Aquilo tudo... ele  era uma surpresa para mim e uma surpresa nem um pouco agradável,era a última pessoa que eu queria ver principalmente agora que eu estava tentando recuperar o tempo que perdi por causa dele,de maneira alguma gostaria de voltar a ter contato com ele muito menos sabendo que eu não conseguiria me manter forte por muito tempo,eu ainda o amava e muito mas isso era um segredo meu,somente meu,tudo o que nós passamos mesmo que por pouco tempo,para mim significou muito mas naquela noite em que ele me deixou como se eu fosse um nada,tive certeza de que para ele não tinha significado nada.

O impacto do nosso reencontro ainda fazia efeito sobre mim,tanto que não conseguia mover um músculo,e lá estava eu,praticamente petrificada mostrando o quão nervosa estava por revê-lo,era mais que óbvio que eu não diria um  “oi” e fingiria estar tudo bem,porque simplesmente não estava tudo bem!

Ele me olhava sério e por muitas vezes desviava o olhar com certeza por pura vergonha.Seu irmão gêmeo Tom segurava seu braço,ele devia saber de toda a história e por isso se preparava para tirar Bill do local caso minha reação fosse explosiva,mas se ele pensava assim estava muito enganado,não sou do tipo barraqueira e mesmo assim não gastaria minha saliva com alguém que não valeria à pena.

O ar já estava pesado de mais com aquilo tudo e antes que começassem a nos interrogar corri para o meu quarto,dei as costas e subi as escadas como se estivesse fugindo de algo monstruoso.Entrei no meu quarto e tranquei a porta,eu queria ficar sozinha,me encostei na porta em busca de apoio para o meu corpo que se sentia fraco e deixei o mesmo escorregar até o chão,segurei minhas pernas abaixando a cabeça,e ali encolhida eu me permiti chorar.Flashes daquela noite em que tudo acabou passavam em minha mente,porque aquilo estava acontecendo comigo? Porque?! Isso só pode ser tortura.

Ouvi batidas na porta e levantei a cabeça imediatamente,me levantei e fiquei em silêncio.

- Elize?! Sou eu querida.

Era minha avó,me senti mais aliviada.Abri a porta lentamente,ela me olhava preocupada,fui direto para a cama e me sentei de cabeça baixa.

- Me desculpe,eu não sabia que era ele.- ela parecia não saber o que dizer,ficamos um tempo em silêncio.

- Não se preocupe vovó,a senhora não sabia... e além do mais,ele não significa mais nada para mim.- falei escondendo o rosto pois que era mentira,ela sentou-se ao meu lado acariciando meu cabelo,deitei a cabeça em seu colo e isso foi o suficiente para  me fazer cair em lágrimas novamente.- porque isso tem que me acontecer vovó? Eu não entendo.Será que o meu destino é sofrer,será que cometi algum pecado grave??

- Pecado? O amor não é um pecado.Lize,tudo na vida tem uma explicação nada é por acaso,talvez esse rapaz tenha algo para lhe ensinar ou quem sabe para aprender com você mas isso só você pode descobrir.

- Mas eu tenho que sofrer tanto assim? Não é possível,acho que quebrei algum espelho.- ela riu com o meu comentário.

- Olhe para mim,já estou velha e passei por muitas coisas nessa vida,mas uma coisa que eu nunca entendi é o amor,só sei que é algo extraordinário capaz de salvar uma vida,quando ainda não é sua hora de ir é claro.E o sofrimento,para mim é uma forma de amadurecer,uma forma trágica,porém,existe a cura que chama-se superação.

- Eu sei,mas como vou superar isso tudo? A senhora viu,ele esta com vergonha talvez por saber que esta errado,mas eu já não sei de mais nada! Foi besteira ele ter me deixado,pura besteira se for assim então ele vai morrer sozinho,eu não ligo se o mundo inteiro cair em cima de mim não por ele! Tenho certeza de que foi apenas uma desculpa,eu fui apenas uma diversão para ele!

- Lize não chore,por favor não fique assim,uma hora tudo vai dar certo é só questão de tempo,escute seu coração. – Ela beijou minha testa,quando estava saindo virou-se para mim – Pense sobre o que te falei.Boa noite.

Vovó saiu e eu fui tomar um banho para logo em seguida ir dormir,depois das “surpresas” desse dia a única coisa que eu queria era ficar só.

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Bill

Não posso negar que quando à vi meu coração parou nunca imaginei que fosse reencontra-la outra vez,ela estava mais linda do que nunca exatamente da mesma maneira que è vi pela última vez,seu cabelo ruivo e liso,a pele branca como neve e os olhos azuis,como eu queria tê-la novamente ao meu lado,só eu sei o quanto foi duro para mim deixa-la,desde que a conheci não conseguia pensar em mais ninguém era só ela.Eu sei que agi errado quando a deixei mas acho que seria pior para ela viver o mundo em que vivo,sem o mínimo de privacidade,só espero que um dia ela me perdoe.

Doeu muito em mim vê-la sofrer e saber que tudo poderia ter sido diferente mas eu tinha meus motivos,não aquentei ficar naquele lugar vendo a pessoa que eu amava naquele estado e pior era saber que era culpa minha,tinha uma vontade imensa de correr até ela e dizer o quanto a amava,de sentir a textura de sua pele aveludada e beija-la,mas ao invés disso eu fui para casa,pedi desculpas para a senhora Lucy ela perecia confusa.

Eu corri para casa e fui direto para o quarto de hospedes,praticamente fugi,Tom chegou logo atrás de mim.

- Bill! Espere! – eu bati a porta mas ele a segurou,entrou no quarto e me viu sentado na cama.- Eu sei que você não está nada bem,foi uma surpresa para ela também.

- Eu sei Tom! Eu sei! – eu estava nervoso e não queria descontar no meu irmão – me desculpe...

- Olha,ficar desse jeito não vai levar você a nada.Quem sabe esta não é uma oportunidade de consertar as coisas,você errou feio com ela Bill.

- Foi para protege-la e você sabe muito bem disso.

- Protege-la?? Então você acaba de me afirmar que nunca vai ter ninguém que não seja famoso? Não acredito que logo você que sempre lutou por aquilo que queria até conseguir,agora vai desistir da garota que você ama por causa das pessoas que nos perseguem,se a quer de verdade deveria passar por cima de tudo e todos.

Eu o olhei sério,tudo o que ele dizia era verdade,estava sendo um covarde esse tempo todo,agora sim eu tinha certeza de que ela não me perdoaria depois de uma besteira daquelas mas mesmo assim eu tentaria,correria para recuperar o tempo perdido.

- Obrigada Tom. – eu abracei fortemente meu irmão.

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