Dark Angel escrita por LTwi


Capítulo 26
Capítulo 26 - Bar chamado Bar.




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Capitulo 26 - Bar chamado bar.

PDV Leticya

A luz ofuscou tudo, de repente senti o colar pesar toneladas.

- Mas oque...? - Eu falei antes de tudo ficar preto.

- RÁPIDO! - Ouvi uma mulher de armatura gritando para outros, parecia comandar um exército.

Eu parecia estar em Oklahoma, em um local deserto, com a sua típica terra avermelhada. Olhei para os dois lados, haviam um tipo de exército cheio de armas medievais com armaduras e tudo que desse para se auto proteger e atacar o inimigo.

Monstros e pessoas (ou demonios) de ambos os lados corriam de encontro um ao outro.

Eu estava no meio de uma guerra, perto de ambos os lados se tocarem o tempo congelou, tudo parou, menos eu. Olhei para trás novamente e vi a mulher que dizia ser minha mãe junto com o homem que me avisara do aumuleto de mãos dadas.

- O que é isso? - Perguntei aterrorisada.

- A guerra. - A mulher respondeu gentilmente.

- E porque? - Perguntei.

- É o futuro, é o seu destino. - Ele respondeu.

- Quem é você?

- Seu pai. - Ele respondeu sorrindo.

- Qual é meu destino? Lutar? - Perguntei.

- Proteger. - A mulher me corrigiu.

- E eu vou proteger quem? - Perguntei e tudo ondulou.

As ultimas coisas que ouvi foi: Daqui para frente, é por sua conta, a escolha é sua.

Abri os olhos com uma forte luz branca ainda ofuscando tudo, pisquei várias vezes os olhos para conseguir focar o rosto apreensivo de Stephanie, Dean, Sam e Cass.

- Você está bem? - Sam perguntou.

- Ahn, acho que sim.

- Seus olhos... Estão tão vermelhos... - Cass falou quase para si mesmo.

Pisquei várias vezes.

- Alguém pode me tirar do chão? - Falei rindo fracamente.

- O que aconteceu? - Dean perguntou enquanto me levantava. Dean me segurava pela cintura com os seus braços.

Me perguntei se era certo preocupar à todos com a minha... visão? Aquilo era uma visão? Uma ilusão? Um sonho?

- Não sei, eu só vi um clarão e então me vi no meio de uma... - Parei e todos me olhavam com olhares incisivos. - G-guerra.

- Guerra? - Dean sobressaltou.

- É... e eu tinha que proteger alguém, por que era meu destino. - Falei confusa achando tudo um grande absurdo.

Todos se entreolharam, olhei para o colar no meu pescoço e senti o mais puro medo.

- Acho que está na hora de todos descansarmos. - Stephanie disse tentando aliviar a tensão.

- Eu estou bem. - Falei sorrindo ao Dean para ele largar-me, mas ele não o fez.

- Tem certeza? - Ele perguntou e antes que eu respondesse Cass perguntou-me:

- Uma visão do futuro?

- Eu... não sei.

- Está na hora de descansarmos. - Sam disse colocando as mãos na cintura.

- Preciso ir. - Cass disse e desapareceu.

- Eu já estou me acostumando. - Falei rindo e ninguém me acompanhou. - Ok então... Vamos descansar. Pode me largar Dean.

Ele o fez e eu sentei na cama tirando meu sapato.

- Eu preciso ir pegar mais roupas amanhã, certo? - Perguntei à Stephanie.

- Certo, eu pego para você. Você vai ficar bem aqui? - Ela perguntou.

- Vou.

- E não tire o colar. - Sam disse.

- Pode deixar. - Falei fazendo careta.

- Tchau Lele. - Stephanie falou saindo do quarto seguida por Sam.

- Tchau Dean... - Falei o expulsando do quarto verbalmente.

- Tchau. - Ele falou relutante e saiu do quarto fechando a porta.

Fui até minha bolsa e retirei minha camisola preta de cetim.

Coloquei-a rapidamente e me joguei na cama, literalmente.

Eu estava tão exausta e farta que instântaneamente apaguei.

PDV STEPHANIE

Me teletransportei e fui direto para o quarto da Leticya, peguei sua mala rosa pink com desenhos de doces e joguei dentro várias das suas roupas, fui até o outro lado do quarto quase grande de mais e peguei vários dos seus sapatos e alguns dos seus all star que ela quase nunca usava, fui até o seu banheiro para pegar seu inseparável e enorme estojo de maquiagem dela, mas lembrei-me que ela já havia pego, segurei a enorme mala com firmeza, e me teletransportei para a porta do seu quarto, entrei cuidadosamente e observei ela dormindo, coloquei a mala ao lado do espelho e saí do quarto.

Após chegar ao quarto, as únicas coisas que fiz foi por meu pijama, lavar o rosto, soltar o cabelo e me aconchegar na cama. Estava exausta, porém não com sono. Dean foi para a rua.

- Minha cabeça dói - disse para mim mesma, baixinho, massageando minhas tempôras.

- Você quer um remédio? - Sam disse de um jeito singelo.

- Não preci... - parei no meio da frase, pois Sam ja se dirigia a sua mala, provavelmente pegando algum comprimido.

- Tome - ele sorriu de lado e me ofereceu o comprimido e uma garrafa de água.

- Obrigado - sorri sinceramente. Tomei o remédio e pûs a garrafa no bidê do lado da cama. - Não consigo dormir, não tenho sono - disse meio rouca.

Sam se deitou na cama do lado, virado para mim. Ficamos deitados, nos olhando.

- É, eu também. Você quer me contar, sabe, o que você fez com aquela mulher? Lá no leilão.

- Bom, eu entrei na mente dela. - disse como se fosse a coisa mais simples do mundo.

- O que? Como? - sua expressão era confusa.

- Não sei se você sabe, mas eu posso entrar no sonho das pessoas. Na verdade, foi a primeira coisa que eu descobri que podia fazer. Eu também podia mudar o sonho delas, fazer coisas aparecem e desaparecem, eu meio que consigo criar o sonho mas só na mente de outras pessoas. E no leilão, eu tentei fazer isso entrando na mente da mulher, e persuadindo seus pensamentos. E consegui. Acho que é por isso a dor de cabeça...

- Ah, ta. - ele disse entendo meu raciocinio - e você consegue ler a mente das pessoas?

Hesitei um pouco antes de responder, e decidi não falar, pois talvez ele fosse achar que eu leria sempre seus pensamentos, e nunca mais pensasse nada sobre mim.

- Ahn, não. Não que eu saiba - sorri tentando disfarçar.

Ouvimos Dean gritar "Sam" do lado de fora da porta, para que ele fosse abri-la.

- O que você estava fazendo? - Sam perguntou.

- Limpando meu bebê. Estava cheio de coisas. - Dean disse se referindo ao Impala.

Sam assentiu com a cabeça.

- Achei até um mini laço, provavelmente do sutiã de alguma mulher - Dean disse e me olhou provocador, me enviando via olhar um "óbviamente do seu sutiã". Sam revirou os olhos.

- Vou tomar um banho. - Dean anunciou e entrou no banheiro, trancando a porta.

- E nós vamos dormir - Sam gritou para que Dean pudesse ouvir.

Sam caminhou até a cama onde eu permanecia deitada todo aquele tempo.

- Boa noite - ele disse e beijou minha testa.

- Pra você também. - sorri

Sam deitou na cama e nos olhamos algum minutos, sorrimos juntos e ele desligou o seu abajur, a unica claridade que havia no quarto. Fechei os olhos e adormeci.

(...)

- SHHHH! - Ouvi Leticya sussurrando e logo após um som de um tapa.

Abri vagarosamente os olhos e encontrei Leticya batendo no braço de Dean e Sam fazendo careta no meio deles.

- Surpresa! - Sam disse levantando balões de gás coloridos nas mãos.

- Feliz aniversário Stephanie! - Leticya disse abrindo os braços e sacudindo a mão, como um mágico faz depois de um número.

- Parabéns! - Dean disse assoprando uma lingua-de-sogra.

- Ahn, brigada. - Sorri satisfeita por Leticya ter lembrado.

Levantei e abracei Leticya, seguido por Sam, seguido por um constrangedor e estranho abraço entre eu e Dean.

- Agente vai comprar seu... - Leticya parou de falar e ficou encarando com um leve sorriso no rosto algo atrás de mim.

Virei-me e vi Lucas em uma roupa casual, mas tão lindo... Com um buquê de rosas vermelhas na mão.

- Eai gente? - Ele falou sarcástico.

- Lucas? - Falei não contendo um sorriso.

- O próprio. - Ele apontou para si mesmo e veio até à minha frente, nós ficamos no meio do quarto, entre as camas. - Rosas vermelhas, suas preferidas, certo?

- Certíssimo. - Falei enquanto pegava o buquê e analisava quão delicadas as rosas eram.

Ele tirou o buquê da minha mão e colocou-as delicadamente em cima da cama.

- O que...? - Falei mas ele colocou o dedo indicador nos meus lábios me calando.

Trocou para o dedão e acariciou levemente meu lábio inferior com o dedo. Pareciam todos paralisados, inclusive eu. Ele pos suas duas mãos em meu rosto, uma em cada bochecha. Seu toque era macio como algodão. Então, ouvi ele me enviar um pensamento "eu disse que voltaria, princesa". Ele me puxou de encontro ao seu corpo, e por um momento senti seu cheiro exótico de morango. Ele selou nossos lábios. Apenas selou. Eu quase podia sentir a força que ele fazia para não aprimorar aquele beijo, pois eu fazia o mesmo, o seu cheiro me inebriou e eu não sabia se era algum poder, mas eu simplesmente não conseguia mexer um músculo do meu corpo, eu queria me entregar a aquele momento. Pensei talvez que ele tivesse feito aquilo por Sam e Dean estarem ali mas eu podia sentir: ele ainda gostava de mim. De repente dei por mim, e o empurrei levemente separando nossos lábios. Ele deu dois passos para trás, e seus lábios se cortonaram enquanto ele me disse um silêncioso "sinto sua falta" após isso sua imagem ficou fraca, e se dissipou, como se a realidade tivesse virado uma fraca miragem.

Fiquei olhando para o lugar que Lucas havia sumido durante alguns segundos, tentando evitar o inevitavel: ver as expressões de Sam, Dean e Leticya.

- O que foi isso? - os três falaram em coro assustadoramente, aquilo era quase como treinado. Mexi os ombros gesticulando um "não sei" então peguei o buquê de flores e pûs na mesa de cabeceira que havia do lado da minha cama.

Os três pareciam tanto chocados quanto abalados. Passados alguns minutos silênciosos de entreolhares suas expressões se recomporão.

Sentei na cama encarando-os.

- Qual é, não foi tanto assim. - Revirei os olhos.

- Você já esta acustumada, não é mesmo? - Dean disse sorrindo ironicamente.

- Eu vou... Ahn, comprar seu presente. - Leticya falou se dirigindo à porta.

- Eu vou junto. - Sam disse seguindo ela.

Dean revirou os olhos e saiu porta afora sussurrando um "Inacreditável!" Bem raivoso, na minha opinião.

Bufei por me sentir chateada por os três estarem chateados comigo no dia do meu aniversário de 16 anos! AGORA EU POSSO DIRIGIR, EU DEVIA ESTAR FELIZ!

Levantei-me vagarosamente da minha cama, fui até minha mala e vasculhei um short, uma blusa qualquer, e um tênis para aquele dia que fazia tanto calor. Fui até a porta e vi o Impala saindo do estacionamente do motel.

Sai do motel procurando andar, ou teletransportar-me para algum lugar.

Andei algumas quadras olhando apenas para o chão e tentando não me sentir mal, o que foi meio inútil, droga, quando foi que eu fiquei tão sentimental?

Dei de cara com um bar chamado "Bar", que incrivel nome!

Resolvi entrar, o bar era quase como o esperado, cheio de homens, em grande maioria sujos e tarados, fui até o bar do bar chamado "Bar" e pedi:

- Vodka com um pouco de energético. - A mulher assentiu com a cabeça e eu quase gritei: - Com uma azeitona, por favor!

Senti olhos me encarando, não por eu ter gritado e tudo mais, olhos diferentes. Olhei para o local onde eu sentia que estavam me olhando, no fundo do bar, com seu típico copo de Whiskey com gelos: Dean.

Sobressaltei com o barulho do copo batendo no balcão à minha frente, peguei o copo e andei lentamente até o fundo do bar. Me sentei na cadeira de madeira em frente à Dean.

- Dean Winchester? Você não foi comprar meu presente? - Perguntei confusa.

- Acho que o Lucas já te deu presentes suficientes.

- Sempre tem espaço para mais um. - Falei virando metade do copo que não era tão pequeno assim.

- A bebida já esta fazendo efeito? - Ele perguntou e lançou o primeiro sorriso verdadeiro, porém fraco, do dia.

- Parece que sim. - Falei meia envergonhada.

- Quem quer cantar no karaokê? - Um velho barbudo perguntou no microfone.

O microfone era velho e não tinha palco ou algo do tipo, apenas enormes caixas de som.

- Quer? - Perguntei entusiasmada.

- Não tenho boas lembranças à respeito do Karaokê. - Ele falou virando o copo sem me olhar.

- Mas eu sim. - Falei sorrindo e virando o copo. Fui até lá sorridente, peguei timidamente o microfone da mão do velho, folhei a lista de músicas que havia e escolhi: - Eu vou cantar: Britney Spears - Hold it against me, e para o meu amigo Dean Winchester pessoal.

Falei e fui aplaudida, porém creio que fosse pelo meu não habitual short curto.

Suspirei e deixei a música começar, e com isso minha voz e meu corpo se mexer no ritmo:

Ei, você aí -

Apontei para Dean.
Por favor, me perdoe
Se eu chegar com muita força
Odeio ficar olhando
Mas você está vencendo

E a minha música preferida está tocando
Então chegue mais perto -
Chamei ele com o dedo sorrindo.
Quero sussurrar no seu ouvido
Deixar claro a pequena questão
Quero saber como você se sente

Se eu dissesse que meu coração está batendo alto
Se pudéssemos fugir da multidão de alguma maneira
Se eu dissesse que quero o seu corpo agora
Você o pressionaria contra mim?
Pois você parece o paraíso -
Dancei junto ao pedestal do microfone passando as mãos por ele e indo até o chão.
E preciso de férias essa noite - Levantei e tirei o microfone do pedestal levantando os braços e deixando a música tomar conta de mim influenciada pelos gritos dos homens em volta. Se eu não pudesse me proteger de qualquer homem presente aqui, eu jamais faria isso.
Então, se eu disser que quero seu corpo agora
Você gostaria menos de mim?

Ei, você pode achar
Que eu estou louca
Mas você sabe que eu sou o seu tipo -
Apontei para Dean que sorria discretamente e logo após apontei para mim.
Posso ser meio confusa
Mas não dá para negar
Que tem um brilho entre nós
Quando dançamos na pista de dança
Eu quero mais, eu quero ver
Então essa noite eu vou te pedir

Se eu dissesse que meu coração está batendo alto -
Fingi que meu coração batia alto que fazia meu peito se mover para frente e para trás.
Se pudéssemos fugir da multidão de alguma maneira
Se eu dissesse que quero o seu corpo agora
Você o pressionaria contra mim?
Pois você parece o paraíso
E preciso de férias essa noite
Então, se eu disser que quero seu corpo agora
Você gostaria menos de mim?

Se eu disser que quero o seu corpo
Você o pressionaria contra mim?
(Yeah)
(Uh huh)
(Oww)
Me dê algo bom
Não quero esperar, quero agora
Abaixe com tudo
E me mostre como é que funciona! -
Gritei mais do que cantei esse trecho de olhos fechados com a mão esquerda apoiada no pedestal do microfone.

Certo
Se eu dissesse que meu coração está batendo alto
Se eu dissesse que quero o seu corpo agora
Você gostaria menos de mim? -
Perguntei olhando diretamente para Dean.


Se eu dissesse que meu coração está batendo alto
Se pudéssemos fugir da multidão de alguma maneira
Se eu dissesse que quero o seu corpo agora
Você o pressionaria contra mim?
Pois você parece o paraíso
E preciso de férias essa noite
Então, se eu disser que quero seu corpo agora
Você gostaria menos de mim?

Ao fim da música mandei um sonoro beijo para Dean, ele levantou a mão e como se pegasse o beijo no ar colocou no seu bolso.

Andei vagarosamente até ele, lançando-lhe olhares bem suspeitos. Sentei na cadeira em sua frente.

- O que achou? - Perguntei.

- Foi bom. - Ele respondeu simplesmente enquanto mexia no guardanapo.

- Qual é Dean, por que você está tão... assim?

- Como você queria que eu estivesse? - Ele perguntou me desafiando.

Olhei para baixo procurando uma boa resposta, e foi nesse momento que eu vi que havia um pote cheio de chiclets em cima da nossa mesa.

- Ahn, sendo Dean. Sendo como você é. Sendo... Bem, meu "amante"? - Ri com a minha resposta e Dean fez o contrário, ele ficou sério.

- Eu não sou um homem-objeto. - Pûs um chiclete na boca, enquanto ele cruzava os braços.

- Mas, você não é um objeto pra mim. - Tentei sorrir verdadeiramente - Eu... - Vacilei nas palavras e continuei: - Eu gosto de você.

- Não parece. Escolha. - Ele levantou e pegou sua flanela que estava atrás da cadeira dele.

- Aonde você vai? - Perguntei.

- E ah, esse corpo - ele apontou para sua barriga e continuou até os pés - você não tem mais.

Ele falou ignorando minha pergunta.

- Espera, não é por que não parece que eu não sint...? - ele ficou me olhando, talvez tentando em intimidar, hesitei em continuar a frase, e resolvi nao termina-lá - Tanto faz. - disse masclando meu chiclete e colocando minha 'máscara'.

Notei que sua expressão ficou abalada, ele parecia esperar que eu me explicasse e suplicasse perdão a ele? Que eu chorasse? Não tão cedo.

- Ótimo. - Ele sorriu irônicamente e eu quase me deixei abalar.

Ele saiu porta afora praticamente chutando-a. Bufei e depois de alguns minutos também sai do bar, depois de pagar pelo drink.

Perto do motel olhei para trás procurando Dean e vi ele dobrando na rua onde estava o bar chamado "Bar", ele estava voltando para lá?

Não o segui, entrei no motel e fui direto para o meu quarto.

Me joguei na cama e fiquei olhando para o teto.

- O que eu faço? - Perguntei-me.

- Escolha. - A voz de Lucas soou na minha cabeça.

- DROGA LUCAS, FICA FORA DA MINHA CABEÇA! - Gritei e creio que ele ouviu isso na sua mente, pois tudo ficou silencioso, tirando meus perturbados e confusos pensamentos.

O ''TOC TOC TOC'' ecoou pelo silêncio da tarde, e do meu quarto.

- Ahn, entra. - Falei apreensiva me sentando na cama.

- Cheguei. - Leticya chegou agitando uma caixa rosa pink com bolinhas pretas na mão, ela cabia na sua palma então deduzi que fosse caro. Cruzei as pernas como índio em cima da cama e Leticya fez o mesmo, Sam entrou calado e ficou em pé ao meu lado. - Toma.

Ela me entregou a caixa e eu abri cuidadosamente... Se a sua definição de cuidadosamente for praticamente rasgar o papel com os dentes para descobrir o que é.

Abri e vi uma pulseira linda, ela era dourada, ela era simples sem detalhe nenhum, mas iradiava de si mesmo uma beleza que eu não achei que fosse possível em encontrar em uma pulseira tão simples.

- É ouro! Quase vendi meu olho para tê-la, mas eu dei um jeito... E não se preocupe, misturar ouro e prata está na moda esse ano. - Ela sorriu enquanto apontava para o colar que a minha vó fizera e dera para mim, e eu não pude conter um sorriso. - Olha. - Ela puxou a pulseira da minha mão e virou-a, de modo que ela ficasse "em pé".

Olhei para os detalhes e vi a frase:

Of love between races born a girl... (Do amor entre raças uma garota nasce...)

Reconheci a frase sendo a primeira frase da profecia, fiquei admirada com a sua criatividade.

- É lindo! - Puxei ela em um abraço de urso. - Brigada.

Coloquei a pulseira que eu posso jurar que assim que tocou na minha pele, reluzio de uma forma sem igual.

- Ahn, toma. - Sam disse coçando a nuca e me estendendo uma caixinha preta.

- Vem. - Leticya intimou ele e puxou ele para se sentar onde segundos antes ela estava. - Ahn, eu vou... - Ela parou um momento para pensar em uma provável desculpa e eu fiquei esperando ela tentar. - Onde está o Dean?

- Bar chamado "Bar". - Falei meia seca.

- Eu vou lá. - Ela falou e sorriu triunfante. - É! Eu vou lá, e é por isso que eu estou saindo daqui.

Ela falou rindo e eu não pude conter uma risada baixinha, ela queria me deixar sozinha com o Sam.

- Não precisava. - Falei enquanto me controlava para não abrir com os dentes o papel.

Rasguei o papel e abri a caixinha.

E lá estava uma pulseira que parecia ser de prata (ou ouro branco), a corrente parecia ser trançada com pequenos fiosinhos, percebi o pingente redondo, virei-o e vi: S.S.

Me perguntei por um segundo se seria Stephanie e Sam, o que era infantilidade já que ele não gostava de mim, não desse jeito.

- Stephanie Simon. - Falei sorrindo admirando a pulseira.

- Ou Stephanie e Sam. - Ele falou rindo, e eu ri junto.

Era impossível não suspirar olhando aquela maravilha, e quando eu digo maravilha eu quero dizer Sam, e a pulseira, é claro.

- Bota para mim?

- Claro.

Ele virou meu pulso e rapidamente prendeu a pulseira no mesmo pulso onde se encontrava a pulseira que Leticya havia me dado.

- Brigada, é linda. De verdade. - Falei.

- Posso te perguntar uma coisa? - Ele falou olhando para suas mãos que se tocavam nervosas.

- Claro.

- Por que você escolheu Dean? - Ele falou dessa vez olhando no fundo dos meus olhos, e juro que quase me perdi nos seus.

- Eu não escolhi Dean. - Falei acrescentando mentalmente: Ainda não escolhi ninguém, e eu já deveria ter feito isso.

- Entre eu e ele. - Ele explicou revirando os olhos.

- Mas eu não escolhi ninguém Sam.

- Você se doou para ele e não prefere ele do que eu? - Ele virou se para a outra cama de modo que ficou de lado para mim.

- Sam... - Comecei mas ele continuou:

- Eu não estou dizendo que quero você. - Fiquei surpresa. - Quer dizer, eu quero você, mas não quero dizer que estou chateado por você ter tido algo com ele e nada comigo, eu quero dizer que você escolheu emocionalmente ele e não eu, não fisicamente. - Ele olhava para mim balançando os braços e a cabeça tentando se explicar e ele estava tão fofo que eu não contive um sorriso enorme. - Eu nunca forçaria nada, entende? Você me entendeu? Eu não quero que você pense que eu sou o tipo errado de homem. Até por que... - Ele continou mas eu o cortei.

- Eu entendi! - Ri. - Eu não sabia que eu devia escolher um de vocês, eu nem sabia que você gostaria que eu escolhesse você. Eu nem sabia que você estava entre minhas possíveis escolhas!

- Eu acho que gosto de você Stephanie, gosto mesmo. - Ele falou olhando para baixo.

Ele estava dizendo que gostava de mim! AI MEU DEUS!

Ele era tão diferente de Dean, ele gostava de mim, e não do meu corpo, como geralmente Dean demonstrava.

Coloquei meu dedo indicador no seu queixo e levantei-o levemente, de modo que ele olhava meus olhos. Eu gostaria de reconfortá-lo, mas as palavras continuavam trancadas na minha garganta, se acumulando e causando nervosismo.

- Sam... - disse tentando mostrar que eu o entendia, e como.

Passados alguns minutos silenciosos, aos quais nos observamos ele se levantou e esticou a mão para mim, gesticulando para mim pega-lá e levantar-me.

- Feliz aniversário. - ele disse sorrindo enquanto me puxava lentamente para perto dele, e logo após beijou lentamente minha bochecha.

- Obrigado - eu disse com o sorriso mais sincero que havia dado em dias, e o abracei. Minha cabeça se encaixou em seu ombro, como duas peças de um quebra-cabeça, e fechei os olhos sorrindo comigo mesma.

Nem um, nem outro era capaz de quebrar aquele abraço. Talvez por faltarem as palavras ao se olharem. Após alguns segundos Sam pronunciou.

- Perai, você está me abraçando? O quê você fez com a Stephanie? Ela não gosta de abraços - ele riu, e eu ri junto.

- Hey - disse me afastando alguns centimetros e olhando para sua face. - Eu gosto de abraços ok? - disse lhe dando um leve tapa no ombro - Só não gosto de disperdiçá-los.

- Bom, provavelmente você esta o disperdiçando agora...

- Não. - respondi com uma expressão séria e sincera. Ele sorriu para mim, pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.

- Vamos, precisamos achar Dean e Leticya. - Ele disse.

Ao chegarmos no bar chamado "Bar" olhamos em volta e não os avistamos.

- Eu vou procurar por ela no banheiro.

- Tudo bem, eu vou sentar ali - Sam disse apontando para uma mesa no canto direito do bar.

PDV Leticya

Sai do quarto com um belo e grande sorriso triunfante por ter inventado uma boa desculpa, ou quase.

Ri com esse pensamente e saí motel afora, mas afinal onde era o tal Bar chamado "Bar"?

Segui o único lado possível já que o motel ficava no fim de uma rua, passei por algumas quadras e cheguei rapidamente ao bar.

Adentrei a porta e quase dei meia volta, é claro que eu já fui em bares mas tenho que diser: as pessoas davam medo.

Agradeci à mim mesma por estar usando calça jeans.

Logo depois notei Dean sentado no balcão, derrubando guela abaixo o ultimo gole de whisky que havia no copo. Andei até lá tentando ignorar todos os olhares de homens velhos direcionados a mim.

Sentei ao seu lado e pigarreei, ele nem se deu o trabalho de olhar para o lado.

- Dean? Você está bem? - Perguntei segurando seu rosto e o obrigando a me olhar.

- Tanto faz, não importa. E se eu tivesse? O que você faria? - Ele falou dando um sorriso atormentado pela tristeza, e bebida provavelmente.

- Dean você está bêbado?

- Tanto faz, não importa. E se eu tivesse? O que você faria? - Ele repetiu debilmente o que havia dito antes.

- Meu deus, o que eu vou fazer? - Perguntei batendo na minha testa e apoiando meus cotovelos em cima do balcão, com meus braços segurando meu rosto.

- O que vai querer? - A mulher que trabalhava no bar perguntou.

- Nada, obrigada. - Falei sorrindo educadamente.

- Então cai fora. - Ela empurrou meus braços da bancada.

- Educação é bom, sabia? - Falei estreitando os olhos.

- Sem bebida, sem banco. - Ela falou enquanto fazia a volta e me empurrava pra fora do banco.

- EI! - Praticamente gritei.

- Saia. Agora! - Ela gritou.

- Tomara que você se afogue com essas bebidas! - Falei alto, claro, e pausadamente estreitando os olhos e imaginando quão ótimo seria ela cair de joelhos no chão com as mãos no pescoço tentando respirar enquanto bebidas de todos os tipos saiam pelo seu pulmão, passando pela boca, e indo direto para o chão. - Vem Dean. - Peguei seu braço e coloquei em volta do meu pescoço, tentando levá-lo até o banheiro.

- Esp... - A mulher falou e ouvi um baque no chão.

Virei-me e me deparei com a exata cena que eu pensei que eu gostaria que acontecesse.

- Ai, meu, deus. - Sussurrei. - O que eu faço? - Perguntei ao Dean.

- O que está acontecendo? - Ele parecia um pouco mais sóbrio, mas não o bastante.

- Droga! - Joguei Dean no banco e fui até a mulher, toquei nas suas costas pedindo mentalmente que ela parasse de se afogar, que ela não morresse e que ela ficasse bem, enquanto eu ia pensando a quantidade de líquido saído dela diminuia.

Quando percebi que ela havia parado de regorjitar bebida puxei Dean até o banheiro ignorando toda a culpa e medo que haviam em mim.

- Lava sua cara Dean, nós precisamos sair daqui. - Falei enquanto molhava seu rosto na pia não tão limpa.

Ele se apoiou na pia, ligou a torneira para sair um maior jato de água e colocou o rosto em baixo.

- Só não se afoga. - Falei soltando uma pequena risada.

Me apoiei na parede ao lado da porta imaginando o que Stephanie e Sam estariam conversando agora. Dean levantou a cabeça e puxou papéis para secar o rosto. Assim que ele me achou no pequenino banheiro, ele foi quase cambaleando até mim, encostou a mão esquerda na parede na altura da minha cabeça se apoiando.

- Me ajuda. - Ele falou olhando para baixo.

- Ahn, vamos voltar para o motel e eu faço um café para você. - Falei indo em direção a maçaneta da porta e Dean me puxou pelo braço que não estava encostado na parede, e me pôs onde segundos antes eu estava.

- Não é isso. - Ele levantou a cabeça e me encarou, nos seus olhos estavam lágrimas coaguladas treinadas para não transbordar dos seus olhos.

- O que você...? - Comecei e ele me cortou.

- Eu preciso saber... Um beijo Leticya, só um. - Ele colocou a mão do meu outro lado assim como a outra, fazendo uma gaiola.

- Dean... - Comecei e ele me encarou novamente, com aqueles olhos claros penetrantes entrando na minha cabeça, no meu coração, nas minhas palavras, e principalmente nos meus atos.

- Só um. - Afirmei e dois segundos depois ele já colava sua boca na minha.

Um pequeno selinho me incendiou de emoções contraditórias, boas, surpreendentes. Quis aprofundar o beijo, assim como ele que colou seu corpo no meu em um ato surpreendemente preciso. Coloquei minhas mãos no seu peito distanciando um pouco nosso corpo.

- Deviam lembrar de fechar a porta. - Stephanie falou e eu sobressaltei como reflexo empurrando Dean, assim como eu sempre fazia.

Ele não era o garoto certo, não para mim, não agora.

Stephanie fechou a porta e saiu do banheiro. Eu fiquei paralisada, ela iria simplesmente me matar! Droga! Ela é minha melhor amiga, POR QUE DIABOS EU BEIJEI DEAN?

Uma coisa eu não podia negar: Foi bom.


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM??????? PRESENTE DE NATAL PARA QUEM QUERIA LEAN (OU DETICYA)!
COMENTEM!!!
E SEMANA QUE VEM JA POSTO O ULTIMO CAP. DA PRIMEIRA FASE, O CAP. TERMINA COM SURPREENDENTES 3 PALAVRAS QUE VÃO MUDAR TUDO!
E sim, stephanie escolhe apenas um homem.
BEJINHOSSSSSSSSSS!



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