Ela me empurrou conta à parede de novo. Ouvi uma costela minha estralar.

         “Ups, acho que eu too quebrando a bonequinha de porcelana.” ela passou a mão na minha barriga. Tentei me afastar, mas a dor era muito forte. Limitei-me apenas a virar o rosto. “Você vai ter que escolher o Daniel e o seu filho ou o Jacob?”

         “Como você me propõe isso?”

         “Ah querida não quero ter que matar o Dan.” ela passou a unha no meu rosto. “Mas se você escolher o Jacob, ele morre.”

         “Nessie, não ela não vai ser capaz de me matar.” Daniel gritou.

         “Não?” ela riu. “Pietro?” olhei para Pietro que começou arrancar um dos braços dele.

         “Não para.” eu gritei. Ele parou e cuspiu veneno na ferida. Daniel gritou de dor.

         “Então o que você escolhe?” ela deu as costas para mim e caminhou para um armário.

         “Ela não escolhe nenhum.” Disse meu pai.

         Ele entrou na sala derrubando a porta. Ele correu até Catherine e a empurrou contra uma parede que se partiu. Ele aniquilou Pietro tão rapidamente que meus olhos praticamente humanos não conseguiram acompanhar.

         Olhei para o meu lado esquerdo e não vi mais Catherine. Ela havia fugido mais uma vez. Mas ela sabe que Jacob está vivo. E não vai parar com essa obsessão até que ela morra.

         Tentei-me levantar do chão, mas meu corpo tremia e eu não consegui aguentar-me em pé. Tombei para o lado. Contudo, dois pares de mãos gélidas me sustentaram. Daniel e meu pai. Sorri para ele.

         Ergui-me. Sustentei as minhas pernas, mas ainda com o amparo do meu pai e Dan.

         “Você bem?” perguntei a Dan que ainda segurava o braço ferido.

         “Nada que eu não vá sobreviver.” ele sorriu.

         Virei-me e pude me maravilhar com Jacob dormindo calmamente como se nada estivesse acontecendo.

         “Ele não está dormindo.” me pai disse. Virei para ele que me mostrou uma seringa. “Ele foi sedado. Vou chamar o Carlisle.”

         Passei a mão pelo seu rosto sereno. O toque da minha mão fez com que o meu corpo estremece-se. Senti um pequeno formigamento na minha barriga.

         “É o papai filho.” ouvi uma gargalhada atrás de mim. Dan veio até mim e me abraçou.

         “Como é bom te ver feliz.” ele encostou a sua cabeça na minha.

         “Com ele eu posso ser feliz.”