Guizos Ao Vento escrita por Rach Heck


Capítulo 20
Mais de uma tempestade


Notas iniciais do capítulo

Meus nenéns, me perdoem pela demora, fui muito negligente com vocês né? Me perdoem D: É que com as férias, eu não tive inspiração, mas agora que voltaram as aulas, prometo regularizar isso e postar seeempre!
Espero que não tenham se cansado de mim, e dessa espera interminável D:
PS IMPORTANTÍSSIMO: AO LEREM SOBRE SCANNA ~SCOTT + ANNA~ COLOQUEM PARA TOCAR DON'T FORGET - DEMI LOVATO, PARA ENTRAREM NO CLIMA, PF, É ALGO PARA AJUDÁ-LOS, ORAS (:



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As coisas no Olimpo pioraram drásticamente. O ocorrido no penhasco apenas agitou ainda mais os montros, que tinham agora carta branca dos deuses menores.

As Caçadoras de Ártemis encontravam-se no Acampamento para uma apresentação formal de seviços e ajuda. A deusa encontrava-se no Olimpo e as enviou para ajudar os campistas. Gale saltitava, perguntando por novidades e abraçando a todas.
– Calma Gale, dê um tempo para respirarmos. - Meredith Alvim disse, rindo ao final da frase.
– Posso falar? - Noah Bolchoi surgiu de trás do bando de garotas reunidas. A pele morena jumbo contrastando com seus olhos excessivamente escuros. Era simplesmente linda.
– Não. - Gale disse irônica e de brincadeira, completando com uma doce gargalhada.
– Só acho que o chalé disponível para nós é pequeno demais. - Disse. E as Caçadoras se entreolharam, assentindo. Eram realmente em maior numero que o normal.
– Bom, vocês podem ficar na Mansão. Os campistas que foram lá ontem para ver se conseguiam algo, disseram que está abandonada. Acredito de haja espaço suficiente para todas vocês. - Andalonte entrou na sala carregando uma bandeja com chocolate quente. Nem todas ali eram semideusas, portanto, nem todas podiam beber néctar.
– E também pode ser o nosso quartel general. - Gale deu um pulinho, mas logo sua expressão mudou e ela ficou com cara de quem está em uma guerra, os braços fingindo uma arma de fogo. Thalia bagunçou o cabelo da ànemoi.
– Menos, garota, menos. - Sorriu a filha de Zeus. - Vamos partir o mais rápido possível, precisamos chegar nessa Mansão antes do anoitecer.

O dia estava lindo. O sol brilhava e o vento fazia os guizos no tornozelo da ànemoi soarem como uma alegre canção. O primeiro que avistou foi Grover. Que já estava partindo para outra longa viagem.
– Bom dia! - Exclamou Gale, assustando o sátiro sem querer.
– Bom... Bom dia, Gale. - Ele sorriu ao ver quem era. Grover gostava de Gale. Na verdade, a admiração pela deusa começara desde a primeira vez em que ela lhe falara, ou seja, numa mensagem de íris. Mas Grover sentia uma energia vinda da deusa... Uma energia de Pã.
– Ah... Está partindo novamente? - Ela pareceu desapontada.
– É preciso. - O sátiro sorriu.
– Ah, mas precisamos de você aqui... Vai, só mais alguns dias. - Ela pediu.
– Não sei...
– Grover!
– O.k. Mas apenas alguns dias! - Gale deu um gritinho e abraçou o sátiro.
– Posso lhe pedir um favor?
– Diga.
– Pode avisa à alguns que eu os aguardo na Casa Grande?

Estava tudo no mesmo lugar. E isso era assustador.
– Ual. - Percy esboçou surpresa. - Eu não reclamaria de travar uma batalha aqui.
– Não com uma barreira como esse sofá. - Nico deitou no sofá e fingiu um ronco.

As Caçadoras entraram uma a uma, no rosto uma expressão de desprezo. Era até mesmo insultante trabalharem com garotos, pior ainda, dormirem em uma mesma casa que eles.
– Onde vamos dormir? - Thalia perguntou. A tiara prata reluzindo em seus cabelos.
– Tem um monte de quartos lá em... - Gale começou.
– Não vamos dormir no mesmo teto que um bando de garotos! - Haven Barth disse, a voz esganiçada diante de tal insulto.
– E o que farão? - Annabeth perguntou, inexpressiva, e ocupada demais, tentando se concentrar, Percy estava brincando com seus dedos.
– Tem um jardim enorme lá fora. - A ruiva, Haven, impôs.
– Se é isso que queremos... - Gale pareceu desapontada. Sentia falta do seu quarto.
– Por que não deixam Gale ficar em seu antigo quarto? Afinal, acho que ela se sentiria melhor assim. - Nico propôs, mas as Caçadoras o encararam inexpressíveis.
– Você se sentiria melhor assim, Gale? - Thalia foi a única que atendeu o garoto.
– Eu... - Ela arriou os ombros. - Sim.
– Tudo bem. - A filha de Zeus sorriu. - Vamos, temos tendas para armar. - Ela virou-se para as Caçadoras.

Os filhos de Atena ficaram no primeiro quarto à direita, os filhos de Hefesto no segundo à esquerda, os de Ares no terceiro à esquerda. Nem todos estavam ali, pois o Acampamento ainda precisava de reforços.
– Aqui é tão bonito. - Nico sussurrou, envolvendo a cintura da ànemoi com os braços.
– Eu ficava aqui sempre que podia, olhando o mar, pensando...
– Em mim. - Os dentes dele roçaram o lóbulo da orelha de Gale quando ele riu. - Eu não aguento mais. Sua voz saiu cheia de dor. - Quero poder falar de você, ficar assim com você, até mesmo na frente dos outros... Quero poder...
– Mas não podemos, Nico. Sou uma Caçadora de Ártemis. - Ela se virou e percorreu o rosto do amado com a ponta dos dedos, até que seus lábios encontraram-se com a face de Nico e ele sorriu. - Devemos voltar. Podem sentir a nossa falta, e vão desconfiar. - A deusa parecia preocupada mais com o fato de o que as Caçadoras poderiam fazer se descobrissem o que ela e Nico sentiam um pelo outro, do que pelo fato de alguém sentir a falta deles. Ultimamente andavam sumidos demais.
– Mas ainda é o horário da nossa ronda. - Os braços de Nico ainda envolviam a cintura da deusa, e esta, mesmo querendo parecer relutante quanto à isso, não queria sair dali.
– Logo vai escurecer, por isso vamos olhar pelos outros caminhos do Labirinto . Fazer o que dissemos que viemos fazer. - Ela sorriu e ele lhe beijou a ponta do nariz.

Já era noite quando eles voltaram para a Mansão.
– Gale! - Grover exclamou. - As Caçadoras estão te procurando!
– Por quê? - A ànemoi pareceu confusa.
– Elas disseram que viram um mo... - Mas a deusa com tornozeleira de guizos já havia saído pela porta da sala, arco e flecha em mãos.
– O que... - A ànemoi estatelou ao ver que as Caçadoras riam, cantavam e até mesmo dançavam discretamente, disfarçando como se fossem apenas pequenos saltos de alegria. Sorrisos, e não ataques... O que estava acontecendo?
– A Senhora Ártemis veio nos ajudar! - Meredith ria como uma criança tola, e respondera a pergunta de Gale como se tivesse lido a mente da deusa.
– Ah... Pensei que estivéssemos sendo atacados.
– Pela Lady Ártemis? - A garota de doze anos gargalhou quase com pena. Como se Gale fosse louca.
– Eu não sabia que era ela. - A ànemoi revirou os olhos.
– Gale! - A deusa com aparencia de uma garotinha de dez anos chamou sorrindo. - Senti sua falta. - Mas então seus olhos mudaram de expressão e a boca se tornou uma linha fina. A deusa da caça encarava a deusa das ventanias quase que com censura. - Seu pai, e sua mãe devo acrescentar, não estão nada felizes com essa história de você adotar aqueles monstros como sua família, no lugar deles.
– Observe eu não me importar. - Gale fez cara feia. - Eles nunca me deram atenção, e agora querem falar alguma coisa?
– Eles são seus pais...
– Ah, faça-me o favor!
– Acalme-se. - Ártemis disse em voz baixa ao constatar que o vento tornara-se mais forte.
– É verdade que você veio para ajudar? Pensei que a situação estivesse bem feia no Olimpo. - A ànemoi mudou de assunto bruscamente, talvez para que ela não fizesse nenhuma besteira.
– E está. Mas aqui está bem pior. - Acrescentou a deusa ao ver os olhos perdidos de Gale: - Ou vai ficar pior. E acredite, vai.
– Bom, estamos preparados.
– Por falar nisso, percebi que não tem dormido em sua tenda...
– É. Preferi ficar no meu antigo quarto, na Mansão. Se não tiver problemas...
– Por mim tudo bem. - A ruiva sorriu.

A noite estava gelada quando Gale voltou para a Mansão.
– As Caçadoras estavam me procurando porque viram um monstro, hein. Muito engraçadinho você. - Ela tinha as mãos nos quadris.
– Você não me deixou terminar. Foi correndo antes que eu pudesse completar a frase. - O sátiro balbuciou. - Eu estava dizendo que as Caçadoras tinham dito que viram um movimento, e que achavam ser a deusa Ártemis.
– E por que não falou antes? - A garota com longos cabelos que se assemelhavam ao castanho gargalhou, a risada soando como os guizos em seu tornozelo.
– Por que você saiu correndo antes de eu terminar? - O sátiro a acompanhou nas gargalhadas, mas sua risada lembrava mais um balido do que uma suave melodia.
– Bom, acho que vou dormir. Se algo acontecer, me avise. - A deusa subiu e parou no alto da escada, virou-se e sorriu ternamente para o sátiro. - Não se preocupe, Ártemis não deixará que suas Caçadoras se molhem.
– Do que... - Mas a deusa sumiu por entre o comprido corredor. Um trovão ribombou no céu e Grover entendeu.

Eram quase meia-noite e a chuva ainda caía incessantemente, e com uma força que parecia querer estourar os telhados da Mansão.
– Posso ficar aqui com você? - Uma voz familiar despertou a deusa de seu sono sem sonhos.
– Pode. - O lado esquerdo da enorme cama com dossel afundou sob o peso do outro alguém, e se moveu como um mar revoltou enquanto a pessoa se ajeitava sob as cobertas.
– Não gosto de trovões. - A voz familiar soou novamente. Gale piscou algumas vezes, obrigando seus olhos a se acostumarem a falta de luz.
– Você com medo de trovões? Um filho de Hades com medo de trovões bobos? - Ela gargalhou. A música de sua risada ecoando no cômodo escuro. - Ah, conte outra.

Os raios da manhã entravam pela fresta aberta da cortina. Gale abriu os olhos e encontrou-se deitada no peitoral nu de um garoto, um braço do mesmo a envolvia por baixo do ombro, e o outro apertava protetoramente sua cintura. Ela levantou o olhar.

Os dias transcorreram calmos e lentos antes do primeiro ataque.

Era uma manhã calma e ensolarada. A primeira depois de tantas nubladas e chuvosas. Estava na hora da ronda de Scott Herin, filho de Hefesto, e Anna Stucliff, filha de Atena. Os dois particularmente não se gostavam. Na verdade, eles se odiavam. Culpa de uma filha de Afrodite enciumada pelo que poderia ter acontecido entre os dois. E era algo que terminava em casamento, filhos, e uma linda casa à beira de um lago.

O Labirinto da Mansão estava silencioso demais, e o som da respiração de Scott a deixava irritada. Na verdade, a fazia se arrepiar ao lembrar daquele hálito quente roçando a delicada pele de seu pescoço, sussurrando coisas sem sentido... Mas ela não gostava de memórias. Lembranças a faziam mal.
– Você ouviu? - A voz grave de Scott a tirou de seus devaneios. Ele parecia quase em... Alerta. Ele estava em alerta.
– Ouvi o quê? - Ela o encarou, mesmo que isso fizesse seu coração arder.
– Não estava prestando atenção, como sempre. Pensando em seu futuro brilhante. Sozinha. Como sempre. - A furia em sua voz mascarava, mas ainda se podia ouvir a pontada de dor. Aquilo o magoava, demais, por dentro.
– Isso não é da sua conta. - Na verdade estava pensando em você. Em nós. Foi o que Anna teve vontade de dizer. Mas não podia.

Uma figura turva e sem forma definida se postou à frente deles, impedindo que continuassem a ronda. Scott estava de costas para a coisa, encarando Anna à alguns passos de distância e à sua direita. - A garota de cabelos escuros e sedosos, olhos azuis e boca carnuda encarou o garoto de cabelo raspado e musculos protuberantes à sua frente e depois a coisa indefinida que vinha a seu encontro com uma velocidade indescritivel. E de repente, ela não teve medo de morrer. Qualquer coisa era melhor que não poder amar Scott.

O garoto se virou a tempo de ver a coisa sem forma à três metros. Seus olhos cor de madeira envelhecida não se desviaram nem por um instante do monstro. Ele sacou sua espada, mas ao atingí-lo, este se bipartiu com uma gargalhada enquanto a lâmina cortava o ar.
– Acha mesmo que isso pode me atingir? - Outra gargalhada. - Vou lhe mostrar como posso antingí-lo. - A massa cinzenta se bipartiu e foi em direção à garota de pele quase translucida e seios voluptuosos estatelada à alguns poucos metros.
– Não toque na minha namorada! - Scott urrou furioso. E então, antes que o monstro atingisse Anna, ele entendeu. E como estava mais perto da garota que o monstro, postou-se à frente dela antes que o monstro a atingisse, sendo atingido no lugar de sua amada. - Corra! Chame a Gale, rápido! - Gritou para a menina estatelada, que tentava repassar a cena e constatar se ele havia mesmo a chamado de...

Gale estava em seu quarto. Dormindo.
– Você precisa vir rápido! - A garota fez a deusa dar um salto na enorme cama de dossel e se desvencilhar dos braços que a envolviam.
– O quê? - Perguntou exasperada. Atordoada por ter saído de um sonho estranho, o único que já tivera em toda a sua existência, e que tinha sempre que aqueles braços a envolviam. O sonho era algo sobre uma profecia feita por uma sibila de Apolo.
– Estamos sendo atacados, o Scott está correndo perigo, e só você pode nos ajudar. Senhora. - Completou ao se lembrar que Gale também era uma deusa. Mas era hábito tratá-la por igual, pois ela agia assim.

Em um vulto a deusa já estava do lado de fora. Rápida demais. Tão rápida como o vento. O garoto que abraçava a Caçadora continuou deitado, piscando, entediado. Se tinha medo por ter sido pego deitado numa cama com uma Caçadora de Ártemis?

Não.

Ele era Nico di Angelo.
– Vocês... - Gale parou subtamente, desviando a atenção da luta. - Ah, fala sério. Assim vocês macham meu nome. - O enorme vulto tentou dar uma gargalhada, mas Gale já tinha puxado o laço que perpassava seu vestido, e a flecha atingiu a massa cinzenta, transformando-a em um pó dourado antes que pudesse o fazer.
– O que você pensa que está fazendo? - Urrou a outra metade da massa cinzenta, que havia se bipartido.
– Mandando vocês para o Tártaro. - A deusa sorriu.
– Você deveria aprender a ser menos arrogante, criança. Mas não se preocupe, eu vou lhe ensinar. - Nico e Anna chegaram no exato momento em que a enorme massa já havia tomado quase por completo a forma de um alazão. Anna arquejou, mas logo sua atenção foi desviada para Scott, que estava desmaiado próximo dali.

E então Gale se transformou em uma massa indistinta, um pouco mais clara que o alasão. Sorte a de Nico, que encarava Scott e Anna, pois ver a transformação para a verdadeira forma de um deus poderia tê-lo desintegrado, porém, quando olhou novamente para a deusa, esta era...

Uma raposa feita de algo apenas um pouco mais sólido que o ar.

Foi a vez de Nico arquejar.

Os dois animais se rodearam por alguns minutos antes de a raposa atacar, e com um único golpe acertou no pescoço do alasão, mordendo-o com ferocidade. Este rompeu em pó dourado. A raposa então encarou Nico nos olhos, como se pedisse para que ele se virasse. Quando voltou a olhar para ela, a raposa havia sumido, no lugar, Gale encarava os restos de pó dourado no chão.
– Faça um bom passeio no Tártaro,m ànemoi thuellai.
– Espera... Você acabou de chamá-lo de...
– Ànemoi. Eram espíritos da tempestade, ou venti. Chame Soren Karen.
– Por quê? - Nico arquejou confuso, ainda petrificado pela cena que acabara de presenciar.
– Porque os deuses romanos acabaram de entrar na nossa briga. E estão contra nós. - A deusa saiu andando calmamente, deixando Nico meio perdido ainda e...
– Já acabou? - Anna perguntou, desviando a atenção do rosto de Scott pela primeira vez.


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Notas finais do capítulo

Espero, de coração, que tenham gostado. Este, se puderam perceber, foi o meu MAIOR capitulo até agora... Acho que para compensar o meu deslize... E então, desculpada? D:



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