Sickly escrita por Salayne


Capítulo 10
Não é um “felizes para sempre”.


Notas iniciais do capítulo

Posé, galera. Último capítulo. Eu só gostaria de dizer muito obrigada a todos vocês que acompanharam essa minha ideia insana. Vocês são demais, as melhores leitoras que eu poderia ter!
Amo todas vocês, gracinhas!



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Quando Rodolphus chegou em casa, ele estava de péssimo humor. Sequer sabia o porquê de ter retornado a àquele lugar, sabia que o encontraria vazio. Não tinha um motivo para estar ali de novo. Seu único motivo já devia estar bem longe dali.

Hermione...

O Death Eater suspirou e pegou uma garrafa de whisky de fogo. Ele, pelo visto, continuaria sendo a sua única companhia. Ao menos ele nunca o abandonaria. Abriu a tampa e bebeu do gargalo, sentindo o líquido queimar sua garganta.

Rodolphus estava completamente sozinho. Sempre fora daquele jeito, apenas ele e seus pensamentos. Quando se casou com Bellatrix, ele era muito novo. E o casamento tinha sido arranjado por seus pais. Puro-sangue com puro-sangue, para manter a comunidade bruxa limpa. Eles tinham os mesmos ideais. Queriam manter o mundo bruxo longe da escória. Ambos também apoiavam o lorde das trevas.

Aquela união tinha tudo para dar certo. Exceto, é claro, Bellatrix.

O Death Eater não acreditava no amor. Não esperava se apaixonar pela esposa, nem nenhuma babaquisse dessas. Não. Ele procurava uma companheira e alguém para esquentar sua cama. Apenas aquilo.

E nem para aquilo Bellatrix servira.

Ela estava sempre focada no lorde das trevas. Fazendo de tudo para ser notada por ele. Fazendo de tudo para ser a melhor Death Eater, para que ele gostasse dela. Rodolphus sempre era deixado de lado. Depois de um tempo, ele cansou de tentar obter algo da esposa.

Entretanto, quando Hermione estivera naquela casa, ela deu vida ao lugar. Ela deu vida a ele. Finalmente, Rodolphus se sentia importante. E quando Hermione se preocupou ao vê-lo ferido... Aquilo fez o coração dele esquentar. Ele soube, naquela hora, que a garota havia roubado seu coração.

E agora ele a tinha deixado ir e estava sozinho de novo.

Bem, ao menos ela estaria feliz. E aquilo era o que importava. Que Hermione estivesse feliz. Era só o que ele queria.

Mesmo que ele estivesse completamente destruído por dentro.

Largou a garrafa de whisky de fogo em cima da mesinha de centro e subiu as escadas lentamente, não querendo encarar a verdade. Não querendo ver a casa vazia. Não querendo ver a casa sem ela.

Porque agora nada tinha graça sem Hermione. Ele precisava dela como precisava de ar e doía, doía muito ficar sem ela. Passou em frente ao quarto que fora dela e parou em frente à porta fechada.

Não sabia se teria coragem de entrar. Não queria entrar. Queria fingir que ela continuava ali, adormecida ou a sua espera. Engoliu em seco e passou a mão pelos cabelos. Não queria, mas precisava. Precisava aceitar que Hermione tinha ido embora. Precisava aceitar que ela não estaria mais ali.

Respirando fundo, Rodolphus abriu a porta.

E quase caiu para trás.

No momento, ele achou que sua mente estivesse lhe pregando uma peça. Pensou que, depois de todos esses anos, finalmente ele tivesse ficado louco. Porque Hermione, a sua Hermione estava sentada na cama, o olhando e sorrindo para ele, como fizera várias vezes antes.

— Por Merlin — ele tremeu de leve e esfregou os olhos.

Escutou uma risada baixa e abriu os olhos. Hermione continuava ali.

— Te assustei? — ela perguntou.

Merlin...

Ele respirou fundo.

— Hermione? — ele chamou, incrédulo.

Ela sorriu.

— E quem mais poderia ser? — perguntou, se levantando da cama e indo até ele.

Rodolphus esticou a mão, para tocá-la. Só assim teria certeza de que não estava ficando louco, de que ela realmente estava ali. Quando sua mão tocou a pele macia da garota, ele suspirou de alívio. Sem pensar duas vezes, ele a puxou mais para si e a abraçou com força. Não queria soltá-la. Não iria mais soltá-la.

— Eu achei que você fosse embora. — ele confessou, com o nariz enterrado nos cabelos dela, respirando seu cheiro.

Ela suspirou baixinho.

— Eu também. — ela se afastou de leve. — Quando eu li a sua carta... Eu... Eu realmente pensei em ir embora. Eu estava livre, você tinha deixado. Mas então... — Hermione acariciou o rosto dele, com a barba por fazer. — Então eu percebi que não conseguiria ir embora. Eu não queria ir embora. Mesmo você me deixando ir, eu ainda quero ficar com você, Rodolphus.

Ele mordeu o lábio inferior.

— Sabe que eu não vou lhe dar outra chance de ir embora, não é? — ele perguntou.

A garota riu.

— Na verdade, eu estou contando com isso. — respondeu.

Rodolphus franziu a testa.

— Você também sabe que eu não vou virar um príncipe encantado nem nada do tipo quando você me beijar, certo? — ele avisou.

Hermione sorriu.

— Eu não gosto de príncipes encantados. — ela disse, ficando na ponta dos pés para beijá-lo.

Rodolphus agarrou a cintura dela enquanto aprofundava o beijo, feliz por ela ter escolhido ficar. Hermione não era boba, ela sabia dos riscos que aquilo oferecia. Sabia que ainda havia uma guerra estourando. Sabia que seria considerada uma traidora, já que tinha escolhido Rodolphus, um comensal da morte.

Mas ela não se importava. Sabia que Rodolphus iria protegê-la da guerra, não tinha dúvidas daquilo. Quanto a ser considerada uma traidora... Não era culpa dela. Ela não tinha pedido para se apaixonar, apenas acontecera.

Ela não ligava para aquilo. Não ligava para a guerra. Não ligava para o fato de ser errado. Não ligava para nada.

Não enquanto tivesse Rodolphus.

Hermione sabia que aquilo não era um felizes para sempre. Sabia que eles ainda teriam que enfrentar muita coisa. Mas se fosse por Rodolphus, aquilo valia à pena.

Valia muito à pena.


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Notas finais do capítulo

Me perdoem pelo tamanho, mas foi o que saiu haha. Eu tenho uma pergunta, antes de ir. Na verdade, duas. Primeiro: o que acharam da fanfic como um todo? E a segunda, é... se eu fizesse uma fanfic Hermione x Scabior, vocês leriam?
Bem, eu espero que tenham gostado. Obrigada por lerem!