A aula termina e todas as outras também e logo podemos ir para casa, o resto da manhã Freddie não falou direito comigo, sempre se esquivando das minhas perguntas e de Gibby, Carly também não parecia muito feliz e ignorou o nosso amigo gordinho, a curiosidade já estava me correndo e um pouco de raiva também, afinal o que eles estão escondendo de mim?

Sem uma resposta eu resolvo ir para casa, estava cansada de ficar na Carly e já nem tinha mais roupas limpas lá e quem sabe assim amanhã eu conseguia fugir da ideia deles de ir à aula, afinal quem vai para a aula na última semana, só gente nerd como pude constatar hoje.

Freddie combinou de passa em casa mais tarde para irmos jantar então eu teria a tarde toda para ficar sem fazer nada só pensando nele, ou aturando a minha mãe, mas com sorte ela não estava em casa então eu deitei na cama e fiquei pensando nele, em como os lábios dele sempre me deixavam sem pensamento algum, em como os braços dele me davam segurança, em como os olhos dele me faziam viajar para outro lugar.

Balancei a cabeça estressada com esses pensamentos, eu estava parecendo uma garota idiota que só pensa no namorado e que não tem mais nada para fazer, fiquei mais estressada ainda ao lembrar como eu odiava garotas desse jeito. Levantei-me da cama e encarei o meu quarto totalmente bagunçado, mostrando qual era a verdadeira Sam.

Entrei no chuveiro e deixei a água quente escorrer pelo meu corpo enquanto a minha mente voltava para o que o Gibby disse hoje cedo, ele estava devendo para o Freddie e antes ele disse estava dando os parabéns por estarmos juntos, ele disse que o Freddie tinha conseguido e por isso... ele estava devendo pro Freddie?

Congelei ao perceber a frase fazer sentindo, a água escorria e com ela o sabão que até pouco tempo tinha passado pelo meu corpo, enquanto a minha mente corria por um caminho para tentar entender essa frase, ela fazia sentido, mas de uma maneira que eu não queria acreditar.

Terminei de tomar banho sem prestar atenção no que fazia e do mesmo jeito me troquei e só percebi que roupa estava ao parar na frente do espelho para escovar o cabelo, uma calça jeans, uma bata vermelha e o meu velho all star, penteie o cabelo pensando que teria que voltar para casa se ainda fossemos jantar, mas para isso acontecer eu teria que tirar essa história a limpo.

Fui para a casa do Freddie de a pé mesmo e sem avisar ele ou a Carly, logo cheguei lá e peguei o elevador ouvindo gritos, quando cheguei ao andar deles bati na porta do Freddie, mas ele não atendeu, então entrei sem bater na casa da Carly. Não tinha ninguém na sala e uma música muito alta vinha do quarto do Spencer então sem ao menos tentar chamar alguém subi até o nosso estúdio.

Antes de abrir a porta vi os dois pelo vidro e pelo que pareceu eles discutiam, ambos de costas pra mim, abri a porta com cuidado e tentei entender o que eles gritavam um para o outro.

- Você tem que contar. –Carly falava.

- Ela vai me matar se eu contar. – Freddie rebatia.

- Te matar ela vai se descobrir isso de outra pessoa, com outro contexto.

- Eu não posso simplesmente falar pra ela uma coisa assim.

- Mas você tem, ela te ama. – Carly fala pegando no braço dele.

- E eu amo ela, mas ela não vai entender. – ele fala desolado e várias coisas começam a se formar na minha cabeça, será que eles já ficaram juntos, sem ser daquela vez que eu soube? Será que o Freddie tinha me traído?

- Você não pode saber se não contar.

- Ah claro, você acha que ela vai levar muito bem se eu contar que eu fiz uma aposta para ficar com ela. – ele fala irônico e o meu mundo parece cair, solto sem querer um soluço e eles me ouvem, Freddie me olha desolado e tenta falar alguma coisa, mas eu o interrompo.

– É VERDADE ISSO? – grito sentindo as lágrimas escaparem e rolarem pelo meu rosto.

– SAM ME ESCUTA. – Carly grita comigo, mas eu não quero ouvi-la, então corro, sem saber pra onde e sem esperar uma explicação porque eu já sabia, eu sentia que isso ia acontecer, tudo o que eu estava sentindo não podia vir de graça, teria um pagamento e novamente o pagamento de todo o amor que eu senti foi ser traída por aquele que eu mais amava.

Ele te ama também, minha mente brinca comigo enquanto abro caminho em meio às pessoas na rua. Não o bastante para ficar comigo sem uma aposta, eu retruco para eu mesma. Você não ouviu a história inteira, não pode julgá-lo assim, ela retruca. Isso foi tudo o que eu precisava ouvir.

Chego em casa e me jogo na cama com as lágrimas caindo sem pausa pelo meu rosto, eu não sei o que fazer. Novamente estou desmoronando, me vejo na mesma situação que há tempos atrás quando o meu pai foi embora e eu me lembro do porque de ter me fechado para todos, de ter construído aquele muro gigante, porque a dor que está em meu peito agora era uma coisa que eu não queria sentir novamente, mas eu fui burra e deixei esse sentimento me dominar de novo e como sempre eu saio machucada e mais uma vez eu estou chorando na minha cama prometendo nunca mais confiar em ninguém.