Elas nascem de memorias especificas, por isso podem ser consideradas como raras ou qualquer outra definição tola que as pessoas gostam de rotular. O importante não é isso e sim que são diferentes, por que se materializam de um sentimento distinto.

Seu corpo se divide em dois. Você quer, não se sabe explicar o porquê, mas você sente desejo por aquilo que te fez ficar desse jeito. Essa é a tristeza, ela se materializa na forma de lagrimas.

Você se lembra da ultima vez que a teve, se lembra exatamente o quão feliz estava e a comparação com o presente faz com que o liquido escorra pela sua face.

Lentamente.

A duvida faz você questionar seus atos. É pior do que a própria tristeza. Tenta se instalar e evaporar o que banha sua face. É inútil, por mais que você se responda, ela faz parte do racional e o sentimento nessa hora é o mais forte. É o escape da pressão da razão

E toda essa dor começa a mudar, vem a necessidade de rasgar sua pele, de gritar. Sua outra metade, a razão talvez, te lembra que você não pode tê-la. Ela te afasta, seus caminhos estão separados agora. Não é certo... E você sabe. Seu instinto de auto preservação lembra que não daria certo.

Combustão.

Ela começa a arder, queima sua face. É como se pegassem fogo agora. A foto dela com outra pessoa só alimenta o fogo. A necessidade te faz gritar calado, as lagrimas não se controlam, rolam e deixam sua marca, a pele queima. As gotas que caem se transformam em labaredas, tentam se conectar de novo ao seu rosto. Não se distingue se é agua que saem de seus olhos ou óleo inflamado

O tempo passa. E como uma fogueira que não tem mais lenha as chamas se acalmam, mas ainda é possível sentir o seu calor. Mesmo com ele você sente frio pelo resto do corpo, não há mais alma, esta também foi consumida no processo. Resta deixar ele imóvel, até o ultimo estalo das chamas calar.