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ORIHIME

— Você também não. – Respondi sem olhar para trás para ver quem era. Eu já sabia.

Kurosaki-Kun. A única pessoa no mundo que eu não queria ver naquele momento.

Ele se aproximou ficando do meu lado.

— Tudo bem? – Ele perguntou.

— Sim. – Respondi baixo.

Fechei os olhos. Eu não queria vê-lo.

Doía.

Por que doía?

Por que eu era apaixonada por ele. Completamente apaixonada pelo substituto de shinigame que há exatas duas semanas havia derrotado 444444444.

Salvando mais uma vez o mundo.

Esse não era totalmente o problema.

O problema era que ele me enxergava como uma de suas irmãs pequenas. Sempre disposto a me salvar e me proteger.

Sempre disposto a achar que eu não conseguia fazer nada sozinha.  

Eu nunca havia realmente me importado com isso antes, era só por que ele não queria que eu me machucasse.

Mas eu havia me machucado, varias e varias vezes.

Por ele e por todos os outros.

Eu havia lutado, e nunca desistido.

E curado eles.

Eu me sentia meio egoísta pensando isso, mas eu havia cansado de ser vista e tratada como alguém indefesa.  

Sentindo que ele me observava, realmente comecei a sentir dor de cabeça. Resolvi soltar meus cabelos e tirar meus saltos.

— Inoue, eu quero lhe agradecer – Kurosaki-Kun disse.

— Agradecer? – Perguntei surpresa.

— Sim, agradecer. – Ele continuou, fitando o céu estrelado. - Você sempre esteve lá não é?

Olhei para ele, tão displicente e lindo, apoiado na parede agora de frente para mim com as mãos no bolso.

— Quando eu precisei. Sempre com um sorriso ou uma palavra de incentivo. Você sempre esteve lá. Quando lutei contra ulrroquiora e o Aizen e o tasumi e tantos outros. Sempre me curou e se preocupou comigo.

Fiquei olhando para os olhos azuis do Kurosaki-Kun sem saber o que dizer ou pensar.

— Obrigado. – Ele disse com um sorriso doce.

Meus olhos começaram a arder, e minha garganta doeu com mais força.

Pisquei rapidamente tentando afastar as lagrimas.

Voltei meu olhar para as pessoas que dançavam lá em baixo e respirei fundo.

Acho que aquela foi à maior dor que já senti na vida.

Ele estava me agradecendo.

Como se não precisasse mais de mim.

Como se isso fosse um adeus.

Não consegui segurar e uma lagrima escorreu por meu rosto.

Mesmo eu tendo decidido esquecê-lo eu não queria que ter que passar por aquilo.

Eu ia esquecê-lo, mas não queria ouvi-lo dizer que eu não era mais útil não queria ter que ouvir um adeus.

Respirei fundo ao senti-lo se aproximar de mim e enxugar minha lagrima com o dedo polegar.

Sorri levemente me encolhendo de seu toque e respirando fundo tentando juntar forças para dizer algo.

Mas não consegui, apenas coloquei uma mexa de cabelo atrás da orelha e senti outra lagrima clandestina escorrer.

Kurosaki- Kun se aproximou mais de mim e beijou minha bochecha enxugando a lagrima, como se faz para enxugar a lagrima de uma criança.

Sorri um pouco envergonhada e olhei para baixo.

— Não vai dizer nada? – Ele perguntou baixo. Seu hálito fez cócegas em meu rosto e suas mãos em minha cintura causaram um arrepio em meu corpo.

A aproximação dele me deixou sem palavras, mas eu queria sair dali.

Ir embora, porque a forma que ele me tocava não era a mesma que e queria.

— Não precisa agradecer, eu faria sempre e com qualquer pessoa. – Eu disse dando de ombros. Minha voz saiu um pouco chorosa, mas não me importei.

Desvencilhei-me dos seus brancos e me abaixei para pegar meus sapatos.

— Acho que já vou indo. – Continuei dando alguns passos e colocando um sapato no pé. – Eu quero...

Não consegui completar a frase por que senti meu braço sendo puxado e minhas costas sendo pressionadas no pilar.

— Ainda não terminei. – Kurosaki- Kun disse aproximando seu rosto do meu.   

 

 

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