Amigos escrita por camila_guime


Capítulo 7
Aquilo


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora povo, mas vocês podem deixar reviews ainda?
Boa Leitura!



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Cap. 07

— UFF! – Stark bufou coçando a nuca.

— O que? – Danilo especulou.

Stark se virou para o amigo com uma sobrancelha erguida, balançando a cabeça.

— UFF! – Fez de novo.

Danilo rolou os olhos.

— Eu ainda não entendi...

Danilo foi até o sofá onde Stark se sentou, e esperou Stark se manifestar.

— Você tem marcado gols? – Perguntou aparentemente despretensioso.

Danilo pensou besteira, mas não achou que Stark também tivesse pensado. Não poderia falar essas idiotices, apesar de não saber que Stark se interessava pelo seu futebol.

— Ahn... Bem... Sim. Depois da última derrota, estou treinando pra isso.

— Não, não, não, não... Não estou falando do seu treino.

Danilo sentiu uma ânsia esquisita na boca do estômago.

— E então?

— Querido Dan... – Stark suspirou, esticando o braço e o passando por cima do ombro do amigo. — Eu te conheço há uma vida! Mas acho que finalmente chegou a hora para termos... A conversa.

Danilo engoliu em seco e teve que se afastar e encarar bem Stark pra ter certeza do que tinha ouvido era o mesmo do que tinha pensado.

— Que conversa? Espero que esteja falando de futebol.

— Não, Pouca Prática!

— Hã?

— Eu estou falando de mulheres! – Exclamou Stark provocando um surto de riso de Danilo.

— A gente pode até conversar, eu pego umas revistas, você me conta quem você conheceu... – Danilo disse, mas na verdade estava ficando nervoso.

— Não, querido Dan...

— Para de me chamar assim, está dando medo!

Danilo se jogou na poltrona à frente.

— Ok! – Stark — O que eu quero saber se você está bem... Em relação a isso... Você sabe...

— Não. Acho que não sei. Também acho que não deveria estar falando disso com você! – Danilo se empertigou.

— Deveria sim... – Stark deu uma tapinha no joelho de Danilo. — Vamos lá, se abra com o irmão aqui!

Danilo olhou torto para Stark.

— Não vem que não tem.

— É sério Danilo. Tem algo acontecendo. E eu sou seu melhor amigo...

— Não tem nada acontecendo! – Danilo se alterou. Mas logo depois caiu em si. — Nada... Vezes nada...

— Ah... Saquei. Era bem o que eu pensava!

— E o que você pensava? – Voltou Danilo bem mais interessado.

— Você não está marcando gol. Bem, não com a Rachel pelo menos.

— E muito menos sem a Rachel, qual é! – Danilo soltou antes que pudesse evitar.

— Que coisa... Linda! – Stark comentou. — Mas eu te entendo...

— O que? Você me entende?

— Bem... Não, na verdade. Mas posso imaginar.

— Não você não pode.

— Por que não?

— Por que não é nada simples assim...

— Mas você já falou disso com ela?

— Não tive a chance...

Stark riu um pouco nessa hora.

— Vocês estavam se agarrando no sofá da nossa casa, e você me diz que não teve a oportunidade de falar de sexo com a sua namorada?

— Dá pra não explicitar o assunto, por favor? – Danilo se incomodou.

— Por quê? Deixa de bobeira Danilo!

— Não é bobeira. É pela Rachel, por favor. Não é estranho pra você?

— Claro que é! Ela é como minha caçula! Mas devemos ser mais práticos. Vocês dois estão crescidinhos aqui, e não podem bobear.

— Só... Que... Não é falar com a Rachel o problema, é o que eu vou falar para a Rachel...

— Ora, as coisas estão acontecendo. Vale a pena perguntar o que há da parte dela. – Stark aconselhou.

— E se ela fizesse a pergunta de volta?

— Ah, bem... Você diz que entende como é isso e explica pra Rae como as coisas funcionam.

Danilo baixou o rosto e voltou a olhar para Stark, sem jeito.

— Mas e se... Digamos, eu não souber exatamente como as coisas funcionam?

(...).

Rachel chegou em casa ainda pensando no ocorrido. Custava para ela mesma entender o que acontecia. Por algum momento, só pensava em Danilo, mas então um mundo invadia sua mente e a trazia à tona. Era incerteza? Insegurança? Medo? Por quê? Era só o Danilo, não deveria ser assim.

— Rachel? – Sua mãe chamou do sofá da sala.

Rachel entrou em casa com os olhos desfocados, perdida em pensamentos.

— Rachel? – Insistiu a srª. Fox. Mas Rachel ainda trancava a porta com a cabeça fora do ar. Srª. Fox quase gritou para fazer a filha descer. — RACHEL!

— Oi?

— O que houve?

— Nada. Eu só estava pensando...

— O que? Danilo não está aí? Ouvi o carro...

— Não. Eu vim sozinha.

— Estava com ele?

— Sim.

Rachel pela primeira vez sentiu o tom diferente em sua mãe, ou era impressão?

— Ah... Rae... Você já jantou?

— Não. Eu fui ver o Stark, e a gente comeu umas besteiras... Vemos um filme até o Dan chegar.

— Então ele te emprestou o carro, de novo?

Rachel estranhou o interrogatório, mas não quis se desviar. Foi sentar no sofá para tirar o sapato e relaxar.

— Ele me forçou a não vim de táxi ou ônibus. – Admitiu.

Srª. Fox ergueu uma sobrancelha, como se pensasse algo distante.

— Ele tem mesmo todos os cuidados com você?

Pela primeira vez Rachel realmente se desligou do cansaço e dos pensamentos e encarou sua mãe.

— Todos...? – Rachel estranhou, mas não quis pensar o que sua mãe poderia estar pensando. — Acho que sim. Sim, ele tem.

Srª. Fox inspirou profundamente, parecendo meio tensa.

— E você está bem?

Rachel teve o impulso de perguntar o que estava acontecendo, mas sabia que isso ia fazer sua mãe começar a se pô-la na defensiva.

— Absolutamente. Eu acho que vou pro quarto. – Disse para sair logo daquela conversa estranha.

— Sem jantar?

— Eu desço em dez minutos.

Rachel apanhou a bolsa e correu pelos degraus. Se já não bastasse estar com os pensamentos a mil, ainda ter de tentar parecer normal na frente da mãe era uma proeza. Não queria ficar pensando muito em Danilo, pois sempre acabava no mesmo impasse: aqueles momentos que não pareciam comuns, que ultrapassavam os outros em que já estiveram juntos, que a fazia sentir e pensar em coisas tão...

(...).

No dia seguinte, Alan despertou de um sono profundo e corrido. Nunca sentiu o corpo tão pesado, mas não de dor, e sim de preguiça. Queria poder ficar deitado até pelo menos nove horas. Mas eram seis e precisava levantar nem que fosse à força.

Novamente abriu os olhos, olhou para cama, e não encontrou Vanessa. Um aperto muito grande enforcou seu coração por alguns segundos, aliviando dolorosamente depois e deixando uma amargura estranha. Deveria ter imaginado... O que o fez pensar que depois da noite passada seria diferente? Por algumas horas acreditava que detinha Vanessa de todas as formas, mas deveria ter consciência de que não era real, que ela sempre iria embora no o outro dia. Mas por alguma razão, gostava de pensar que não, que Vanessa não tinha mudado desde a escola.

Se pondo de pé sob protestos do corpo, Alan rumou para o banheiro, e quando saiu de lá, notou barulhos na cozinha. Vanessa terminava de pôr um prato com mini-pãeszinhos frescos na mesa. Estava de short e blusa, o que significava que não sairia. Alan teve uma surpresa tão grande que segurou no umbral da porta pra não cair pra trás.

— Você? – Perguntou pasmado.

— Sim. Eu moro aqui, lembra? – Vanessa brincou com um sorriso doce no rosto.

— Acho que sim... – Alan provocou.

— Tomara que lembre, senão vou ter que te fazer lembrar...

Vanessa revidou indo até Alan, o abraçando e beijando seu pescoço. Alan teve que rir na falta de saber o que fazer.

— Mas... Café da manhã? Por que foi fazer isso?

— Por que já que eu vou ficar aqui...

— VOCÊ VAI FICAR? – Alan se assustou.

— É. Vou! Agora... Já que eu vou ficar aqui, tive que fazer algo enquanto você dormia, então... Fiz o café!

Vanessa abriu espaço para Alan se aproximar da mesa. Nunca tinha visto aquela pequena mesa de quatro lugares tão ocupada. Sentiu uma alegria preencher seu peito de novo, mas com se uma sombra de dor ainda existisse, algo o fez dar pra trás.

— Eu não sei...

— Não sabe o que? São só uns dias de folga! – Disse Vanessa tentando soar convincente. — E além do mais... Precisava cuidar melhor de você... – Admitiu cabisbaixa, cruzando os dedos e fitando o chão. — Você é bom demais pra mim e eu, eu sou muito egoísta.

Alan não esperava por aquilo tudo. Era como reascender de um abismo, sentir Vanessa presente e real de novo. Era o que ele mais desejava.

— Não seja tão dura com você mesma...

— Não tente amenizar as coisas pra mim. Não vai me fazer sentir melhor...

Alan então se calou, pegou Vanessa pela mão, e puxou-a para um abraço. Só a largou depois que ela riu. Rui como nos dias em que costumavam passar horas se divertindo, não brigando ou se preocupando com problemas, com o futuro. Foi quando Alan teve uma ideia.

— Eu já sei. Vamos fazer uma coisa hoje... – Comentou.

— Que tipo de coisa, Castellan?

— Um passeio. Pronto. Hoje, não vou pra faculdade. – Alan viu a cara de Vanessa fechar. — Só hoje! Vou pro hospital à tarde, só não vou estudar de manhã...

Vanessa não resistiu e acabou rindo da cara “santinha” do Alan. Não deixaria que ele fizesse isso, em condições normais, pois para ela, o trabalho vinha sempre em primeiro lugar, assim como qualquer obrigação. Mas como ela sabia da situação em que estava, não poderia desperdiçar seu tempo longe de Alan.

(...)

Na hora do almoço, Rachel foi ao shopping encontrar Vickie. Era incrível como naquele dia ela não estava conseguindo se concentrar em nada! Perdeu o primeiro horário por que depois que Danilo pegou o carro de volta, ficou patetando nos degraus do prédio, sentada pensando Deus sabe no que! Esqueceu o almoço em casa e, como não tinha pegado dinheiro suficiente para almoçar fora, foi para a biblioteca emprestar um livro, para espairecer. O mal foi que ela esqueceu de voltar a tempo para a aula seguinte. Agora, estava meia hora atrasada para encontrar Vickie na frente da sorveteria.

Quando Rachel desceu do ônibus, Vickie logo a avistou, e ficou de braços cruzados, assistindo a amiga atravessar a rua sobre seus saltos médios, correndo para pegar os últimos dez segundos de semáforo. Rachel notou o olhar semi-cerrado de Vickie, já se lembrando que ela odiava, com todas as letras, ter que esperar.

— Eu sinto muito! – Foi a primeira coisa que Rachel disse.

— Nada! Eu só estou em pé sobre saltos há meia hora, parada na frente de uma sorveteria esperando você que, a cada dois minutos diz que “já está chegando”. Está tudo bem!

Vickie apertou os lábios, mas logo cedeu um abraço à Rachel.

— Tudo bem?

— Não faz lembrar de tudo que eu passei de novo Rae...

— Certo. Vamos logo entrar!

As duas foram até uma loja. Na verdade Rachel correu para a loja e Vickie sequer sabia para onde estava indo. Quando pararam, já estavam cercadas de vestidos, sapatos e lingeries...

— Rae... O que realmente você está procurando?

— Um vestido do tipo adorável.

— Fácil. Você tem um corpão mesmo!

— Obrigada! Mas... A pior parte vai ser...

— Sapatos nunca foram problemas. Não para mim. Eu encontro um pra você em três tempos!

Vickie começou a procurar animadamente pela prateleira mais próxima. Mas Rachel não se referia a um sapato. Só ainda não estava a fim de começar a falar disso.

— A propósito! – Ela chamou. — Não desisti de fazer uma surpresa pro Dan.

— E o que tem em mente?

— Primeiro, vou dizer que vou morar com o Alan. Pedir para ele me visitar no meu primeiro dia na casa dele. Claro que ele vai, mesmo chateado. Aí então ele entra e a gente grita: “Surpresa!”.

— Casa do Alan? Rae você é cruel...

— Eu sei! – Rachel sorriu brilhantemente. — Vou precisar que leve alguns enfeiteszinhos pra mesa. Só vamos comer e rir mesmo, Dan não é criança para ter decoração específica.

— Mas depois vocês vão sair, não?

— Como você sabe?

— Por que está na cara que vocês não vão ficar muito tempo na casa do Alan... A final, o Alan está sabendo?

— Está. E eu acho que vamos precisar dar uma festa pra alegrar logo, logo... – Rachel se lembrou que Vanessa estava indo embora. Já teria ido?

— Pode ser uma boa ideia...

— O que acha? – Rachel ergueu um vestido vermelho, de alças e babado na barra.

— Muito “noite” Rae...

— E esse?

— Eu gostei. Tudo a ver com esse sapato...

Rachel sorriu pegando as duas mercadorias e avaliando juntas.

— Eu sabia que tinha que trazer você pra me dar sorte! – Rachel disse sorrindo para Vickie.

— Por nada! Viu? Eu sabia que a parte do sapato não ia ser difícil! – Vickie sorriu satisfeita.

— Eu também sabia... – Rachel disse tensa. — Na verdade essa não era a parte difícil... Também trouxe você pra dá uma mãozinha em outra coisa...

— O que?

— Lingerie.

— O QUE?

Continua,,,


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Notas finais do capítulo

Desculpem o tamanho do cap. pra quem achou pequeno.
Deixem reviews para eu me sentir mais motivada! ok? (principalmente os fantasminhas que passam por aqui e nem dizem oi =s )
Obrigada!
Mila.



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