Como Teria Sido escrita por Nyne


Capítulo 14
14. Transformações


Notas iniciais do capítulo

Podem me xingar, eu mereço.
Demorei e muito pra postar, mas meus dias tem sido corridos.
Porém estou bem inspirada, ou seja, a história está toda na minha cabeça, é só passar pra cá.
Espero que gostem.
Bjus!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/160763/chapter/14

Fui ao almoço com meu cliente e organizamos os últimos detalhes do processo. A audiência seria em menos de uma semana e eu não queria qualquer tipo de falha.

Fiquei durante aqueles dias focado por completo no processo e como era de se esperar, foi mais uma causa ganha para o meu currículo.

Aquele dia foi cheio e o que eu mais queria era me jogar na cama e assistir um filme. Assim que cheguei em casa e abri a geladeira, vi que não tinha nada, apenas algumas latinhas de cerveja e água.

Não tinha jeito, eu teria que ir ao mercado para poder comprar algo para comer.

Não estava com a menor vontade, mas fome era maior. Peguei o carro e fui ao mercado que ia regularmente. Fui passando pelas prateleiras e jogando no carrinho tudo o que me dava na telha, nem os preços olhava, nem tinha o porquê fazer isso. Dinheiro eu tinha.

Foi enquanto eu olhava em uma das prateleiras que vi uma mulher de costas. Não sei porque, mas ela me lembrava alguém. O jeito, o cabelo, não sei explicar.

Devia ser alguma colega da faculdade ou até alguma cliente. Enquanto olhava aquela mulher de costas e tentava lembrar que ela poderia ser, um garotinho passou correndo por mim e acabou me fazendo derrubar o saco de pães que eu carregava.

 - Felipe, pede desculpas pro moço! – disse um homem que imaginei ser o pai dele.

 - Desculpa. – disse o garotinho com a cabeça baixa.

 - Sem problema campeão.  – disse passando a mão do cabelo do garotinho.

 - Cadê a mamãe? – perguntou o homem pegando o garoto no colo.

 - Foi pegar fralda.

 - Um rapaz como você ainda usa fraldas? – brinquei com ele.

 - Fala pro moço, não, é pra minha irmãzinha que ta pra chegar. – disse o pai do garoto.

 - Ah, você vai ganhar uma irmãzinha? Que legal!

 - É. – ele respondeu se escondendo no pescoço do pai.

 - Vamos procurar a mamãe então? – disse pro filho. – Desculpa aí grande.

 - Tudo bem, ele é criança, tem mais é que correr mesmo.

O homem e o filho se afastaram e eu continuei minhas compras. Quando cheguei em casa não sei o porque, me lembrei da Milena. Lembrei-me do dia que suspeitei que ela pudesse estar grávida e de como agi com ela por isso.

Ela sempre quis ser mãe e nunca me escondeu isso. Fiquei pensando como seria se ela estivesse mesma grávida. Hoje seria pai de um menino ou uma menina linda, especialmente se parecesse com ela. Seriamos uma família.

Peguei as besteiras que comprei e me joguei no sofá comendo e vendo um filme qualquer. Dormi lá mesmo.

Acordei com o telefone.

 - Reunião da turma? Quando? Tudo bem, pode confirmar, vou sim.

Depois de tantos anos até que seria interessante rever os antigos colegas, ver que rumos à vida de cada um levou.

A bendita reunião seria daqui uma semana. Como agora meu trabalho estava um pouco mais sossegado, não haveria problemas para eu ir.

A semana passou logo e o dia da reunião também. Não estava tão empolgado, mas ao menos era algo pra sair da minha rotina.

Passei em um posto de combustível pra abastecer o carro. Sai e fui a loja de conveniência comprar um maço de cigarros. Foi aí que reparei que um homem me encarava.

 - Pois não? – perguntei.

 - Desculpa, mas acho que conheço você. Meu filho quase te derrubou no mercado.

 - É verdade. E ele, onde está?

 - No carro com a minha esposa, alias vou indo, só parei aqui pra comprar uma água de coco pra ela. Mulher grávida sabe como é.

 - Não sei, mas imagino!

 - Até qualquer dia

O homem saiu e eu comprei meu cigarro, voltando para o carro em seguida.

Segui o caminho que haviam me passado de onde seria a reunião e não demorou muito até eu chegar. Revi alguns amigos e amigas e vi que profissionalmente eu era o que me dei melhor.

Os outros tiveram que escolher entre família e carreira, fora os que apenas terminaram o curso, mas nem se importaram em seguir na área.

Notei que pra uma reunião de turma havia muita gente lá. Então resolvi falar com um colega e perguntar o porque de tanta gente.

 - É uma reunião com todos os formandos de direito dos últimos dez anos da faculdade. Cada mês será assim com um curso, tipo uma homenagem ao centenário da faculdade.

 Entendi, mas também não me fez muita diferença. Enquanto falava com esse colega, vi uma antiga colega de classe com uma garotinha ao seu lado. Resolvi ir até lá conversar um pouco.

 - Heloísa?

 - Calma, vou lembrar... Fábio acertei?

 - Isso mesmo.

 - Nossa, quanto tempo! E a vida como anda?

 - Bem. Tenho meu escritório, sempre tenho casos importantes, tudo as mil maravilhas e você, em que se especializou?

 - Direito ambiental. Podemos dizer que é uma área mais tranqüila e facilita a convivência com a minha família. Essa é a minha moça. – disse abraçando a menina que devia ter seus 7 ou 8 anos.

 - Linda, parabéns.

 - Obrigada. E sua família? Não trouxe sua mulher?

 - Não me casei e nem tive filhos, priorizei a carreira.

Conversamos por mais algum tempo. Ela me apresentou o esposo e falamos um pouco dos tempos da faculdade.

Estava bem distraído com a conversa, quando um garoto esbarrou em mim. Olhei e vi que o conhecia de algum lugar. Era o mesmo daquele dia no mercado.

 - Desculpa tio.

 - Não foi nada campeão, lembra de mim?

 - Lembro, é o tio do mercado.

Enquanto falava com ele, o pai apareceu.

 - Nossa, acho que essa é a terceira vez que nos trombamos e nem me apresentei. Prazer, Luciano.

 - Fábio, prazer. Você também é ex aluno de direito?

 - Sou sim, mas eu era do período da manhã, mas não me lembro de você.

 - Eu era do noturno.

 - Está explicado então. – respondeu simpático.

Luciano parecia ser uns dois ou três anos mais velho que eu, pouca coisa mais alto e tinha um ar sério, mas bem humorado ao mesmo tempo.

 - Do Felipão aqui você deve lembrar né? – disse pegando o filho no colo.

 - Lembro sim. Você tem mais um certo? Lembro que comentou algo no mercado aquele dia.

 - Quase – respondeu rindo – Minha esposa está grávida de uma menina agora. E você, tem filhos?

 - Não, não tenho filhos e não sou casado também. Acho que não nasci pra essa vida.

 - Papai, quero ir com a mamãe, me leva?

 - Levo, aí aproveito e a apresento pro Fábio.

 - É verdade, não conheço sua esposa ainda.

 - Vai conhecer agora, vem comigo.

Eu o segui e fomos até uma mesa não muito longe de lá. Havia algumas pessoas na mesa conversando, imaginei que alguma das mulheres fosse a esposa do Luciano. Ele colocou o Felipe no chão, que correu até uma mulher que estava de costas pra mim. Imaginei aquela ser a mulher dele. Confirmei quando ele foi na direção dela e lhe deu um beijo no pescoço.

Ele deve ter falado que queria a apresentar para alguém e ela levantou e então se virou, permitindo que e visse seu rosto.

 - Fábio, essa é a minha princesa, Milena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O reencontro depois de tato tempo.
O próximo capítulo promete e espero vcs lá.
Bjus e deixem reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como Teria Sido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.