Senti meu coração palpitar,já que agora eu poderia saber de toda verdade de uma vez por todas... Mas será que eu realmente queria saber? Ah, é lógico que sim. No fundo eu queria saber de toda a verdade.

Assustei-me quando  vovó pigarreou mais uma vez, despertando-me de meus pensamentos e começou a falar:

-Há muitos milénios talvez até antes de Cristo, existiam várias tribos, que antes eram chamados de reinos, viviam em completa desarmonia. Pois, todos lutavam por uma única coisa: O total poder dos cinco elementos. Muitos matavam, roubavam e se frustavam a ponto de se matarem por causa da busca inecessante por um poder tão estupendo que antigamente só era consedido aos xamãs, feiticeiros indigenas. Eles eram capazes de tamanhas maravilhas, que é lógico que todos cobiçavam tal domínio. Com medo de que tomassem suas afinidades elementais, o que fizeram, cada filho de cada tribo era agraciado com um dom. O filho que fosse responsavel pelo ar, seria incrivelmente esperto, o fogo seria o que tinha mais personalidade de liderança, a terra seria o mais forte e a água a mais felicitada com a beleza estonteante e juntando todos, apenas um, seria uma ou um xamã completo, que assim seria a líder do reino, ou seja, o rei ou rainha do lugar.

“Até aí tudo bem, pois era a coisa mais sensata a se fazer. Porém como o ser humano nunca está satisfeito com o que tem, muitos irmãos brigavam até a morte do mais poderoso, muitas vezes até uma geração ficava sem um xamã completo na sua tribo, o que fazia ter muitos desordens naturais. Jacuí, uma xamã completa, tinha uma clarividencia estupenda e vendo que seus outros irmãos planejavam sua morte, fez o seguinte, profetizou que a cada noventa anos uma descedente mulher, carregaria em seu corpo o seu espirito, e seria a mais bela de todas pessoas e assim poderia se tornar a nova rainha... E poderia gorvernar o céus e a Terra.

Todos olharam pra mim como se estivessem procurando a tal Jacuí dentro de mim. Isso me assustou pra caramba, tenho de admitir. E não era só eles que estavam assustados. Por dentro, eu estava me sentindo muito,muito pior.

-Sim, mas somente tinha uma rainha ou rei, ou existem vários? - Fiz menção ao fato de que eu e Luka temos poderes muito parecidos e tatuagens idênticas.

-Cada reino em cada continente tinha o seu xamã completo, mas cada um tem um elemento mais forte como base, você por exemplo, Naara, seu elemento base é o fogo,só que também pode usufruir dos outros e pelo que vejo, o de Luka é a água, pois eu nunca vi ninguém hipnotizar outra pessoa tão bem. Porém apenas um de vocês dois poderá liderar todos na batalha.

-Uma batalha?! – Perguntei sobressaltada.A conversa estava ficando pior e mais séria a cada palavra que ela dizia e questionei a mim mesma se havia como piorar.

-Vocês realmente acharam que vocês receberiam essa graça para ficar somente se exibindo por aí? – Ela perguntou bufando e rolando os olhos, provavelmente pensando em como os jovens são futeis e sem noção alguma do que pode se existir pelo mundo. – Vocês vieram para proteger seus elementos custe o quê custar, pois quendo vocês ou não, são responsaveis pelo dom que foram concedidos a cada um de vocês e eles são cobiçados eternamente por outros sem elemento ou com, mas que querem sempre mais e mais.

-Mas uma batalha, vovó? – Perguntei hesitante, sabendo que batalhas não são coisas boas e torcendo para que não ocorresse uma de fato. – Uma guerra de verdade?

    -Sim, ou vocês acham que as últimas duas guerras foram por causa dessas idioteces de território? – É, agora ela falando, parecia realmente óbvio. – Só que os humanos são induzidos muitas vezes pela ilusão de que um dia se tirar o coração de uma xamã completa terá vida eterna e controle absoluto do mundo.

- E não é verdade? – Luka perguntou incrédulo, fazendo todos nós o encarar.

Então era isso que ele iria fazer com Perséfone: ele ia tirar o coração dela, credo! A cada momento eu tenho mais convicção de que não devo confiar em ninguém, nem na minha própria sombra...

-Não, não é. Pelo menos, não como pensam. – Ela respondeu sorrindo, como se ignorasse ao fato de que ele realmente acreditava nisso – Uma xamã, descedente de Jacuí, tem no seu interior o afeto com a humanidade inegalavel, inclusive com o seu consorte guaraní.

Epa, agora todos encaravam Brian, que parecia imune a toda essa conversa, até eu. Como assim, Brian era meu consorte?! Não acha que meu triangulo amoroso já não tá me dando dor de cabeça o suficiente, agora vem mais um para entrar no time. Zoey Redbird, eu estou quase chegando em sua marca de namorados, então se prepare.

-Que porra é essa de consorte?! – Perséfone pergutou brava, tirando as palavras da minha boca. Ela também não estava gostando nada dessa história e nisso eu a apoio.

-Vou ignorar o fato que você acabou de xingar pelo simples fato de que não tem sabão por perto. – Ela sorriu ameaçante. – Mas respondendo a sua pergunta. Consorte ou companheiro segnifica um homem que não é um xamã de nascença, mas assim que tem o amor de uma descedente passa ser imortal e tão poderoso quanto sua amada.

-Então quer dizer que Brian e Naara estão destinados a ficarem juntos? – Perséfone tentou subentender assimilando o que vovó tinha falado.

 Ela simplemente deu de ombros.

- O destino não é como o tempo, prevísivel. Nunca podemos nos guiar pelas vidas que já se passaram e que na maioria das vezes não deram certo. Porém, uma simples curiosidade, uma descedente daquela época não tinha somente um amor, mas sim vários. Não necessáriamente significa que Naara e Brian fiquem juntos, mas no fundo pode existir uma possibildade de isso acontecer.

Ela olhou para mim com raiva, entretanto procurou disfarçar isso muito bem  com um simples sorriso. Dei de ombros.

-Ele apenas seria ideal para ambos, mas não significa que vá acontecer. – vovó corrigiu, notando a tensão que se formou entre nós duas. – Isso dependeria muito dos dois e  já não é mais comigo, já que eu não falo pela Naara ou Brian.

-Ainda bem, pois eu não queria que isso fosse mais uma coisa que ela roubaria de mim. – Perséfone disse, tentando mostrar indiferença. – Posso ir ou tem mais algo que eu deva ficar sabendo?

-Tem sim. – vovó respondeu, o que fez com que isso deixasse-a com muita raiva. – O que eu quero dizer é o seguinte:  Desde a ancestral em diante todas as outras reencarnações não tiveram filhos e que se apaixonavam pelos caras errados e é por isso que nunca puderam saber se a lenda está cem por cento correta, então é melhor você não seguir muito que diz as lendas, mas não deixando de acreditar e respeitar o que elas têm a nos ensinar.

-Hum, entendi. – afirmei, dessa vez alisando Brian que ainda não havia saído do lugar.

-Bem, já que não vai haver mais nenhum sermão acho que já posso ir embora. - Perséfone murmurou já impaciente. – Ou tem algo a mais que precisamos saber? Eu não, a Naara, já que a princesa do fogo é a mais importante de nós.

-Achei que já tivéssemos saído dessa fase. – Digo, fazendo com que ela revire os olhos.

-E tínhamos! – Bradou - Até eu saber que você tem mais chance do que eu em poder ficar com a única coisa que me restou até agora.

Ela se preparou para ir embora e começou a caminhar, mas vovó se aproximou dela e tocou em seu braço, coisa que ela não gostou muito.

- Lembre-se de quem você é e do que é importante para você. – vovó sussurrou para ela, mas eu conseguia escutar tudo muito bem. – Na vida as coisas mais valiosas são as mais difíceis de manter e quando a encontramos facilmente isso pode ir embora. Lutar nem sempre se resume a guerras, mas sim a batalhas que todos os dias travamos contra nós mesmos.

Não é que vovó estava completamente certa neste ponto?