Servos de Deuses escrita por Lise Muniz


Capítulo 12
Capítulo 12 - Minha última batalha.




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                                                   NOAH

Ah como eu odeio o babaca do irmão da Rose! Se não fosse a Rose, estaríamos mortos há essa hora! Nós iríamos ter que fugir do planeta, mas pelo menos o amor da minha vida iria comigo. Eu juro que se um dia eu conseguir pôr as mãos nesse cara, eu o mato!

Arrumei todo correndo, sem esquecer é claro da minha espada, da bolsa e do anel encantado que eu havia feito para a Rose, para sem entregue a ela se fosse necessário. Quebrei o jarro de barro onde eu guardava as minhas economias e peguei de lá de dentro um diamante e alguns dracmas de ouro.

Fui escoltado até o palácio novamente e ajudei Rose a terminar de arrumar as coisas a tempo. Para uma princesa, até que ela tinha poucas coisas.

     - Noah! Pega para mim aquela caixinha dourada com um sol desenhado, para mim, por favor? – ela pediu a mim

     - É claro! – eu respondi – É uma caixinha de música?

     - Mais ou menos. Pegue-a e veja.

Quando peguei a caixinha e a abri com cuidado, vi as jóias dela e uma pequena/grande coleção de pedras preciosas.

     - Irá nos ajudar com as despesas lá na Terra por um tempo. Lá elas valem mais do que aqui. – Rose disse.

Terminamos de arrumar as coisas e fomos escoltados novamente até a pista de decolagem do lado de fora do palácio. A nave que iríamos usar, não estava completamente pronta para o uso. Ainda faltavam alguns ajustes básicos, como trocar o óleo do motor. Mas, como bom servo de Hefesto que eu sou, é claro que eu mesmo consertei a nave. Quando a nave ficou pronta para o vôo, os guardas nos fizeram entrar nela. Rose estava chorando. Eu a entendia. Nós nunca mais poderíamos voltar para casa! Fechei as portas, liguei a nave e decolamos rumo a uma nova vida fora do nosso querido e amado planeta.

Dentro da nave, todo dia parecia igual. Triste, chato e monótono. Rose ficava sempre encolhida no canto da nave. Pensando na morte de seus pais, na crueldade de seu irmão e na vida que nós havíamos deixado para trás, enquanto eu pilotava a nave rumo a Terra. Até o dia em que eu descobri que a nave tinha piloto automático. Eu, como não sou idiota, é claro que o ajustei para a Terra, não é? Com isso, ganhei tempo e fui tentar consolar a Rose. Ela estava sentada, de cabeça baixa, em um banco. Sentei-me ao seu lado, a abracei e disse:

     - Escuta Rose! Eu sei como você se sente! Quando eu tinha seis anos, minha mãe, minha irmã caçula e meu outro irmão, foram visitar os meus avôs maternos. Eles foram de barco e uma terrível tempestade os pegou no caminho. O navio naufragou e os corpos deles nunca foram encontrados. Foram mandadas várias expedições de busca, mas eles nada resolveram. Foi difícil para o resto de a família suportar a morte deles, mas aí aprendemos que o tempo não pára e que não importa o quanto à vida tente nos derrubar, desde que tenhamos ajuda, sempre poderemos nos levantar. E essa ajuda, Rose, foi você! Sem você, eu nunca poderia ter suportado a morte deles! Obrigado, Rose! – eu disse já emocionado.

Eu nunca havia contado a ninguém o que havia acontecido ao resto da minha família. Eu sempre me sentia chateado demais para contar isso a alguém. Mas Rose era especial! Eu nunca esconderia nada a ela, nem agora, nem nunca.

     - Como eles eram? Sua mãe e seus irmãos? Assim, na aparência? – Rose me perguntou

     - Minha mãe era serva de Héstia, ou seja, morena de olhos quase vermelhos. O nome dela era Emma. Minha irmã caçula tinha só três aninhos. Ela era ruivinha e toda sardentinha. O nome dela era Lucy, ela era muito fofinha. Meu irmão tinha dez anos e era servo de Hefesto como eu e meu pai. Ele era meu melhor amigo. Eu os amava, mas a vida os levou de mim.

     - Eu sinto muito Noah! Eu não fazia idéia disso! – Rose disse me abraçando

Só nessa hora que eu percebi que eu estava chorando. Era emoção demais para mim. E para aumentar a emoção, a Rose se ajoelhou na minha frente, limpou minhas lágrimas, segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou.

Eu achei que nada poderia estragar esse momento. Até eu ouvir um barulho muito estranho vindo do compartimento de cargas da nave. Agarrei a mão de Rose e corri para a sala onde estavam as nossas malas.

     - Acho que há alguém além da gente dentro da nave! Escuta bem o que eu vou falar! Nem tudo é o que parece ser! – eu disse a Rose

     - Como assim? – Rose perguntou confusa

Peguei minha bolsa que estava ao meu lado e tirei de dentro dela, o anel e a pequena bolsa dourada que eu tinha feito para Rose.

     - Se você juntar esse anel aqui com a aliança que está no seu dedo e puxá-lo com cuidado, eles se transformarão em um arco. E se você puxar essa cordinha que está amarrando a essa pequena bolsa, ela se transformará em uma aljava com nove flechas encantadas. Experimente! – eu disse dando os objetos nas mãos dela.

Ela fez o que eu disse, e se surpreendeu com o resultado.

     - Uau! C-como... Isso... Isso é demais! Mas, por que você está me dando isso?

     - Achei que você poderia precisar. Há alguém lá fora! Acho que os guardas conseguiram nos pegar.

     - Os guardas? Mas eles não ficaram em Hélade? Como podem estar atrás da gente agora?

     - Achou mesmo que seu irmão era tão bonzinho assim? Ele ficou com medo de que voltássemos e mandou guardas para fazer por ele o que ele não fez!

     - Mas como sabe disso?

     - Dedução! Fique aqui! Vou expulsá-los daqui!

     - Eu vou com você!

     - Negativo! Você fica aqui! Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse a você!

     - Mas...

     - Nada de, mas! Você fica aqui!

Corri para fora da sala e mexi no painel de controle da nave. Eu temia não conseguir conter os guardas e por isso preparei uma nave de fuga para Rose. Eu a mandei não sair da sala de bagagens, mas ela não me ouviu. Saiu da sala com o arco armado, assim que ouviu os gritos dos guardas e o barulho de coisas sendo derrubadas e quebradas. Tentei fazer com que ela voltasse para onde era seguro, mas os guardas me impediram. No meio da batalha, Rose tropeçou em algo que estava caído no chão e acidentalmente rolou para dentro da nave de fuga. Eu tinha colocado suas coisas dentro da nave, enquanto ela dormia e ela ficou até surpresa ao perceber isso. Os guardas haviam me encurralado perto do painel de controles. Apertei o botão que fechava a porta da nave de fuga. Rose socava o vidro que havia na porta da nave de fuga, tentando sair. No meio da batalha, na confusão de tentar nos pegar, um dos guardas, acertou acidentalmente um cano de ar. Eu não havia percebido isso até que criei uma bola de fogo com uma das mãos e a nave inteira começou a pegar fogo. Fiquei desesperado e apertei o botão que liberava a nave de fuga. Quando Rose percebeu o que eu havia feito, começou a gritar desesperadamente. Em poucos segundos, o fogo se alastrou tanto que acabou chegando ao motor e ele explodiu. A última coisa que vi e ouvi foi Rose gritando e chorando desesperada e o barulho de uma imensa e intensa explosão. Depois disso, tudo ficou escuro e percebi que havia acabado. Eu havia sacrificado a minha vida pela pessoa que eu mais amava. A minha querida Rosellie Shane.


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Notas finais do capítulo

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