Sasuke Uchiha

Ao abrir meus olhos pela manhã não pude acreditar que Sakura estava realmente ao meu lado. Era incrível o modo como ela me fascinava. Seu jeito decidido e ao mesmo tempo meigo de ser me faziam gostar ainda mais dela.
A noite anterior não poderia ter sido melhor. Por mais que tivesse estado com muitas outras garotas antes algo ontem estava diferente. A maneira com que nos acariciávamos era cheia de carinho e cuidado. Era amor.

Seus olhos incrivelmente verdes começavam a aparecer por trás das pálpebras quase abertas e eu sorri com a imagem.

- Bom dia. – apertei-a ainda mais para mim e ela sorriu levando as mãos até os olhos e os esfregando levemente.

- Bom dia. – suas bochechas tomaram uma cor avermelhada quando ela parou por um instante para analisar o estado em que estávamos. – Oh, estou tão envergonhada. – levou as mãos até o rosto o escondendo e eu gargalhei.

- Você fica uma graça quando fica vermelha. – confessei erguendo meu corpo sobre o seu e dando-lhe um beijo profundo nos lábios ainda levemente inchados.

- E você não presta. – ela riu batendo no meu peito e eu acompanhei a sua risada.

- Preciso falar uma coisa. – eu disse e ela pareceu preocupada. – Eu vou voltar para Neshville pela tarde.

- Por que? – ela perguntou temerosa.

- Eu tenho um amigo que precisa de alguém para ajudá-lo nos seus negócios. – declarei.

- Alguém como você. – ela desviou os olhos dos meus.

- E como você. – dei uma mordida leve em sua bochecha e seu sorriso voltou a surgir.

- Mas e nossa música?

- Aí é que vem a melhor parte. – eu ri. – Tem um barzinho ótimo na cidade, podemos trabalhar de dia e cantar à noite.

- Sasuke. Eu... preciso de um tempo para pensar. – confessou sorrindo fracamente.

Ela pareceu preocupada em dizer que não iria comigo, mas eu não queria forçá-la a nada. Eu sabia que ela estava vivendo o seu sonho e estava feliz por ter finalmente conseguido conquistar a carreira ou pelo menos o começo dela depois de ter lutado e esperado por isso por tanto tempo. Ela ficava radiante quando cantava, e eu sentia que a felicidade dela contagiava a todas as pessoas que a estivessem assistindo. Era uma escolha dela. E eu não tinha o direito de estragar nada.

- Tudo bem. – eu disse calmamente esperando que ela compreendesse que eu estava realmente dando a chance dela desistir de tudo e seguir comigo ou continuar sua carreira e esquecer de mim.

Devidamente vestidos saímos do quarto tarde demais para o café da manhã. O almoço já estava servido e seguimos até o restaurante nos encontrar com o resto do pessoal. Gaara e Ino estavam em uma mesa perto da janela, radiantes pelo sucesso de ontem.

Ino havia definitivamente superado o seu vício ao álcool e todas os erros do seu passado. O seu grande show de ontem havia sido magnífico, seus fãs que haviam esperado quase um ano por uma apresentação de verdade da cantora não tinham o que reclamar. Ela cantara poucas músicas, mas suficientes para fazer com que a platéia vibrasse e todos comemorassem a sua vitória.

Almoçamos como pretendíamos e voltei para pegar a minha mala e seguir de táxi até Neshville. A cidade não era tão longe.

Eu estava na frente do hotel por volta da uma hora da tarde esperando o veículo chegar. Sakura estava me evitando desde que saímos do restaurante. Talvez ela tivesse feito mesmo a sua escolha e estava com medo da minha reação.

- Então você vai mesmo? – ouvi sua voz atrás de mim e virei-me para ela.

- Você não? – devolvi com uma pergunta e ela desviou seus olhos de mim.

- Me desculpe. – ela pediu.

Sem levantar os olhos em minha direção ela me abraçou. Um abraço tão apertado e carinhoso que quase me fez abandonar a ideia de voltar a Nasville.

- Ino disse que irá parar com a sua carreira por um tempo. – eu disse sobre o ombro de Sakura. – Não desista da sua.

- Vou sentir a sua falta. – desvencilhou-se do abraço e agora olhava-me com os olhos marejados.

- Busque a sua felicidade, Sakura. Boa sorte.

Segurei seu rosto entre minhas mãos dando-lhe um selinho demorado sobre os lábios. Limpei suas lágrimas com meus polegares e ela sorriu.
O táxi que havia acabado de chegar já estava com as minhas malas dentro e a porta do passageiro aberta me esperando.
Retirei do bolso da minha jaqueta uma folha de papel dobrada ao meio e entreguei a ela.

- Só leia quando eu estiver longe. Promete? – pedi segurando suas mãos.
- Tudo bem. – ela concordou sorrindo.

Dei-lhe um beijo na testa e entrei no veículo. Pode soar clichê, mas a verdade é que eu realmente olhei pelo vidro do táxi a figura de Sakura parada na entrada do hotel e quando não estava muito longe dali ainda pude ler em seus lábios.

- Eu amo você. – ela sussurrou.

Então o carro partiu. Uma nova vida. O recomeço tudo. Eu sentiria falta dela. Eu a amava. Mas se esta era a sua escolha. Eu seguiria fazendo a minha.