Quando a noite chegou me levantei para ir embora, mas a Carly não deixou alegando que já estava muito tarde e seria perigoso voltar para casa aquela hora, então subimos para o quarto dela e nos preparamos para dormir. Eu me revirava na cama tentando achar uma posição confortável, tentando fazer a minha mente relaxar, mas apesar da tarde ter sido tão normal a conversa que eu tive com a Carly ainda martelava na minha cabeça. Eu tinha medo de descobrir que sempre gostei dele e que toda a minha raiva só passava de uma capa de proteção e eu tinha mais medo ainda ao pensar que talvez ele gostasse de mim.

Flagre-me pensando no nosso mais recente beijo, em como ele sorriu e como eu me senti segura, flagrei-me lembrando dos olhos e no seu gosto, flagrei-me pensando nele e em como tudo era perfeito quando ele estava perto. Chacoalhei a cabeça tentando me livrar desses pensamentos, mas sem sucesso já que eles pareciam voltar com mais rapidez me deixando atordoada e com um sorriso bobo no rosto.

Levantei-me na cama perdendo a esperança de dormir e fui a um lugar especial e que me trazia inúmeras lembranças, a escada de incêndio, ao chegar lá eu o vi encostado na grade, o cabelo bagunçado pelo vento, ele parecia observar as estrelas. Eu fiquei o olhando sem coragem de entrar, eu ainda não sabia como encará-lo depois do beijo e estava com medo de me perder em seus olhos novamente.

- Oi Sam. – ele disse com a voz suave quando eu estava indo embora.

- Oi Freddie. – falei ainda de costa.

- As estrelas estão tão lindas hoje. – ele falou e eu percebi que ele tinha chegado mais perto. – Porque não vem vê-las comigo.

- Ok. – sussurrei e me virei encontrando os olhos dele.

Ele pegou na minha mão, fazendo meu coro estremecer e um leve sorriso surgir em meus lábios, e nos levou até a grade de proteção onde se encostou e ficou olhando para o céu, sua mão continuava na minha fazendo carinho com os dedos e me fazendo arrepiar, fingi olhar as estrelas enquanto tentava entender o que se passava, enquanto tentava conter o meu sorriso.

- Eu venho aqui muitas vezes quando quero pensar. – ele começou a falar. – Mas tem vezes que eu venho aqui só para me lembrar de você. – ele completou me olhando, me hipnotizando.

- De mim? – sussurrei.

- Sim. – ele falou colocando a mão no meu rosto, o acariciando. – Eu venho aqui e olho para as estrelas e elas me lembram os seus olhos, eu venho aqui e sinto o vento acariciar meu rosto e ele me lembra seu toque. – ele falou e depois riu. – Seu toque quando não me bate claro. – disse e eu sorri envergonhada. – Mas mesmo quando você me bate eu não ligo, porque só mostra que você se lembra de mim e me mostra que nem tudo o que queremos vem facil.

- O que você quer? – pergunto ainda sussurrando.

- Eu quero tantas coisas. – ele fala. – Mas o que eu mais quero agora é entender o que eu estou sentindo aqui. – ele fala colocando a minha mão em seu coração. – Quero entender porque que toda vez que eu olho pra você meu coração dá um salto e eu não sei o que fazer. Quero entender porque de uns tempos pra cá os seus lábios estão tão chamativos. – ele completa se aproximando mais de mim.

Sua respiração se mistura com a minha quando ele chega ainda mais perto, sua mão em meu rosto me aperta suavemente descendo para o meu pescoço enquanto a minha mão vai até seu ombro. Os sons da cidade que chegam aos meus ouvidos são abafados pelo barulho do meu coração e os meus olhos não querem se desviar da imensidão de chocolate que me encara, o rosto dele está a centímetros do meu e por um momento me esqueço de tudo.