1997 escrita por N_blackie


Capítulo 76
Samantha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159907/chapter/76

Sam estava completamente molhada, e cheirava a peixe. Onde estava indo, era uma boa pergunta, mas sabia que precisava encontrar alguém para ajudá-la.

Vira um homem morto.

No fundo do lago.

Caixa.

Aterrorizada, cambaleou na madrugada em direção ao castelo, alheia ao perigo que podia passar se fosse encontrada àquela hora e naquelas condições por algum comensal da morte. Suas mãos tremiam como se estivesse nua em uma geleira. Suas pernas ainda estavam meio azuladas, e a respiração ainda sofria, pois as guelras que nasceram em seu pescoço não tinham saído ainda.

Quando virou uma esquina, ouviu uma risada e não teve tempo de olhar para cima. Uma chuva de penas de galinha caiu sobre ela, e Peeves saiu voando gargalhando. “Mulher galinha come peixe! Garota galinha!”

Mas Sam não conseguia reagir. Se escorou à parede, e começou a chorar. Naquele momento não importava muito quem a encontrasse, contanto que pudesse dizer a alguém o que vira.

“Samantha?” Nick-Quase-Sem-Cabeça se aproximou, e não conseguiu frear a tempo, passando por ela. Ergueu os olhos nublados para ele.

“Leonard. Violet. Richard...”

“Quer falar com eles, querida? Eu te ajudaria a levantar, mas bem... Sabe o que é, não?”

Sam queria abraçar o fantasma. Queria abraçar alguém.

Se ergueu, e começou a seguir Nick por todo canto, um pouco mais segura por ter a companhia dele. Ele atravessou alguns corredores desertos, passou por tapeçarias, e quando Sam se deu conta, estava no sétimo andar.

Olhou esperançosa para a parede onde a Sala Precisa estaria, mas duvidava que alguém sairia dela naquele momento. Queria chorar de novo. Tateando a superfície de pedra, passou por ela três vezes, murmurando as palavras certas para não se perder.

“Aqui estão os seus amigos?” O fantasma perguntou intrigado quando a porta apareceu. Distraída, Sam assentiu.

“Tchau.”

“Adeus, querida, me diga quando estiver bem!”

Desajeitada, abriu a porta.

“Sam!” Seu coração quase parou quando reconheceu o rosto familiar de Richard, que correu até ela e olhou para seu estado. “Cara, que houve contigo, moça?”

“O lago. Caixa. Pettigrew. “Murmurou, sem conseguir narrar o que tinha se passado.

“Como? Calma, quer que eu chame Violet?”

“Não! Lago, um corpo, um corpo no lago. Richard, Don Baron... Mistérios...”

“Que tem ele?” Rich a guiou pela mão até uma cadeira, e conjurou um copo com água. “Leo! Leo, vem cá!”

“Leonard? Tá aqui?” Sam se esticou toda para tentar achar Leonard, e quando finalmente o viu, caiu no choro. “Leo, o lago, o lago negro, fui lá, negócio brilhante, um corpo, Don Baron, caixinha, Pettigrew!”

“O que foi fazer no lago, Sam?” Leonard lhe entregou o copo, e delicadamente afastou seus cabelos e tocou nas guelras que estavam cada vez mais sutis. “E porque esteve usando guelricho?”

“Mergulhar... Eu vi, eu vi um negócio brilhante... No fundo, sabe?”

“E resolveu entrar para conferir? Ficou doida, você podia ter sido vista!”

“Não... Sim... Mergulhei, Firenze, ele me deu isso... Mergulhei... Aí um corpo tava no fundo... Leo, Don Baron. Tá morto, com uma caixa na boca. Pettigrew.”

“A caixa é dos Pettigrew?”

“Isso... Escondida. “

“O que tem dentro, você viu?”

“Não sei. Assustei, vim pra cá. Leo, ajuda. Ele tá morto.”

“Hm.” Leonard puxou suas mãos para perto de si, e analisou as membranas entre seus dedos. “Vou investigar. Não tem nada que possamos fazer por Baron agora. “


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "1997" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.