Asleep escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 15
Persuasão


Notas iniciais do capítulo

Oii *-* bom, espero q gostem! Boa leitura
Bjoos ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159343/chapter/15

Resista, Michelly! – gritava uma voz em minha mente a cada movimento que os lábios de Tom faziam contra os meus – Resista ao charme de Tom Riddle, resista ao seu cheiro, ao seu enigma... É uma missão.

Abri meus olhos ao ouvir a última parte que de alguma forma, fez com que minha sanidade voltasse e minha força também. Empurrei seu corpo para trás e sem pensar, senti suas mãos novamente agarrarem minha cintura e me puxarem de encontro ao lago, logo atrás de nós. Voltei para a superfície e senti minha respiração pesar a cada instante, suas mãos continuavam presas em minha cintura e eu logo as soltei. Virei-me em sua direção tirando os cabelos molhados do rosto.

- O que você fez? – não me importei com o tom alto e rude que minha voz saíra. Me sentia irritada com tudo, com  o sol que incomodava meus olhos, com sua expressão de frieza que lhe dava um ar mais enigmático, e com o bater acelerado do meu tolo coração.

- Não era eu que devia lhe fazer essa pergunta, Legrand? – a arrogância e a irritação eram visíveis em sua voz – Se não percebeu... Acabamos de cair no lago.

- Ah! – com muito esforço, levantei uma máscara de surpresa e cinismo – Sério? Não me diga! Pensei que estivéssemos caído na Floresta Proibida. É por isso que estamos molhados? – meu coração se acelerou mais ao vê-lo se aproximar de mim – E você, Riddle! Por que me beijou?

Ele parou abruptamente e arqueou as sobrancelhas.

- E eu lhe pergunto... Por que correspondeu o beijo?

Apertei fortemente minhas mãos fechando-as em punho enquanto me virava e saia da água sentindo o vento frio abater sobre mim. Não me importei. Continuei andando sentindo seus passos silenciosos logo atrás de mim.

- Você é diferente, Michelly... – estava certa de que Tom Riddle não era apenas futuramente Lord Voldemort, frio, arrogante e chato, mas como também era bipolar devido a sua voz que voltara ao normal e a sua forma estranha de pronunciar meu nome. Assemelhava-se a ternura, que com certeza não era o caso.

- Em que sentido? – perguntei apertando mais o passo ao mesmo tempo em que tentava acalmar os batimentos cardíacos do meu coração.

Ele demorou um longo tempo para responder e logo, já estava ao meu lado fazendo-me parar e ficando de frente para mim.

- Seus olhos... – murmurou ele, ofegante. Sua pele marfim contrastava com seus lábios avermelhados, devido ao frio e seus cabelos mesmo molhados continuavam bonitos e sedosos.

- É... Meus olhos – suspirei impaciente – O que têm eles?

- Não consigo lê-los... – ele me olhou mais profundamente – O único que não consigo desvendar... Isso é frustrante.

Seu rosto estava perto do meu, novamente. A frieza continuava a envolver seus olhos e a sua indiferença me incomodava.

- Com licença... – murmurei empurrando-o e apertando novamente os passos, no entanto, ele continuava a me seguir.

- Eu sei o seu segredo! – exclamou ele fazendo-me parar e permanecer estática. Não sabia se tremia por medo ou pelo frio.

- Que segredo? – sussurrei. Sentia sua respiração bater contra a minha pele me causando mais arrepios, sentia o calor descomunal emanar do seu corpo e ouvi sua voz aveludada perto demais:

- Você sabe... – ele riu cinicamente.

Fitei-o cautelosamente virando o rosto para trás. Apertei mais as minhas mãos e rapidamente me afastei dele.

- Me deixe em paz! – exclamei sentindo meu peito tremer e queimar como fogo em brasa, meus olhos ardiam tentando reprimir as grossas lágrimas que insistiam em cair.

- Michelly! – uma voz ecoou logo a frente e imediatamente levantei o rosto fitando Amanda e Sue se aproximando de mim. Abraxas conversava algo com Sue, no entanto, não percebi sua presença.

Corri de encontro a elas e abracei fortemente Sue.

- O que fez a ela? – perguntou Amanda se colocando a minha frente encarando Tom ameaçadoramente, no entanto, ele pareceu não se intimidar, continuava com os olhos gélidos fixados em mim.

- Preciso conversar com você... – seus lábios mal se moviam e sua expressão continuava a mesma de indiferença.

Amanda tentou avançar em sua direção e ele, no entanto, permaneceu indiferente me fuzilando com os olhos. Segurei o braço de Amanda impedindo-a.

- Vamos... – suspirei enquanto me virava para a direção do Salão Comunal. Abraxas já estava ao lado de Tom quando eu os fitei por sobre o ombro antes de dobrar o corredor.

Desde aquele dia, eu o evitei. Por algum motivo, eu o evitei. Evitei olhar para os seus olhos, ouvir sua voz, sentir sua presença.

Passaram-se semanas, algo crescia de dentro de mim, uma inquietação a cada instante em que meus pensamentos iam diretamente ao garoto misterioso da Sonserina de cabelos negros e orbes verdes. Meu coração se acelerava a cada pronuncia de seu nome que chegava até mim, no entanto, meus sonhos em que ele sempre apareceu de repente, se foram. Eram apenas sonhos vazios, onde nem mesmo a morte de meu irmão aparecia.

- Até amanhã, Srta. Legrand – sorriu largamente o Prof. Slughorn ao sair da sala vazia de Poções. Guardei monotonamente meu material na mochila não tendo a mínima vontade de enfrentar a tagarelice de Suzannah.

Suspirei me virando para trás passando a alça da bolsa pelo ombro, e reprimi um grito ao vê-lo ali. Recuei um passo imediatamente sentindo meu coração se acelerar, como das outras vezes.

- O que... Você quer? – perguntei trêmula recuando mais um passo agarrando a borda da mesa sentindo-a se desfazer.

- Conversar... – ele deitou novamente a cabeça para o lado de uma forma doce e inocente.

- Sobre o que? – recuei outro passo e em sincronia, ele deu um passo à frente.

- Muitas coisas... – um sorriso inexpressivo se abriu em seu rosto – Seu segredo é uma delas.

Olhei para as suas mãos que estavam agarradas ao seu diário negro. Pisquei meus olhos várias vezes quando lembranças me vieram à tona. Da noite de quando ele me devolvera o diário dizendo que não havia lido, e quando de alguma forma estranha senti firmeza em suas palavras. Persuasão.

- Você leu o meu diário... – murmurei quase em um sussurro ilegível. Inesperadamente, um sorriso se abriu em seus lábios.

- Michelly Christinny Diggory... – murmurou fitando-me e continuando em um sussurro ameaçador – Você quer me destruir?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!