A tarde caía, quando Percy e Annabeth andavam pelas ruas de Nova York. Foram ao cinema, tomaram sorvete, conversaram, enfim, passaram o dia juntos. E visitaram Sally Jackson.
- Pensei que não viriam mais me ver. Desde que se mudaram para o Acampamento... - Ela os recebera assim. Annabeth deu um sorriso envergonhado. Realmente, desde que Percy fora morar no Acampamento, não vinha ver sua mãe, e a garota podia sentir o quanto isso a deixava chateada.
- Podemos entrar, mãe?
- Ah, sim, claro. - A mulher deu um sorriso alegre e deu passagem para os dois. - Mas me digam, o que os trazem aqui?
- Nós, hm, viemos ao cinema, e... ér... resolvemos vir ver como a minha mãe estava... - Percy encarava o chá azul, em uma xícara de porcelana branca. 
- Que bom que estão aqui. Agora me contem as novidades. - A mãe de Percy sorriu.
- Os deuses menores estão se rebelando, agora temos duas deusas por lá para nos ajudar, Quíron está preocupado com tudo, mas tenta não demonstrar... Rachel está estranha faz dias. O de sempre.
- Depois que você derrotou o Senhor Titã, acho que isso é fichinha. - Annabeth e Sally riram. Percy apenas continuou a encarar o chá. - Como assim estranha?
- Irritada, quieta. Não fala com ninguém, se falamos com ela, grita com a gente...
- Posso ir ao banheiro? - Annabeth pediu, já se levantando, e indo em direção ao mesmo.
- Como estão as coisas?
- Eu... eu já disse.
- Digo entre vocês dois. 
- Ah... estamos... - Percy arriou-se na cadeira. - Eu não sei. Sinto que está faltando algo, que não somos mais crianças, mas eu não sei o que fazer, não entendo o que Annabeth quer, o que ela está sentindo. Tenho medo de que ela deixe de gostar de mim, porque eu não sei amá-la do jeito que ela merece. Ela merece mais, muito mais. Alguém que a faça...
- Ela te ama. E isso se deu pelo falo de que você é perfeito para ela. Ninguém mais. Só acho que, realmente, vocês não são mais crianças, talvez devessem pensar em um futuro, casar, ter uma casa, filhos... Sei que meios-sangues tem dificuldades com os monstros, e que o Acampamento é a paixão de vocês, mas olha pelo o que vocês passaram... Morar em um apartamento, e criar seus filhos não pode ser tão mais dificil... Pense nisso. Annabeth merece melhor, sim, mas ela merece o seu melhor. E de mais ninguém. Veja isso em seus olhos. Aliás, me diga, você viveria sem ela? - Percy se surpreendeu quando uma lágrima agitou seu chá azul. Ele não imaginava uma vida em que Annabeth não estivesse. Seus olhos como uma tempestade de verão, seus cabelos com cheiro de limão, seu jeito de deixá-lo tímido, mesmo depois de anos de namoro... 
- Percy, precisamos ir. Já está escurecendo, e eu tenho que assumir o treino de arco e flecha antes das seis. - Annabeth irrompeu a sala antes que o garoto de cabeça abaixada pudesse responder à mãe. 
- Ah, já vão? Então deixe-me preparar um lanche para a viagem. - Sally levantou-se e levou Annabeth em direção à cozinha, tempo suficiente para Percy se recompor, enchugar as lágrimas, mas nenhum pensamento foi colocado em seu devido lugar. Estavam todos embaralhados, deixando o garoto zonzo. 

Percy caminhava pela praia. Em seus pensamentos apenas uma coisa. Annabeth. Foi quando avistou Rachel, e foi ao encontro da oráculo.
- O que faz aqui? - Ele sentou-se ao lado dela na areia.
- Por quê? Não posso? - Ela o encarou irritada. 
- Não quis dizer isso. - Percy agarrou os joelhos e encarou seus pés. - Sabe, eu... estive pensando sobre... dar mais um passo na minha relação com Anna...
- Isso não me interessa! - Rachel gritou, interrompendo a fala do garoto de olhos da cor do mar.
- Não tenho culpa se você está de TPM! 
- Eu não estou de TPM! - A garota levantou-se de um salto, fuzilando Percy com o olhar, e foi em direção à arena de arco e flecha. Percy a seguiu.

Thalia, Clarisse, Nico, Gale, Annabeth, Travis, Connor, Harry e alguns outros treinavam, enquanto Aeráki pegava alguém do chalé de Afrodite. Rachel vinha pisando forte, e esbarrou em Gale. Percy esperou que a garota estressada assassinasse a ànemoi, mas aconteceu o mais improvável. Rachel ficou estupefata olhando para Gale por alguns longos minutos. Até que uma névoa verde saiu da boca da garota, e a fez levitar, pairando no ar, alguns centímetros do chão. Sua voz ficou estranha. Uma profecia estava por vir:

O Olimpo se agita

Uma tempestade se aproxima

Do vento virá o sacrifício

A casa do inimigo chamará de lar

E um outro poder tentará se sacrificar

Rachel teria caído no chão, se Quíron não a tivesse segurado.
- Heróis, aos seus chalés! - Ele deu a ordem. - Os representantesoficiais de cada chalé, na Casa Grande em uma hora! - Thalia segurou o braço de Gale, que ainda olhava o lugar onde Rachel ocupara, levitando, instantes antes.
- Você está bem? - Gale fitou a amiga, mas não disse nada. A profecia ainda ecoava em sua mente.