Asleep escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 2
Superar


Notas iniciais do capítulo

Hooy! *o* aaaah! Espero q gostem e boa leitura!

Capitulo 50% meu e 50% da Milena HAHA' *o* ela arrasou dessa vez!


Bjs



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- Michelly! – meu corpo era chacoalhado suavemente e a voz era distante – Acorde, Michelly!

Remexi-me na cama cerrando os olhos quando a luminosidade do lado de fora atingiu meus olhos. Olhei para o meu lado, encontrando os olhos cinza do meu pai. Amus Diggory.

Fiz o que eu sempre fazia toda manhã. Bocejei, cocei meus olhos e me lamentei por ter sobrevivido a mais uma crise de choro da noite passada.

- Bom dia, querida – ele falou esboçando um sorriso, que logo ao ver meu rosto manchado por lágrimas secas, se tornou melancólico – Como dormiu?

- Bem – respondi automaticamente. Empurrei os cobertores pesados para o lado e me levantei da cama.

- Preparada para Hogwarts? – perguntou tentando fazer sua voz sair animada e elétrica, sem sucesso. Ele, por mais que tentasse esconder, não queria que eu fosse... Estudei por muitos anos em Beauxbatons, pois, enquanto papai queria que eu tivesse o ensino tradicional de magia, mamãe queria que eu fosse criada como uma dama. Mas, como sempre, mamãe ganhou a disputa.

Naquele ano, naquele dia... 1° de Setembro, ingressaria para o meu quinto ano em Hogwarts, teria de terminar meus estudos.

Suspirei e me virei para ele.

- Acha mesmo que eu consiga superar? – perguntei reprimindo minhas lágrimas.

- Já faz quase 1 ano, querida... – ele me encarou com tristeza e seus olhos cinza cintilarem genuinamente.

- Por isso mesmo... – sussurrei alto o bastante para ele ouvir – Faz... Tanto tempo e até agora, ainda sinto dor...

Coloquei a mão no peito, reprimindo meus lábios.

- Hogwarts trará mais lembranças dele – falei e ele me abraçou, passando as mãos pelos meus cabelos.

- O melhor jeito de superar isso... É enfrentando as lembranças que lhe causam dor... – ele murmurava – É ficando cara a cara, frente a frente do seu pior medo.

- Eu... Não vou conseguir – sussurrei – Não vou...

A musica da trompeta recomeçara, enquanto os participantes se despediam de seus guardiões. Cedrico deu um ultimo abraço em papai e se virou para mim.

Lancei-lhe um olhar gélido e abri um sorriso de deboche.

- Boa sorte... – falei silenciosamente antes de ele adentrar naquele labirinto sem saída, poré, tinha certeza de que ele não me ouvira.

Mal sabia eu que aquela seria a última vez que o veria... A última vez que invejaria seu rosto bonito e suas bochechas rosadas...

Inveja...

Um pecado tão... Tolo. Por culpa dele não pude me despedir de meu irmão... Não pude lhe desejar boa sorte... Por que sabia que, de alguma forma, se eu tivesse lhe desejado boa sorte, ele teria conseguido... Talvez não ganhado o torneio, mas sabia que ainda estaria vivo.

Hoje, fecho os olhos pedindo freneticamente a Merlin que me perdoasse pelo meu erro. Me perdoasse por ter sido tão estúpida... Eu errara e aquele fora o meu pior erro.  

Aquele lugar não me ajudava na tentativa de reprimir as lágrimas. Cruzei os braços, inquieta, incomodada com os olhares sobre mim. Diante de mim, estava o corpo morto de Cedrico Diggory em um caixão de carvalho lustroso. Usava vestes bruxas formais.

Tristeza...

Não o veria mais, não discutiríamos mais toda manhã... Seria a filha única dos Diggory... E tantas vezes que desejei aquilo, ele se realizara, do pior modo possível.

Logo após meu pai sair do quarto, voltei a me sentar na cama. Fechei os olhos ouvindo o silêncio absurdo onde apenas as batidas do meu coração machucado, eram ouvidas.

- Não vai comer nada, querida? – perguntou minha mãe, Charllote.

- Não estou com fome – respondi simplesmente.

Eles terminaram o café e fomos para a estação King Cross. Passamos logo para a plataforma 9 ¾.Estava abarrotada de pessoas, andando rapidamente de um lado para o outro carregando malões e gaiolas.

- Cuide-se, querida. Sei o quanto será difícil para você, mas você terá de superar isso uma hora - meu pai envolveu seus braços em torno de mim e me abraçou calorosamente. 

- Eu sei. É só que eu não consigo entende? Toda hora eu me pego lembrando da última tarefa do torneio Tribruxo, quando eu não me despedi dele. Podia ter sido diferente pai! Se eu fosse menos... Estúpida... Mas ele morreu e eu não pude nem sequer lhe desejar boa sorte...- eu disse reprimindo minhas lágrimas que inundaram meus olhos, fazendo com que minha visão se tornasse turva.

- Ei, calma, querida... Você não sabia - meu pai disse com a voz embaraçada com por causa das lágrimas que ele também tentava reprimir - Ninguém sabia.

De fato, Amus Diggory jamais me diria aquilo, jamais me diria aquilo se Cedrico ainda estivesse vivo. Cedrico sempre fora o queridinho dele... O perfeitinho dele e depois de sua morte, percebera que papai começara a dar mais atenção para mim.

- Mas... – abri a boca porém, mamãe me calou com um sibilo.

- Sem mas querida, já passou, não adianta se culpar – disse ela – A culpa não é sua. Agora... Me dê um abraço.

Fechei os olhos, enterrando meu rosto em seu pescoço. Eu a abracei fortemente, inspirando seu perfume. Sentiria saudades dela... 

- Te amo mãe – sussurrei alto o bastante para que ela me ouvisse

- Também te amo filha... – sussurrou de volta.

Nos abraçamos mais uma vez e entrei no trem. Saí à procura de um vagão vazio, achei um quase no final do trem. 

Sentei, e comecei a ler uma revista que havia trazido. Depois de algum tempo naquela leitura monótona, escutei alguém se aproximando, fechei a revista e fui olhar para ver quem era. Reconheci imediatamente o garoto da frente, tinha os cabelos negros arrepiados, olhos verdes, usava óculos de aro redondo e possuía uma cicatriz em forma de raio na testa. Harry Potter, o garoto que estava com meu irmão quando ele morrera, imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu não iria chorar, não agora.  Muitos na minha família ainda não acreditavam no que Harry dissera sobre Você-Sabe-Quem, mas eu acreditava. Acreditava de que fora Você-Sabe-Quem...

- Michelly Diggory, não é? – perguntou sorrindo - Vi você no enterro do seu ir...  – ele rapidamente se calou ao perceber que rumo a conversa estava tomando.

- Eu sou Harry Potter, mas acho que você já sabe. Esses são Ronald Weasley e Hermione Granger – ele apresentou seus amigos rapidamente que sorriram e acenaram brevemente em minha direção – Pensei que estudasse em outra escola...

- Sim, eu estudava em Beauxbatons, iria para meu quinto ano, mas meus pais acharam melhor me colocar em Hogwarts – falei forçando um sorriso fraco.

- Ah, então você esta no mesmo ano que nós – se pronunciou Hermione sorrindo - Seja bem vinda!

- Obrigada – continuei com o meu sorriso forçado.

- Podemos fico aqui? É que todos os vagões estão cheios... – Harry voltou a se pronunciar.

- Claro – murmurei simplesmente me voltando para a revista em um claro sinal de que não queria conversar.

Quando estávamos chegando em Hogwarts fui me trocar. Assim que chegamos ouvi meu nome ser chamado, era um homem muito alto, supus que fosse meio gigante.

- Michelly Diggory? – ele perguntou sua voz grave e eu assenti - Sou Hagrid, por favor me acompanhe - disse para mim - Alunos do primeiro ano por aqui - gritou. 

Seguimos de barco pelo Lago Negro, depois entramos em uma sala a espera de sermos chamados para colocar a Seleção das Casas. Lembrava-me claramente do verão há alguns anos atrás, em que Cedrico me assustava falando sobre testes difíceis que definiriam para que casa iria o aluno. 

- Primeiro ano e senhorita Diggory por aqui – falou uma mulher de aparência severa que depois descobri ser nossa professora de Transfiguração, Minerva Mcgonagall.

Fizemos uma fila e adentramos o salão principal. A Profa. McGonagall, então, colocou um chapéu velho sobre a cadeira de três pernas. O chapéu começou a cantar uma musica que eu não prestei muita atenção pois eu olhava o salão tentando imaginar meu irmão ali, comendo, brincando, rindo...

Meus olhos voltaram a marejar e novamente, naquele dia, tentei reprimir as lágrimas. As malditas lágrimas.

 A Profa. McGonagall começou a chamar o nome dos alunos em ordem alfabética, e estes colocavam o Chapéu Seletor, que os selecionavam para qual casa iria.

- Diggory, Michelly – e chegara a hora em que mais temi. A mesa da Lufa-Lufa, pelo o que eu deduzi, parou com os burburinhos e a  maioria se virou em minha direção.

Caminhei até a cadeira de três pés e me sentei desconfortavelmente nele. O chapéu foi posto em minha cabeça e imediatamente, ele começou a falar com sua voz grave.

- Uma Diggory. Vejamos... Você tem coragem, talvez Grifinória, - dizia o chapéu parecendo pensativo – Mas também é justa e leal, além de possuir o sobrenome do qual sempre pertenceu a casa de Helga Hufflepuff. Obviamente será... LUFA-LUFA!

A mesa da Lufa-Lufa explodiu em aplausos. Andei lentamente em direção a mesa que há anos atrás, meu irmão se sentara também.


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