Dark Sky escrita por Nath Mascarenhas, prettysemileek


Capítulo 12
Capítulo 12 - Amor de outras vidas.


Notas iniciais do capítulo

Adorei a recomendação que minha leitora fez, obrigada de verdade!



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-Por favor, me deixa morar aqui com você, por favor! –Izabel me pedia pela centésima vez.

-Por mim tudo bem, eu já disse. –Falei descendo as escadas. – A casa não é minha é de vovó...

-Tá, mas você pede pra mim? –Ela tinha aquele jeitinho de menina doce que era irresistível.

-Tá, eu sempre quis ter uma irmã mais nova, mesmo...

O que eu não esperava era pela reação de vovó. Ela estava tirando a mesa quando eu pedi. Ela me encarou como se eu tivesse um parafuso a menos.

-Ela tem necessidades especiais, Naara. Não estou sendo egoísta nem nada eu até adoraria que ela passasse um final de semana ou as férias aqui, mas morar?

-Vó, ela é tão lúcida quanto nós. –Ela parecia não estar acreditando– Eu me responsabilizo por ela, vó.

-Tem certeza?

Assenti.

-Então tudo bem, mas você que vai ter que falar com seus tios.

Fiquei completamente chocada com os pais de Izabel. Eles praticamente beijaram os meus pés por ter te tirando tamanho “problema”.

Izabel conversava com Raoni num canto, segurei o meu ciúme e fui até lá. Eu sei que eu estava  sendo irracional, pois Izabel era só uma criança, não devia ter mais que quinze anos,  mas sei lá, é como se Raoni já havia feito alguma coisa contra mim que eu não me lembro, mas mesmo assim  eu ainda remoesse dentro de mim.

Sabe que quando você perdoa uma pessoa, mas mesmo assim ainda sofre pelo que ela fez e desconfia de cada gesto da pessoa? Era exatamente o que eu estava sentido.

Ele pareceu notar minha presença e virou, me encarando confuso provavelmente vendo a confusão na minha aura.

-Oi. – Falei segurando o seu braço, possessivamente.

O que estava dando em mim? Eu jamais fui possessiva com nada  e nem ninguém, mas com Raoni era completamente diferente. O que eu devia me lembrar mesmo?

Izabel estava sorrindo, feliz por finalmente encontrar pessoas como ela e que a entendiam sem julgamentos.  E estava excitada em ter um treinamento conosco.

-Boa noite Raoni. –Vovó chegou perto de nós – As meninas estão cansadas e vão dormir.

-Claro. – E me beijou – Boa noite garotas. –Falou claramente incluindo vovó nessa.

-Tá, não vou dormir hoje. –Ela falou praticamente o enxotando.  

Subimos e emprestei um pijama a ela. Enquanto ela tagarelava como seria bom morar comigo eu pensava em como poderia fugir para ver Raoni sem que Vovó percebesse.

-Izabel, deite na minha cama.

Ela me olhou confusa, mas fez o que eu pedi.

-Você vai fazer o quê? – Ela perguntou me olhando empoleirada na janela.

-Ah, é ruim hein, eu trocar os braços quentes do meu namorado pra dormir com uma garota.  Beijos, boa noite.

-Tchau. –Sorriu.

Eu pulei rezando para que meu plano desse certo. Graças a Deus, deu! Eu me transformei numa bela fênix, um segundo antes de cair de cara no chão.

Voei até a janela aberta do quarto de Raoni e pousei no chão, já transformada em humana. Ouvi que ele estava no banho, resolvi dar um susto nele.

Fui até o banheiro na pontinha dos pés, ele estava lá, cantando no chuveiro uma musica de Elvis Presley com xampu nos cabelos e usando o condicionar como microfone.

Eu não me segurei e gargalhei até faltar fôlego no meu corpo.

Ele ficou lá estático, como uma criança pega no flagra roubando biscoitos no pote.

-Ah, parou por quê? – Fiz biquinho. – Tava tãooo bom.

-Ah é? – Saiu do Box e me ameaçou todo molhado. - Que tal um dueto?

-Você não ousaria! –Porém já era tarde demais.

Ele me pôs em seu ombro e me carregou até o chuveiro me molhando toda. Tentei me desvencilhar, mas ele estava disposto a me afogar. Engoli muita água, antes que conseguisse trocar de lugar com ele.

Ele me empurrou para a parede oposta ao chuveiro, me fazendo chocar fortemente. Seus olhos antes brincalhões, agora estavam ardentes aos meus.

Senti-me tremer.

Ele tirou minha encharcada blusa, jogando a longe. Abraçando-me apertado e me beijando com sofreguidão, ele fez o resto da minha roupa desaparecer.

Eu sei que essas são as conseqüências de um namoro, e eu nem sabia se eu não queria de verdade, mas ele estava tão afoito que estava atropelando todo o clima.

-Hoje não. –Falei.

-O quê? – Ele beijava o meu pescoço.

-Eu não quero mais fazer isso, desculpe. –E me afastei dele.

-Por quê? O que eu fiz de errado?

-Nada. –Menti – Eu só não estou preparada.  

Ele me abraçou, porém eu me sentia desconfortável em estarmos nus no chuveiro.

-Vamos apenas terminar o banho, ok? –Sorriu decepcionado.

Eu assenti.  

Ele pegou o sabonete e me pediu pra passar nas suas costas e fez o mesmo em mim. Ele foi passando lentamente em mim, como se desenhando cada contorno do meu corpo.

O beijei com carinho, enquanto ele explorava-me e eu a ele.

Suas mãos percorriam minhas pernas e braços delicadamente, e eu ensaboava seu peito. Depois de enxaguados, ficamos ali sentados ao chão, trocando intimas caricias e palavras de amor ao pé do ouvido.

-Eu te amo, sabia? – Ele sussurrou ao meu ouvido.

-Não. – Sorri – Mas desconfiava.

Ele sorriu.

-Não sei como nós podemos nos gostar tanto em tão pouco tempo...-Comentei.

Ele ficou sério de repente e pareceu se lembrar de alguma coisa.

-Na maioria das vezes, nada é o que parece. – Sussurrou acariciando meus cabelos.

-É, quase nunca.  –Concordei – Mas porquê diz isso?

-Quem sabe, nós ficarmos juntos não estava em nosso destino?

-Nossa! Quanto clichê. –Debochei. – Você realmente acredita nessa besteira?

-Acredito. Como explica esse magnetismo que temos um com o outro? Isso é coisa antiga, Naara. Assim que eu te vi senti um troço muito doido.

-É, eu também. – Falei – Como se eu te conhecesse há muito tempo... Será que tem alguma haver com nossos antepassados?

-Acredito que sim. – Afirmou balançando a cabeça.

Ele parecia saber mais de alguma coisa, mas que não queria me falar. Por quê? Quis lhe perguntar.

Eu realmente achava estranho nosso relacionamento, e achava que ele sabia o porquê. Pois, eu notava sua hesitação em me contar algumas coisas do seu passado, como por exemplo, quando eu perguntei há quanto tempo ele tinha a afinidade com a terra, invés de ele me dizer meses ou anos, ele apenas respondeu, há algum tempo... Isso significava alguma coisa, não é?

   Queria descobrir o mistério que Raoni tanto esconde de mim, não gostava dele ter segredos comigo. Porém, minha mãe sempre dizia, não procure o que não quer encontrar. Será que eu devia investigar seu passado e desvendar o sombrio passado dele ou deixar quieto e continuar na minha ingênua ignorância?

 Estava nessa indecisão quando deitamos em sua cama. Ele estava muito cansado e dormiu rapidamente e eu não, fiquei lá o observando dormir tranquilamente.

Eu tinha certeza de que seu amor por mim era sincero, mas e quanto a todo resto? Sua amizade que parece ser de séculos com Perséfone... Como as vezes ele parece ser de outra era, mesmo que tente parecer completamente descolado, as vezes deixava transparecer seu gosto antiquado. Como sua casa, que mais parecia de um centenário do que de um adolescente de dezoito anos. Não era estranho?  

-O que você esconde meu amor? –Sussurrei fazendo carinho em sua cabeça.

Ele murmurou alguma coisa e me abraçou.

Bocejei. Eu também estava exaurida. Deitei em seu peito e dormi.

Estava numa floresta estranha e corria feito uma louca. Olhei para baixo e vi que usava uma roupa indígena. Alguém estava atrás de mim, eu chorava demais pra destinguir quem era. Por que eu estava chorando? De repente algo me segurou e eu pude ver, era Raoni, vestido de guerreiro indígena. Bati nele, mas ele me abraçava e não me deixava escapar.

Eu gritava, e gritava.

-Calma, eu tô aqui. –Ouvi sua voz do meu lado.

Pisquei e tentei focalizar alguma coisa.

Raoni estava me abraçando, exatamente como no sonho.

-Tive um pesadelo muito esquisito! Foi tão real quanto uma lembrança...

-Calma, foi só um sonho, nada mais. – E me beijou.

   Eu não tinha tanta certeza assim, eu vi. Raoni estava lá, e eu estava com muita raiva dele... Estava com tanta raiva que até parecia que ele havia me traído. Será que essa psicose está afetando meus sonhos?

-Raoni, você nunca me trairia, né? –Perguntei.

Ele pareceu bastante surpreso com a minha pergunta.

-Mas que pergunta é essa Naara?

-Você me trairia ou não? –Perguntei séria, sem rodeios.

Depois de perceber que eu não sossegaria enquanto ele não me confirmasse, ele me respondeu.

-Claro que não! Eu te amo e você é a única no meu coração. –E me beijou.

Sei lá, mas eu não acreditei muito nesse discurso de único amor da vida dele, não parecia se encaixar.

- Seu ciúme está te afetando, hein?

-Será que é apenas ciúme ou é um aviso? –Perguntei destraída, mais pra mim do que pra ele.


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Notas finais do capítulo

reviews?



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