Servos de Deuses escrita por Lise Muniz


Capítulo 2
Capítulo 2 - Pedro ganhará um herdeiro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159697/chapter/2

Pedro estava em território latino, conversando e negociando tranquilamente com um mercador em uma feira no cais, quando de repente, um garoto loiro, de olhos azuis e orelhas pontudas como as de um elfo, vestindo uma túnica com detalhes de caduceus e com uma bolsa dourada pendurada a tiracolo (uma bolsa de entregador), passa pela guarda correndo e gritando desesperadamente:

     - Rei Pedro! Rei Pedro! – grita ele.

 Ao ouvir os gritos, Pedro se vira confuso encarando o menino.

     - Acalmais! Acalmais, ó jovem! – diz ele – O que o trazes de tão distante até aqui?

     - Arf! Arf! – arfa o garoto cansado – T-tenho notícias sobre a sua esposa, a rainha Sophia. Ela acaba de desmaiar de repente, precisamos de um servo de Apolo. Urgente! Pois não há nenhum do lado grego do planeta.

     - O quê? – pergunta Pedro confuso – C-como assim desmaiou de repente? Tem que haver um motivo! C-como sabes disso jovem? Quem contou-lhe sobre isso?

     - Alguns amigos meus (sátiros e dríades), mandaram-me aqui, para falar com vossa majestade! Tive que roubar um pégaso que estava amarrado a uma árvore para poder chegar aqui!

     - V-vossa majestade! Conheço um servo de Apolo. Ele mora aqui perto e é um ótimo médico. Se quiser, posso mostrar-lhe onde ele mora! – diz o mercador.

     - Sim, por favor, mostre-me onde esse rapaz mora! – Pedro diz ao mercador – E quanto a você, ó jovem, pegue isto e vá para casa. Não se esqueça de devolver o pégaso!

     - S-sim senhor – diz o garoto pegando um pequeno embrulho e indo embora.

O mercador, então, leva Pedro e sua guarda a um vilarejo perto dali, onde mora o rapaz a qual ele tinha se referido. Quando chegam à casa do rapaz, a porta está aberta. Uma criança de aproximadamente cinco anos, que estava com ele, aponta para a porta e o rapaz, que estava de costas se vira. Ao ver o amigo acompanhado do rei e sua guarda a sua porta, assusta-se e pergunta após fazer uma reverência:

     - O-o quê fazes aqui, Vossa Majestade? Eu ou meu amigo – diz ele apontando para o mercador – fizemos algo de errado?

     - Acalme-se rapaz! Você e seu amigo, nada fizeram de errado! – diz Pedro acalmando o rapaz – Vim aqui para pedir-lhe ajuda! O povo diz que você, como servo de Apolo, é um dos melhores médicos latinos!

     - V-vossa Majestade, p-pedindo-me ajuda?

     - Sim, rapaz. Minha rainha e esposa está doente e nem os sátiros sabem do que se trata. Preciso que nos acompanhe até meu palácio.

     - Tudo bem! Eu o ajudarei. Dê-me só um minuto, por favor! Preciso consertar o braço dessa criança.

     - Claro! Leve o tempo que precisar. Mas, o que aconteceu com ela?

     - Ela quebrou o braço brincando. Já não é a primeira vez que isso acontece. Será rápido! Não se preocupe!

O rapaz, então, senta-se novamente de frente para a criança. Pede que lhe dê o braço. Ela indiferente, dá-lhe o braço como se já tivesse feito isso várias vezes. O que era verdade.

      - Como sabe, pode doer um pouco. Aguenta firme! Grita se não agüentar mais – ele diz à criança que assente calmamente.

Ele segura firme o braço da criança e canta uma antiga canção em latim, que facilmente foi entendida por Pedro, já que este era romano. O braço da criança fica envolto em ervas medicinais que flutuam de uma forma estranha, como se fosse uma dança. A criança, em nenhum momento grita, mas, Pedro podia ver as lágrimas de dor que escorriam por seu rosto, pois o rapaz apertava-lhe o braço. “Esse menino será servo de Marte” – pensa Pedro. Lentamente as ervas voltaram para onde estavam e o rapaz abre os olhos. O rapaz dá um grande e profundo suspiro e fala para a criança:  

      - Pronto estás curado!Podes ir para casa!Tenhas mais cuidado da próxima vez.

Virando-se para Pedro, o rapaz arruma suas coisas e cansado, fala:

      - Já podemos ir Vossa Majestade!Já acabei!

      - Vamos então!Mas primeiro... Achas mesmo que estás em condições de viajar?

      - Sim, Vossa Majestade. Eu tenho certeza absoluta.

Então o rapaz, Pedro e a guarda real, embarcam em um grande navio. Usando os poder dos mares que Pedro tinha herdado por ser servo de Netuno, eles atravessam o planeta e chegam ao palácio em mais ou menos 15 minutos.

Ao chegarem ao palácio, Pedro, preocupado, corre para os aposentos reais para ver como Sophia estava. Ao chegar aos seus aposentos, vê Sophia ainda inconsciente, deitada em sua cama. Correu para o seu lado, pega com carinho sua mão e sussurra em seu ouvido: ”Tudo vai ficar bem! Eu prometo! Agora, por favor, acorde!”. Lentamente, Sophia abre seus olhos e ao olhar ao redor e se ver em seu quarto com seu marido a observando, confusa pergunta:

      - O-o que aconteceu? C-como eu vim parar aqui?

      - Calma, descanse. As ninfas e os sátiros lhe trouxeram aqui. Tu desmaiaste nos jardins do palácio.

      - M-mas tu não estavas do outro lado do planeta?C-como...

      - Shh!Eu vim correndo assim que soube que você havia desmaiado. Tu me deixaste preocupado!Trouxe um servo de Apolo comigo, para que descobríssemos por que desmaiou. Descanse!Vou trazê-lo aqui!

      - E-ele é romano não é?Como servo de Apolo, ele fala grego. Estou certa?

      - Certíssima, meu amor!Mas não precisa se preocupar. Ele não lhe fará mal.

      - T-tudo bem. Então... Mande-o entrar.

      - Tudo ficará bem, meu amor. Eu prometo!

E beijando-lhe a testa, Pedro sai do quarto e chama o rapaz, servo de Apolo que o esperava fora do quarto e mandou-o entrar.

 15 minutos haviam se passado, quando o rapaz saiu de dentro dos aposentos reais. Parecia cansado, mas havia um sorriso em seu rosto. Ele se dirige a Pedro com uma reverência e diz:

      - Vossa Majestade, tenho ótimas notícias!O senhor ganhará um herdeiro!Sua esposa está grávida!

      - O-o quê?Sophia está... Ai Meus Deuses! – diz Pedro mal acreditando no que acontecia.

 Pedro, não acreditava no que acabara de ouvir. Sua esposa estava grávida!Ele ganharia um herdeiro!Ele estava tão feliz, que até chorava de tanta emoção. Ele estava totalmente emerso em seus pensamentos, quando o rapaz disse:

      - Ahn, senhor?Desculpe atrapalhar sua felicidade, mas... Preciso voltar para casa!

      - Ah!Desculpe!Sinto muito!Tome, pegue isto, falarei imediatamente com o capitão, para que o leve de volta a sua casa! – diz entregando-lhe um embrulho igual ao que fora dado ao garoto, servo de Hermes, que havia dado-lhe a notícia de que Sophia passara mal.

O rapaz pegou o embrulho das mãos de Pedro e o abriu, encontrando lá dentro um diamante e uma safira.

      - Não!Não posso aceitar. Sou um humilde servo de Apolo, não uso meu dom em troca de recompensas!Desculpe! – diz o rapaz.

      - Tudo bem então rapaz. Mas saibas que lhe devo uma. Tu fizeste um rei feliz.

Pedro então foi ao encontro do capitão na praia e pediu-lhe que levasse o rapaz de volta a sua casa. Em pouco tempo o navio estava pronto para zarpar. Antes de o navio zarpar, porém, ele gritou para o rapaz:

      - Se precisar de algo, algum dia, saibas que pode contar comigo!Tenhas uma boa viagem!E que os deuses lhe acompanhem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Servos de Deuses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.