Fui para casa. Eu tava muito triste com aquilo, porque eu fui acreditar que aquela idiota me amava?

Eu realmente precisava falar com alguém. Liguei para meu melhor amigo, Frank, que com certeza nem atenderia minha ligação. Merda. Eu tinha me esquecido da jogatina que ia ter na casa dele hoje, ele não vai querer olhar na minha cara, nem mesmo ouvir minha voz. Esqueci por causa daquela idiota da Ashley.

- Alô?

- Frank?

- Gerard? O que foi. – Ele falou com uma poker voice.

- Eu preciso falar com você.

- Ah, cara, to no cinema com a Jamia. Nem vem, tio. Meu filme começa daqui a 10 minutos e eu to meio bolado contigo.

- Frank, é sério, cara.

- Ta tio, a gente conversa amanhã. Agradeça meu bom humor à Jamia, eu tava emburradão por causa do seu vacilo mais cedo. Você se esqueceu de mim. Tchau. – e desligou.

Droga. E agora?

Eu precisava mais do que nunca falar com alguém, e foi então que eu tive uma idéia meio louca. A única pessoa que me ouviria agora sem que eu precisasse me explicar muito seria a Lindsey. E foi pra casa dela que eu fui. Toquei a campainha.

- Quem é?

- Eu, Gerard.

- Gerd, oi! – Ela abriu a porta feliz, ela me animava.

- Oi, é, eu preciso conversar.

- É Gerd, eu também preciso falar com você – ela fez sinal para que eu entrasse.

- Sobre o que você quer falar?

- É sobre a música que você escreveu... pra Ashley.

- Como você sabe?

- Não importa, o que eu queria é te dizer que mesmo com isso tudo, se você precisar de mim, eu vou estar sempre do seu lado.- Ela me abraçou. O abraço foi seguido de um momento meio tenso em que ficamos olhando um pra cara do outro.

- Mas então, o que você veio fazer aqui? Não que eu não tenha gostado da visita...

- Bom eu precisava falar com alguém.

- Sobre?

- Sobre... Desculpa, você é a única pessoa que me escutaria.

- Pode falar do que você quiser.

Eu contei sobre tudo que tinha acontecido na festa da Ashley, sobre o logo da “Flogging Bears” sobre a foto rasgada e sobre tudo o que eu estava sentindo. Eu estava parecendo um bebê e estava reparando como a Lindsey era linda. Perfeita, atenciosa, estava disposta a dar todo o amor que eu precisasse e eu, estava realmente querendo corresponder.

- Gerd, eu te amo, ok? Não fica mal, eu estou aqui.

- Eu, eu não consigo resistir – eu estiquei só um pouquinho o meu pescoço a fim de beijá-la, mas ela me afastou.

- Tá, todo mundo sabe que eu gosto de você, mas, eu não vou afogar as suas mágoas assim não.

- Você é inacreditavelmente perfeita, por favor – eu estiquei-me de novo e ela cedeu. Era como se eu tivesse enfim encontrado uma pessoa que eu gostasse de verdade. Que podia transformar a pior noite de todas na mais mágica da história.