Era apenas um garoto. Que pensou ter recebido o maior dos presentes. Ele podia abraçar as estrelas. Senti por na ponta de seus dedos elas impressas na pele do universo, milhares delas. Podia brincar de criar constelações traçando linhas imaginarias entre elas. Podia dormir com elas.

Até que um dia, sem saber o porquê, ele começou a cair. Não pertencia mais aos céus, devia voltar a terra. A queda foi longa, e o menino a realizava entorpecido, pois não sabia o porquê daquilo. Será que uma cólera divina o punia? Mas tinha feito algo de errado? A única certeza é que se sentia triste.

Aproveitou o vento em seu rosto, que surgira enquanto seu corpo se aproximava do solo para se acalmar. Usou as nuvens para enxugar as suas lagrimas. Se os céus não o queria mais não havia nada que podia fazer, era apenas um garoto, que virá mais do que muitos homens adultos.

Quando finalmente encontrou o solo o ruído com o impacto foi ensurdecedor. A terra voou para diversas direções. Uma cratera gigantesca se abriu em volta do garoto, o que só aumentou sua sensação de solidão. Não conhecia mais aquela terra, estava acostumado com as doçuras do céu. Queria sua constelação de volta.

Não iria ter.

Ele não morreu na queda. Conseguiu se levantar. Agora a vida lhe estendeu duas opções, dois caminhos a seguir. Podia se revoltar contra as estrelas e nunca mais querer velas. Deixar sua fúria humana criar um tampão para que nunca mais as observasse. Ou planejar de algum modo, construído algum artefato talvez, com algum conhecimento que o povo que habitava aquela terra continha, retornar aos céus e sentir novamente suas estrelas.

Qual ele escolheu?

Qual você escolheria?