Aquele dia perturbador começou com uma ligação ás cinco da manhã, como era domingo eu ainda estava no segundo sono, mais quando vi que quem estava me ligando era Annabeth não pensei duas vezes atendi o telefone fazendo o possível para que minha voz não aparentasse que eu havia acabado de acordar.

- Alô

- Percy, preciso falar com você agora – ela parecia ter chorado muito, sua voz estava bastante abafada.

- O que aconteceu Annie? Você estava chorando?

- Não é nada – ela estava mentindo, dava pra ver que não estava nada bem, mais resolvi não discutir.

- Pode falar, sou todo ouvidos.

- Aqui não posso ir aí?

- Claro, mais Annie o que aconteceu?

- Explico quando chegar, até mais Percy.

- Até – ela desligou e eu me levantei para tomar um banho rápido; estava preocupado com o que poderia ter abalado Annie, ela sempre foi tão segura como se nada pudesse abalá-la; mais agora parecia que ela havia desmoronado; sai do banheiro, me troquei e decidi fazer alguma coisa para comer, um suco de maracujá, e esquentar no micro-ondas alguns biscoitos que minha mãe havia feito ontem; assim que arrumei tudo em cima da mesinha da sala, a campainha tocou; fui abrir a porta e uma Annabeth chorosa com os olhos roxos de olheiras veio correndo me abraçar.

- Calma Annie, o que aconteceu?

Mais ela não queria parar de chorar; levei-a para dentro a sentei no sofá do meu lado e dei um pouco de suco para que ela bebesse e se acalmasse mais, depois de longos minutos ela parou de chorar e falou:

- Desculpe te acordar tão cedo Percy, mais eu não tinha outra opção.

- Sem problemas, coma um pouco depois você me conta o que aconteceu.

Ela comeu alguns biscoitos e acabou todo o suco, eu não comi, não conseguia tirar os olhos dela, estava tão pálida que parecia ter visto um fantasma, seu rosto estava lavado de lágrimas, e as olheiras estavam cada vez mais salientes, quando ela parou de comer respirou fundo e começou a me contar o que havia acontecido.

- Era umas 3 da madrugada e eu me levantei para beber um copo d’água e vi minha mãe conversando com meu padastro, eles estavam panejando o casamento deles até que o Derek disse que queria que eu fosse a daminha de honra, mais aí minha mãe disse que não podia ser eu – ela começou a chorar de novo e eu a abracei com força.

- Calma Annie, eu estou aqui, por favor pare de chorar e me conte o que aconteceu depois.

Ela respirou fundo e continuou:

- Ela disse que não podia ser eu porque eu não era filha dela.

Ela não conseguiu dizer mais nada e continuou chorando e soluçando, embora estivesse curioso para saber o que havia acontecido decidi deixa-la de acalmar.

- Tenho uma ideia porque você não vai tomar um banho, se acalmar, descansar um pouco e depois você continua me falando o que aconteceu, dei um beijinho nela e levei-a para o banheiro do meu quarto, coloquei uma toalha limpa para ela deixei-a no banheiro; corri até o quarto da minha mãe e a acordei.

- Percy o que aconteceu? Não são nem 7 da manhã – ela abriu os olhos e viu que eu estava preocupado.

- Annabeth está aqui, ela descobriu que a mãe dela não é mãe dela e não para de chorar; levei ela para tomar banho no meu quarto, será que a senhora pode levar alguma roupa para ela e me ajudar a acalmá-la vou pegar uns cobertores e arrumar aquela cama que tem de sobra para que ela possa descansar, parece que ela não dormiu desde de 3 da manhã!

Eu ia continuar falando mais minha mãe fez sinal para que eu me calasse.

- Percy relaxe, você parece mais preocupado que ela, vou pegar alguma roupa levar pra ela e você arrume a cama e o quarto.

Ela se levantou de um pulo remexeu no guarda-roupa pegou alguma coisa azul e foi para o meu quarto; enquanto eu me dirigi ao quarto vazio que ficava do outro lado do corredor e dei graça a Deus que mantivéssemos aquele quarto bem arrumado, só precisei abrir a janela para ventilar e colocar alguns lençóis e cobertores, também tive que trocar o travesseiro que parecia ter sido jogado dentro da lata do lixo; assim que terminei, minha mãe apareceu com Annabeth soluçando no seu ombro, ela estava vestida com um vestido azul longo, que eu havia dado a minha mãe de presente de Natal.

- Não precisam se incomodar comigo – sua voz estava mais abafada que antes – posso ficar no sofá da sala!

- Nem pense nisso – peguei-a pela mão e a levei para a cama – se deite e durma.

- Você pode ficar aqui quanto tempo quiser, querida – minha mãe disse acariciando os cabelos lindos de Annabeth – quando você acordar nos explica melhor o que aconteceu e o que pretende fazer.

Ela saiu e eu fiquei só com Annabeth.

- Obrigado Percy, se eu não tivesse você; agora eu estaria na rua.

- Você sempre vai me ter, não importa o que aconteça, agora durma.

Dei um beijo nela, e agora estou vendo ela dormir; enquanto tomo uma decisão se a Sra. Chase, ou melhor, Mary Chase não é a mãe de Annabeth, eu vou ajuda-la a descobrir que é; nem que eu precise dar a volta no país, mais eu vou ajuda-la.