Trust Me. escrita por PeterGeneHernandez


Capítulo 14
Capítulo 14. SPA & Resort.




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Capítulo 14. SPA & Resort.


Pov. Jacob.


O bote nos levava rapidamente para qualquer lugar. Passávamos por rochas, navios naufragados e, vez ou outra, o corpo de algum monstro aparecia na superfície do mar, apenas as costas escamadas.

Marília estava ao meu lado, quase que sentada. Ela ficará o caminho todo olhando para o mar. Estava difícil de me concentrar. A garota ao meu lado estava toda molhada. Seu short jeans ia até um pouco abaixo do meio da coxa, sua blusa do acampamento estava agarrada em sua cintura minúscula e seus seios redondos. Agradecia aos deuses por aquelas camisas não serem decotadas.

Fomos o caminho todo em silencio. O bote parou em uma ilha onde vários iates agradáveis estavam naufragados, havia um submarino da Marinha dos Estados Unidos, diversas noas escavadas em troncos e um antiquado veleiro de três mastros. Havia um heliporto com um helicóptero da base aérea de Fort Lauderdale pousado e uma curta pista de pouso e decolagem com um Learjet e um avião a hélice que parecia um caça da Segunda Guerra Mundial.

Uma mulher de saia apertada e uma blusa branca de botões veio nos receber. Ela tinha uma prancheta em mãos e seu cabelo estava arrumado em um perfeito rabo de cavalo alto.

– Bem vindos ao SPA & Resort C.c. – a mulher falou com um enorme sorriso branco. – Por favor, me acompanhem. – ela escreveu algo em sua prancheta e fez um sinal para que a seguíssemos.

– Espero que você não se transforme em um porquinho da índia. – Marília cochichou para mim arrumando sua bolsa.

– Se eu me transformar em um você vai ter que me ajudar mais uma vez. – sussurrei de volta.

– Não abusa se não aproveito do seu minúsculo tamanho e te torturo até você chorar. – ela me ameaçou em voz baixa.

– E desde quando porquinhos da índia choram? – perguntei.

– Vai ser a primeira vez. – ela concluiu.

Marília ainda me olhava quando a mulher parou em frente a uma enorme e luxuosa construção. Segurei em seu braço para que ambas não caíssem. Outra mulher de longos cabelos escuros trançados a ouro veio nos receber na entrada do que parecia ser o tal Resort. Ela tinha olhos verdes penetrantes e seu vestido de seda esvoaçava com a brisa do mar, dando a impressão de que um gramado se mexia com o vento.

– Vejo que chegaram em perfeito estado. – ela disse nos olhando de cima abaixo. – Venham comigo. – ela disse se virando e nos guiando por dentro do SPA.

Lá algumas mulheres se embelezavam como se fosse sair de moda. O chão era de mármore branco e água azul para onde quer que eu olhasse. Havia terraços na encosta da montanha, com piscinas em todos os níveis, conectadas por tobogãs de água, cascatas, e tubos pelos quais dava para nadar. Fontes aspergiam água no ar, tomando formas impossíveis, como águias voando e cavalos galopando.

A mulher nos guiava por as espreguiçadeiras ocupadas com outras mulheres jovens bebendo deus coquetéis de frutas ou faziam as unhas enquanto liam revistas de moda e máscaras pegajosas secavam sem seus rostos.

Ela nos levou até uma enorme escadaria que parecia levar ao edifício principal. Entramos em um grande salão cuja parede da frente era toda de janelas. A parede de trás estava coberta de espelhos, assim o salão parecia não acabar nunca. Havia um conjunto de móveis brancos aparentemente caros, e sobre uma mesa em um canto havia uma grande gaiola de arame.

Um enorme tear também estava no salão. O tapete cintilava como se fosse tridimensional - o cenário de uma cascata tão real que eu podia ver a água se movendo e as nuvens pairando em um céu de tecido.

– Eu estava à espera de vocês. – a mulher falou se virando para nós. – Eu sou C.c. – ela se apresentou. – Você é Marília, filha de Poseidon, e Jacob, Filho de Hefestos.

– Como você sabe? – Marília falou franzindo o cenho.

– Eu sei mais do que você imagina, querida. – C.c. falou rindo e se aproximando da morena. A mulher segurou o queixo de Marília de maneira que ela olhasse diretamente em seus olhos. – Eu sei que você é uma garota especial. Tem mais habilidade que imagina. Posso até descobrir sua vida toda num piscar de olhos.

C.c. falava hipnotizando Marília, seus olhos tomaram um brilho intenso. A garota estava deslumbrada como se tudo fosse mudar para melhor. A mulher soltou o queixo de Marília e deu um passo para trás.

– Mas toda mulher pode ficar mais linda do que imagina. – C.c. falou com uma voz doce e a garota não saiu do transe. – Tanto por dentro quanto por fora.

Marília fechou os olhos com força e balançou a cabeça. Quando a levantou novamente seus olhos estavam como antes e ela não olhava para C.c. como antes.

– Mas eu não quero ficar linda tanto por dentro quanto por fora. – a garota falou como quem não queria nada. – Estou satisfeita desse jeito mesmo.

– Isso é impossível. – C.c. riu. – Todas querem o melhor. Inclusive os homens. – falou e olhou apara mim.

– Impossível é uma só questão de opinião. – Marília falou tombando a cabeça de lado, agora seu tom era de petulância.

– Então você tem se sentido bem quando está junto com o seu pai, sua mãe e sua irmã. – a feiticeira disse fazendo com que Marília abaixasse o olhar e nada retrucasse. – Eu sei como você se sente quando os vê reunidos.

Circe foi falando e se aproximando da filha de Poseidon. C.c. parou ao seu lado e colocou as mãos no ombro de Marília, quase tocando a própria bochecha na da garota.

– Se ficasse comigo, poderia ficar aqui para sempre e não se sentiria do mesmo jeito que se sente quando está com sua família.

– Mas eu nunca mais os veria. – A morena falou levantando o olhar para frente.

– Não, - Circe disse. – mas com tempo você se acostumara, afinal se tornaria imortal e aprenderia a dominar as artes da feitiçaria. Um dia você vai ver que as feiticeiras se tornarão sua família. Aquela família que vai te apoiar nas horas mais difíceis e você...

– Chega! – eu protestei. Aquilo já estava indo longe demais.

Marília já tinha um olhar esperançoso enquanto olhava para o nada. Seus olhos não mudaram de foco quando interrompi Circe. Mas a feiticeira se virou com um olhar mortal para mim.

– Garoto, você sabe com quem está falando? – C.c. perguntou se aproximando perigosamente de mim.

– Não me interessa com quem eu falo. O que me importa é que você já disse demais. – Falei. – Já está na hora de parar de iludi-la. Tenho certeza de que você não vai cumprir metade do que disse.

– Você não deveria duvidar da capacidade das pessoas que mal conhece. – ameaçou a um passo de distancia. – Sabe? Eu pensei que você não fosse como os outros homens. Mas analisando melhor, você não passa de mais um. – ela esbravejou a ultima parte o que fez com que Marília saísse do transe.

– Não me importa nenhum um pouco com a sua opinião. – retruquei encolhendo os ombros. – Para mim é só mais uma.

– Basta! – Circe gritou e Marília foi se afastando lentamente de nós. – Você não pode falar assim comigo, moleque atrevido. Eu sou Circe, a mais poderosa de todas as feiticeiras. – ela começou a surtar. – Posso acabar com a sua vida quando quiser.

– Sinto te informar que você não é a única. – retruquei dando um sorriso de lado.

– Eu tenho o poder de te torturar o quanto quiser. – C.c. apontava para mim. – Não só de você como de sua família inteira.

Me preparei para retrucar algo, mas Circe já se preparava para me jogar algum feitiço.

– Jacob, vamos! – gritou Marília abrindo a porta.

Nós dois saímos correndo escadaria abaixo. Circe tentou nos alcançar praguejando em grego, mas ante que saíssemos puxei a porta de maneira que ela se fechou impedindo a feiticeira de sair.

Logo chegamos ao SPA e era possível ouvir as pragas de C.c.. Eu e Marília empurrávamos tudo que estava na nossa frente. Muitas mulheres com bandejas, mesas, ‘hospedes’ e até animais caíram na água. Eram objetos espalhados por toda parte e gritos de quem estivesse mais próximo.

– PEGUEM AQUELES DOIS!- Circe gritou, mas em vão.

Ninguém pareceu se importar com suas ordens. Todas se lamentavam por suas coisas espalhadas, roupas molhadas e unhas, provavelmente quebradas. (n/a. rimei quase a frase toda. Hehe’)

Saímos pela porta que entramos quando uma bola de raio quase nos atingiu. Olhei por cima do ombro e vi que Circe quem havia lançado. Ela era a única que corria atrás de nós, tentando tirar todos do caminho como fizemos.

– O barco! – Marília falou apontando para os iates.

Corremos até a água e mergulhamos. Ainda era possível ouvir os gritos da feiticeira enfurecida. Nadamos até a embarcação desejada e fomos direto para a cabine de comando. Por sorte os comandos eram os mesmos que os da lancha. Foi fácil ligá-la e manobrar a mesma.

Marília estava muito calada quando estávamos no barco. Era insuportável e desconfortável vê-la quieta daquela maneira

– O que aconteceu pra você ficar tão calada assim. – perguntei me virando para a mesma. Me lembrei de Poseidon avisara que nos guiaria e resolvi deixar o iate nos comandos do mar.

– Não foi nada. – ela me respondeu se se encostando à parede, escorregando até o chão e abaixando a cabeça.

– Foi o que a Circe disse sobre seus pais? – falei meio hesitante.

Marília negou com a cabeça e permaneceu quieta.


O->

A partir daqui eu num conto mais nada. Até o próximo capítulo. Bjs, espero pelos reviews, B’.aah.



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