The Eldest escrita por VeronicaLee


Capítulo 3
Coração partido


Notas iniciais do capítulo

Olá gente linda!
Posso dizer que fiquei mesmo babada (again) com as reviews que recebi. Quando comecei a publicar, pensava que não haveria ninguém a ler e no fim até estou a receber criticas e há pessoas a ler e a gostar. Nem imaginam o quanto isso me deixa feliz!
Trago-vos mais um capítulo, comecei a desenvolver mais a história!
Por favor, digam-me como é que me estou a sair. As personagens não são minhas, como vocês sabem, e por isso é muito mais complicado. Tenho medo de fugir às personagens!
Eu fiz uma Sakura má, eu sei que não tem nada haver com ela que é toda boa pessoa no anime e no manga, mas eu precisava de alguém mau e ela pareceu-me perfeita para o papel.
Fico à espera das vossas opiniões e peço, novamente, se lêem, deixem uma crítica, mesmo que seja negativa, afinal, eu não sou profissional e estou aqui é para aprender!
Peço imensas desculpas se existir algum erro ortográfico e qualquer palavra que não compreendam é só dizer! Eu sou de Portugal e apesar de a língua ser parecida, há algumas palavras que não correspondem ao mesmo significado. (:



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Capítulo dois – Coração partido

Ela odiava a segunda-feira. Custava-lhe sempre acordar tão cedo, apesar de na sua própria casa ela ter horários obrigatórios para acordar e tomar o pequeno-almoço, e ir para o colégio meia hora antes das aulas para levar e arrumar as malas no seu quarto, vestir o uniforme e procurar Ino por todos os corredores.

- Hina, Hina, aqui! – Ela virou-se, à procura da pessoa que gritara, e não levou muito tempo a ver uma rapariga loura com um rabo-de-cavalo alto e olhos azuis a acenar nada discretamente. Suspirou e foi ter com Ino, que a cumprimentou entusiasticamente e conversou sobre o fim-de-semana até se voltar novamente para as raparigas com quem falava antes e continuar a contar qualquer coisa sobre a vida dos outros. As outras raparigas pareciam fascinadas com o que ela dizia, mas Hinata nem sequer sabia de quem falavam porque, afinal, ela nunca fora muito de falar ou reparar no mal dos outros.

Estava distraída a fingir que ouvia a conversa quando os viu a entrar, sozinhos, na sala de convívio. Todas as raparigas pareciam suspirar pelo moreno alto, pálido e com olhos escuros que na opinião dela tinha grandes parecenças com uma galinha devido ao cabelo cheio de gel arrebitado atrás, mas ela só tinha olhos para o rapaz louro e sorridente que o acompanhava, falando alto e rindo a cada palavra pronunciada.

Viu, um segundo depois, Sakura levantar-se e ir ter com eles. Sasuke, como sempre, não lhe deu grande importância, mas Naruto cumprimentou-a com entusiasmo. A morena não pode evitar pensar em como queria estar no lugar da rapariga de cabelos rosa naquele momento.

Ela nunca admitira tal pensamento em voz alta, mas ela gostava muito de ser como Sakura ou Ino. Elas eram quem eram e não tinham qualquer problema em mostra-lo ao mundo, eram bonitas, extrovertidas, inteligentes e acima de tudo, muito sensuais. Ela nunca se preocupara muito com o aspecto exterior e com a sua sensualidade, ou falta dela, até Ino, quando a encontrara a chorar pelos cantos por descobrir que Sakura e Naruto tinham alguns encontros íntimos às escondidas, lhe dissera que ele a notaria se ela não se escondesse tanto e tentasse tão desesperadamente cobrir a sua sensualidade com uniformes e casacos largos. Depois disso, ela passara a olhar-se ao espelho com frequência, analisando-se a si mesma à procura de alguma beleza, de sensualidade e daquela presença que Ino e Sakura tinham. O problema é que ela não encontrara nada disso em si. Ino já lhe sugerira, várias vezes, uma mudança drástica de visual, mas ela sempre recusara. Afinal, elas não tinham apenas um físico invejável, elas também tinham uma personalidade forte e destemida que ela não possuía. Era inevitável, Sakura e Ino eram como leoas, predadoras prontas a caçar e lutar pelas suas presas, enquanto ela não passava de um ratinho assustado, uma rapariga tímida e quieta que nunca chamaria à atenção de ninguém, muito menos daqueles homens. Uma vez saíra com Ino para um café de Konoha, às escondidas do seu pai uma vez que este estava fora e com dois seguranças misturados na multidão que combinaram manter a sua saída em segredo, e percebera os olhares que os homens lançavam à sua amiga. Pela primeira vez, viu desejo nos olhos de alguém, mesmo que não fosse dirigido a ela. Percebeu que aquele olhar nunca seria para ela, por isso é que o seu pai nunca se preocupara com aproximações indesejadas dos Akatsuki com ela, ele sabia que homens como Itachi, Deidaira, Sasori e os restantes nunca reparariam numa menina como ela, eles queriam mulheres como as outras duas.

Sentiu um olhar sobre si e percorreu todo o local com os seus olhos cor de pérola, quase brancos, que muitas vezes faziam os estranhos pensar que ela era cega e que a ligavam com a família Hyuuga, para encontrar uns olhos idênticos aos seus. Fora difícil de explicar no inicio, mas dissera que tinha os olhos de um lado muito afastado da família que eram Hyuugas, de maneira que não pertencia à família. Era Hanabi que a observava ao longe.

A irmã mais nova era outro dos seus problemas. Tinham sido muito unidas antes da morte da mãe, mas depois disso tudo se tornara mais complicado. Hinata era a mais velha, a primogénita, a herdeira e como tal, passara a ter mais destaque para o pai. Hanabi, por ela mesma, distanciara-se e tornara-se mais próxima de Neji e quando entrara na mesma escola que ela e o primo, tornara-se de imediato popular por ser uma Hyuuga. Ao contrário da irmã mais velha, Hanabi era mais faladora e provocantes, já tivera vários namorados, todos mais velhos, e gostava de chamar as atenções para si. Até ela tinha mais hipóteses com Naruto do que ela. E com Itachi. E com Deidara. E com Sasori. Era melhor nem pensar nisso. Desviou o olhar, mesmo que ninguém fosse lhe dar atenção de qualquer das maneiras, e voltou a concentrar-se em Ino. Iria ser uma longa semana.

(…)

Konoha era, apesar de tudo, uma cidade pequena onde todos se conheciam e os boatos se espalhavam depressa. Quando ele era novo, o seu pai sabia sempre onde ele andava e o que fazia através das suas fontes, os cidadãos comuns, cujo principal objectivo de vida parecia falar e julgar a vida dos outros, como se isso fizesse as deles menos miseráveis.

Felizmente, ele já não tinha seis anos e se quisesse passar despercebido para que ninguém soubesse onde ele estava, ele o faria. Não que ele se preocupasse com os boatos lançados pelas velhas que passavam grande parte do seu tempo a espiar os outros através de portas ou janelas abertas, mas no final de contas ele ainda tinha um nome a manter e seria impróprio alguém como ele entrar num bairro com tão má fama como aquele.

Ele estava habituado à sua residência, onde tivera uma autorização especial para morar sozinho com o mordomo da sua família durante as férias, e á escola, ambos situados nos bairros mais ricos da cidade, de modo que estranhava aquele lugar. Era um dos bairros fora da cidade de Konoha, cheios de pessoas do mais baixo nível, desde mendigos até criminosos procurados, onde a policia não se atreveria a entrar, pelo menos depois da mudança de pessoal, uma vez que o seu pai tinha sido o chefe da polícia e naquela altura nem existiam bairros como aqueles. Ao contrário das casas luxuosas, enormes e com grandes e bonitos jardins, as ruas eram preenchidas por prédios pequenos, alguns inacabados ou em ruínas, com aspecto velho. A maioria das janelas possuía grades arrombadas e a segurança não reinava ali. Não se via qualquer loja, apenas várias tabernas em cada rua, todas cheias de pessoas mesmo que ainda só fossem seis da tarde e o céu só agora começasse a escurecer.

Caminhou, inexpressivo como sempre, pelas ruas estreitas com mau cheiro, com pessoas encostadas às paredes que o olhavam como um intruso. Ele podia não pertencer ali, mas dali em diante passaria a pertencer. Depois do que acontecera com a sua família, ele queria poder, queria vingança, e não havia outra maneira de concretizar esse objectivo.

Chegou à frente de um prédio quase em ruínas e entrou, já que não havia porta de entrada, e subiu dois andares pelas escadas, cruzando-se com um casal quase a matar-se à pancada. Viu uma porta de madeira fechada com um papel colado a dizer "2º Esquerdo" e bateu duas vezes seguidas. Só teve de esperar uns segundos antes de a porta ser aberta por um homem que ele já conhecia de visitas anteriores. Este pareceu satisfeito mas não surpreso ao vê-lo ali, o que de certo modo o irritou, mas preferiu não comentar isso. Entrou calmamente e ouviu o outro a fechar a porta atrás de si. Passou um curto corredor, com portas que davam para uma cozinha e para uma casa de banho e entrou na terceira e ultima porta, onde estava um quarto.

Era um pequeno e escuro quarto, quase sem mobília alguma. Havia apenas uma cama, uma máquina parecida às que ele costumava ver em hospitais, uma mesa e duas cadeiras. A única janela tinha cortinas pretas opacas fechadas que impediam que qualquer luz entrasse no compartimento. No entanto, ele tinha aqueles olhos especiais herdados da sua família, e não precisava de luz para ver a figura esguia e perigosa que repousava sentada na cama. Tinha um aspecto muito debilitado, tanto que se fosse outra pessoa, ele apostaria que iria morrer, mas sabia que isso não aconteceria, pois apesar daquela aparência, os olhos do outro fixavam-no com um olhar sério, decidido e perigoso. Ergueu um dos cantos da sua boca num sorriso de lado que a qualquer outra pessoa pareceria assustador, mas os dois homens que o observavam, em pé perto da porta, nem vacilaram.

- Estava á tua espera, Sasuke. – Disse, numa voz manhosa.

- Da última vez disseste que me podias garantir vingança pelos meus pais. – Disse o mais novo, sabendo que não podia mostrar qualquer hesitação frente àquele homem.

- Não o farei de graça. – Isso ele também sabia. Não havia qualquer hipótese de alguém como aquele homem o ajudar sem querer nada em troca, o que ele não percebera era o que tinha ele que interessasse ao outro.

- O que queres em troca? – Perguntou por fim. Viu o outro levantar mais os lábios num sorriso, a conversa estava a chegar exactamente onde ele queria.

- Em troca, tu vais ajudar-me a destruir o homem responsável por isto. – O mais velho não explicou o que era "isto" mas o mais novo dos Uchiha sabia que ele se referia à actual condição física dele e a tudo o que perdera por trabalhar para as famílias mais importantes não só da cidade, mas de todo o país.

- Quem? – Exigiu saber, ciente que não podia confiar em qualquer informação omitida.

- Hyuuga Hiashi. – O mais novo quase riu ao ouvir tais palavras.

- Porque faria isso? Se eu me meter com esse homem, estou morto muito antes de concretizar a minha vingança. – Preparava-se para ir embora e chegou a virar-se para a porta, mas parou assim que ouviu as palavras do mais velho.

- Aquele que tu procuras, aquele que queres matar… - Começou, vendo o mais novo parar de andar e prestar atenção ao que dizia. – Itachi trabalha para Hyuuga Hiashi.

O mais novo dos Uchiha gelou ao ouvir tal informação, a raiva a tomar conta dele a pouco e pouco. Como é que o seu irmão se atrevia? Trabalhar para aquele que um dia fora o maior inimigo do próprio pai. Demorou menos de um segundo a tomar uma decisão. Depois, respirou fundo, sabendo que depois de falar não poderia voltar atrás, e deixou a pergunta sair:

- O que é que eu tenho de fazer?

(…)

A semana passara mais depressa que o esperado. As aulas haviam ocupado grande parte do seu tempo, impedindo que ela se concentrasse em qualquer outro assunto. Para além disso, os dias passaram tranquilamente, pelo menos até à hora de almoço de sexta-feira.

Ela ficara a falar com a professora Kurenai durante dez minutos depois da aula acabar e acabara por se perder do grupo de Ino. Então, depois de ser dispensada, fora em passos lentos até ao refeitório, onde todos já estavam sentados a comer as suas refeições. Ela passou por entre as várias mesas, despercebida como sempre, e foi até ao buffet com comida já escolhida procurar algo para o seu almoço. Escolheu e dirigiu-se com passos lentos e um cuidado excepcional para a mesa onde Ino lhe guardara um lugar à sua direita.

O lugar habitual da loira e do seu grupo barulhento era do lado contrário ao do buffet, o que implicava ela passar por grande parte do refeitório e pela mesa que ficava situada no centro, onde estava o seu primo, Sasuke, Naruto e o restante grupo deles.

Havia dois grupos de populares no colégio, constituídos essencialmente pelos estudantes mais ricos e influentes. Para sua infelicidade, ela fazia parte de um deles. Um dos grupos era formado por Sakura, Karin, Naruto, Sasuke, Sai, Neji, Lee e Hanabi, sendo que estes eram os principais mas estavam sempre rodeados por outros. O outro era formado por Ino, Tenten, Shikamaru, Chouji, Kiba, Shino, Gaara, Kankuro e Temari.

Sakura e Karin eram, juntamente com Ino, admiradoras de Sasuke. Sai era um rapaz inexpressivo com um grande talento para desenhar, algo que herdara do seus pais, uma vez que estes eram artistas famosos. Lee não tinham muito dinheiro nem era muito atraente, mas era o melhor amigo de Neji e isso garantira-lhe lugar ali, tal e qual como ela só estava no grupo dela por causa de Ino. Lee era o motivo pelo qual ela achava que Neji não era tão mau como parecia, o alegre rapaz era humilhado até Neji o proteger e o incluir no seu grupo de amigos.

Tenten era uma rapariga alta e bonita que praticava artes marciais e sabia utilizar qualquer tipo de armas, já que o seu pai era um dos principais fornecedores de armas legais e ilegais, chegava até a fazer negócio com o patriarca dos Hyuuga, ou pelo menos assim Tenten lhe dissera, desconhecendo a sua identidade. Shikamaru era o melhor amigo de Ino, um rapaz excepcionalmente inteligente que se aborrecia muito facilmente e achava tudo problemático. Chouji era um rapaz gordinho, o outro melhor amigo de Ino, do qual ela nem sabia as origens pois o único tópico de conversa dele era comida. Gaara, Kankuro e Temari eram os três filhos do presidente da câmara de Suna e estudavam todos ali porque o seu pai gostava do ensino. Gaara, o mais novo, era calado. Kankuro, o do meio era macabro, na medida em que tinha uma obsessão bizarra por marionetas, quando o conhecera tivera de se controlar para perguntar "Tens algum grau de parentesco com Sasori?". Talvez não, o único dos irmãos Shukaku parecido com o criminoso que trabalhava para o seu pai era Gaara. Temari era a mais velha e era mandona e forte, mas uma leal amiga, apesar de ter uma paixão esquisita por leques, andava sempre com um.

Ambos os grupos eram rivais, pelo menos por parte de Sakura, Karin e Ino, já que os outros não se pareciam importar com nada disso, mas ela nunca fora incluída em qualquer guerra entre as raparigas. Por esse mesmo motivo, ela não estava à espera que Karin lhe passa-se uma rasteira, fazendo-a desequilibrar-se e soltar o tabuleiro. Tudo aconteceu demasiado rápido a partir desse momento. Ela viu os olhos brilhantes e surpreendidos de Ino ao observar o tabuleiro a elevar-se no ar antes de voltar a cair em cima de uma cabeça cor-de-rosa. Ela levou um momento a perceber que a cabeça rosa coberta com a sua comida pertencia a Sakura. O seu pai sempre lhe ensinara a ser educada e dizer asneiras era estritamente proibido para alguém do nível dela, mas naquele momento, ao encarar uns olhos verde-esmeralda furiosos e sentindo todo o refeitório de olhos pregados nela, em choque, só lhe passou uma palavra pela cabeça: Merda.

- Sakura… - Ela ouviu a voz de Naruto começar a dizer, mas ela lançou-lhe um olhar cortante que o calou de imediato.

- Sua grande vadia, quem achas que és para atirares comida para cima de mim? – Começou Sakura, com uma expressão furiosa.

- E-Eu.. – Gaguejou ela, sem saber o que dizer, mas a outra também não lhe deu hipótese de falar.

- Eu vou fazer a tua vida num inferno por isto, uma reles como tu… - Continuou.

- Não fi-fiz de propor-posi-sito. – Gaguejou novamente, incerta sobre o que fazer.

- É claro que foi de propósito, isso é tudo inveja.

- Inveja do quê testuda? Não a ouviste, foi sem querer. – Ouviu-se uma voz por trás de Sakura e Hinata quase suspirou de alívio quando viu Ino a encara-las.

- Como se eu fosse acreditar nisso, porca. – Devolveu, irritada.

- É ver-verdade. Des-desculpa. – Pediu.

Olhou para a rapariga sentada que as observava com um ar divertido. Karin tinha-lhe passado uma rasteira e agora deliciava-se com o resultado da sua obra.

- Aposto que ela fez de propósito. – Afirmou a rapariga de olhos verdes, apontando o dedo para a morena, que por sua vez, não viu alternativa se não olhar para Ino com um pedido de socorro expresso na sua expressão.

- A Hina não é esse tipo de pessoa Sakura. – Disse Ino, adquirindo um tom de voz cada vez mais sério e ameaçador. – Se ela disse que foi sem querer, é porque o foi. – Depois, deu um sorriso malicioso antes de pegar num prato e espalhar toda a sua comida em cima de Sakura, que demorou uns segundos a processar o que tinha acabado de acontecer. – Infelizmente, não se pode dizer o mesmo de mim.

- Ino, eu não sei se isso terá sido uma boa ideia… - Murmurou Hinata, tão baixo que a maioria das pessoas só vira os seus lábios a mover-se, mas as duas raparigas, que seriam as únicas perto o suficiente para a ouvirem, não o fizeram, pois em poucos segundos haviam-se agarrado aos cabelos uma da outra e soltavam palavrões altos.

- Sakura. – Reconheceu a voz de Naruto, muito alta, no meio da multidão e viu-o correr para acudir Sakura, que já estava pior que Ino. Todos os estudantes haviam se levantado e gritavam por uma das duas, os respectivos amigos de cada uma haviam-se aproximado para as separar e Hinata ficara parada, a olha-las, sem saber o que fazer. Pensou em tentar separa-las, afinal, ela tinha força e sabia o essencial sobre luta, seria fácil dado o treino que tivera com o seu pai, mas ela estava proibida de revelar a sua identidade e usar uma das técnicas típicas da sua família que o seu pai lhe ensinara deixaria muito poucas dúvidas sobre os olhos brancos dela. Por essa razão, ela ficara muito aliviada quando Neji as separara com uma técnica muito superior à dela. .

Hinata correu para o lado de Ino, que era segura por Shikamaru e Chouji. Apesar de serem as duas mulheres e de não terem desenvolvido tanto a força como ela fora obrigada a fazer, haviam conseguido magoar-se uma à outra e, constatou chocada, Neji provocara nódoas negras nos braços delas quando as separara.

Não deveria ficar tão chocada por o seu primo ser capaz de utilizar as técnicas da família melhor que ela ou por ele ter usado aquela técnica como defesa e ataque ao mesmo tempo. Ela nunca manifestara qualquer interesse ou vocação para lutar, então, o seu pai concordara que, por ela ser mulher, não teria de o fazer, mas ele ensinar-lhe-ia o básico: A defender-se. Ela aprendera a lutar como uma Hyuuga e conseguia facilmente defender-se de alguém sem treino algum como Sakura e Ino, talvez até de um homem, mas ela não era uma lutadora. Lembrava-se de um dia o seu pai dizer que não fazia mal ela não herdar aquele dom da família, pois ele iria certificar-se que continuaria a passar de geração em geração e naquele momento, depois de analisar o movimento do seu primo e os seus estragos, percebeu quem fora o escolhido para continuar a tradição.

- Tu! – Ouviu a voz de Sakura, muito alta e furiosa, a tira-la dos seus pensamentos. Levantou a cabeça para se deparar com os olhos verde-esmeralda cheios de raiva e ódio.

Ino devia estar orgulhosa, pois apesar de estar toda despenteada, com um braço roxo e um ombro negro, Sakura estava muito pior, exibia um olho roxo que iria ser notado por semanas, estava coberta de comida, coxeava de uma perna, tinha marcas de unhas perigosamente perto do pescoço e o braço tão negro como o da loira.

- A culpa é toda tua! – Gritou, falando obviamente para Hinata. Ela tentou convencer-se que a pior inimiga da sua melhor amiga estava errada, que a culpa era toda de Karin, mas no ponto de vista alheio, de quem não percebera a rasteira da terceira admiradora de Sasuke, a culpa pertencia à Hyuuga.

- Sakura, tu e a Ino fazem estas cenas miseráveis a toda a hora, não ponhas as culpas na Hinata. – Ela ouviu uma voz masculina, conhecida, a dizer. Não precisou olhar para saber que era Kiba que a defendia. – Para além disso, a loira tem razão, ela não te faria mal de propósito.

- É claro que faria, ela odeia-me. – Reclamou, demasiado alto para que alguém em todo o refeitório não ouvisse. Ino estreitou os olhos e a morena sabia que quando isso acontecia, era porque não vinha ai coisa boa. – As sonsas são sempre as piores, andas ai a fazer-te de santinha e mal me distraio já tenho um prato de comida em cima de mim. Ao menos faz como a tua amiga, admite a cabra que tu és! – Ouviu-se alguns gritinhos de incentivo, mas a maioria dos presentes manteve-se em silêncio, esperando alguma atitude daquela que fora ofendida.

- Sakura, não vás por ai. – Ela ficou petrificada, sem saber o que fazer, mas Ino rapidamente tomou a dianteira. – Não te atrevas…

- Oh, vá lá! – Um sorriso maldoso formou-se nos seus lábios. – Não é como se fosse segredo para alguém que ela é apaixonada pelo Naruto desde que se conhece como gente.

Depois da sua intervenção, ninguém ousou falar, todos se mantiveram num silencio mórbido. Até Naruto corou levemente e baixou a cabeça em sinal de embaraço, no entanto, ninguém pareceu chocado com a notícia.

Ele sabe. Pensou para ela mesma, percebendo tudo. Todos sabiam, até Naruto, a pessoa mais distraída à face da Terra, tinha percebido. Sentiu as bochechas a corarem e começou a ver tudo embaciado, mas nenhuma lágrima saiu dos seus olhos. Nunca se sentira tão humilhada na vida.

Ino ia dizer algo àquela que um dia fora a tua melhor amiga, mas calou-se de imediato quando sentiu uma mão máscula e forte a agarra-la. Kiba indicou-lhe Hinata com os olhos e a loura percebeu o estado destroçado da sua amiga.

- Alguém me explica o que raio se está aqui a passar? – Todos se voltaram para a porta, encontrando uma Tsunade furiosa, com uma veia saliente na testa, seguida pelo director, que os encarava com um olhar sério.

- Menina Yamanaka, sugiro que tire a sua amiga daqui. – Sugeriu Jiraya, quando viu o estado da primogénita dos Hyuuga.

No inicio não gostara dela pelo simples facto de ela ser filha daquele homem e fazer parte de uma família tão perigosa e maldosa como aquela, mas não demorara muito a perceber que se enganara e que era exactamente por ela não ser assim que o seu pai queria a sua identidade escondida.

A loira puxou-a por entre as pessoas e depois de saírem, todos esperaram a próxima reacção do director.

- Menina Haruno, para a minha sala imediatamente. – Ordenou. Viu a rapariga a abrir a boca para protestar, mas calou-se imediatamente quando Tsunate falou.

- Imediatamente Sakura. – A rapariga acenou positivamente e tentou tirar o resto da comida de cima de si antes de se dirigir, em passos lentos, para o casal que a esperava. – Tu vens a seguir Naruto. – Informou, com uma veia a saltar-lhe na testa. O rapaz engoliu em seco e nada disse. Não era, de todo, boa ideia contradizer Tsunade quando ela estava chateada.

No meio da confusão, Karin observava o casal que tanta autoridade tinha por ali. Não fazia sentido. Sakura era afilhada de Tsunade e normalmente conseguia ter o benificio da dúvida por parte da madrinha e de Jirayia, fosse qual fosse o problema em que se metesse. No entanto, com Hinata, eles nem quiseram ouvir a história por parte da morena, dando-a logo como vitima. Isso só podia indicar que Hinata estava, de algum modo, acima de Sakura. Não sabia como era possível, afinal, dizia-se que Hinata era proveniente de uma família comum e sem influência, mas ela começava a duvidar da veracidade daquele facto. Para além disso, aqueles olhos eram muito misteriosos, talvez ela fosse alguma filha bastarda de um Hyuuga. Ela não sabia quem Kamiya Hinata era, mas iria descobrir.

Continua…


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Notas finais do capítulo

E então? Bom, mau ou péssimo?
Beijinhos e até ao próximo capitulo! (: