- Cadê todo mundo? – Perguntei chegando à sala.

- George foi buscar Angelina. – Mamãe nem se deu o trabalho de me olhar. – Rony foi buscar a Lilá... Bem, você já entendeu.

- Ah. – Gemi, me jogando no sofá.

O que me faz ficar tão incômodo, é que eu não vou buscar a minha namorada. Por quê? Porque minha namorada vai se arriscar junto comigo, ao invés de ficar em casa esperando ao lado da minha mãe! Tudo bem... Quando eu me apaixonei por ela sabia que não seria fácil... “Você sempre soube ela não é uma garota qualquer e tem que se acostumar com isso!” Minha consciência positivamente gritava.

- Chegamos família! – Ron passou pela porta trazendo a loira pendurada no pescoço.

- Lilá! – Me levantei e fui cumprimentá-la.

- Fred! – Ela apertou minhas bochechas com força.

- Como sabe que sou eu? – Arregalei os olhos.

- Bom... – Sorriu. – George provavelmente foi buscar Angelina, e eu sei que Hermione não vai ficar em casa... Então... É fácil.

- Realmente. – Revirei os olhos. – Só Merlin sabe o quanto ela é teimosa!

- Isso é o que você acha. – Ela deu os ombros. – Todos nós sabemos o quanto ela é teimosa... Mas até que isso não é tão negativo, vindo de Hermione.

- Realmente. – Ri. – Ela é muito teimosa, mas muito corajosa também... Acho que devia me orgulhar... Mas não consigo deixar a preocupação de lado.

- Eu entendo. – Torceu os lábios, como se quisesse pedir desculpas. – Ela significa tudo pra você. Preocupação é tão normal quanto respiração nesse caso.

Afirmei com a cabeça.

- Estamos amando, querido. – Ela afirmou dando um leve aperto no meu ombro.

- O que tanto vocês conversam aí? – Ron chegou atrás de mim. – Estou começando a ficar com ciúmes.

- Deixa de idiotice, Won. – Ela revirou os olhos. – Sabe que eu só tenho olhos pra você, não sabe?

- Sei. – Ele riu.

Revirei os olhos.

- Como eu queria que Hermione já estivesse aqui! – Disse jogando os braços pra cima e os dois gargalharam.

x-x-x-x

- Mione! – Ouvi um grito agudo.

Olhei pros lados, procurando, e achei uma castanha já nos braços de Tonks. As duas se abraçaram forte, como se não se vissem há milênios. Dei um sorriso de canto.

- Quanta saudade! – Ela riu. – Tenho uma duvida... Chamo-te de Tonks ou de Sra. Lupin?

A metamorfomaga sorriu. Os cabelos ficaram cor de rosa chiclete.

- Pode chamar como quiser, mas não me chame de Nymphadora! – As duas gargalharam.

Hermione cumprimentou Remus e trocou palavras com ele – que eu não consegui ouvir – e depois foi cumprimentando todos que ali estavam.

O abraço de Ron foi o mais demorado e apertado. Deu um peteleco na cabeça de George e chamou-o de cenoura irritante. Com Alastor não fez tanta festa, e foi super carinhosa com Fleur e Bill.

Quem fechava sua roda de cumprimentos era eu, que até então só observava-a como uma criança que estava esperando seu presente de natal.

À medida que ela se aproximava mais um passo, meu sorriso alargava. Analisando – novamente – cada traço de seu rosto.

Em alguns segundos senti o baque de seu corpo contra o meu e cambaleei pra trás. Senti o cheiro de seu cabelo impregnado em mim assim que respirei. Seus braços me envolvendo com força e sua gargalhada gostosa soando alta com a minha falta de atitude. Quando reparei que estava fazendo papel de bobo, passei os braços envolta de sua cintura.

- Fui só eu que achei isso caloroso demais?

- Eu também achei!

Remus e Tonks não sabem de nós, mas eu acho que estão prestes a descobrir. Hermione se afastou poucos centímetros e grudou seus olhos nos meus. Sorrimos juntos. “É tão bom tê-la por perto.” Tivemos um grande diálogo entre nossa troca de olhares. A saudade em tão pouco tempo fora tão enorme que palavra nenhuma poderia descrever. E então antes que alongasse minha tortura mais, acabou com a pouca distancia que tínhamos e colou seus lábios nos meus. Em pouco tempo se afastou de novo e me abraçou mais uma vez. “Senti sua falta.” Sussurrou sob a curva do meu pescoço, fazendo-me abrir um grande sorriso.

- Não é hora pra isso! – Escutei a voz conhecida bem atrás de mim.

- Eu fiquei sem a minha namorada por muito tempo, Alastor. – Disse depois de inflar falsamente os pulmões. – Foi só pra matar as saudades.

- Deixem isso pra depois. – Foi só o que ele disse. – Precisamos de um plano.

Olhei pro lado, onde a minha castanha encarava Tonks com um sorriso, que também sorria radiante, olhando pra nós dois como se fossemos Romeu e Julieta. Vai entender...