Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 29
Capítulo 29 - Um gostinho da vingança.


Notas iniciais do capítulo

Estou gostando de participar da história. Espero que vocês gostem.
P.S: a Nath fez o capítulo e eu apenas complementei.



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-Como?! – Perséfone se engasgou e seus olhos estavam arregalados. –Naara, você não pode fazer isso!

Fiquei estática, não sabia o que fazer. Por acaso aquela garota é surda? Ou retardada? Eu já havia concordado com tudo...

A menos que isso fizesse parte de sua reação precipitada...

Mas ainda assim eu não conseguiria entender como ela estava reagindo de tal maneira. Olhei para todos na sala, meu olhar se pairando sobre Luka. Fiz um sinal com a cabeça para que ele falasse alguma coisa antes que a situação piorasse de vez.

-Se eu já estava decidido, com a aprovação da minha querida Naara... – Luka mal se continha sentado na cadeira de tanta felicidade, mas eu não estava mais prestando tanta atenção nele assim.

-Tá vendo o que você fez?! – Izabel me fuzilava com o olhar.

Parece que meu estado de transe passou assim que ouvi aquela voz estupidamente enjoada. Meus olhos que antes fitavam Raoni viraram lentamente para encará-la.

-Sim, eu não sou cega. – Minha voz saiu extremamente monótona e entediada, mas por dentro eu forçava as palavras a saírem. – Agora se me dão licença, eu vou me retirar.

 Fui andando até a porta, porém parei um pouco e cochichei no ouvido de Raoni:

-Eu tenho um plano.

Falei tão rápido e baixo que duvido que alguém, além dele, tenha ouvido uma palavra sequer. Não queria que ninguém além dele ouvisse isso. Até porque, se eu quisesse teria falado em voz alta – ou para uma das duas garotas daquela sala. Antes que eu saísse, a claramente louca da Izabel resolveu testar a minha já minúscula paciência, pondo aquela mão nojenta no meu ombro desnudo. Senti meu estômago se contrair um pouquinho. Será que ela havia ouvido alguma coisa?

A minha raiva, que não estava pequena, se aumentou ainda mais e só tive pena das pessoas que estavam naquela sala. Não de todas, é claro. Mas Izabel deveria ter pensado bem antes de querer me irritar. Alguém deveria saber que não se deve irritar uma garota que tem o poder de manipular o fogo.

-Aonde você pensa que vai? – Sua voz era insolente me fez trincar a mandíbula.

Ao sentir teu toque, uma chama se acendeu dentro do meu peito e eu, realmente, não queria estar na sua pele neste momento.

A raiva aumentou  e eu perdi o controle de mim mesma e do meu poder. Eu olhava para ela, e num breve instante ela começou a ficar estranha , mais do que o normal, se é que isso pode ser possível vindo dela.

Todos se assustaram quando ela caiu no chão se contorcendo loucamente, ela arfava sem parar.

-Minha cabeça... Está queimando! – Ela gritava agoniada. –Faça isso parar!

Perséfone preparou uma onda de poder, concentrando-os nas palmas das mãos, pronta para aliviar a dor de Izabel.

   Ãh? Como assim Perséfone se metendo no meu caminho?!

Nem pensar Perséfone!

Vá cuidar de sua vida e me deixe torturar essa garota um pouco...

 Hoje não é o meu dia, só pode! Eu não estava acreditando naquilo. Meu impulso era o de pedir para alguém jogar um pouco de água em mim, mas eu não fiz isso.

-Não ouse. – Sibilei enérgica e ela recolheu a bola de água que flutuava por dentro das suas mãos para si.Minha autoridade me surpreendeu, mas ignorei isso. – Eu tenho que dar uma lição nessa pirralha insolente, Guaríni entre!

E um enorme lobo apareceu, rondando a garota esperando somente uma ordem minha para avançar, porém eu quis esperar, nem me pergunte o porquê.

-Está doendo? – Perguntei irônica para Izabel. Eu sorria, adorando aquele momento. Eu posso até ser uma garota boazinha, mas aquela garota destruiu a maior parte da minha cota de bondade.

-Muito... Por favor... Para. –Izabel gemia e seus olhos estavam praticamente brancos. Estava realmente doendo.

-Quer um consolo? –Perguntei doce, abaixando-me para poder falar em seu ouvido. – Em mim não. – Terminei fria e levantei-me.

E ela suspirou aliviada.

-Da próxima vez vai ser bem pior, estás avisada.

-Obrigada. – Ela sussurrou. Parece que sua dor havia sido reduzida por um momento. Esforcei-me para continuar mantendo-a em um nível normal, antes que ela voltasse ao normal e tentasse me atacar.

Aquele lobo ainda estava ali, mas parecia que por não muito tempo. Será que hoje é dia de lua cheia? Mordi o lábio, reparando que eu nem sabia que dia era.

-De nada. Luka venha aqui. –Mandei e ele obedeceu prontamente dando um pulo da cadeira para meu lado – Meu querido Kaluanã, pela primeira vez talvez fiquemos juntos.

- Talvez? – Ele perguntou confuso. – Nós já não somos casados?

-O que são um papel e uma aliança em relação a um amor de mais de quinhentos anos? – Andei até Raoni e segurei sua mão. – Você vai ter que lutar se quer conseguir meu afeto, ou você acha que eu realmente estou apaixonada loucamente por você?

-N-Não está? –Ele perguntou hesitante.

Eu ri, foi um som completamente escabroso.

-Você acha que é invencível, o dono do mundo! Esse seu ego te atrapalha e me enoja. Você só vai ter a redenção quando perdoar o que te fizeram e acima de tudo, perdoar a si mesmo pelo que aconteceu.

-Mas como eu posso fazer isso... – Nunca pensei que fosse ver Luka chorar algum dia.Pelo menos a vida estava querendo ser irônica comigo. – Naara? – Ele me perguntou meu nome incerto.

-Pode me chamar assim. – E alisei seu rosto. – E respondendo a sua primeira pergunta, você vai saber quando chegar a hora certa.

Depois disso só vi o teto dourado do meu quarto. Eu olhava aturdida, tentando reconhecer o que era. E de repente, uma dor me invadiu, permitindo que eu não raciocinasse direito. Minha cabeça doía cada vez mais e não melhorava com a gritaria que estava acontecendo ao meu lado.

-Você vai me deixar entrar por bem ou por mal! – Alguém gritou.

 -Mas veja se eu vou deixar você ficar no mesmo quarto que a minha mulher!

-Sua mulher? –Raoni bufou – Aham. Acredita nisso que é legal.

-Calem a boca vocês. – Reclamei quase chorando de dor. Eu podia sentir bem que meus olhos já estavam quase transbordando com as lágrimas que ali se formaram.Eu me debatia, segurando as minhas têmporas e tentando voltar aquele momento de calmaria interior.

-Naara, meu amor! – Raoni quase pulou em cima de mim. Minha vontade foi a de derrubá-lo dali, mas eu estava gostando da situação. Estaria mais se ele não estivesse me machucando tanto.  – Você está bem?

-Se você parar de me esmagar, talvez. – ele obedeceu e se distanciou um pouco de mim.

Ouvi um riso abafado e Raoni fez uma cara de poucos amigos para Luka.

-Luka, por favor, você pode se deitar aqui? Eu tô com dor. –Pedi choramingando, o que era verdade.

Eu não sabia o porquê, mas eu sabia que ele tiraria minha dor, rapidinho. E ai dele se não tirasse.

 Raoni me olhou desapontado e isso me deixou com vontade de rir;

-Por que ele?

-Por que ele não dormiu com minha prima e não me traiu cinco vezes. – Disse indiferente, abraçando Luka.

Era como se ele fosse um bote salva-vidas e que me tirasse daquela dor insuportável, eu me agarrei a ele com todas as forças.

Eu estava sentindo tanta raiva por Raoni e tanta compaixão por Luka que até desconfiei do que tinha acontecido. E principalmente do que eu estava sentindo.

-Raoni, deixe-me as sós com Luka, por favor.  –Pedi séria.

Ele ia falar alguma coisa, mas ele calou-se quando minha cara não estava lá amigável.

Saiu batendo a porta ao sair e logo eu notei que ele havia ficado com raiva.

Olhei séria pra ele e perguntei:

-O que aconteceu?

Ele se remexeu desconfortável com a minha pergunta. Mas eu não estava entendendo o que aconteceu e  precisava de respostas logo. Em um instante eu tinha o controle de tudo e noutro...eu me senti envolvida por uma grande confusão mental. Luka evitava me olhar e isso estava me pertubando. E muito. Dei uma olhada em toda a sala e parecia que estávamos sozinhos. Só nós dois.

- Me responde Luka, o que aconteceu? – novamente perguntei, me sentindo um pouco amarga. Mas tinha de ser algo grave, pois se não fosse ele não iria querer ficar escondendo de mim. Ou esconderia? – Você pode me responder logo, isso está me assustando.

E era verdade. Isso estava me assustando e muito. E seu olhar preocupado não estava ajudando em nada.

- Você vai me contar o que aconteceu? – perguntei, olhando para ele e pondo minha mão sobre a sua. Ele evitou meu olhar e manteve sua mão ali.

- Vou.Mas você tem que ficar calma.


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Notas finais do capítulo

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