Paper Lanterns escrita por Sparkles


Capítulo 32
You know what they do (Jamia's POV 1)


Notas iniciais do capítulo

Um POV da Jamia, porque é mais fácil ver isso pela visão de uma garota, eu acho...



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Eu sabia que ele não tinha saído só para tomar sorvete. Se a sorveteria mais próxima fica praticamente do lado da casa dele, porque ele me levaria na sorveteria perto da escola, que por algum acaso era enfrente a uma farmácia? E se eu não estou enganada eu ouvi o Frank falando alguma coisa do tipo “Eu emprestei pro Gerd ontem...”. Tá, eu sabia que ele tava falando de preservativos.

Ao invés de ficar chateada porque ele estava tentando comprar escondido de mim - e eu estava achando aquilo desnecessário - eu comecei a rir da situação porque eu percebi que ele estava vermelho de vergonha.

- Jamia, porque você está rindo, não estou vendo motivos!

- Ai, calma senhor Frank.

- N-Não sei porque você está rindo.

Ele pegou os sorvetes e pediu para que eu sentasse no banquinho da pracinha com os sorvetes, enquanto ele pagava. Um lugar bonito, com árvores, um balanço e uma gangorra. E um banco, que coincidentemente ficava de costas para o outro lado da rua, onde ficava a farmácia.

Fiquei muito tentada em atrapalhar todos os planos do Frank e ficar olhando pra trás enquanto ele ‘pagava o sorvete’, mas o meu medo de que ele desistisse da ideia era maior.

Eu olhei pra trás só uma vez, e por muita sorte, ele já estava no caixa da farmácia. Logo ele olhou para o lado em minha direção. Não virei a cabeça, sabia que já era tarde demais para desistir, ele já estava comprando o que precisávamos. Ele me olhou constrangido e tentou sorrir. Eu pisquei pra ele e levantei o meu sorvete, como se estivesse cumprimentando. Ele saiu da farmácia tropeçando e eu virei para frente novamente.

- O-oi. O sorvete tava bom? – Ele se sentou do meu lado e disse como se nada tivesse acontecido, tremendo e extremamente vermelho.

- Tava. Tava muito bom, Frank. – Falei raspando os restinhos de calda que ainda estavam no meu pote. – Pena que o seu sorvete esteja tão mole. – Falei entregando o sorvete do Frank a ele.

- Ah, pois é. – Ele falou, colocando uma colherada do sorvete-suco dele na boca.

Naquele momento eu entendi que ele não queria que eu ficasse fazendo perguntas, mas como eu sou uma pessoa extremamente maldosa, é claro que eu não deixei de questionar o lindão do Frank.

- Então, Frank, o que você comprou na farmácia?

- Eu... eu fui na farmácia?

- Ah, não?

- Não!

- Ah, então eu acho que eu to meio mal... Eu podia jurar que eu vi você na farmácia. Acho que eu vou pra casa dormir, então...

- Não! NÃO! Eu fui na farmácia sim. – Ele disse e eu comecei a rir.

- Então porque você fingiu que não tinha ido a farmácia?

- Porque... porque eu fui comprar um remédio pra minha mãe?

- E o que isso tem de mais que eu não possa ficar sabendo?

- Eu sei lá. Ela pediu pra que eu não contasse pra ninguém.

- Ah, ta. E cadê o remédio?

- Tá no meu bolso.

- E você sentou encima do remédio da sua mãe?

- Não tá no bolso da calça, tá no bolso da blusa – ele colocou uma colherada de sorvete na boca. Aproveitei que ele estava ocupado demais e depressa coloquei a mão dentro do seu bolso. Ele soltou tudo o que estava segurando e agarrou a minha mão. O sorvete foi parar todo na calça dele. – Tira a mão do meu bolso, tira, ou eu vou fazer você limpar a minha calça com a língua.

- Okay, então eu não vou tirar a minha mão se você me fizer limpá-la enquanto você estiver a vestindo – sorri.

- Tá você já sabe o que eu comprei, né? Só me faz um favorzinho, pega um guardanapo ali na sorveteria pra mim?

Eu larguei o seu bolso e fui até a sorveteria, peguei uns cinco guardanapos e uma colherzinha, porque, realmente, tinha muito sorvete na calça do Frank, tadinho. Sentei do seu lado e o ajudei a limpar a calça. Eu estava passando o papel pela sua perna e então ele apertou o meu braço e tirou a minha mão de perto dele.

- Ah, por favor, não faz isso comigo – ele falou, quase num sussurro.

- Hã?

- Então... Vamos pra casa?

- Eh, mas já? Sua calça ainda tá meio suja, Frank...

- É porque eu sinto que o remédio da minha mãe será muito útil.

Nos olhamos por uns segundos e fomos logo pra casa do Frank.


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