Sorri para Ellie, que ajudava a arrumar a mesa para o jantar.

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Suas mãozinhas se esforçavam para deixar as flores no vaso ao centro da mesa como queria.

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Hoje era um dia especial, tanto para minha filha quanto para mim.

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Comemoraríamos os 12 anos de Ellie, coincidentemente o aniversário de morte de Edgar.

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Esse ano, em especial, Ellie me pediu para fazer um jantar.

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Eu prontamente aceitei, imaginando que sua intenção era comemorar de uma maneira mais “madura”.

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Claro que eu estava completamente errada.

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Quando a campainha tocou, Ellie correu para a mesa e surpreendentemente colocou um terceiro lugar na mesa e sorriu com todos os dentes para mim.

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-Ele chegou!

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-Ellie Sarah Swan! O que você fez?

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Ela gargalhou e foi abrir a porta.

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-Olá, Ellie! Parabéns! – observei Edward levantar minha menina no colo e lhe entregar um enorme urso de pelúcia e uma caixa.

-Obrigada, Ed! Não precisava... –ela corou.

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Edward sorriu ao olhar para suas bochechas e passou seu olhar por mim, me fazendo corar também.

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Ele deixou a cabeça pender para trás e riu.

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-Tal mãe, tal filha. – brincou.

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Fui até ele e peguei os presentes de Ellie.

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-Seja bem-vindo, Edward. Já, já estarei servindo o jantar. Fique a vontade.

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Ele entrou, fechando a porta atrás de si e sentando-se no sofá, ainda com ela no colo.

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Coloquei os presentes no meu quarto para mais tarde abrirmos.

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Voltei para sala e encontrei os dois já a postos a mesa.

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Fui até a cozinha e abri o forno.

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-Para o cardápio de hoje temos... Peru com batatas! O preferido de Ellie.

-E de sobremesa? – perguntou Ellie com um sorriso.

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Edward se virou para ela e lhe deu um sorriso gentil.

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-Querida, coma primeiro. Depois pensamos na sobremesa.

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Meu coração se aqueceu.

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Era diferente como Edward cuidava de Ellie. Quase como se fosse realmente filha dele.

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Eu concordei.

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Desde que Edward entrara em minha vida, mais ou menos três semanas atrás, eu sentia que algo estava mudando dentro de mim. Eu estava mais calma, serena. Como a professora de Ellie disse, eu parecia radiante.

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Não sei se foi por causa do efeito que Edward teve em mim ou como ele fazia minha menina feliz. Possivelmente, o conjunto dos dois. Mas, o fato era: Estávamos todos felizes.

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Durante o jantar, percebi que Edward se esforçava para manter a conversar leve e divertida, e anotei mentalmente comentar com ele sobre isso.

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Algo o incomodava. Eu podia sentir sua tensão a quilômetros de distância.

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Terminamos o jantar e fomos para a sala comer nossa sobremesa.

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Edward a todo o momento olhava para Ellie e franzia o cenho, como se tentasse decifrar um enigma.

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Ellie caiu no sono um pouco antes da uma da manhã, e Edward como um perfeito cavalheiro pegou-a no colo e a levou para seu quarto.

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Ele voltou para sala minutos depois, sentando-se ao meu.

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Foi minha deixa.

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-O que há de errado? –perguntei, olhando-o nos olhos.

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Ele sorriu.

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-Nada, Isabella. –respondeu, desviando o olhar.

-Você é um terrível mentiroso, Edward. –sorri – Pode confiar em mim.

-Eu... Quando disse que o pai de Ellie morreu? –perguntou, sussurrando.

-No mesmo dia em que Ellie nasceu. Mas, porque pergunta? –franzi o cenho.

-Ele... Deve lhe fazer muita falta.

-Sabe, Edward, eu estava perdidamente apaixonada por ele. Quando fui até a casa dos pais dele e fui recebida com um grande “afaste-se”, fiquei detonada, perdida. Mas então, o tempo passou. E tudo o que eu sentia por ele se transformou em gratidão, por ter me dado o meu maior presente. Claro que hoje, percebo que eu teria sido feliz ao lado dele, mas não completa. – suspirei  –Talvez, eu e ele teríamos nos tornado grandes amigos e pais de uma mesma garotinha. –sorri.

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Os olhos de Edward estavam vermelhos.

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-Você esta bem? –perguntei, preocupada.

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Eu podia ver que suas mãos tremiam ligeiramente e seu corpo estava tensionado de tal forma que eu mal podia ver sua barriga se movimento com sua respiração.

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-Isabella, eu poderia dar uma olhada em Ellie?

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Assenti, estranhado seu comportamento.

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Quase vinte minutos depois, Edward saiu apressado do quarto.

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Ele tinha no rosto uma expressão confusa e dolorida.

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-Eu preciso ir. Sinto muito.

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Ele murmurou ao fechar a porta.

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Eu estava atônita.

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Edward havia ido embora!

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E isso foi como se tivessem arrancado meu coração do peito.

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Fechei os olhos e não pude impedir que as lágrimas caíssem dos meus olhos.

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Tentei respirar fundo, mas os soluços eram violentos.

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Eu não conseguia entender o que estava sentindo.

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O que eu tinha feito? Eu havia o magoado?

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Levantei e fui para o meu quarto. Olhei-me no espelho.

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O que estava acontecendo comigo?

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Fui para o banheiro, lavei o rosto e sentei em minha cama.

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Lembrei do que Edward dissera no jantar.

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“-A caixa que trouxe é para você, Isabella.”

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Peguei-a do chão do quarto e coloquei em meu colo.

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Era uma caixa bonita, com detalhes em azul claro e prata, com um laço em cima azul escuro.

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Eu a abri, ansiosa.

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Dentro, havia uma foto de Edward em sua casa com Ellie, um cartão branco escrito “Bella” em dourado e um colar de ouro com um pingente em forma de lírio.

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Sorri emocionada.

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Era diferente de todos os pingentes e mesmo assim, me tocava de uma forma profunda.

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Devolvi o colar para a caixa e peguei o cartão.

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“Bella,

Desde o dia em que nos conhecemos, venho tentando achar um presente para tirar a impressão que teve de mim, e quando vi este colar, você me veio na cabeça.

  O Lírio representa o amor puro, o amor de um homem por uma mulher, de uma mãe para sua filha. Representa a inocência e a pureza que apenas uma mulher como você pode ter.

  Para os chineses, o Lírio representa “amor eterno”, sabia? O amor que eu vejo entre você e Ellie. Algo tão bonito que, eu confesso, me causou certa inveja.

  Não que minha mãe não tenha me dado o maior amor do mundo, mas as coisas se tornaram difíceis a alguns anos atrás.

  Hoje, percebo o quando eu perdi, em relação a minha família e a outras coisas.

  Mas isso não importa...

  Este presente é nada mais nada menos que um agrado, pelos seus 12 anos sendo mãe, mulher, amiga e conselheira de umas das pessoas que, surpreendentemente, mais amo no mundo.

Parabéns, querida Bella, por ter conseguido passar a Ellie toda a nobreza que você carrega dentro de si.

Com todo amor,

                                                             Edward”.

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Fechei os olhos.

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Talvez, só talvez, eu estivesse me apaixonando por Edward.