Depois de ser atendida na loja, acompanhava a jovem moça que a guiava até o terceiro piso onde se encontrava os tecidos. De todos os tons, modelos, tamanhos e preços. Diante das variedades que ali se via, somente três dessas lhe chamaram a atenção e que, a partir deste momento, não a fazia se concentrar nos outros tecidos. Portanto, foi vê-los.

Ao se passar longos 15 minutos, os irmãos Renaltiy vieram ver o que a jovem Lizzie fazia na loja. E, encontraram-na em meio aos tecidos.

–Mas o que é isso tudo? Um furação passou por aqui e não ficamos sabendo?

Falou ironicamente enquanto olhava em volta do lugar. Fazendo a moça levantar a cabeça ao ouvir a voz.

–Como? Pode explicar melhor Gustave?

–Ora, ora... Mas é tão claro como a água!

Dizia em tom de zombaria, o que fez irritar à ela.

–Ah, sim... Claro como a água! Realmente... Você é tão... Tão...

–Tão... O que?

Falava incontáveis vezes com tom de curiosidade, o que era barrada pelo silencio. E, a cada vez que perguntava, ia ficando sem paciência.

–Nada não. My Lord.

Falava entre risos enquanto pensava “consegui irrita-lo de vez”. Um dos motivos de ter conseguido, foi a fala “my lord.” O que, por incrível que pareça, ele detestava.

–MY LORD?!

Disse descontrolando seu tom de voz.

“Realmente, ele está furioso.” Pensou arrependida do que fez.

–Ah... Leve na esportiva Gustave!

Disse, tentando conter o riso que teimava aparecer. Enquanto, Jamie começara a rir descontroladamente.

“Talvez o foco da família não seja o controle...” pensou Lizzie.

Mas, com o começo das risadas da irmão, Gustave foi mudando a sua expressão e ficando sem graça.

–Ai... Mentira! Meus olhos me enganam neste momento Jamie?

–O que foi?

Disse, em meio às gargalhadas.

–Olha ele...

Cochichou para a jovem ao seu lado.

–Ele está vermelho!

Gritou a moça ao olhar para o jovem de cabeça baixa.

Depois de tanto bagunçarem, resolveram sair da loja. Lizzie pagou os tecidos que levara e comprou umas fitas de seda e cetim.

Em sua casa, desenhava fixa no papel. Estava no seu recinto favorito. Seu quarto, bem iluminado e espaçoso. Nada mais a se esperar vindo de sua casa. Com cortinas de cetim, em tom rosa claro. Paredes beges com um dragão de ouro no teto. Piso branco. Cama de casal redonda, com lençóis de seda rosa. Travesseiros em formato circular, assim como a cama e de tom pérola.

Sentada em uma cadeira com detalhes de puro ouro no apoio, e em sua modéstia escrivaninha de mogno com um espelho na parte superior dela pregado na parede.

Desenhava, contornava, e escrevia nas folhas. Vestidos para bailes que ela mesma criou.

Sempre amou desenhar roupas, mas sentia-se no direito de inovar. E, foi o que ela fez. Mudando as expectativas de cada um naquele recinto. Seja um vilarejo ou uma cidade, todos estavam espantados quando viram, uma prévia dos desenhos que havia feito. Com o apoio da família Renaltiy, juntamente com seu pai Darcy, ela fez os novos lançamentos de moda.

Para mais um dia nas ruas da cidade, resolveu vestir-se diferente. E, desfilando, com um vestido 3 camadas, com tons de rosa perolado, rosa bebe e rosa escuro. o vestido batia 4 dedos abaixo do joelho, o que mostrava um pouco de suas pernas (apesar de escondidas por uma bota preta com prata, ssuavizando o look). O que para a época era uma revolução e tanto na moda.  Acompanhado de um chapéu lateral preto, com um pequeno véu, rosado, cobrindo metade de seu rosto. –M-mas o que... É isso, Lizzie?

–É menina! Estou pasma! E... Admito. Ficou SHOW!

–O que você está dizendo, Jamie? Gostou mesmo disso?

Dizia, cada vez mais espantado seu pai. Ele era um senhor muito respeitado e respeitoso. Com 42 anos de idade, usava barba curta, óculos e sempre andava de terno. E, sempre foi contra ‘revoluções’.

Mais ao longe, se viam dois jovens conversando. Um olhava espantado e encantado com o que via. Já o outro, nem um pouco surpreso, admira a jovem moça com seu visual novo com um sorriso de leve em seus lábios.

–Oh! Você gosta dela, hãn?

–O-o que? Co-como assim?

–Ficou nervoso foi? Ah, relaxa. Eu não vou espalhar por ai que está gostando da jovem Lizzie. Ela é muito boa para você.

–Como?! Há, e para a senhoria aqui... Nem aos pés dela você chegaria.

–Ah, qual é Gustave! Não me humilhe desta forma. Sei que não sou muita coisa, principalmente comparando-me a ti, mas nunca se sabe. Afinal, a mãe da Lizzie não era aquele doce todo que ela disse não. E, dizem que houve controvérsias no casamento dela com o Mr. Darcy. A família não apoiava um casamento de diferenças de classes. Mas, olha... Ela não liga para isso!

–Eu não me referia à classe social em que se encaixa... Ela mesma disse que, se não fosse pelos primos dela terem nos apresentados ela jamais iria pensar que ser minha amiga um dia seria possível. Sempre dizia que tenho cara, sou e pelo jeito sempre serei...-suspirou- Mimado.

Risos. Atenção foi voltada para os jovens rapazes que conversavam tranquilamente na calçada do outro lado onde estava a multidão. E, ao ver que Gustave estava junto com o seu melhor amigo, Michael Gabriel Princeton começou a ir naquela direção. E, ao chegar lá. Gustave estava duro que nem pedra e respirava ofegante, e quando Michael percebeu se endireitou e esperou pela primeira palavra. Dita pela Lizzie.

–Mike?

–S-sim?

–Do que, exatamente, você estava rindo?

–De uma coisa que o Gustave dizia para mim, senhorita.

–Mike?

–S-sim?

–SENHORITA?

–D-desculpe-me. Fui insolente agora a pouco... Lizzie.

–Bem melhor. Ern... Mike?

–Ah, qual é?! Fala logo!

Apesar de seu vocabulário ser muito curto e um pouco informal, todos os jovens o imitavam.

–Nossa! Quanta cortesia!

–D-desculpe.

–Ai, ai. Nunca aprende não? Mas, continuando... Do que se tratava?

–O que?

–As risadas Mike. Em que planeta você pousou agora? Está muito desligado.

Quando ia responder, lembrou-se de seu amigo ali ao seu lado. Ele estava estático, olhando de forma confusa para a jovem à sua frente. Mas, o sorriso estava ali. Escondido em um canto de seus lábios. E, ao ver o amigo daquela forma, acabou dizendo sem pensar muito.

–Ele gosta de você.

–O-o que?

Corando, e dizendo em uníssono. Gustave e Lizzie se olharam por um instante após dizerem aquilo e viraram as faces para direções opostas. Ambos vermelhos.

Antes que pudesse continuar, tampou lhe a boca para impedir que revelasse algo que não devia. E, puxando-o para fora da praça. Deixando todos confusos e curiosos.

Indo em direção à uma rua deserta, começou a brigar com ele.

–Ai... Desculpa ai Gustave. Mas, foi no impulso. Você... Você estava olhando...

–Porque... Você... Falou... AQUILO?

Disse ofegante.

–Mas...

–Mas nada!

Interrompeu o amigo e continuou.

–Agora jamais terei coragem de falar com ela de novo. No que você estava pensando quando disse aquilo?

–Eu te vi olhando daquele jeito pra ela... Ai, saiu.

Olhou-o triste. Pedindo perdão ao amigo.

Na praça, Lizzie ainda confusa juntamente com sua amiga, Jamie, sentadas no banco de lá. Lizzie olhava para o chão atônita, e pensativa. Enquanto Jamie, murmurava um “eu sabia” de um em um minuto.

–Eu sabia que ele gostava de você, mas... Isso... Isso foi demais até para mim! O amigo dele teve que contar, ainda por cima rindo, que falavam de você!

Murmurou, Jamie. Olhando de canto para Lizzie.

–Jamie... Para por favor. Para de ficar falando disso só uns instantes.

–Desculpe-me amiga. Eu aqui falando disso com você bastante preocupada e confusa. Sinto muito, em vez de estar te apoiando só pioro as coisas, não é?

–Ah... Não é isso... É que... Quero um pouco de silencio para juntar as peças. Estou confusa sim, mas não é sua culpa.