Alexander And Michel escrita por Tassiele


Capítulo 2
Capítulo 2: Encontro Encantado




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 O sol estava indo embora muito rápido. Eu nunca gostei da noite, ela é fria e escura, eu prefiro o dia, é claro e Téo o sol brilhante para nos aquecer. Sabe, este parque está ficando muito escuro, o pôr-do-sol está sendo escondido pelas árvores grandes, feias e horríveis deste parque.

 Os anjos disseram que, quando o dia acaba e o sol se esconde nós devemos nos esconder também e sempre ficar juntos uns dos outros, mas e se nos perdermos? Eles nunca disseram nada sobre achar uns aos outros. Eles também disseram que seria fácil ganhar daqueles anjos negros, mas quando elas se irritaram todos saíram correndo para se esconder e eu fiquei sozinho.

 Ah, o sol já foi embora, não há nem ao menos aqueles risquinhos alaranjados que ficam no céu. Nossa, que sono... No céu nós não dormíamos, a noite o céu sempre era laranja...

 O que está acontecendo com minhas asas? Estão sumindo... Como vou fazer para voar agora? Como vou encontrar os outros? Os anjos devem estar muito longe agora, bem escondidinhos...

 Hey, aquilo é um balanço? Eu amo balanços! Quando eu era vivo sempre brincava de balanço, era um de meus brinquedos favoritos! Eu sentava e meu papai me empurrava, eu ficava balançando e balançando... Vou ir lá sentar um pouquinho. Ah, não tem como sentar sem se balançar um pouquinho com os pés, balançando cada vez mais rápido... Isso é tão divertido! Isso sempre me acalma e me deixa feliz, sorrindo como estou agora. Isso me lembra minha família...

 As árvores deveriam se mexer assim? Antes do sol se pôr não havia vento, então por que as árvores estão se mexendo agora?

 -Vamos Richard! Deixe de ser idiota, você vai morrer assim sua anta! – havia uma voz furiosa que gritava estas palavras feias, o moço deveria estar bastante irritado.

 Do meio das árvores saíram duas pessoas altas, vestindo roupas pretas e com os cabelos bem escuros. Eles tinham asas muito estranhas, como eu nunca vi antes, parecendo com aqueles bichinhos feinhos e cegos que vivem apenas no escuro... Ah, lembrei, morcegos! As asas que eles tinham parecia de morcegos, porém maiores, para o tamanho deles.

 -Espere Alexander! Você corre muito rápido! – quem falou fora o menor que estava um pouquinho mais atrás, vestindo um casaco comprido e preto.

 Sabe, agora pensando bem, eles tem aquelas asas, cabelos escuros, olhos vermelhos... A aparência é como os anjos descreveram... Será que eles são os demônios que os anjos sempre falam? Ah, acho que não porque os anjos disseram que demônios são feios, com asas nojentas e aparência horrível, cheios de cicatrizes e com uma cara de dar medo. Eu não tenho medo daqueles moços bonitos.

 O mais alto parou no meio do parque, perto de mim. Ele vestia uma blusa colada ao corpo, preta, sem mangas e com uma gola alta. Uma calça jeans negra com algumas correntes. O cabelo era também bem escuro com mechas irregulares, algumas até brilhavam! Bem, de tudo o que mais se destacava nele eram seus olhos, porque não eram pretos e, sim, vermelhos... Vermelho igual o sangue, será que haviam sido feitos de sangue? Os anjos sempre disseram que se víssemos olhos vermelhos era para fugir o máximo possível porque são olhos feitos de sangue, que aqueles que têm são, ou demônio ou vampiro. Será que os olhos dele são feitos de sangue? Devo perguntar?

 Ele olhou para mim, sério, sem sorrir nem um pouquinho, mas eu sorri, afinal, sou um anjo simpático e ele era muito bonito.

 -Alexander, estou cansado. Temos que nos esconder antes que elas nos achem. – quem disse não foi o moço bonito que está me olhando, foi o outro.

 Eu continuei sorrindo para o maior, enquanto o menor se aproximava, sem nem olhar para meu sorriso.

 -Você é um anjo, não é? Por que está na rua à noite? – ele me perguntou ainda sério, mas eu não deixei de sorrir.

 -Ahn? Um anjo sozinho na rua? Que legal! Hey Alexander, posso matá-lo?

 O menor parecia empolgado, ele sorria bem animado para o maior, que simplesmente não tirava os olhos de mim. Será que ele gostou de meu sorriso? Acho que sim, todos amam sorrisos de anjos, então vou continuar assim.

 Sabe, acho improvável que me matem, porque eu sou um anjo. Eu posso morrer? Bem, eu acho que o maior é muito lindo para tentar me matar.

 -Você quer sujar meu casaco de sangue, seu idiota? Volte para casa o mais rápido possível, antes que as anjos negros cheguem, caso contrário irei dar-lhe para elas por importunar-me tanto.

 -Ah, qual é Alexander! Garanto que você vai matá-lo e depois matar mais um anjo negro sem mim! Você sempre faz isso!

 Quando o maior falava eu sentia meu coração bater mais forte e só em saber que ele estava me olhando eu sinto meu rosto muito quente, principalmente nas bochechas. Que estranho, está tão calor...

 -Isso são ordens, entendeu? Eu faço o que eu quiser, você apenas acata minhas ordens sem questioná-las, afinal, eu sou o único demônio o qual já matou um anjo negro.

 Nossa! Então foi ele! Que máximo, que incrível! Então foi ele o demônio que matou uma das cinco anjos negros! Bem, agora elas são apenas quatro... Mas que legal! Ele é lindo, poderoso e faz eu me sentir estranho, mas estranho de um jeito bom... Acho que estou apaixonado...

 O menor bufou e saiu voando, deixando apenas eu e o... Hããn... Qual é mesmo o nome dele? Ah, lembrei, é Alexander... Nossa, que nome lindo! Com certeza escolheram o nome perfeito para ele. Mas.... Espera, esse não é um nome de demônio? Então ele é mesmo um demônio... Ah, claro que sim, se foi um demônio que matou um anjo negro e ele disse que foi ele, caso resolvido, eu conheci um demônio! Uau, que incrível! Não, espera, os anjos disseram que eles são perigosos. Mas eu não me sinto em perigo.

 -Dê-me um bom motivo para não exterminar-lhe anjo. – ele disse em um tom nada simpático, mas mesmo assim o meu coraçãozinho acelerou mais ainda.

 Levantei devagar do balanço sorrindo, me senti muito feliz. Andei até ele, parando na sua frente. Ele é alto, eu fico um pouco abaixo do ombro dele.

 -Eu te amo. – eu disse feliz, sentindo que eu estava sendo muito sincero. Me senti melhor em finalmente me declarar a ele.

 Pela primeira vez, vi o rosto sério dele se desmanchar e fiquei torcendo para que ele sorrisse, vai, tomara que ele sorria, se ele sorrir significa que ficou feliz com a minha declaração. Ah, ele fez uma cara diferente, estranha, franzindo a testa. Parecia um pouco assustado, mas, além disso, eu não sei o que essa expressão significa.

 -Que nojo! Você é um anjo, e ainda por cima gay!

 Acho que ele estava surpreso. Mas isso logo passará, afinal, ele vai se acostumar comigo amando-o.

 -Você sabe quem eu sou?

 -Alexander.

 -Seu estúpido, eu sou um demônio! Alexander, o demônio que matou um anjo negro!

 Ele queria que eu o reconhecesse por ser muito poderoso? Por mim tudo bem.

 -Eu amo você, Alexander, o demônio que matou um anjo negro.

 Ele fez uma pausa, me olhando assustado. Eu apenas continuei a sorrir.

 -Eu vou matar você, seu anjo homossexual repugnante! – ele gritou brabo. Por que ele gritou brabo?

 -Você não vai me matar Alexander, porque eu amo você.

 -Você tem noção do que é perigo, seu idiota? EU vou cortar seus lábios e arrancar sua cabeça para que nunca mais possa sorrir!

 -Se você fosse arrancar minha cabeça não precisaria cortar meus lábios. Mas você não fará nenhum dos dois.

 Era mentira, ele nunca seria capaz de me matar, porque eu o amo. Alexander é o amor da minha vida! Opa, isso é engraçado porque eu já morri. Então, Alexander é o amor da minha eternidade!

 -Onde eles estão Renne?

 -Estão na praça. Mas é apenas um demônio e... Acho que tem um anjo junto. – essa segunda voz é bastante doce e meiga, acho que talvez seja um anjo! Ah, mas eu não quero ir embora agora que encontrei o amor da minha existência.

 Olhei para o lado de onde vinham às vozes, procurando por algum dos meus amigos anjos. Ao longe vi duas garotas com roupas pretas, só que misturado com o preto uma também usava azul fraco e a outra branco. A da roupa preta e branca se destacava mais na escuridão porque seus cabelos eram bem branquinhos, assim como a neve, eu tenho um amigo anjo que tem o cabelo branquinho assim também. Já a outra tinha os cabelos compridos e escuros. O que me assustou nelas foram as asas que elas tinham, de penas iguais as dos anjos, mas não eram brancas, eram bem negras.

 Estou com medo Alexander, elas são muito mais assustadoras do que eu pensei que os demônios seriam.

 -Espere Alexander!

 Ele já estava correndo para o lado oposto em que aquelas garotas vinham. Eu corri atrás dele, mesmo que ele fosse um demônio é muito mais lindo, menos assustador e eu amo ele, por isso me sinto mais seguro perto ele.

 -Venha anjo estúpido. Consegue voar?

 Ainda bem que meu amado está me esperando. Opa, eu chamei Alexander disso meso? Que engraçado, meu rosto está quente.

 -Eu não consigo usar minhas asas à noite. – eu disse com dificuldade por causa da correria, lembrando de quando estava sozinho no parque depois do pôr-do-sol e minhas asas sumiram, sem me deixar procurar pelos meus amigos anjos.

 Tinha um carro bonito se aproximando bem rápido, mas não me importei. Com certeza Alexander não me deixará morrer, e também, eu sou um anjinho, não tem como eu morrer atropelado.

 Quando o carro freou quase me atingindo senti meu pulso ser puxado com força, fechei os olhos apertando-os, sentindo algo gelado se fechar em torno do meu pulso com mais força ainda. Eu não vi nada porque estava apertando os olhos, mas senti que fui puxado para vários lugares diferentes.

 -Alexander, meu pulso está doendo muito!

 No céu eu nunca me machuquei assim, só quando era humano, mas quando fui para o céu eu simplesmente esqueci como era o sentimento de dor.

 Era como se gelo estivesse esmagando meu pulso com força, apertando cada vez mais, mas eu respirei fundo e consegui agüentar sem chorar.

 -Sua mão é muito gelada, está doendo.

 Coloquei minha mão livre sobre a de Alexander, mas não por mim, por ele que estava tão gelado, é tão horrível sentir frio... Em pouco tempo nós paramos de nos mexer. Quando eu abri os olhos vi que estávamos em um lugar muito escuro, a única luz que havia era a que entrava pela janela ao nosso lado. Estava muito silencioso, mas por pouco tempo, logo ouvimos o barulho de algo no telhado aproximando-se.


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Notas finais do capítulo

Não, não será sempre assim de um mesmo acontecimento para dois capítulos, somente o primeiro.

Prefiro a versão do Alexander, Michel me irrita e eu acho o anjinho menos atrativo no requisito ler. Logo irei inverter os dois primeiros capítulos, por que não deixo assim? Porque o próximo capítulo continua a história e é narrado pelo Michel, depois o Alexander e assim vai... Como me arrependo de ter começado pelo anjo...

Reviews, sim??