Guizos Ao Vento escrita por Rach Heck


Capítulo 12
Flores e um fugitivo


Notas iniciais do capítulo

Eu prometi a mim mesma que só iria postar quando tivesse pelo menos 32 reviews, e bom, aqui estou... Nunca cumpro as promessas que faço a mim mesma... Enfim, tentei achar uma musica que simbolizasse o capitulo, afinal, é o inicio de uma trama importante no decorrer da história. Mas não consegui nada. Se conhecer uma musica que se encaixe com os personagens desse momento, não se esqueça de comentar no review que você VAI mandar assim que chegar lá em baixo (: ~ESTOU MALVADA HOJE~ Queria dedicar esse capitulo à Clariebuble, porque ela sabe que pode contar comigo, quando "needar" de alguém para ficar ao seu lado, sem fazer perguntas ou respostas inúteis. E também porque eu sou a neném dela que vive no mundo da fantasia, e ela é a minha rei de ÁRNIA UAHUSHUA O Josh é toodo seu :9 euri



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Já fazia uma semana e Gale se acostumara ao cheiro, ou melhor, fedor. O coração da menina gritava de saudades, e seus pensamentos mostravam uma certa cena na Colina do Pinheiro, e na plantação de morangos, quando Thalia veio avisá-los sobre Ártemis, e a garota percebera que eles tinham as mãos entrelaçadas. Gale balançou a cabeça, afastando os pensamentos e as lágrimas. A lua parecia censurá-la, como Ártemis fizera com Nico na Casa Grande. O vento gélido, vindo do sul, bagunçava os cabelos da deusa, e parecia querer congelar suas lágrimas, o tempo, suas lembranças, e trazer de volta para si aquele que dominava seus pensamentos.
- Por que choras pequenina? - Andalonte surgiu em meio aos arbustos gigantes do Labirinto da Mansão. Gale encontrava-se sentada no banco branco, ainda encarava a lua.
- Eu... eu não sei. Tem um aperto aqui no peito. - Ela não mentia, mas não tirou os olhos da lua. O monstro sentou-se ao seu lado, e o banco arriou. Duas lágrimas do tamanho de poças de chuva tocaram o chão.
- Não se preocupe, tudo vai ficar bem, pequenina. - E com isso Gale adormeceu encostada ao monstro que a tratava mais como filha que seu próprio pai.

A garota corria com seu vestido pêssego, a cor favorita de Scylla, pela Mansão, e o vento lá fora se agitava. Ela dava alegria à casa.

Foi quando uma reunião na sala do chão de mármore negro, era assim que Gale a chamava, a fez estatelar no corredor, e adentrar o cômodo, que não tinha móvel algum, apenas um círculo dourado no centro, com um símbolo estranho. Sala talvez seja um eufemismo, afinal, com o teto de quinze metros de altura, e o tamanho de um campo de futebol... Tudo bem, para os monstros era uma sala. Eles falavam sobre o ritual, e ela se assustou ao saber que este seria dali a dois dias, ao entardecer. Os monstros nem se importaram com a presença da menina, e falavam abertamente sobre o local e o que era necessário. Foi quando uma luz forte irrompeu no centro do círculo dourado, e Gale sentiu que era um deus quem estava por vir.

A mulher de cabelos negros presos num coque nem teve tempo de olhá-la, pois Gale escondeu-se atrás de Andalonte, gritando como uma garotinha assustada.
- Nêmesis! Que bons ventos a trazem aqui? - Gale sentiu seu estômago embrulhar. Os ventos não a trouxeram ali.
- Vim ver como estão os preparativos para amanhã.
- Está tudo certo, falta apenas a...
- Alguém faz essa pirralha calar a boca? - A deusa da vingança berrou.
- Andalonte, leve-a para o seu quarto. - O monstro de três olhos pegou Gale no colo, e a garota afagou o rosto no ombro dele, deixando o cabelo cair sobre a sua cara, e impedindo a deusa de reconhecê-la.

Andalonte a pôs sobre sua cama, e ajoelhou-se.
- Por que choras pequenina? - O monstro de três olhos a encarou compreensivo.
- Não gostei daquela mulher, papai! - O monstro hesitou. Gale às vezes agia como se pudesse ver através da Névoa, como se...
- Como você me vê, Maria? - Gale ainda tinha o medo dançando por suas veias, quase fora descoberta. E Nêmesis parecia tão... Vingativa. Sabe se lá o que iria fazer se a descobrisse. Não que a deusa da vingança tivesse algo contra a ànemoi, mas ela sempre fora severa demais, e isso assustava Gale, a forma como seu olhar faíscava de ódio, sedenta por vinganças, algumas inúteis... A pequena deusa falou sem pensar:
- Como um monstro, oras. - Ela deu de ombros, o medo deixando sua visão turva, e fazendo o vento lá fora agitar as árvores de forma brutal.
- O quê? - Os três olhos de Andalonte se arregalaram, e Gale percebeu a besteira que tinha feito.
- Mas pode tirar essa fantasia. - Ela brincou com o nariz do gigante fazendo vóz de neném, Sua imaginação fértil a salvara. 
- Como sabe que é uma fantasia? - Ele tinha a voz hesitante.
- Porque estou vendo a sua cara feiosa dentro da boca do monstro. - Ela uniu as mãos e as abaixou, levantando os ombros e fazendo cara de dengo.
- E como você sabe que eu não sou o monstro feioso que comeu o seu papai, e que vai te matar de fazer cóssegas? - Andalonte ergueu as mãos e preparou-se para atacar Gale com cóssegas, quando Scylla abriu a porta do quarto da garota.
- Também quero! - Disse ela. A criatura marinha se jogou na cama quando Gale e Andalonte a sufocaram com cóssegas. A ànemoi nunca sentira que tinha uma familia, como naquele momento com Scylla e Andalonte.

Já passava da meia-noite, e a garota não conseguia dormir. Ela teria de fugir. Avisar o Acampamento.

Gale obrigava-se a fechar os olhos, se fosse fugir, teria de estar descançada. Algo se moveu fora da visão da garota, e uma rosa branca surgiu em seu travesseiro. À tempo de uma piscadela. A ànemoi deu um salto, e teria gritado por isso, se uma mão segurando um ramo de pequenas flores amarelas não tivesse surgido no parapeito da janela. Ela gritou, mas o grito estatelou no vácuo, sem som, após um garoto loiro se erguer e pular para dentro, caindo no sofá acolchoado. Josh.
- O que... O que você está fazendo aqui? - Sussurrou a garota de pijamas, colocando a rosa branca debaixo das cobertas e saltando da cama.
- Vim buscá-la. - Ele ergueu as flores, sorrindo. O sotaque tipicamente britânico encheu os ouvidos da garota, e ela se sentiu alegre, gostava daquilo.
- Mas eu pensei que tivesse ido para o Acampamento com os meus amigos. - Ela pegou o ramo e cheirou as flores. Seu rosto, um misto de sorriso e pânico. Mas ela estava feliz por ter alguém conhecido ali. Um cheiro familiar, um perfume masculino marcante.
- Eu fugi. Precisava vir buscá-la. - Ele sorriu, passando as costas da mão pelo rosto da menina. 
- Mas como me achou? - Ela o encarou, os olhos preocupados.
- O vento me trouxe até aqui. - Josh se aproximou, seu rosto a poucos centimetros do da ànemoi, o coração acelerado. Gale se afastou, sem perceber o que o garoto pretendia fazer. Não o leve a mal, ele não sabia sobre Nico, e os olhos de Gale o enfeitiçaram desde o primeiro dia, no orfanato. 
- E agora? Eles vão sentir o seu cheiro! Sabe por que estou aqui?
- Não falam de outra coisa lá no Acampamento. - Ele riu.
- Eu... eu posso segurar o seu cheiro - Ela disse apreensiva. Aquilo a cansaria demais. Gale prendeu a respiração, e o cheiro do garoto se esvaiu. Ela voltou a respirar, pequenas quantidades de oxigênio, calmamente, e com dificuldade. - Você deve estar com fome. - Ela o pegou pela mão, enquanto ainda segurava as flores amarelas com a outra. Desceram as escadas, escondendo-se das harpias e das dracaenae, sem falar no gigante cão infernal deitado no tapete da sala, em sono profundo.
- Nossa, muito obrigado. - Josh disse com a boca cheia de sanduíche. Gale cheirava as flores, rindo.
- Vamos antes que alguém resolva fazer um lanchinho noturno. - Os dois subiram, e Josh acomodou-se no acolchoado da janela, e, após alguns minutos, já ressonava.

Gale pegou o livro de capa de couro preto, e colocou a rosa branca, que estava perdida em suas cobertas, e o ramo de minusculas flores amarelas que Josh a presenteara. 

Ela passou algum tempo encarando o garoto que dormia em sono profundo à sua janela. O cabelo louro caído sobre as almofadas.


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Notas finais do capítulo

E então, conseguiram pensar em uma musica? Ah, e não se esqueçam de dar o nome no seu review! Avisando que o Josh é da Clariebuble, então cuidado com o que vão falar dele UAHUSHUA Se conseguir ter ódio dele, né euri enfim, hasta!



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