Steiner e Meminger escrita por Mrs Jones


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

É isso gente. Penúltimo capítulo.



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Liesel sentiu seu corpo ficar leve. Quase vazio. Ela não sentiu dor, pois era incapaz de sentir dor maior do que a que se encontrava em seu coração. 

Ela se viu num lugar iluminado e bonito. Era o Amper, mas muito mais florido e acolhedor. 

Lá do outro lado do rio ela viu algumas pessoas. 

Os Hubermann. 

Os Steiner.

Seu irmãozinho. 

Seus pais biológicos.

Rudy... 

Eles sorriam para ela, mas estavam tão longe... Precisava atravessar o rio para ir ao encontro deles. Mas ela simplesmente não podia. Tudo ficou escuro... 

- Liesel! Liesel! 

Uma voz masculina a chamava. Mas parecia vinda de um lugar muito longe. 

- Liesel! 

Ela conhecia aquela voz... 

- Lis! 

Rudolf Steiner? Seria a voz dele que ela escutava? Não restava dúvidas. Era Rudy Steiner que a chamava. Isso significava que ela estava no Céu e poderia rever todo mundo que perdeu. Mas há alguns instantes ela os vira e não conseguira se aproximar...

- Lis! LIS!

Então de repente ela abriu os olhos. Via Rudy Steiner olhando para ela. Estava mesmo no Céu. Então ela tinha encontrado a Morte novamente e com ela fora até ali. Mas aquilo não parecia o Céu. E que cheiro era aquele? Remédio? Parecia até um hospital...

- Lis, fala comigo!

Ela piscou e sua visão entrou em foco. Estava deitada numa cama de hospital. Mas por que Rudy Steiner a olhava preocupado e por que estava com aquelas roupas de médico? 

- Rudy? - sussurrou. 

Ou ela estava morta ou estava delirando. 

- Graças a Deus - ele exclamou. Liesel tentou se sentar, mas sentia dor por todo o corpo e ainda estava tonta. Ela apagou. 

Quando acordou viu que não fora um sonho. Estava mesmo em um hospital, mas estava sozinha no quarto. E não havia sinal de Rudy Steiner. 

Seus pulsos estavam enfaixados. Então não estava morta? Decerto a tentativa de suícidio falhara. Deviam tê-la encontrado caída perto do Amper, e antes que ela morresse, levaram-a ao hospital. Devia ter sonhado tudo aquilo. As pessoas no Amper e Rudy em seu quarto no hospital. Tudo não passara de um delírio. 

"Por que você não me levou?", ela pensou. "Teria sido melhor."

Então, ela estivera morrendo. Aquela visão de seus parentes e amigos no Amper. Ela conseguira chegar até eles, mas fora arrastada de volta para a vida. Isso explicava o fato de ela não ter conseguido atravessar o rio e a repentina escuridão que a engoliu. Agora fazia sentido. 

"Eu estava enganada. Nos encontraremos mais uma vez...." 

Liesel estava mesmo enganada. Ela não encontraria a Morte novamente. Pelo menos não agora... 

"O que eu faço agora? Vou atrás da Morte outra vez?..."

Antes que Liesel pudesse completar seus pensamentos, um doutor abriu a porta. Liesel ficou espantada.

- Rudy?

- Oi, Lis! - ele veio até ela - Graças a Deus você está bem. - Então ele a abraçou com cuidado.

Ela o olhou completamente confusa.

- Estou morta, não estou? Mas o Céu... Eu pensei que fosse diferente... E por que está vestido de médico?  

Ele a olhou com uma expressão divertida. Estaria achando graça?

- Você não está morta. E não estamos no Céu.

- M-mas... Você é um fantasma?

Rudy riu com gosto.

- Claro que não.

- Mas... você morreu...

Ele se sentou na beirada da cama.

- Sei que está muito confusa. Mas estou vivo.

- Verdade?

- Se eu estivesse morto não poderia te abraçar, não é? Nem te beijar - ele a beijou de forma doce e apaixonadamente. Só assim Liesel se convenceu de que não estavam mortos e nem estavam no Céu. 

- Mas o avião...

- Eu não estava naquele avião... Antes que o voô saísse, eu e meus pais desistimos de viajar. Acredita em mau pressentimento? Foi o que aconteceu. Algo me disse para não viajar naquele avião e ele caiu, não foi? Lamento por todas as pessoas que morreram... Eu teria voltado para te ver quando soube da queda do avião, mas naquele dia, peguei um navio. E você não recebeu nenhuma das minhas cartas... 

- Me mandou cartas?

- Mandei. Você nunca me respondia. As cartas nunca chegaram a você. Tentei ligar algumas vezes, ninguém atendeu.

Liesel se lembrara das vezes em que o telefone tocou quando ela estava sozinha. Ela ignorou. Não poderia imaginar que era Rudy, pois achava que estava morto.

- Há três dias voltei à Alemanha. Encontrei você no Amper...

- Meu Deus! Eu não sabia! Não acredito que tentei me matar... - eles se abraçaram. 

- Eu teria me matado se você morresse. Mas salvei sua vida! Enquanto você estava aqui, li a carta que deixou aos seus pai e li o livro... 

Liesel sorriu. 

- Preciso pedir perdão a eles e ao Max. Eu causaria muita dor a eles se tivesse morrido. 

- Você sofreu muito... Eu devia ter voltado quando não recebi nenhuma resposta sua. 

- A Vida parece gostar de pregar peças... Eu ignorei o telefone toda vez que ele tocou.

- Eu sempre ligava pela manhã. 

- E eu sempre estava sozinha pela manhã. Quando o telefone tocava, eu pensava que era algum amigo do papai. Ou a mamãe querendo saber se estava bem. Eu devia ter atendido. 

- Você não tinha como saber que era eu. Encontrei você poucos depois de ter perdido a consciência. Sorte sua que eu estava passando pelo Amper... 

- Você me salvou, Saukerl. 

- É isso que os maridos fazem... - do bolso do paletó ele tirou uma caixinha de veludo. Abriu-a mostrando o lindo anel - Quer casar comigo? 


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Notas finais do capítulo

Aguardem o último capítulo. :)