PDV Stephanie

Fui de encontro ao unico banheiro que havia ali, e que ficava quase escondido. Adentrei a porta pensando não haver ninguém ali, e quando olho para a esquerda do não-muito-grande banheiro vejo Dean e Leticya, se beijando. O unico sentimento que defini naquela hora foi choque. Uma hora eles estavam brigando e na outra se beijando? Bom, eu não tinha muito o que falar. Eu e Dean ja haviamos feito isso. Os dois me olharam surpresos, e tentando pronunciar qualquer palavra. Antes desse feito, falei:

- Deviam lembrar de fechar a porta - disse e sai do banheiro, quase batendo a porta. 

Passei pela mesa que Sam estava sentado, e disse.

- Vamos? 

Em resposta, ele se levantou e mais uma vez pegou minha mão. Acabei por esquecer momentâneamente o que havia visto segundos atras. Sam me fazia esquecer o que quer que fosse ruim que eu ja havia visto. Saimos de mãos dadas do bar, e caminhavamos de volta ao Motel quando ouvi Dean me chamar. Sam me olhou confuso e eu hesitei, pensando mesmo se devia ir. Falei um "ja volto, pode ir indo" para Sam, e lutando soltei sua mão. A uns 10 metros de distância, me postei a frente de Dean. 

Ele ficou calado alguns segundos, provavelmente  procurando o que dizer.

- Cadê Leticya? - Perguntei.

- No bar.

- O que você quer? - falei coçando o queixo. Eu parecia uma bebada fazendo aquilo.

- Stephanie eu... - ele não conseguia terminar a frase, e assim que ele abriu a boca ele exalou cheiro de Whiskey, ele estava um pouco bêbado?

- Você o que Dean? Você briga comigo e depois esta no banheiro se beijando com a minha melhor amiga, é isso que você não consegue dizer? Aé, eu acabei de ver, não precisa me explicar. - Dei as costas para ele, e ele segurou meu braço me puxando junto a ele. 

Vi a porta do bar se abrindo, ela me ver e vim correndo, ela parou de correr a prováveis 2 metros de distância para apenas andar rapidamente.

Dean me encarava e eu revisava entre olhar Leticya se aproximando e Dean me segurando.

- Ela não significa nada pra mim. - Ele parecia falar sério, e foi no fim dessa frase que eu percebi que Leticya já podia nos ouvir, pois ela estreitou os olhos fulminando Dean.

- Você parece gostar dela! - Tentei me controlar para não gritar.

- Ela não é você pra mim gostar dela! - ele sussurou, estranhamente muito perto de mim. Ele montou um expressão confusa depois de sua frase, e notei que talvez tivesse saido sem querer. Quando comecei a dar meu sorriso triunfante, provando ganhar dela de novo, me re-fiz ao ver a cara um pouco decepcionada dela.

- Poise, novidade: ela ao contrário de mim, pode ter o seu corpo. - Soltei meu braço de sua mão forte, ele pareceu surpreso por eu ter conseguido me livrar de suas mãos. Parecia não ter aceitado que eu talvez fosse forte como ele, ou talvez mais. Dei cerca de dois passos, virei-me para vê-lo e gritei: - E ela está atrás de você.

Sam estava me esperando, caminhei até onde ele estava. Segurei a mão de Sam novamente, ele pareceu surpreso com meu ato porém, apertou nossas mãos um poucos mais forte e sorriu. Parecendo estar feliz com meu ato. 

Momentaneamente, estavamos novamente no quarto de motel. 

Me sentei na minha provisória cama de motel, e pûs aos mãos na cabeça, tentando pensar. Não sabia o que pensar nem sentir. Não sabia se ficava triste por Dean ter beijado Leticya, ou se ficava feliz por Leticya ter beijado Dean. Eu podia ver, ela sentia alguma coisa diferente por ele. Diferente e boa. 

Senti alguém se sentar do meu lado.

- O que foi? - Sam perguntou, afastando uma de minhas mãos do meu próprio rosto.

- Dor de cabeça.

 Ele me fitou, com uma expressão de quem diz "eu sei que não é" seguido por uma expressão de "pode me contar". Não entendo como ele podia ser tão fofo. Eu pensando que alguém era fofo. Nunca pensei que fosse dizer isso na minha vida.

-Bom - comecei - Leticya provavelmente conseguiu realizar o sonho dela, o sonho de consumo dela. 

- E qual seria? 

- Dean.

 - Alguém sonha com Dean? - ele riu, e respondi com um fraco sorriso. Não deixou de passar pela minha mente o pensamento "muita gente sonha, e como sonha".

- Bom, e você está triste com isso? - Não exatamente. Eu estou feliz por ela, claro. Mas ela sempre consegue o que quer. Sempre. O protótipo perfeito de garota que consegue quem, e o que quer. E eu, bom, eu fico aqui ofuscada com a luz dela.

 - Mas, você conseguiu Dean, e Lucas. E ela gostava de Lucas não? E provavelmente gosta de Dean, que gosta de você.

 - Dean não gosta de mim. - ele abriu a boca para contrariar, quando continuei me referindo à Lucas: - Bom, pelo menos uma vez ia ter que acontecer isso não é? - eu ri fracamente, novamente - mas provavelmente eu não vá conseguir quem eu quero. Quem eu gosto. Quem eu sonho. Ninguém gosta de uma idiota, que usa tenis e jaqueta de couro. Muito menos de uma aberração que nem eu! - atirei os braços para cima, em sinal de rendição.

Sam hesitou um pouco em responder talvez não soubesse o que dizer. Ele pousou sua mão quente, sobre a minha. Tentando me reconfortar.

Depois de alguns segundos ele perguntou. 

- E quem são essas pessoas?

- Na verdade, quem eu quero, gosto e sonho são todas a mesma pessoa. 

- E quem é essa pessoa de sorte?

- Ahn... - Falei exitando em denunciar o nome da pessoa cada vez mais, quando cheguei a conclusão que seria melhor eu revelar continuei:

- É... - não consegui terminar minha frase, como sempre. Dean adentrou o quarto, e nos viu ali sentados, juntos praticamente de mãos dadas. Desviou seu olhar de nós, e revirou discretamente os olhos.  Tirou a jaqueta e a atirou em cima de uma das camas, parou em frente ao sam de mãos na cintura e olhos estreitados.

- Por que você não me esperou? – Dean perguntou.

- Desde quando eu preciso te esperar? – Sam perguntou arqueando as sobrancelhas.

- Desde que você prefere uma garota ao próprio irmão? – Ele apontou para si mesma e jogou os braços para o ar.

- Desde quando você se importa tanto assim? – Sam perguntou levantando e se pondo de mãos na cintura igualmente ao Dean.

- Desde de quando você é apaixonado por Stephanie? – Dean o desafiou e como se a resposta a seguir fosse decidir o meu futuro (e de certa forma iria) meu coração palpitou, minhas mãos soaram e fiquei na expectativa da resposta.

- Desde quando você ACHA que sabe o que eu sinto? – Sam respondeu me deixando mais confusa ainda em relação à ele.

- Mas que droga. – Saiu em um baixo sussurro da minha boca, mas foi o suficiente para calá-los.

- Fica fora disso. – Dean falou suficientemente alto para me irritar.

- Você fique fora da minha vida, e tire suas patas da minha melhor amiga! – Gritei e me arrependi logo após.Eu estava certa em dizer isso? Ou eu só achava estar certa por ter toda essa raiva carregada em mim?Bufei e sai porta afora.

O que diabos Dean tinha na cabeça? O que eu tinha na cabeça?Andei sem destino até perceber que eu estava diante da porta de Leticya. O que eu deveria fazer agora? Minhas mãos tocaram a maçaneta destrancada e abriram a porta.O quarto estava vazio, livre de Leticya. Não sabia se agradecia ou me chateava. Entrei, tranquei a porta e sentei na cama, eu não queria ficar onde Dean estava, e 50% de mim queria ficar longe de todos os problemas amorosos, e todos que o causavam. 

DROGA! Dean deveria ir para o inferno!

 - Ou melhor, eu deveria! Eu sou a garota metade-demônia. – Me corrigi em voz alta e revirei os olhos. Senti uma pontada na cabeça, forte o bastante para me fazer fechar os olhos e trazer minhas mãos até a cabeça.

Entreabri os olhos a tempo de ver meus dedos brilharem com uma luz preta, pisquei os olhos e quando dei por mim estava em uma sala preta, ou um buraco preto, ou algo que parecia não ter fim.

A sala inteira pegava fogo, exceto no piso preto muito parecido com azulejo de cozinha onde eu estava. Uma figura preta saiu ou apareceu longe de mim uns 3 metros, ela veio andando em direção à mim, meu corpo quase tremia. ONDE DIABOS EU ESTAVA?Quando a figura chegou perto percebi o quem era.

- Veio me ver? – Lucas perguntou pegando minha mão direita e trazendo até sua boca, em um beijo. – Não precisa responder isso, apenas isso: Qual foi sua escolha?

- Eu não quero escolher ainda. – Falei desistindo de tentar enrolá-lo.

- Escolha, agora. – Lucas não precisou gritar para me causar instantâneos arrepios de medo, o fogo pareceu queimar mais alto e mais ardente.

- Lucas... – Falei chegando mais perto dele, pois o fogo havia avançado o suficiente para me forçar a andar um passo.

- Escolha. – Ele sussurrou e o fogo avançou novamente.

Meu suor já escorria pelo meu corpo, dei um passo mais à frente e toquei com o meu corpo o seu corpo. Eu me sentia aterrorisada e farta da cobrança.

 PDV Lucas

Ela ficava ainda mais linda com a cor das labaredas do fogo reluzindo em sua pele. "O que eu faria sem ela?" Era o que eu me perguntava a cada minuto que passava na espera da tão importante resposta.

- Eu escolhi. – Ela disse depois de parecidos longos minutos. Os seus olhos não me fitavam, eu não sentia seu coração palpitar por mim.

- Não é eu, certo? – Perguntei me afastando três passos, andando sobre o fogo que não me queimava

- Sinto muito – Ela falou tentando me alcançar e fiz o fogo avançar mais, ela estava totalmente cercada

- Responda.

- Não. – Ela falou derrotada dando de ombros. – É o... – Cortei ela no meio da frase.

- Eu não quero saber. O meu mundo parecia ter caído, eu estava errado. Ela não me amava, ela estava apaixonada por outro. Mas eu não deixaria barato, e foi apartir desse pensamento que eu tomei minha decisão: O mundo iria queimar, até ela ser minha de novo.

- Ótimo! Então a guerra irá começar, apartir de agora. – Falei levantando os braços e levantando o fogo até a altura do meu ombro, quase não enxergava através dele o corpo de Stephanie.

- Guerra? – Ela perguntou quase estérica.

- Está na hora de alguém por ordem no mundo, e se não foi meu pai, será eu. – Falei e continuei: - Nos veremos em Oklahoma.

Depois disso abaixei o fogo deixando-a sozinha naquele lugar.

PDV Stephanie

O fogo abaixou e não vi mais Lucas. Eu estava totalmente tomada pelo pânico, tudo ecoava pela minha mente. Eu havia feito a escolha certa? Oklahoma? A visão da Leticya! O colar... TUDO!Porém o que eu mais ouvia ecoar na minha mente era minhas próprias palavras: Eu preciso sair daqui!

Pisquei e novamente estava no quarto de Leticya, só que dessa vez eu me encontrava deitada na cama, caída, como se minha alma estivesse se ausentado do corpo por minutos, talvez horas.Sentei-me atordoada na cama e recomecei a pensar em tudo que aconteceu. Tudo que vem acontecido. O que acabou de acontecer.

A conclusão de tudo que havia acontecido hoje, e a dias atrás saiu escorregadio e temeroso pelos meus lábios entreabertos e assustados:

- Haverá uma guerra.