Capitulo 8 – Profecia.

Nós nos olhamos por cerca de 5 segundos que pareceu durar tanto tempo! Ele colocou os braços na minha nuca e inclinou a cabeça dele devagar, eu em um impulso, como sempre, completei o espaço entre nós dois e o beijei. O vento se acalmou, até virar uma leve brisa, a chuva cessou, e eu parei de chorar. Eu parei o beijo e sussurrei:

- Hora de treinar. – Ri e me afastei. Isso é tão divertido, eu nunca me diverti tanto quanto esses ultimos dias!

Eu estava encharcada, assim como Dean, porém o sol havia aparecido novamente, então não estava frio.

Com a sua faca, Dean desenhou um rosto improvisado em uma árvore, alegou que era um super-inimigo e que iria me matar. Ele disse para eu colocar fogo na árvore. Eu apontei minha mão direita para a árvore, sem querer joguei ela cerca de 3 metros longe, e quase acertei Dean, de novo.

- Ok, vamos pensar em uma coisa menos... perigosa. – Ele veio ao meu lado e nós dois sentamos no meio da fazenda.

Ele colocou sua faca no chão entre nós dois e disse para eu mover com os meu poderes.

- Ok. – Afirmei e posicionei minha mão para a faca.

- ESPERA! – Ele gritou, levantou, saiu correndo, e se escondeu atraz de uma arvore. – PODE COMEÇAR! – Ele gritou, e eu ri.

Pensei em mover aquela faca até ergue-la no ar. Fechei os olhos e me concentrei, abri os olhos e lá estava a faca no ar na altura dos meus olhos.

- EI! DEAN! EU CONSEGUI! – Gritei orgulhosa de mim mesma. – DEAN! – Ele não apareceu.

Me concentrei em ergue-la mais alto e consegui ergue-la uns 2,5 metros do chão.

- DEAN! – Chamei de novo e ele não apareceu. Me levantei com a faca ainda no ar. Olhei em volta e por um milésimo de segundos pensei ter visto o garoto que eu vi na janela da casa do garoto morto. – Ah não. – Um pressentimento ruim tomou conta de mim e eu saí correndo, ordenei aos meus poderes que deixasse a faca no ar, não sei bem por que, mas deixei ela no ar.

Fui até a arvore em que o Dean se escondera e encontrei ele no chão desmaiado. Chamei por ele, bati na cara dele, tudo, mas ele estava realmente desmaiado. Olhei para onde antes eu estava e estava o garoto que eu vi na janela da casa.

- Oh, oh. – Falei sozinha. Ele fez sinal com a cabeça para que eu fosse de encontro à ele.

O que eu podia fazer? Ele provavelmente era o fantasma do garoto que foi morto, mesmo ele tendo pequenas, bem pequenas, semelhanças com o garoto, a morte pode mudar a aparencia das pessoas, eu acho.

Eu não poderia simplesmente correr, não iria adiantar nada. Fui lentamente, muito lentamente, até ele.

- Ahn, oi. – Falei tentando ser gentil com o provavel fantasma, o que eu podia fazer? Nunca me ensinaram a como ser gentil com um provavel fantasma! Ele não respondeu, apenas me analisou dos pés à cabeça. – O que você fez com o Dean? – Saiu da minha boca sem passar pelo meu cérebro.

Ele olhou para cima e eu olhei junto, a faca do Dean estava cerca de 1 metro da cabeça dele.

- Ah, isso? Nada de mais. – Falei nervosa e deixei a faca cair, chocou na cabeça dele e caiu no chão. Mas se ele fosse um fantasma, o correto não seria a faca atravessar ele? – Espera, você não é um fantasma? – Arregalei os olhos e dei alguns passos para trás.

Ele andou alguns passos para frente, o poder simplesmente irradiava dele, eu me arrepiei, era tão entranho. Eu sentia que ele era um enorme gato e eu um pequeno ratinho. Ele não tinha as órbitas pretas, porém não parecia ser um anjo. Ele se aproximou mais até parar à minha frente. Eu estava com tanto medo que não consegui nem me mexer.

Ele se inclinou para frente e vi o estranho brilho esverdeado por toda a órbita dele. Por um momento eu pensei que ele iria me beijar, porém foi até meu ouvido e sussurrou em latim:

Caritas inter natos puella parit.

Hircum quoque Lucifer ultionem.

Electio fieri dies

quasi aut non unum cecidisse in manus Dei.

Donec a bello virulentia

Ut in finem omnia vincit amor?

Eu não tenho certeza se eu estou certa, mas o que eu entendi foi:

Do amor entre raças uma garota nasce.

Da vingança de Lucifer um garoto também.

A escolha a ser feita chegara um dia

Querendo ou não, um caira pelas mãos da divina.

Iniciando uma guerra pelo rancor

Poderá no final ser tudo vencido pelo amor?

Ele se afastou uns dois passos, e se dissolveu em uma fumaça esverdeada.

- O que foi que ele me disse? – Murmurei comigo mesma. - Parecia com uma... Profecia.