Há pouco havia saído da mesa de café da manhã, quando ouvi alguém batendo na porta.

–Oi Luce! – Era Lily, sorridente, ladeada pelos dois garotos do outro dia.

–Ah, Oi Lily... Que surpresa. Entre.

–Obrigada Luce, mas estou correndo. Queria fazer-lhes um convite, mas antes de tudo, esses são meus irmãos: Thiago e Alvo– a garota mostrou os dois garotos ao seu lado. Aparentemente Alvo era o mais novo e Thiago o mais velho.

–Muito prazer, sou Luce McGrenee. – dirigi-me aos garotos.

 Assim que eles abriram a boca, Lily os interrompeu.

–Ãhn, Luce... Eu vim convidar a você e seus pais pra almoçar lá em casa... Sabe, se conhecer.

–Sério? Mas vocês são mesmo os filhos de Harry Potter? – eu estava atônita. Além de morar em uma aldeia super legal, rodeada de casas antigas de bruxos, eu ainda era vizinha de Harry Potter e estava sendo convidada pra almoçar na casa dele. OMG!

–Somos sim... Geralmente as pessoas não acreditam mesmo. –Lily estava quase saltitando, parecia realmente empolgada

–Desculpe... é que foi incrível, ele salvou a todos nós.– senti-me envergonhada por duvidar.

– Sem problemas. Se... hum... você quiser ir mais cedo, pra gente jogar algo, ou conversar... – Lily deixou o restante da frase pairando no ar.

– Ah, com certeza. Vou ver com meus pais... logo estaremos lá, ou não... Tenho que ver. – era quase certo que a resposta seria sim, afinal, quem não iria querer almoçar com a família de Harry Potter?

–Até logo, então. – eles despediram-se e correram de volta pra casa.

                Disparei porta adentro, tropeçando em móveis e escorregando nos tapetes. Cheguei na cozinha, onde mamãe erguia panelas com um simples acenar de varinha, limpava o fogão e lavava a louça do café da manhã simultaneamente.

–Mãe, você sabe quem mora nessa casa azul, ao lado, não? – eu perguntei, arfando.

–É claro... Harry Potter não é?

–Sim. –tentava recuperar o fôlego.

–O que tem eles... os Potter?– mamãe ergueu as sobrancelhas, de maneira que seus olhos azuis seriam vistos a quilômetros de distancia.

–Ah, é só que, ontem quando eu estava passeando pela vizinhança, conheci a filha deles, Lily e ela veio aqui, agora, convidar-nos pra almoçar na casa deles. – falei tudo num fôlego só, e a cada palavra mamãe abria mais os olhos.   

                Rapidamente mamãe concordou, tão logo trocou-se e chamou ao papai nós saímos, em direção a casa azul, de dois pisos com alguma fumaça saindo da chaminé, do outro lado da rua.

Batemos uma só vez, e uma sorridente Sra. Potter nos recepcionou, conduzindo-nos por uma sala aconchegante, com lareira e muitos quadros, onde as pinturas se moviam, nas paredes. Me sentei, pouco confortável no sofá diante da lareira, ao lado de uma Lily que não se cabia em felicidade.

–Então, Luce, por que se mudou pra cá?– Alvo e Thiago sentaram-se próximos á nós duas.

– O ministro achou melhor que nos mudássemos pra um lugar mais bruxo, agora... eu não sei bem o porque...– fiz minha melhor cara de quem não sabe nada, e eu realmente não sabia.

–Você já ouviu falar do nosso pai, é claro...?– uma pergunta ou afirmação?

–Qual o bruxo, na face da terra, que nunca ouviu falar de Harry Potter?Ele salvou a todos nós.

–É bom saber que nosso pai é um herói... Mas nossa tia Hermione e o tio Ron, também são. Ajudaram papai a enfrentar tudo naquela época!– Disse Alvo.– Você já ouviu falar deles também?

–Ah sim! Harry não iria a lugar nenhum sem eles, não é? Acho que a família inteira de vocês é formada por heróis! –Eles riram.

–Você tem onze anos, não é Luce?–Os olhinhos de Lily brilhavam, enquanto me perguntava.

–Ah, claro. Vou pra Hogwarts em setembro. – Ah, isso sim era motivo de felicidade... Frequentar a escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

–Legal. Thiago e Alvo já estudam lá, mas eu também começarei em setembro. Estou morrendo de ansiedade.

–Meu irmão estuda lá também. – Nesse momento eu percebi, que até então, eles não sabiam de meu irmão.

–Calma aí... Irmão?– os três exclamaram juntos.

–Ah, é... eu tenho um irmão. O nome dele é Jace, ele está no 5º ano.

–Eu também estou no 5º ano! –Thiago quase gritou. –A qual casa ele pertence?

–Sonserina. –Falei tão baixo que eles quase não ouviram.

–Ah, mas isso não é um problema. Onde ele está? –Alvo expandiu um sorriso no rosto.

–Foi passar as férias na casa da vovó. Acho que o verei na Estação King’s Cross.

–Ah, vamos aprontar algumas, juntos, não é?–Lily saltou do sofá.

–Sim! –Exclamamos juntos.

–Supondo que o almoço irá demorar mais um pouco, deveríamos fazer algo, não?–Lily propôs.

–Eu tenho uma idéia!–Tiago levantou as mãos, fazendo sua melhor cara de nerd – Vamos jogar xadrez de Bruxo? Você sabe, Luce?

–Meu pai me ensinou algumas jogadas.

–Eu vou buscar, e você jogará com a Lily, que sabe pouco também. Se jogasse comigo, com certeza eu ganharia.

    Ficamos rindo por um bom tempo, da pouca modéstia de Tiago. Tão logo paramos de rir, ele apareceu com o jogo.

    A cada vez que errávamos o lugar das peças ou qualquer outra coisa as peças ficavam resmungando. Alvo me ajudou com algumas dicas e Tiago ajudou Lily, mas acabei ganhando dela no final. Assim que terminamos a primeira partida, a Sra. Potter entrou na sala e anunciou:

–O almoço está na mesa, podem ir comer crianças.

                A mesa estava coberta com uma linda toalha, mas o que mais nos chamava a atenção era a variedade e quantidade de comida naquela mesa. Haviam fartas travessas de frango frito, caldeirões de caldos fumegantes e grandes jarras de suco de abóbora. Um verdadeiro banquete.

                Ao terminarmos de almoçar, a mesa encheu-se de sobremesas: Sorvetes, sapos de chocolate, bolos de caldeirão, bombas de caramelo e uma infinidade de outros doces.

                Assim que nos fartamos, fomos para a sala, junto com nossos pais.

Ficamos um tempo conversando sobre bruxos e Hogwarts, até que o tédio tomou conta.

–Vamos fazer alguma coisa - Lily anunciou.

–Menos xadrez, por favor!–Alvo interrompeu Tiago,antes mesmo que as palavras saíssem de sua boca.

–Acho que sei o que vocês podem fazer, e eu garanto que vão gostar muito. –Sr. Potter levantou-se, todo animado.

–E o que é? –Perguntou Lily, saltitando.

–Temos as bolas e os aros... O que vocês acham de jogar uma partidinha de Quadribol?– ele já se dirigia para a porta de trás da casa.

–Ótima idéia! –Exclamamos todos juntos, se levantando do sofá com total energia.

 Colocamos os capacetes e pegamos algumas vassouras na garagem.

–Tudo bem, o time do lado esquerdo vai ser da Luce e Alvo e o do lado direito, da Lily e do Tiago!– Disse o Sr. Potter com a voz entrecortada por causa do vento forte que açoitava-lhe os cabelos.–Podem começar!

Subimos nas vassouras, dando um impulso no chão enquanto a goles era jogada ao alto por meu pai.

                Eu a peguei e tentei jogar direto no aro, mas Tiago partiu atrás da goles á toda velocidade,defendendo o aro. Incrível, ele era muito veloz. No momento em que eu estava pensando na velocidade de Tiago, na frente do aro, a goles passou por mim, jogada por Lily, que fez um ponto.

–Luce recupere a bola antes que Tiago pegue... rápido! –Alvo gritou do outro lado do campo.

Nem respondi, fui em direção a bola, mas quando eu estava a centímetros de pegá-la esbarrei em Tiago, que quase caiu da vassoura, recuperando-se logo, e vendo que eu estava mais perto da bola, voou para perto do aro tentando defender minha jogada.

Joguei a bola para Alvo, que estava pertinho de Tiago. Ela agarrou-a e não deixou Tiago se aproximar empurrando-lhe para o lado e jogando a bola para o aro com toda força. Tiago tentou defender, mas a bola já tinha passado.

                Continuamos jogando por mais uma hora, os adultos comentando nossas jogadas e às vezes exclamando coisas como: “Tiago é ótimo goleiro”, ou “Lily é boa batedora”. Ao fim do jogo, Lily e Tiago venceram, pela perícia de goleiro da Grifinória adquirida por Tiago.   

Comemoramos tomando uma deliciosa cerveja amanteigada, que, segundo Lily, sua mãe havia acabado de fazer e jogando Snap Explosivo.

                Depois de um longo dia de diversão, meus pais e eu nos despedimos dos Potter e fomos pra casa.

                Conhecer os Potter foi realmente uma sorte. Eu havia adquirido alguns bons amigos bruxos, que dali a alguns dias, estariam entrando no Expresso de Hogwarts comigo e possivelmente dividiríamos a mesma casa, onde não haveria um dia sem diversão.

Continua...