1997 escrita por N_blackie


Capítulo 82
Pollux




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159907/chapter/82

“CRUCIO!”

A dor perfurou o corpo de Pollux, destruindo os poros de sua pele como mil estacas em chamas, e nublando sua visão com o sofrimento que valia por duas vidas. Involuntariamente projetou o peito para frente, como se seus pulmões quisessem saltar de seu corpo e buscar o ar de onde pudessem tirar.

“Eu disse a Rodolphus que não podíamos deixar os prisioneiros nas mãos do garoto novo- “Bellatrix se justificou, mas Voldemort não a ouviu. Pollux tinha certeza de que iria morrer.

“Conte de novo o que houve.” Ordenou o bruxo, encarando o garoto com frieza. Não parecia irado, nem remotamente alterado emocionalmente pelo que ocorrera. Só aborrecido, e era esse o motivo que o levava a infligir rodadas de pura dor em Pollux. Sabia que ele saberia se mentisse. O olhou direto nos olhos, dois orbes amarelos com pupilas negras em fendas finas verticais.

“Fui ver os prisioneiros. Eles escaparam, e me estuporaram. Não tive saída. Estava sozinho.”

Era melhor manter simples, ou Voldemort com certeza perceberia que estava inventando tudo. Barty Jr chegou perto do mestre. “O que quer fazer com ele? Quer matar o garoto?”

Pollux encarou Crouch com firmeza. “Não os deixei escapar por negligência. Bellatrix viu como me trataram. Não tenho motivos para ajuda-los.”

“É, o garoto aqui não tem muitos amigos mesmo...”

Voldemort puxou a varinha da direção de Pollux por um momento, e o enroscou nos dedos compridos e afiados. Podia sentir que ele tentava entrar em sua mente, e começou a pensar em coisas neutras, como os cenários de Beaubatonx, Charlotte, as ruas de Paris...

“Uh.” Voldemort levou a mão às têmporas, e sua capa farfalhou quando voltou a se sentar. “Minha cabeça vem doendo. “

Rabastan, que até então estava num canto, se aproximou de Voldemort e disse algo perto dele. O homem assentiu.

“Está querendo me dizer o que fazer, Rabastan?”

“Não, de jeito nenhum, Milorde, “Lestrange deu dois passos rápidos para trás, “só acho que- “

“Entendo. Se quer tanto a vida desse garoto, fique com ele. É seu problema, agora. Quero Potter e os outros aqui. Vou cuidar deles pessoalmente. “Voldemort se levantou, ignorando Pollux enquanto passava para Bellatrix. “Não me decepcione novamente, Bellatrix.”

E então desaparatou. Pollux relaxou instantaneamente, e sentiu-se cansado como se tivesse corrido quilômetros. Bellatrix o olhou e balançou a cabeça. “Teve muita sorte, moleque. Vamos, Rodolphus, não aguento olhar para ele.”

Rabastan era o único que sobrava, agora. Parecia intimidado pela bronca que levara de Voldemort havia pouco. “O que disse a ele?” Perguntou Pollux.

“Nada que te interesse. “

“Estamos fora da guarda da cabeça, suponho.”

“Acho que sim.”

“Me desculpe. Não os deixei fugir.”

“Não adianta ficar com explicações, Black. “

“Gostaria de ser poderoso como você, sabe.”

A expressão de Rabastan amenizou-se, e Pollux continuou. “Se fosse, talvez teria tido mais sorte em impedi-los.”

“É... Quem sabe.”

“Se soubesse algumas maldições pesadas... Ah, me frustro só de pensar na minha burrice.”

“Não seja tão duro consigo mesmo, Black,” Rabastan sorriu arrogante, “treinei muito. Sei umas maldições cabulosas, sabe. “

“Sério? Quais?”

“Ah, acha que poderia aprender, eh? São difíceis!”

“Só consigo imaginar. “

“Tem uma, fiendfyre, sei como ninguém. “

“Fogo maldito? Parece fascinante. Se eu pudesse executar uma-“

“O que faria?” Rabastan o encarou com os olhos vidrados. “Hein?”

“Queimaria Hogwarts até o chão, com todos eles dentro.”

“Ah, boa!”

Pollux observou-o trambolhar os dedos sobre a mesa de jantar. “Acha que se eu fizesse isso, o Lord das Trevas voltaria a contar comigo?” Disse, se levantando finalmente. As pernas pareciam ter voltado a funcionar. “Me ensinaria, Rabastan? Por favor. Já tenho a sombra do meu pai sobre minha reputação. “

“É.... o que eu ganharia com isso?”

“Ora, “Pollux sentou-se sobre a mesa, diante de Rabastan. O irmão mais novo de Rodolphus parecia prestar muita atenção. “A cada passo que eu subisse, você subiria o dobro. Afinal, o mestre vem antes do aprendiz, não é?”

Lestrange sorriu, e Pollux lhe estendeu a mão. “Me ensinaria a conjurar o fogo mais destrutivo do mundo?”

“Vamos por Hogwarts no chão, garoto.”

E apertaram as mãos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "1997" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.