Dark Angel escrita por LTwi


Capítulo 15
Capítulo 15 - Festa do pijama.




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- O jeito que você ficou quando viu eles pela primeira vez, ele me contou como foi. – Minha melhor amiga disse entre pequenas risadas.

- Hehehehehehe. Falou a menina que quase teve um ataque do coração à dois minutos. - disse totalmente sarcástica - E que não esperou um minuto pra dar em cima do Dean – Sussurrei e aparentemente Cass ouviu e riu. Vi que Leticya havia escutado e ficado com cara feia.

Revirei os olhos e bufei.

- Eu vou fazer algumas compras. – Disse e dei ás costas para Sam e Cass, passei por Leticya e Dean e puxei leticya pelo braço.

Eu havia ido lá para ter um ótimo dia com a minha melhor amiga, e era isso que eu ia ter, apenas nós duas fazendo compras, rindo, e se divertindo.

- Qual é o seu problema? – Leticya disse brava após caminharmos uns 2,5 metros.

- O meu problema? – Perguntei elevando um terço da minha voz e largando do seu braço.

- O seu problema. – Ela confirmou e me forçou a parar e olha-lá.

- Você quer mesmo saber? – Falei quase gritando.

- Não, não, perguntei por perguntar. – Ela ironizou e revirou os olhos.

- Você vem aqui para falar comigo, conversar comigo, se divertir comigo e fica dando em cima do Dean? – Perguntei exasperada balançando os braços, ela riu. – Que que é agora? – Perguntei.

- Entendi tudo, é por causa do Dean, você está com ciúmes dele. – Ela sorriu e colocou as mãos na cintura.

- O que? Não! – Falei na defensiva.

- Sério Stephanie? Eu te conheço. – Ela revirou os olhos. – Eu tenho 3 coisas para ti falar, Primeira: Eu não dei em cima dele, eu conversei com ele. Segundo: Você abraçou o Sam de um modo que me fez pensar que você e ele poderiam ter tido algum lance. E terceiro: Você não pode ter os dois. – Ela gritou a terceira coisa que ela falou.

Eu não sabia o que responder, eu não tinha o que responder, no fundo eu sabia que tudo que ela havia falado era verdade. Mas eu não iria sair com meu orgulho ferido daquela discussão.

- Primeiro: Ninguém conversa gritando. Segundo: não, eu não tenho um lance com Sam. E terceiro: Eu posso ter os dois, tanto quanto posso ter 3, 4, 5, quantos eu quiser. Porque eu tenho uma coisa que você não tem: poder.

Omiti o fato de o meu poder estar relacionado à literalmente poder: poder de sedução que eu havia herdado provavelmente do meu pai anjo e da minha mãe demoníaca.

Acho que ela perdeu a fala, pois ficou em silêncio.

- Ah, e se você pensa que Dean está apaixonadinho por você, esqueça. Ele só vai te iludir até te levar pra cama. - disse com uma cara de deboche.

- Por que foi isso que ele fez com você? – Ela falou.

- Por que foi isso o que eu fiz com ele. - disse vencendo.

Ela andou na minha frente e eu a puxei pelo braço.

- Que que é agora? – Perguntei revirando os olhos ainda segurando ela pelo braço. – Você quer fugir? Só porque perdeu para mim mais uma vez? – Perguntei fazendo o tipo garota má.

Lucas, meu ex-namorado, havia escolhido entre eu ou ela, e ele me escolhera.

- Stephanie, para. Não faz o tipo garota má se você não quer que eu faça também. – Ela falou me desafiando.

Por um momento fiquei sem saber o que responder, se ela fizesse a garota má comigo, eu faria com ela também, e com o orgulho que ambas temos, agente não resolveria essa briga tão cedo, mas mais uma vez meu orgulho falou mais alto.

- Tente. – Falei.

- Apenas porque eu estava conversando com ele não quer dizer que eu estivesse dando em cima dele, até por que você sabe quem é a fura-olho aqui, não sabe? – Ela esperou minha resposta que trancou na minha garganta. – E se o que você disse foi verdade, sobre levar Dean para cama, eu não te conheço mais, porque a minha melhor amiga não faria isso, a minha melhor amiga não brigaria comigo desse jeito por causa de uma conversa com um garoto, ela não esfaquearia a própria mãe, e principalmente não faria Lucas sofrer da forma que ele está sofrendo, porque ela amava ele!

A minha ira se misturou com a minha tristeza que cada palavra pronunciada por ela me inundou. Eu não queria prolongar aquela briga, eu não queria ouvir tudo aquilo, e depois de ouvir tudo aquilo me perguntei se ela estava certa, se eu mudei tanto a ponto de enganar Dean para levá-lo para cama. E a resposta era um provável e sonoro: Sim.

- Hahaha você acha que sabe tudo não é? A culpa não é minha se Lucas me quis, e não você. E você não sabe 1/3 do que eu sinto por Dean! - disse gritando - E você sabe por acaso por eu esfaqueei ela? ELA ERA UM DEMÔNIO! - a minha raiva aumentava fazendo minha voz se alterar mais ainda - E Lucas, ah, Lucas não é mais o Lucas que você conheceu! Ele não é o que você conheceu! - Estava tão irritada que não notei a ponta de tristeza que senti ao me referir a Lucas.

- Você não é a pessoa que eu conhecia a meses atras. - ela disse tristemente, quase falou para si mesma.

- Os tempos mudam - eu lhe respondi - e os que mudam com ele, sobrevivem.

- Muda quem quer ser diferente, e você mudou para uma pessoa ruim, bem ruim pelo que eu estou escutando. Eu não quero ser amiga ou ao menos conhecer o que você se tornou. – Ela disse quase colocando um fim na nossa amizade e por um momento tive vontade de chorar.

Olhei para o lado procurando uma salvação para o fim daquela briga, mas o que eu vi foi a mulher de antes, olhando tristemente para Leticya, logo após virou-se para mim e dos olhos emanava ira, uma ira diferente, como se eu estivesse atacando o filhote dela, e ela fosse uma leoa. Ela balbuciou algo, talvez tenha sussurrado.

- Não, de novo não! – Leticya disse tapando os ouvidos. – Para! Eu não quero ouvir, eu não entendo! – Ela gritou.

Eu não soube o que fazer, e lá no fundo, eu sabia que o que ela estava falando, Leticya ouvia. Eu não sabia porque e não sabia o que fazer, peguei o braço da leticya, e passei pela multidão de pessoas que cada vez mais trancava o caminho enquanto arrastava leticya, quando cheguei perto da mulher ela virou-se e caminhou até uma porta de emergência, um vento que não existia balançava cada vez mais seus cabelos e o longo vestido. Segui ela, e cada lance de escada que descíamos eu arfava mais, enquanto Leticya chorava confusa, as vezes balbuciava algumas coisas como: "Eu não entendo" "Eu não quero ouvir" "O que você quer?".

- Espera! – Gritei continuamente até ela passar por uma porta cinza, grande e enferrujada.

Empurrei a porta após 1 minuto da mulher tê-la atravessado e ela não estava mais lá, ela havia sumido como antes. A porta deu para um beco pouco iluminado, o que iluminava era os fracos raios de sol que ainda estavam no céu. Havia grandes sacos pretos de lixos, era um beco, um beco sem saída, havia no começo dele uma rua, e no começo a porta que dava para o shopping.

- Eu não entendo. – Falei confusa.

Larguei os braços da Leticya e avancei em direção a rua antes movimentada, talvez esperando que a mulher estivesse ali. Quando cheguei ao meu destino não havia ninguém na rua, havia poucos carros, era uma rua que eu não tenho certeza se um dia eu já visitei, ela parecia estranhamente limpa, estranhamente vazia, estranhamente calma.

PDV Leticya

A voz na minha cabeça havia parado, eu não sabia direito, mas acho que ela falava em latim, o que me fazia questionar a minha sanidade mais ainda, pois eu não sei latim! Olhei para frente com os olhos meio embaçado das lágrimas. A vadia da minha provável ex-melhor amiga estava voltando lentamente em minha direção.

- Não tem ninguém, eu não sei onde nós estamos. Eu não sei que rua é essa. – Ela falou.

Preferi não responder nada, pois eu estava realmente brava com ela, e quando eu fico brava me da vontade de pegar a cabeça dela e bater em uma parede e...

Meus pensamentos raivosos foram interrompidos por barulhentos pneus cantantes adentrando o beco, a Stephanie Vadia Simon correu em minha direção sem olhar para trás. Mas a combe azul celeste ainda adentrava cada vez mais rápido no beco. Ela alcançou o lado da Stephanie e virou, parando em frente à ela e trancando a passagem dela em minha direção.

Tive vontade de entrar na porta, subir as escadas, chamar Sam, Dean e Cass, e voltar para o shopping, mas mesmo eu estando com extrema raiva da Stephanie ou com muito medo, forcei meus pés a caminharem lentamente até lá, ouvi barulhos estranho e altos, e como se isso tivesse desencadeado minha coragem, fui correndo até lá, passei pelo estreito caminho entre a combe e a parede, vi dois homens carecas, com macacões pretos e máscaras na cara onde havia apenas dois buracos nos olhos, e outro na boca. Um deles agarrou os braços da Stephanie nas suas costas. Enquanto o outro estava abrindo as portas da combe.

- Ar! – Ela gritou. O ar se agitou em volta dela. – Derrube-o! – Ela ordenou.

E como se o vento estivesse personificado por alguém invisível o homem que a segurava caiu no chão, ele derrapou, alguém fez isso com ele, e supostamente foi o vento. Ela se virou para fitar o homem caído no chão e sorriu satisfeita com o que acabara de fazer.

"Como se mandar o vento fazer alguma coisa e ele obedecer fosse difícil".Ouvi uma voz firme, majestosa, linda, na minha cabeça, igual às outras vezes, mas dessa vez, ela falou na minha língua.

Olhei freneticamente para os lados procurando a mulher que tantas vezes eu já vira, mas fui interrompida. Um dos homens fez a mesma coisa em mim que o outro fizera na Stephanie.

- Vento, der... – Ela começou a falar, mas o outro homem tapou-lhe a boca. Ela começou a mexer as mãos, a combe quase se mexeu em direção ao homem que me segurava, mas o homem segurou suas mãos.

"Tudo bem, tudo vai ficar bem, Stephanie vai fazer um dos seus truques e ela vai nos livrar dessa" pensei.

"Ela não consegue controlar os 4 elementos sem falar em voz alta com cada um deles." A voz na minha cabeça falou com tédio na sua voz, talvez um pouco de ira, ou petulância.

Olhei para o fim do beco, onde estava a rua que era para ser movimentada, afinal, é o Upper East Side. A mulher estava lá, a cabeça pendia para o lado, como se estivesse com tédio.

- Socorro! – Gritei e o homem que me segurava tapou minha boca.

Ela olhou para mim de olhos arregalados e pareceu-me que só agora ela percebeu que eu estava ouvindo, vendo, e entendendo ela.

"Fale com a terra, com o ar, com a água, ou com o fogo!" Ela quase gritou na minha cabeça.

Lambi a mão do homem que tapava minha boca.

- Eca! – Ele falou e tirou uma das suas mãos da minha boca para limpar no seu macacão.

- Como eu faço is...? – Gritei, mas não consegui completar a frase, pois ele tapou minha boca novamente. Ele olhou para os lados, mas não percebeu a mulher do outro lado da rua.

"Sinta ela, fale com ela, peça ajuda para ela, na sua cabeça, agradeça a todos os elementos depois deles fazerem qualquer coisa para você. Você precisa fazer isso para salvar você e sua amiga." Ela falou tropeçando nas palavras.

Olhei para Stephanie a tempo de ver o homem lhe mordendo o pescoço, ela se debatia no chão e ele se esfregava como um cachorro no CIO em cima dela, além de maníaco, criminoso, seqüestrador era tarado! O homem que me segurava teve a mesma idéia, ele me empurrou até a parede e beijou meu pescoço. AI QUE NOJO!

- Ok Leticya, calma, se concentra! – Murmurei para mim mesma, ou pelo menos tentei, saiu apenas alguns "hmhmhmhmhm" pois o homem ainda tapava minha boca.

"Terra, eu não sei bem como pedir sua ajuda, eu nem sei o que eu estou fazendo, só sei que tem um maníaco tarado lambendo meu pescoço enquanto tem outro maníaco tarado se esfregando no chão na minha melhor amiga Stephanie, mesmo que eu esteja brava com ela eu não quero seu mau." Pensei e quase instantaneamente senti cheiro de campos floridos, de árvores, de flores, e quase tive uma visão de um lindo campo florido.

"Por favor, faça esses homens pararem, sumirem, morrerem, apenas tire eles daqui!" Pensei novamente.

O chão em volta de nós tremeu, o concreto começou a subir, começou a se romper, enormes raízes brotaram do chão, começaram a subir pelas pernas do homem que me segurava, ele pareceu não notar, as raízes subiram até seus braços, colaram os braços dele junto ao corpo, subiu até seu pescoço, ele olhou para mim com um olhar de súplica, de medo, de surpresa, o outro homem também estava envolvido pelas raízes quase em um casulo no chão ao lado da Stephanie, e em um gesto rápido, as raízes torceram o pescoço dos homens, o homem que antes me segurava caiu no chão, as raízes recuaram até em baixo do concreto, o que restou foi: Stephanie assustada e perplexa me olhando, dois homens com os pescoços quebrados caídos no chão, e eu ainda mais assustada e perplexa do que Stephanie.

PDV STEPHANIE

"Eu havia feito aquilo?" Pensava comigo mesma ainda estirada no chão. Não poderia ter sido eu... Mas será Leticya? Não tive tempo de terminar meu pensamento, pois vi Sam, Dean e Cass saírem pela porta, na qual eu e Leticya havíamos saído minutos atrás.

- Que diab...? - ouvi Dean dizer, sem completar sua frase. Ele passou seu olhar por mim, o percorreu direto para Leticya e correu em sua direção. Aquilo me deixou com raiva, ele preferira ir até ela do que a mim? Tentei espantar esse pensamento para não fazer nada de ruim. Notei Cass indo em direção aos homens mortos, examiná-los, então ouvi Sam dizer:

- Oh meu deus, Stephanie você está bem? - ele dizia vindo em minha direção, ele chegou perto do meu rosto e passou sua mão macia suavemente em minha face. - O que é essa marca vermelha no seu pescoço? - ele disse assustado passando a mão pela marca em meu pescoço. Tentei mexer a cabeça para fazer um sinal de "não sei", eu não queria contar sobre aquela infeliz experiência.

Eu me sentia tonta, talvez seja pela batida na cabeça que o homem fez acontecer quando me derrubou no chão.

De repente, Sam me envolveu com sua mãos fortes, e me pegou no colo. Me senti tão acolhida, confortada e quente que só consegui dizer "estou bem" e adormeci.

PDV Dean

- Leticya, você está bem? – Eu perguntei para ela, ela ainda estava olhando para os dois homens mortos no chão, aterrorizada. – Calma. – Falei e a peguei em um abraço.

Ela não retribuiu, e admito que ela deve ter sido a única mulher que não retribuira... Não é hora de pensar nisso.

- E-e-e-eu fiz isso? – Ela perguntou gaguejando em um fio de voz. – Eu matei eles?

Olhei para Stephanie, Sam estava levantando ela do chão, ele estava levando ela nos braços, ela estava desacordada.

- Vamos. – Falei e ignorei as perguntas da Leticya.

Eu não sabia o que havia acontecido.

- Obrigado Terra. – Ela murmurou rapidamente.

Eu não entendi o por que, mas preferi não perguntar.

- Pra onde vocês vão levar elas? – Cass perguntou.

- Eu não sei. – Sam respondeu.

- Pra minha casa. - Leticya respondeu pela primeira vez tirando os olhos do chão.

- Sua mãe não está lá? – Perguntei.

- Ela e meu pai foram visitar minha vó em outra cidade. Não tem ninguém em casa. – Ela explicou e eu não consegui conter uma risada maliciosa.

- Dean. – Sam me advertiu e eu pigarreei me controlando.

- Desculpa.

(...)

Nós chegamos no apartamento de dois andares no Upper East Side da Leticya, Sam largou Stephanie no sofá que continuou dormindo, Cass estava entretido com a TV e Leticya ainda desnorteada.

- Eu vou tomar um banho, aquele cara me lambeu. – Ela falou quase soltando uma risadinha fraca.

- O que? – Sam perguntou.

- É. Ele lambeu a namorada de vocês também. – "Quem me dera" Pensei. Ela arregalou os olhos e bateu na própria boca, ela realmente havia falado aquilo sem querer. – Digo, a Stephanie.

- Aqueles... – Sam começou a falar, mas Leticya o cortou.

- Se precisarem de mim eu vou estar lá em cima no banho. – Ela falou e revirou os olhos.

Contive um: "Eu preciso". Eu não sei direito o que era, mas aquela garota me intrigava, algo nela me intrigava. Se Stephanie não me queria, e queria Sam ou Lucas, eu poderia muito bem querer a Leticya... pena que o que eu já conhecia da Leticya ainda não era o suficiente para que eu querê-la mais do que Stephanie.

PDV Leticya

Entrei no banheiro, tranquei a porta, liguei a torneira da banheira, tirei minhas roupas e me enrolei na toalha enquanto eu esperava a banheira encher. Me apoiei na pia em frente ao espelho, eu me sentia tonta, estranha, uma assassina. Me agachei e lavei meu rosto, levantei o rosto para olhá-lo no espelho, sobressaltei quando vi pelo espelho a mulher majestosa atrás de mim.

Ela sorriu para mim e eu fiquei pronta para sair correndo.

- Eu não quero fazer seu mal. – Ela falou e dessa vez não foi só na minha cabeça, ela falou mexendo os lábios, em voz alta.

- Me dê um bom motivo para não sair correndo daqui. – Cerrei os olhos.

- Eu posso te ajudar.

- As pessoas na minha sala também podem. – Falei.

- Não como eu. Você não sabe o que você é. – Ela retrucou.

- Se você responder minhas perguntas eu fico.

- Feito.

- Ótimo. – Pensei em uma das milhares perguntas que eu gostaria de fazer. – Quem é você?

- Pergunte para sua suposta mãe. – Ela respondeu pela primeira vez azeda, jogou os cabelos para trás da orelha e continuou. – Pergunte o que ela fez comigo.

- É por isso que você está aqui? Você é um espírito raivoso? – Perguntei tentando entender.

- Não. Eu estou aqui porque é meu dever ajudá-lá, eu pagarei um preço para isso, mas foi por isso que eu nasci, é para isso que eu sou destinada.

- Me ajudar? Por que? – Perguntei.

- Por que um dia, minha filha, você vai ter uma tarefa muito importante. – Ela sorriu.

- Eu não sou sua filha, não me chame assim! E qual tarefa é essa? – Perguntei.

- Uma de... – Ela foi cortada por batidas urgentes na porta.

Olhei para porta, e quando voltei à olhar para mulher ela havia sumido.

- MAS QUE DROGA! – Gritei. Abri a porta bruscamente. – Que que é?! – Falei ríspida olhando para Dean.

- Nossa. – Ele falou, segui o seu olhar e reparei que ele olhava meu corpo nu, cobrido apenas pela toalha branca um tanto quanto curta.

Admito que ter Dean batendo na porta do meu banheiro e dizendo "Nossa" é quase um dos meus sonhos secretos, e teria sido perfeito se eu não estivesse brava por não descobrir o que eu queria daquela mulher.

- Dean. – Falei revirando os olhos. – O que você quer?

- Eu vim avisar que... – Ele fez uma pausa e olhou meu corpo novamente.

- Dean. – Quase gritei.

- Eu e o Cass vamos buscar alguns remédios para dor para Stephanie, ela bateu a cabeça no chão quando aquele homem derrubou ela, e eu vou buscar minhas coisas e do Sam, nós estávamos pensando que poderíamos ficar por aqui, ou em um motel. – Ele falou dessa vez me olhando nos olhos.

- Acho que dá para ficar aqui, depois eu ligo e pergunto para minha mãe quando ela vai voltar.

Falei tentando me livrar logo dele para chamar a minha tal mulher ajudante, ele assentiu e eu fechei a porta enquanto ele olhava sorrindo malicioso para as minhas pernas.

- Ei, mulher ajudante fantasma, pode aparecer! – Falei e fechei os olhos, abri lentamente e vi que ela não estava ali, e que iria aparecer quando quisesse. – Droga.

Tirei a toalha, fechei a torneira, pois se eu não fizesse isso a banheira iria transbordar, botei a mão na água e ela estava morna, coloquei minhas pernas e fui entrando lentamente na banheira, sentei nela com a água batendo nos meus ombros.

Fiquei tentada à saber se eu conseguiria "falar" com a água, e cedi a vontade.

- Ahn... Água, eu não sei se você me entende, se eu estou sonhando, ou ficando louca... Enfim, por favor, me obedeça e separe uma gota da banheira e a faça levitar diante dos meus olhos. – Tentei soar clara no meu pedido, o cheiro do mar adentrou o recinto.

Uma gota do tamanho da minha mão separou-se da água da banheiro e levitou até aproximadamente um metro e meio do chão. Arfei e um pouco assustada quis dar um basta naquilo.

- Obrigada Água, pode se deixar cair. – Falei e a gota instantaneamente caiu, e o cheiro de mar se esvaiu.

PDV SAM

- Se precisarem de mim eu vou estar lá em cima no banho. – Leticya falou e revirou os olhos.

Ficamos eu, Dean, Cass e Stephanie-bela-adormecida na sala. Passado um pouco mais que um minuto, ela começou a abrir os olhos. Ela os abriu e de repente ficou assustada, sentando rapidamente.

- Opa opa, vá com calma - Dean disse, e a segurou. Vê-lo tocá-la não me agradava nem um pouco.

- Eu estou bem - ela disse ríspida - não preciso da sua ajuda. - ela se sentou novamente e tentou ficar em pé, sem sucesso.

- Você bem que podia me ajudar né Sam. - ela me olhou tentando forçar uma cara de má.

- Se você não me xingar como fez com Dean... - disse rindo, e sua mascará de menina má caiu deixando escapar-lhe um sorriso.

- Não, com você não. - ela sorriu para mim e eu lhe retribui. Dean revirou os olhos, tentando afugentar sua expressão de repulsa e ciúmes do rosto.

Cass o chamou e os dois começaram a conversar, eu nem prestei atenção na conversa, eu estava ocupado cuidando da Stephanie.

- Vou avisar Leticya que eu e Cass vamos buscar nossas coisas, pelo menos a Leticya deve querer falar comigo. - ele disse se afastando em direção a escada e atirou uma indireta à Stephanie que até eu notei.

- Minha cabeça ta doendo, eu to me sentindo meia tonta. – Stephanie disse se segurando em mim.

- E que vamos buscar algum remédio. – ele falou.

- Vamos ficar aqui? - Ela lhe perguntou se recusando a olhá-lo.

- Sim.

- Remédio? pra quem? - Eu lhe disse em quase gritos, pois ele já subia as escadas.

- Para sua namorada. - ele disse baixinho, porém eu e Stephanie ouvimos e nos entre olhamos - Para Stephanie. - ele disse desaparecendo no final da escada.

- Vou esperar Dean ali na rua. - Cass disse apontando para a porta, e indo em direção a ela.

- Ok. - Stephanie lhe respondeu.

Via Stephanie olhá-lo com um olhar diferente, de quase ódio.

- O que foi? - eu disse estranhando ela olhar seu amante daquele jeito, digo Dean.

- Nada. - ela me olhou e sorriu docemente. - Céus, como esse sofá é macio! - ela disse se atirando nele e nós rimos.

- Você está bem? - passados alguns segundos, eu disse inclinado à cabeça levemente para a esquerda, e arqueando as sobrancelhas em sinal de preocupação.

- Sim. - ela disse quase imediatamente. Eu a olhei em sinal de reprovação - Bom, não exatamente. Minha cabeça doi, e meus braços também. E meu deus, eu estou imunda! - ela olhou para o corpo, para sua roupa toda suja. - Aquele sujeito me lambeu! - ela disse gritando, e sua voz soou com repulsa. Eu mesmo me senti enojando, acho que mais enojado do que ela mesma.

- Sujeito nojento. - falei com raiva na voz.

- Tudo bem, eu só preciso de um banho. - ela sorriu novamente, um sorriso de canto, que não exibia os dentes. Eu sabia que ela odiava mostrá-los, ela se achava horrível sorrindo, e ainda mais horrível exibindo seus dentes maravilhosamente brancos. Ri sozinho pensando naquilo, ela mal sabia o sorriso lindo e impactante que ela tinha. Um sorriso impactante que me fazia esquecer qualquer coisa.

- Há quantos quartos na casa? - perguntei-lhe.

- 3. O de Leticya, o dos seus pais e um de hóspedes. - ela disse colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Como vamos fazer?

- Me recuso a dormir junto com ela.

- Bom, você vai dormir sozinha? - disse cruzando os braços - ou vai querer dormir comigo? - nós rimos. Era incrivel em como nós riamos e sorriamos quando estávamos sozinhos.

- É a melhor opção. - ela disse, e notei a humildade em sua voz.

- Tudo bem. Leticya sozinha, nós em um quarto e Dean sozinho.

- E quanto a Cass? - ela disse pensativa.

- Bom, Cass não dorme - expliquei-lhe.

- Ah, me esqueci desse detalhe. - Nós rimos novamente, até de repente Dean descer as escadas.

- Onde está Cass? - ele se dirigiu a Stephanie, porém ela não o olhou e eu lhe respondi:

- Te esperando na rua.

Dean caminhou de encontro à porta.

- Hei Dean - Stephanie lhe gritou, e ele olhou para trás com uma expressão quase feliz. - Não esqueça da minha mala. - ela disse e se virou de novo.

- Ah, ok. - ele disse parecendo triste, e continuou seu caminho de encontro à porta.

Ela se recostou no sofá e adormeceu enquanto eu acariciava lentamente suas pernas.

PDV Leticya

Saí do banho e botei logo minha blusa do pijama escrito: Eu amo Chocolate. E meu short branco com barras de chocolate.

Cheguei na sala e encontrei Sam acariciando a perna da Stephanie enquanto ela dormia, revirei os olhos e sussurrei:

- Leva ela para a cama da minha mãe.

Ele assentiu, mas ela acordou.

- Eu vou tomar banho. – Ela disse, se levantou um pouco tonta e subiu as escadas.

- Claro, eu deixo! – Gritei.

Sam riu e eu o chamei para vir comigo para o meu quarto, apenas para ele não ficar sozinho ali. Sentei na cama e o chamei para sentar também, ele veio meio apreensivo.

- Não se preocupa. Você acha que eu vou fazer alguma coisa? – Ri com a idéia. Ele deu de ombros e se sentou. – Ok, eu posso ter brigado, muito feio, aliás, com a Stephanie, mas eu ainda quero o seu bem, então... O que você sente por ela? – Perguntei sem esperar que ele respondesse.

- Não sei. Ela mexe comigo e eu sinceramente não sei o que pensar, porque ela já fez muitas coisas com o Dean, eu sei disso. Ela me magoa, ao mesmo tempo que me deixa bravo e alegre. Mas ela também faz isso com o Sam, e ainda tem o Lucas! – Ele falou tropeçando nas palavras entre suspiros.

- Nossa. – Murmurei para mim mesma. – É, acho que você tem intenções mais puras que o Dean. – "Ou ela". Acrescentei mentalmente. – Posso te contar uma coisa? – Perguntei.

- Ahn, Sim.

- Eu acho que eu controlo os quatro elementos... E isso me assusta. Eu acho que eu fiz aquilo.

- Como? – Ele piscou meio perplexo.

- É... naquela hora, quando aqueles caras estavam se esfregando em mim e na Stephanie eu pensei, eu falei, na verdade, com a terra, pedi que ela tirasse aqueles homens dali, e se preciso, matasse eles. – Ameacei chorar. – Eu sou uma assassina.

- Não, você não é. Você só tentou ajudar. – Ele me puxou em um abraço reconfortante.

Lágrimas teimosas transbordaram dos meus olhos e eu comecei a chorar.

- Sério mesmo Leticya, você não consegue ficar sem ninguém? – Stephanie apareceu na porta do meu quarto.


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Notas finais do capítulo

OLA! Brigada pelos comentários, sério! Cada vez os comentários aumentamn mais e isso é muito emocionante e reconfortante, sério!
Esse ep. foi meio confuso em relação à Leticya, né? Mas no decorrer dos próximos capitulos vocês vão entender melhor.
Bejinhos!
Leticya e Stephanie.



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