Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 6
Capítulo 6 - Desabafo pós lua cheia


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, adorei as reviews...



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Putz, minha cabeça estava doendo pra caramba! Será que alguém tinha partido minha cabeça em duas bandas e eu não me lembro? Por falar em lembrar, o que diabos aconteceu?

Pisquei várias vezes até focalizar alguma coisa, e essa coisa foi Raoni. Levantei com tudo e cai de novo numa macia cama.

-Ai! –Reclamei, tocando em minha cabeça zonza – O que aconteceu?

-Você não lembra? – Ele me perguntou surpreso.

-De quê exatamente? –Perguntei.

Tentei lembrar o que tinha acontecido. Lembro de acordar, de abrir a janela, de sair, floresta e Perséfone. O resto parecia uma porta trancada que por mais que eu chutasse não abria de jeito nenhum. 

-Você começou a brigar com Perséfone, eu cheguei apartei a briga que tava feia,  você, fula da vida, veio pra minha casa já que sua vó não podia saber que você saiu de casa numa noite de lua cheia mesmo que ela tenha lhe dado ordens expressas para você não sair e acabou dormindo que nem uma pedra na minha cama.

 -Na sua cama?! –Pulei novamente, mas sentei primeiro.

-É, você está no meu quarto, na minha casa. –Ele falou sorrindo – Gente, parece que você é fraca pra beber, hein?

-O que, eu não bebo... –Tentei me lembrar desses acontecimentos, mas nada me vinha a cabeça.

-Você estava tão brava que acabou com meu estoque de uísque.

A cada minuto essa história estava ficando mais estranha, não que isso não pudesse ter acontecido, mas sei lá, não se encaixava, eu podia sentir que Raoni estava mentido.

 -Tá, vamos supor que eu acredito. –Murmurei – Você e eu...?

-Eu e você... O quê? –Ele perguntou se levantando.

-Eu e você, você sabe... –Eu sabia que meu rosto devia estar mais vermelho que um tomate na feira.

-Não eu não sei.

Ele estava apenas com uma calça de moletom, com todo aquele peitoral despido. Olhei para baixo e... Ai meu Deus! Eu estava com a blusa do conjunto!

-Raoni, sei lá seu nome do meio, Green, a gente dormiu junto? –Perguntei séria.

-Sim. –Ele deu de ombros.

Argh! Não acredito que eu fiz essa merda! Eu tinha acabado de perder minha virgindade com um completo desconhecido! Um desconhecido gato, mas desconhecido.  E para piorar a situação eu não me lembro de porcaria nenhuma!

Botei minha cabeça no joelho, abracei minhas pernas e comecei a me balançar. Ouvi-o rir, gargalhar na verdade.

-Por que esse drama todo? Sim eu dormi com você, na mesma cama. Ah Jesus! Você achou que a gente...? – Arregalou os olhos – Não! Definitivamente não!

Agora fiquei ofendida. Por que ele precisou negar com tanta veemência? Ele acha por um acaso que é areia de mais pra mim?

-E o que foi agora, por que você está me olhando com essa cara? –Ele levantou uma sobrancelha.

-Nada. – Resmunguei.

-Argh! Quando você diz que é nada sempre é alguma coisa, agora desembucha. – E se jogou ao meu lado.

Eu me levantei de costas para ele, não queria olhá-lo naquele momento.

-Vou pra casa. – Falei. –Cadê minhas roupas?  

-Estão na maquina de lavar, você e Perséfone se atracaram na terra, você própria pôs pra lavar. Mesmo eu ter lhe garantido que não me importaria nenhum pouco de te ver desfilando pela casa de calcinha e sutiã você exigiu uma roupa minha. – Ele fez cara de pesar. – Agora me diz o que te fez ficar bolada?

-Não é nada.

-É sim.

-Não.

-Sim.

-Não.

-Sim.

-Não.

-Não.

-Sim.

-Ta vendo? Agora fala! – Ele me pegou neste velho e imbecil truque.

-É serio, não é nada, apenas besteiras de mulher. –Menti.

-Não me force a tirar de você a força! – E agarrou minhas pernas e me jogou na cama. –Diz.

-Você não é capaz de tirar nada de mm, meus lábios estão selados! –Falei com indicador tocando seu peito.

-Ah, é? – E começou a fazer cócegas em mim.

-Para! – Gritei, rindo.

-Diz! – E me prendeu com suas mãos e seu olhar.

Seu rosto estava muito próximo ao meu e a cada segundo ele se aproximava ainda mais. Eu sabia o que ele faria a seguir, eu queria certo?

-Não. –Murmurei me desvencilhando dele.  

 -Por quê? – Ele me abraçou por trás.

-Por que eu não vim pra cá para viver um romance, Raoni. Eu vim pra cá para mergulhar num poço de culpa e morrer afogada, talvez. – Tá, eu sei que foi um pouco exagerado, mas era assim mesmo que eu me sentia.

-Você não foi culpada pelo incêndio nem da festa e muito menos o dos seus pais...

Eu me levantei, e o encarei com lagrimas caindo dos meus olhos. Eu queria tanto desabafar com alguém, tirar esse peso das minhas costas...

-O pior é que eu sou! – Gritei – Eu sei que é bizarro, mas é verdade! Eu tenho uma estranha afinidade com o fogo e quando eu tô com muita raiva acaba fazendo catástrofes gigantescas! Você tem que acreditar em mim, eu sei que isso é completamente assustador, mas... Você não tá assustado! Por que você não tá assustado?! – Perguntei parecendo uma doida.

- Calma, eu acredito em você. –Ele pegou minha mão com carinho. – Eu já suspeitava que você tinha algum poder extraordinário. Mas mesmo assim acho que você não teve culpa, você não sabe controlar isso.

-Se eu fosse prudente, meus pais ainda estariam vivos! – Suspirei caindo nos braços que ele estendia a mim.

-Sabe às vezes isso aconteceu para você sei lá... Poder receber algo maior depois, né? – Tentou ser otimista.

-Você acha? – Perguntei triste – Se for essa a condição para eu ter uma vida cheia de poderes bizarros, eu não quero.

-Você não sabe o que está dizendo... – Acariciou meus cabelos – Com seus poderes você pode ajudar muitas pessoas.

-Sério?! Como assim?

-Ah, você podia sei lá dar calor aos que tem frio, sei lá! Não sou eu que tenho a afinidade com o fogo! –Ele reclamou me fazendo ri. – É, sério. Eu posso te ajudar, você sabe, nisso aí.

-Tem certeza? – Ele assentiu – Tá, como?

-Tive uma idéia! Vamos! – Agarrou minha mão e começou a me arrastar.

-Raoni! – Chamei-o , ele me olhou confuso – Não acha que devemos, pelo menos nos vestir?

-É, isso pode ser uma boa idéia também. – Assentiu voltando.   


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Notas finais do capítulo

Reviews?