Ellies Place escrita por Luh_Mell


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

O estilo do prédio em que vou citar na fic é mais ou menos assim http://www.google.com/imgres?imgurl=http://www.voyagesphotosmanu.com/Complet/images/edificio_tradicional_nova_iorque_gr.jpg&imgrefurl=http://www.voyagesphotosmanu.com/edificio_tradicional_nova_iorque.html&usg=__7FisDZqtaw4XWwu3IXBqxWz20YE=&h=472&w=319&sz=68&hl=pt-BR&start=0&zoom=1&tbnid=55VzkmNhLGzaCM:&tbnh=132&tbnw=89&ei=fOJmTtm_F8WgtwflmoizDQ&itbs=1&iact=rc&dur=51&page=1&ndsp=45&ved=1t:429,r:19,s:0&tx=56&ty=92



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O fim de semana passou voando.

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No sábado, Ellie e fomos ao teatro de tarde e fizemos o jantar juntas, panquecas ao molho.

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Já no domingo fomos ao aquário, mas percebi que minha menina estava agitada, ansiosa. Eu imaginei que fosse pelo dia seguinte e eu confesso que também estava.

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Eu havia tomado uma decisão: eu seguiria Ellie segunda-feira. Eu precisava saber onde ela cabulava suas aulas e tomar uma atitude quando a isso.

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Podia não ser o certo, mas era o mais seguro para Ellie. Ela podia estar se envolvendo com pessoas ou coisas que lhe fariam mal, que lhe prejudicaria.

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E eu não suportaria que algo acontecesse a ela.

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-Mamãe? –chamou Ellie de seu quarto.

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Coloquei meu chá e meu livro na cômoda ao lado da cama e fui até seu quarto.

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-Sim princesa?

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Ela estava encolhida debaixo das cobertas e abraçava o pequeno Flip (um duende de pelúcia).

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-Mamãe, você acha que eu posso levar o Flip para o colégio amanhã?

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Meu coração apertou. Naquele momento, eu quis perguntar a ela. Mas eu sabia que eu não podia fazer isso. Ellie não lidava bem com esse tipo de coisa, ser colocada contra a parede lhe fazia mal. Por mais que fosse errado... Eu odiava vê-la sofrer.

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-Claro, querida. O Flip vai adorar a escola. –sorri, beijando sua testa e apagando o abajur de seu quarto.

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-Durma bem Ellie Sarah.

-Boa noite, mamãe Swan.

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Na manhã seguinte, acordei antes de Ellie. Fiz o café e liguei para o meu pai pedindo para ele ir para a casa de Sue, sua amiga e vizinha, porque hoje eu não iria para lá.

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Ellie acordou no horário de sempre e embora tenha estranhado eu já estar levantada não comentou nada.

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-Tchau mamãe! – gritou, enquanto saia apressadamente de casa.

-Tchau, querida! Boa aula! –Gritei de volta.

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Olhei pela janela de casa e esperei ela virar a esquina.

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Tranquei a casa e fui atrás dela.

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Minha menina não demorou muito a chegar a seu destino. O lugar era apenas algumas quadras de casa.

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Ela parou em frente a um prédio antigo e começou a subir as escadas laterais.

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Esperei ela chegar ao topo para começar a subir.

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Eu estava com medo.

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O lugar não era sujo nem nada do tipo, mas qualquer coisa podia machuca minha menina. Desde um prego enferrujado a um louco viciado.

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Eu não imaginava o que ia encontrar quando chegasse ao terraço.

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Um lindo jardim florido com uma pequena, mas aparentemente aconchegante casa de madeira no centro.

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Andei lentamente até a porta e encostei meu ouvido.

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-Ellie, sua mãe sabe que está aqui? –uma voz masculina perguntou.

-Claro que sabe, Ed! Eu já disse.

-Já disse, sim. Mas se eu bem me lembro, minha mãe não me deixava faltar a escola assim.

-A minha é especial, ela deixa.

-Okay. Toma, pega essa. Vê se você gosta. –meu coração acelerou.

-Huuum! É muito bom. Do que é?

-De mo - -

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Eu entrei bruscamente na casa e dei de cara com Ellie de boca aberta enquanto um homem – muuuito bonito por sinal – lhe dava uma torta.

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-Ellie Sarah Swan! O que significa isso? Quem é esse homem? – gritei.

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Ellie não conseguiu disfarçar o medo na voz quando respondeu.

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-E-este é Edward.  Ele é meu amigo.

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-Amigo? Esse homem tem, pelo menos, trinta anos! Como pode ser seu amigo?!

-Ei, ei... Assim você me ofende. Não sou nenhum filho da mãe que pega criança não. E quem é você, para entrar na minha casa e falar assim comigo e com a minha menina?

-SUA MENINA? –gritei. –Por acaso, eu sou a mãe dela.

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Ele abriu um grande sorriso.

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-Oh! Desculpe. –ele limpou as mãos sujas de farinha na calça jeans e estendeu uma delas para me cumprimentar –Prazer, senhorita Swan. Ellie fala muito de você.

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Eu olhei sua mão.

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Era forte, com algumas veias saltadas. Eram bonitas e másculas.

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-Ellie, para escola. Ainda pode entrar na segunda aula.

-Mas - -

-Sem mas, vá agora! Ou será pior.

-Certo mamãe. – ela deu um aceno triste para Edward e saiu.

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-Olha só, eu não sei quem é você ou como você achou minha filha, mas deixe-a em paz. Ellie tem apenas onze anos. É uma criança! Precisa de amigos da idade dela e não de um marmanjo lhe dando tortas.

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Seu semblante de calmo e sereno foi para raiva em segundos.

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-Desculpa, mas você entra na minha casa, grita comigo, grita com a sua própria filha e ainda quer me dar ordens? Não é assim não. Eu não encontrei Ellie, ela me encontrou. Eu não sei como, mas um dia ela apareceu aqui no meu jardim. Desde então, tem vindo todos os dias. Eu já disse para ela ir, confesso que até tentei assustá-la, mas então um dia a vi chorando e convidei-a para entrar e comer torta. Sei que é muito assustador um homem fazer tortas e sair distribuindo por aí mas achei que ela precisava, okay? Ela me disse que você sabia. Ellie é uma menina maravilhosa, não a culpe!

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Eu respirei fundo, tentando assimilar todas as informações.

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-Ellie chorou... Quando foi isso?–perguntei, me sentando em seu sofá sem ter qualquer concentração em ser educada.

-Semana passada. Ela não quis contar, mas disse que havia brigado com alguém que amava.

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Cobri meu rosto com as mãos.

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-Oh Meu Deus... Que péssima mãe! Ellie e eu brigamos semana passada. Ela me implorou para conhecer o lugar onde seu pai foi enterrado e eu gritei com ela.

-Sinto muito. – ele disse, me dando um abraço desajeitado.

-Não é que eu não queira levá-la... Eu só nunca tive coragem de ir. Se eu nunca fui, como posso levá-la?

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Ele ficou quieto.

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Tirei minhas mãos do rosto e olhei em seus olhos.

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-Você nunca a machucaria, não é?- perguntei.

-Não. Ellie me lembra alguém muito especial pra mim.

-Olha...

-Edward.

-Isso, Edward... Ellie não pode ficar faltando às aulas para vir pra cá. Você não é pai, sei que nunca entenderia o que quero dizer, mas ela precisa de amizades da idade dela. Veja, eu não sou tola, percebo o quando você faz bem pra ela e vice-e-versa, porém consegue me entender?

-Olha Isabella, Ellie sempre me disse o quanto você é bonita e inteligente. Percebo que estava certa o tempo todo. –ele sorriu e pegou minha mãos –Eu nunca tive a intenção de causar um conflito. Só quis ajudar a linda garotinha que chorava no meu jardim – riu – Será um prazer receber as duas nos finais de semana. Ficarei honrado em lhe provar que sou um cara legal e nunca seria capaz de machucar nem você, nem sua filha.

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Meu coração poderia facilmente sair pela boca naquele momento.

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Edward tinha os olhos mais verdes que alguém poderia ter. Seu sorriso perfeito e seu cabelo desengonçado combinavam perfeitamente com seus ombros largos e o corpo forte.

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-Obrigada, Edward. Eu... Eu estou uma bagunça.

-Vá para casa. Pense com cuidado em tudo que houve hoje. Ellie precisará da sua paciência para explicar tudo.

-Eu imagino. Eu... Obrigada por ter cuidado dela.

-Um prazer. A garotinha meio que me forçou a gostar dela, mais deu certo.

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Eu sorri.

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Caminhei até em casa sem conseguir me concentrar em tudo o que tinha acontecido.

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Eu só conseguia pensar em como minha filha e nem eu resistimos ao charme de Edward.

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Embora eu tivesse me aliviado um pouco em relação a Ellie, eu sabia que a conversa seria longa.

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Mas eu estava estranhamente feliz.

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Ellie havia encontrado um amigo, finalmente.

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E talvez, eu também tenha encontrado um.

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Ellie chegou em casa lá pelas três da tarde.

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Eu havia preparado cookies e suco de amora para ela.

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Ela foi direto para o sofá se sentou, me esperando para a conversa.

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-Por que não me contou Ellie? Por que? Eu sou sua mãe... Pensei que confiasse em mim!
-Edward é o meu lugar favorito, mamãe. Eu não queria que você me impedisse de tê-lo.

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Seus olhos  estavam cheios de lágrimas e ela segurava o copo de suco com força.

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-Filha, olhe para mim.

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Ela me ignorou e continuou olhando para baixo.

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-Ellie, olhe para mim.

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Ela me olhou, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto infantil.

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-Eu nunca impediria você de ter algo. Mas, meu bem, Edward não é um objeto. Nem um lugar. Ele é uma pessoa.

-Eu sei! –falou, enxugando o rosto úmido. –Mas o Ed é como se fosse um porto quentinho. Que nem a cama do vovô Swan ou o seu colo, mamãe. Ele me protege e afasta as coisas ruins.

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Eu olhei pra ela e sorri.

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-Eu imagino, querida. Mas Edward deve ter a família dele e você não pode ficar faltando nas aulas para ir para lá.

-Desculpe mamãe, eu não vou mais faltar. E Ed não fala com o papai e a mamãe dele a muito, muuuito tempo.

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Eu suspirei.

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Talvez Ellie e eu pudéssemos ajudar Edward, também.


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Notas finais do capítulo

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