Então Eu Nasci... escrita por Jeamalo


Capítulo 6
5. Estranhas Sensações


Notas iniciais do capítulo

Bem, galera esse capítulo é um pouco maior do que os de costume e é dedicado praticamente todo a descoberta de uma pessoa na vida de Nessie. Quem será? Estou adorando escrever a finc que a partir de agora esta na reta final, faltarão apenas mais 5 capítulos para o fim. Apreciem e comentem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/161636/chapter/6

                            5. Estranhas sensações

O tempo transcorria rápido e sem clemencia para mim, logo já não haveria mais espaço em minha bola e eu seria obrigada a abandona-la. Mas isso não me entristecia nem um pouco, pois logo que isso ocorresse eu estaria com meus pais. Não havia nada mais no mundo, não que eu soubesse muito do mundo ou da vida, que eu amasse tanto quanto eles dois. Ou pelo menos assim pensava eu.

Foi em um dia como qualquer outro. Eu estava descansando e tentando não passar mal com as porcarias que insistiam em dar para minha mãe e as quais, infelizmente, eu tinha de dividir com ela. Eu não me lembro com clareza qual foi a primeira palavra que o ouvi dizer, mas mesmo que lembrasse isso não teria importância. Eu passara o dia com a sensação de algo estava pra acontecer, mas nada do que eu tenha vivido até ali – o que não era muita coisa – havia me preparado para aquilo.

Eu já podia sentir sua presença desde antes dele entrar, sabia que aquilo que eu passara o dia esperando acabara de chegar. Estava ansiosa para saber o que seria. Não eu estava eufórica. Seria uma nova descoberta? Uma nova voz? O que seria? Eu ouvi minha mãe falar com ele, através dela pôde ver que ele era alguém importante. Podia ver que ela o amava, mas não como amava o papai ou eu. Não, não dessa maneira.

Estranhas sensações me atingiram quando ouvi sua voz pela primeira vez. Toda a ansiedade e nervosismo foram transformados em uma felicidade sem tamanho. Eu me senti capaz de romper com minha bola naquele exato momento de tão feliz que estava.

No momento em que sua voz se fez presente pela sala, eu não precisei estar conectada a ele, ou saber o que minha mãe sentia por ele para ser totalmente e completamente tomada por aquele calor agradável. Se eu achava que era feliz antes estava ligeiramente enganada, porque agora sim, com a presença dele, tudo estava perfeito.

Naquela primeira vez ele e mamãe conversaram, não sei ao certo porque eles se exaltaram. Não gostei disso. Não gostava quando minha mãe ficava chateada e nem queria que ele ficasse também.

O tempo seguiu e ele sempre voltava, e quando isso acontecia eram sempre as mesmas sensações de felicidade plena e completude que me tomavam.

Sua voz era grave como a de meu pai, mas era mais áspera e forte, meio rouca, ela reverberava nos meus ouvidos de dentro de minha bola. Apesar de ser tudo muito bom aquilo me parecia estranho de certa maneira. Era como se eu estivesse esperando por algo a muito tempo sem nem mesmo saber o que, mas que com sua presença eu a encontrava. Agora eu estava mais empolgada do que nunca de ir para esse mundo novo e também cada vez mais confusa.

Não importava o quão duro ou maçante fosse o dia, no momento em que sentia sua presença tudo ficava bem. Ele nem precisava falar nada, apesar de eu já amar sua voz. Bastava apenas que ele estivesse próximo o suficiente.

Ele e mamãe conversavam muito, e eu podia ver por sua voz que ele também a amava muito. Perguntava-me se ele também me amaria como a ela? Mais, menos? Era notável que eles se gostavam muito, e todos também pareciam gostar dele, exceto pela voz fina e determinada que estava sempre com a mamãe. Ela não gostava nada dele. E pelo que puder perceber, ele também não gostava dela.

Apesar de todo o amor de minha mãe, eu podia sentir um clima de tensão e medo a meu redor, provavelmente proveniente das vozes. Um dos raros momentos onde isso passou, mesmo que por um curto período de tempo, foi, pelo que pude perceber, graças a ele. Até mesmo meu pai riu naquele momento. Eu fiquei feliz por eles. Queria saber o que fora tão divertido para romper com aquele clima tão sério que nos envolvia. Talvez não fosse nada especifico, talvez fosse apenas sua presença que simplesmente acalmava os ânimos. Ele parecia trazer algo de muito bom junto de si. Algo que fazia com que as pessoas próximas a ele ficassem mais felizes. Bem, pelo menos comigo,  com minha mãe por tabela e mais algumas pessoas, como pude notar funcionava.

Um dos melhores momentos marcados por sua presença era quando ele se aproximava bastante de minha mãe. Um calor gostoso me aquecia e entorpecia. Custei a perceber que isso não se dava apenas por sua presença simbólica, mas porque ele era de “fato” mais quente do que o resto das vozes. Ou pelo menos pareceria ser isso.

Se antes eu tinha dois ótimos motivos para querer conhecer esse estranho e desconhecido mundo, agora eu tinha três. Agora eu sabia que tudo estava certo, como deveria ser. Tudo estava completo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Então Eu Nasci..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.