Apenas Uma Noite? escrita por Nanda Saint Annie


Capítulo 1
Apenas uma noite?


Notas iniciais do capítulo

Foi algo que eu fiz depois de conhecer um amigo meu que hoje considero muito. Sendo assim essa one é dedicada à um dos meus melhores amigos Jean Rafael.
Te amo coração! ;D

Espero que gostem tanto quanto eu gostei de escrevê-la!



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Apenas uma noite?

Eu estava confusa. Sim, eu estava. Os sentimentos eram mais fortes que a razão. O desejo me mandava pular em seus braços no momento em que o vi. A consciência obrigava-me a lembrar do meu suposto namorado que deveria estar em sua casa enquanto me divertia.

Pensamentos contraditórios e ele me olhando. Me avaliando. Puxando-me para sua direção com seus olhos cinzentos. Me envolvendo numa névoa que inebriava-me.

Não! Eu precisava me lembrar de Oliver. Não podia traí-lo mesmo não estando namorando realmente. Era errado. Muito errado. Mas então porque este garoto mexia tanto comigo? Ele era apenas um amigo de meu irmão que eu acabara de conhecer e já estava mexendo comigo psicologicamente.

Maldito momento em que meu irmão o encontrou e ao apresentá-lo ele sorriu para mim. Fui do céu ao inferno em milésimos de segundos e Hugo, sem notar a tensão que me rodeava, disse que ia buscar uma bebida levando a garota que o acompanhava e nos deixando sozinhos naquele mar de gente.

Ele me olhou sorrindo e passou os olhos por meu corpo, avaliando-me.

- Hugo não havia me dito que tinha uma irmã – comentou.

- Não deve ter surgido oportunidade – me senti no dever de defender meu irmão.

- Não, não. Acho que sei o motivo de tê-la mantido em segredo – seu sorriso se alargou.

Eu não disse nada, preferindo apenas ouvir a música que tocava do que a confirmação de que não era bonita e também aproveitando para tentar me esquecer do garoto que me fitava. Fechei meus olhos apreciando melhor a música enquanto meu corpo entrava no ritmo sensual. Senti mãos se apossarem da minha cintura prensando-me de encontro a algo sólido e abri os olhos.

Ele se encontrava na minha frente encarando-me com um brilho ameaçador nos olhos e segurando meu quadril possessivamente. Ergui uma sobrancelha questionadora, mas sem parar de dançar.

- Se não fosse eu a segurá-la, logo os homens deste salão estariam disputando esta dança com você – disse como que desculpando.

- Ora, fala sério. Bem sabe que isto não é verdade e mesmo que fosse o que há de mal nisso? – falei soltando-me dele e virando as costas, voltando a dançar.

Não houve reação da parte dele, apenas o silêncio. Um rapaz de uns vinte anos se aproximou e me chamou para dançar. Estava pronta para aceitar quando ele novamente segurou-me.

- Ela está acompanhada, dê o fora – falou duro e o garoto saiu rapidamente. Me virei irritada.

- O que há de errado com você? – perguntei.

- Essa noite você é minha – disse olhando-me intensamente.

- Você acabou de me conhecer – falei tensa.

- Você também não conhecia o cara que mandei passear e não parecia se opor a dançar com ele – retrucou.

- Isso não vem ao caso – resmunguei.

- Realmente não – disse sorrindo de lado e abaixou a cabeça encostando os lábios em meu ouvido – A pergunta certa é: aceita ser minha essa noite Rosalie Weasley? Todos os olhares e sorrisos apenas para mim?

Senti um tremor em meu corpo e ele se afastou para me olhar.

- E-eu não p-posso – gaguejei – Oliver...

- penas uma noite e ninguém irá saber – prometeu.

- Mas Hugo... – insisti.

- Não é um empecilho, afinal ele sabe – deu de ombros e voltou ao meu ouvido – Vamos Rose, seja minha e me faça feliz pelo menos essa noite.

Afastei-me e encarei seus olhos cinzentos. Pela primeira vez notei a sombra de tristeza que perpassava por eles e isto foi o que faltava para que eu tomasse a decisão definitiva.

- Sou sua – sussurrei.

O sorriso que ele abriu foi o mais lindo que eu já vi. Lembrava-me uma criança que ganhara o presente desejado e quase impossível de conseguir.

- Espere um minuto – pediu. Assenti confusa e o vi ir até o DJ que parecia ser seu amigo. Logo depois a música anterior voltava a tocar e ele se aproximava de mim ainda sorrindo.

Fechei os olhos ao senti-lo se apossar da minha cintura e guiar-me para um espaço mais aberto. Seu calor misturado com o som envolvente da música fazia-me relaxar o corpo e arriscar passos mais ousados enquanto dançávamos envolvidos pelo ritmo sensual.

- Abra os olhos – ordenou em certo momento.

Obedeci prontamente e o encarei. Seus olhos demonstravam tanto desejo quanto os meus e isso me deu a coragem necessária para prender minha panturrilha em sua perna e jogar meu cabelo para trás descendo o corpo com seu apoio. Senti seus lábios acompanharem minha descida passando pelo meu pescoço, colo e barriga deixando uma trilha de chamas.

Puxou-me de volta e num rápido giro segurou-me novamente nos braços. A música terminou, mas estávamos apenas começando quando nossos lábios colaram-se ansiosos. Levei minhas mãos à sua nuca e ele apertou minha cintura deixando-me ainda mais colada ao seu corpo.

Eu já não era capaz de respirar, apenas sentir. E o que estava sentindo naquele momento enlouquecia-me a tal ponto que somente percebi que estávamos indo para a área vip um bom tempo depois.

Nos separamos em busca de ar e ele me olhou ardentemente com um brilho diferente nos olhos.

- Ainda mato seu pai por tê-la afastado de mim durante tanto tempo – murmurou.

- Eu... O que? – perguntei confusa. Ele já me conhecia?

- Você não se lembra de mim, não é? – sorriu triste.

- Eu deveria?- murmurei tentando lembrar.

Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma fita vermelha. Como num flash tudo voltou a minha memória e eu o encarei com lágrimas nos olhos me sentindo novamente a garotinha insegura de muitos anos atrás.

- Você me abandonou – acusei.

- Não Roza. Eu nunca fiz isso – disse sério.

- Fez sim – gritei magoada – Eu agora me lembro. Você havia dito que nos encontraria, prometeu que nunca me abandonaria. Sabe o que eu senti quando voltei no outro dia com Hugo e você não estava lá?

Sentia as lágrimas rolarem pelo meu rosto e percebi que já estávamos chamando atenção.

- Venha Roza – puxou-me para um escritório vazio – Precisamos conversar.

- Não há nada o que conversar – soltei-me dele – Eu o esperei durante o ano inteiro, Scorp. Sabe o que é para uma garotinha de dez anos não ter mais notícias do seu melhor amigo? A pessoa que mais amava no mundo – choraminguei virando-me.

- Roza, eu não queria. Juro – disse e ouvi a nota de sofrimento em sua voz.

- Eu deixei de sorrir sinceramente, não fiz novas amizades, tinha medo de criar laços e os perder novamente. Apenas Hugo entendia o que estava havendo comigo e ele fez de tudo para me tirar da depressão que eu estava me afundando – me virei novamente para ele e sorri triste – Então no ano passado conheci Oliver, nos demos bem, começamos a sair e quando parecia que tudo estava entrando nos eixos você volta a minha vida. Agora me diga Scorp, por quê?

Ele sentou-se num sofá e apoiou a cabeça nas mãos sem me olhar.

- Foi seu pai quem me fez afastar-me de você, Roza. Ele nos viu juntos uma vez no parque, ele percebeu como eu te olhava e quando você e Hugo foram embora ele me procurou.

- Ele não tinha o direito – sussurrei.

- Talvez sim, talvez não. Porém ele fez. Naquele dia obrigou-me a me afastar ou então a mandaria para longe. Eu preferi sair da sua vida e apenas observá-la de longe, ouvir o que seu irmão me contava sobre seu crescimento do que nunca mais vê-la.

Levantou-se então e começou a andar pelo escritório.

- Os anos foram se passando e você crescendo. A cada dia eu te amava mais, porém ainda era errado – suspirou sem me olhar – resolvi me mudar para Nova York e perder total contato. Foi o que fiz. Então no ano passado voltei e há seis meses encontrei Hugo.

- O que? Porque ele não me contou? – questionei com raiva e ainda chorando.

- Porque eu pedi – respondeu se virando para mim – Ele me contou tudo o que aconteceu durante esses anos, tudo o que eu perdi. E depois de muito relutar eu aceitei a idéia dele de te encontrar apesar de saber do seu namorado. Como apenas um amigo de Hugo e ter uma única noite com você.

Seus olhos imploravam-me por perdão, mas ele parecia hesitar em se aproximar e me fazer novamente explodir em lágrimas. O meu choro já havia cessado e eu estava mais calma enquanto o olhava, carregada de saudade. Era estranho depois de quase dez anos de esquecimento, vir tudo à tona, a verdade nua e crua. E o mais incrível ainda, era eu descobrir que apesar de tudo, ainda o amava.

Aproximei-me dele lentamente e toquei seu rosto com a minha mão. Um delicioso calor tomou o meu corpo e eu sorri.

- Eu te amo, desde a primeira vez que te vi. Talvez eu não soubesse o que era, mas eu sempre senti isso – peguei sua mão que ainda segurava a fita e a ergui – Foi por isso que te dei ela. De certa forma eu sabia o que ia acontecer, eu senti e precisava que tivesse algo que me fizesse lembrar de você algum dia.

Pisquei várias vezes expulsando as lágrimas.

- Desculpe por tudo que a fiz passar, Roza. Não foi intencional – murmurou. Pegou a fita e prendeu-a no meu cabelo como eu usava antigamente antes de se virar para aporta – Obrigado pela noite, prometo nunca mais procurá-la e deixá-la viver sua vida em paz.

- ESPERE – supliquei e ele me olhou – Porque uma única noite se eu o quero ao meu lado para sempre? Se durante todos esses anos em que esteve distante minha vida não teve sentido? Se tudo que andei procurando, apesar de não lembrar, é você?

Seus olhos brilharam e um começo de sorriso surgiu em seus lábios.

- O que você está querendo dizer, Roza? – perguntou me pegando nos braços. Olhei em seus olhos sorrindo.

- Não é óbvio? Eu te amo e meu namoro com Oliver é nada mais nada menos que uma fachada para meus pais me deixarem em paz – beijei-lhe o canto da boca – Ele é apenas meu amigo.

Mal terminei de falar e seus lábios se apossaram dos meus amorosamente. Foi como a explosão do Big-Bang. Uma torrente de sentimentos misturando-se em um só. Amor.

- Eu te amo, Roza – afastou-se um pouco para me olhar nos olhos – E prometo que nunca mais vou deixá-la ou deixarem que me afastem de você!

Eu sorri como há muito tempo não sorria.

- Não deixarei nunca você se esquecer disso – avisei.

- É o que eu espero, meu amor. Minha Roza – disse selando nossos lábios.

Em poucas horas meu mundo havia ficado de cabeça para baixo e antigas lembranças foram ressuscitadas. Porém, em todos estes anos longe de Scorp, eu nunca havia me sentido tão bem, tão completa quanto neste momento em que me via aconchegada entre seus braços.

FIM


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

Deixem reviews e indicações, e assim faça uma escritora feliz!

Bezoos

Nandáh